Temos visto algumas pessoas, se dizendo adversárias do arminianismo, ao mesmo tempo, em que se declaram adeptas da negação da Suficiência das Escrituras, ao afirmarem que os dons miraculosos do Espírito Santo[línguas, profecias, ciência, sonhos, visões e revelações, curas, etc], não estariam restritos a era apostólica, como credencial do ministério e ensino dos apóstolos. Jesus e Paulo deixaram isso bem claro em Mc 16:17-20; 1 Co 13:8-13; 2 Co 12:12; Hb 2:4.
(1)Mc 16:17-20 destrói qualquer forma de continuísmo, por vários motivos:
(a)O contexto de Mc 16:17-18 mostra que Jesus estava prometendo o uso dos dons miraculosos do Espírito Santo aos onze apóstolos[Mc 16:14,19-20], fossem esses dons operados por eles, ou por aqueles que estivessem sob sua supervisão, como no caso de Estevão, Felipe, Cornélio e Paulo(At 6:12-8; 7:55,59-60; 8:5-7; 10:45-48; 13:1-12; 14:9-10; At 16:8-10,16-18; 19:1-7; 11-12; 20:23,25, 29-30; 21:8-15; 23:11; 27:22-24; 28:3-6, 8-9).
(b)O contexto de Mc 16:17-18, restringe aquela promessa do uso dos dons miraculosos do Espírito, como credencial do ministério dos apóstolos, que ocorreria durante a sua pregação em várias partes da Terra(Mc 16:20). Em nenhum momento, o Senhor diz ali, que aquela promessa era para todos os crentes, após a morte dos apóstolos(Mc 16:20). Por isso, Paulo entendia que os dons miraculosos do Espírito Santo, que ele possuía, eram credenciais de seu apostolado(2 Co 12:12), ao mesmo tempo em que ele se apresenta como o último dos apóstolos(1 Co 15:8). E sem contar, que sendo os dons miraculosos do Espírito credenciais do ministério dos apóstolos(Mc 16:17-20; 2 Co 12:12; Hb 12:12), e sendo Paulo o ultimo dos apóstolos(1 Co 15:8), o que é referendado em Ap 21:14, que menciona "os nomes dos doze apóstolos", e ainda levando em consideração que ninguém pode alegar possuir essas credenciais do ministério dos apóstolos, sem cumprir os requisitos de ser um apóstolo, que seria ter convivido pessoalmente com Jesus durante os seus três anos de ministério terreno, e ter sido testemunha ocular de sua ressurreição e ascensão aos céus(At 1:21-22), entende-se que, cessando o dom do apostolado, cessou também a existência de suas credenciais, para serem usadas por quem quer que seja. Portanto, qualquer um que após a morte dos apóstolos, alegou ter algum desses dons miraculosos do Espírito, não passa de um embusteiro.
Nesse sentido, nós entendemos que estes dons miraculosos do Espírito, foram dados para identificar a infância espiritual [a fundação] da Igreja em Jerusalém(At 2:33; Ef 2:20].
(2)Paulo tem o mesmo entendimento de Jesus e Marcos sobre a temporalidade dos dons miraculosos do Espírito, como restritos à era apostólica.
Paulo menciona os dons, de uma maneira, a indicar sua temporalidade na era apostólica:
(i)"O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havenco ciência, desaparecerá"(1 Co 13:8)
É interessante observarmos essa linguagem de Paulo. Note. Primeiro, ele diz que as profecias serão "aniquiladas". O verbo grego "καταργέω"(katargeō), segundo Thayer, está na voz passiva, e tem o sentido de "cessar, passar, ser destruído", o que indica que o dom cessaria e passaria, por si mesmo. Isso posto, se entende que este dom, quando operado em alguém, não voltaria a ser novamente operado por aquela mesma pessoa. Por exemplo, você não vê Ágabo profetizando sem parar, na Igreja. Só temos menção de duas profecias feitas por ele, em intervalos de tempo, uma sobre uma fome e outra sobre a prisão de Paulo(At 11:28; 21:10-11). Depois disso, não há mais profecias feitas por ele. O dom era temporário, quando dado a uma pessoa.
Segundo, quando ele diz "havendo línguas, cessarão", usa o verbo grego "παύω"(pauō), que segundo Thayer, tem o sentido de "cessar, parar". Basicamente é a mesma conjectura do dom de profecia. Seria algo temporário, não perpétuo, quando dado a uma pessoa. Por exemplo, os apóstolos falaram em linguas em At 2:1-4. Mas, note, depois disso, não há mais evidência do mesmo dom se repetindo com eles. No máximo, o que se pode ver, é pessoas que estavam sob sua supervisão, falando em línguas ou profetizando(At 10:44-47; 19:6-7), Mas, note. Mesmo essas pessoas que estavam sob sua supervisão, não voltaram mais a falarem em línguas e a profetizarem, porque o dom era temporário.
Da mesma forma, quando lemos "havendo ciência, desaparecerá", Paulo usa o mesmo verbo grego "καταργέω"(katargeō), usado para falar do dom de "profecia", que segundo Thayer, está na voz passiva, e tem o sentido de "cessar, passar, ser destruído", o que indica que o dom cessaria e passaria, por si mesmo.
Mas, qual é o sentido dessa ênfase que Paulo dá para a aniquilação das profecias, cessação das línguas e desaparecimento da ciência? Note, que Paulo faz primeiro uma comparação entre estes os dons e o amor. Paulo diz que o amor nunca deixará de existir, enquanto que estes dons seriam retirados de cena. Qual seria a razão para isso? Paulo vai explicar, dizendo duas coisas interessantes:
(I)Estes dons eram revelação parcial do conhecimento de Deus:
"Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos"(1 Co 13:9)
Aqui, ele usa o substantivo grego neutro - "μέρος"(meros), que segundo Thayer, tem o sentido literal de "parcialmente, isto é, imperfeitamente". A revelação do conhecimento de Deus, dada através desses dons era "parcial" e "imperfeita". Não era, portanto, algo completo e perfeito. Esse é o primeiro ponto para justificar a aniquilação das profecias, cessação das línguas e desaparecimento da ciência.
(II)Esses dons que traziam revelação incompleta e imperfeita do conhecimento de Deus, seriam substituídos por aquilo que traria revelação completa e perfeita do conhecimento de Deus:
"Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado"(1 Co 13:10)
Paulo diz que todos estes dons que traziam revelação incompleta e imperfeita sobre o conhecimento de Deus, seriam retirados quando viesse "o que é perfeito", e usa o adjetivo grego "τέλειος"(teleios), que é o mesmo adjetivo usado em Tg 1:25, que segundo Strong, é "um título alternativo para as Escrituras"(The New Strong’s Expanded Dictionary of Bible Words, p.1255).
(iii)Lembrando que Paulo deu uma outra causa para a aniquilação das profecias, cessação das línguas e desaparecimento da ciência. Ele vai dizer, como já dissemos logo acima, que isso fazia parte da infância espiritual da Igreja e que seria substituído quando a Igreja deixasse de ser espiritualmente criança:
"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino"(1 Co 13:11)
Quando a Igreja era criança? No seu estabelecimento em Pentecoste, onde ela foi fundada sob a influência dos dons miraculosos do Espírito - o apostolado, línguas, profecias(At 2:33; Ef 2:20). Quando seria que a Igreja deixaria de ser espiritualmente criança, para se tornar espiritualmente adulta? Seria na segunda vinda de Cristo? Não. Seria com a completude das Escrituras, como Paulo disse:
"E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruídopara toda a boa obra"(2 Tm 3:15-17)
A Igreja se torna espiritualmente adulta, não na vinda de Cristo, mas na totalidade das Escrituras, com o fechamento do Canon, com o Apocalípse, onde se proíbe novas revelações, sob pena de punição com as pragas do livro(Ap 22:18-19). Dizer que a Igreja se tornaria adulta na volta de Cristo, seria afirmar que a Igreja seria espiritualmente criança até a volta de Cristo, bem como também seria afirmar que ela não teria a revelação completa do conhecimento de Deus até que Cristo voltasse visivelmente nas nuvens, o que é negado por Cristo e pelos apóstolos:
"Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito"(Jo 14:26)
"Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar"(Jo 16:13-15)
"E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas.... E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis"(1 Jo 2:20-27)
Mas, continuando sobre 1 Co 13:8-13. Assim, se você, caro irmão, interpretou que o “τέλειος”(teleios) de 1 Co 13:10 e Tg 1:25 é a própria Palavra de Deus, você acertou. Parabéns pra você!
Da mesma forma, a leitura de 1 Co 13:12 também favorece o cessacionismo (Sola Scriptura), visto que sendo um comentário posterior do apóstolo sobre a sua afirmação nos vv,8-10, mostra que esses dons constituíam uma visão implícita da revelação divina:
"Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face...".
Interessante, que a palavra grega que aqui aparece como sendo traduzida por "enigma" é a palavra αἰνίγματι(ainigmati), que segundo o Léxico Grego Inglês do Novo Testamento de J. H. Thayer significa literalmente "uma coisa obscura", mostrando que tais dons não representavam uma visão clara, completa e perfeita da revelação divina, e justamente por isso, seriam abolidos por algo que representaria uma visão explicita, completa e perfeita desta revelação('mas então veremos face a face'), que seria as Escrituras(2 Tm 3:15-17; Ap 22:18-19)
Quando então teremos uma visão totalmente perfeita da revelação de Deus? Na vinda de nosso Senhor? Positivamente não. Observe que Paulo continua, afirmando que essa visão parcial ou obscura da revelação de Deus seria abolida:
“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face..."
Evidentemente, essa visão completa e perfeita da revelação de Deus, só viria mediante a totalidade das Escrituras(2 Tm 3:15-17), pois se ‘toda a Escritura’ consegue “ensinar”, “redarguir”, “corrigir”, “instruir”, e se o homem munido e alicerçado sobre ‘toda a Escritura’ se torna “perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”(2 Tm 3:17), qual é a necessidade que temos da existência e manutenção das antigas revelações parciais de Deus no passado(‘línguas', ‘profecias’, ‘sonhos’, ‘visões’, ‘ciência’)?
Segundo, se os dons miraculosos do Espírito eram revelações incompletas e parciais do conhecimento de Deus(1 Co 13:9), fica claro, que estas revelações incompletas seriam substituídas por uma revelação completa do conhecimento de Deus, através das Escrituras(1 Co 13:11 comp. com 2 Tm 3:15-17; Ap 22:18-19).
Ao mesmo tempo que Paulo menciona que a revelação parcial de Deus(línguas; profecias, ciência) seriam retirados da esfera espiritual da Igreja, ele mostra que três coisas permaneceriam após essa retirada - fé; esperança e amor(1 Co 13:13). Se "o que é perfeito"(1 Co 13:10) for 'a volta de Cristo", então após vinda de Cristo, haverá necessidade de fé e esperança? Não, pois o objeto de nossa fê e esperança estará conosco, que é Cristo(Tt 2:13).
Nesse caso, só uma coisa permanecera depois da vinda de Cristo - o amor; porque nós vamos amá-lo por toda a eternidade. Logo, não faz nenhum sentido, dizer que "o que é perfeito" de 1 Co 13:10 é a volta de Cristo.
(2)Continuísmo, em todas as suas matizes, não é uma herança da Reforma Protestante, nem do Calvinismo, mas do Concílio de Trento e dos Anabatistas!
A Quarta Sessão do Concílio de Trento(08-04-1546), diz:
"O sacrossanto Concílio Ecumênico e Geral de Trento, reunido legitimamente no Espírito Santo, e com a presidência dos mesmo três legados da Sé Apostólica, tendo sempre isto diante dos olhos que, rejeitados os erros, seja na Igreja conservada a pureza do Evangelho, prometido antes nas Escrituras Santas pelos profetas, o qual Nosso Senhor Jesus Cristo Filho de Deus, primeiramente com sua própria palavra o promulgou e depois, por meio de seus Apóstolos, mandou pregá-lo a toda criatura[Mt 18:19; Mc 16:15], como fonte de toda a verdade salutar e disciplina dos costumes. vendo que esta verdade e disciplina estão contidos nos livros escritos e nas tradições orais, que – recebidas ou pelos Apóstolos dos lábios do próprio Cristo, ou dos próprios Apóstolos sob a inspiração do Espírito Santo – chegaram até nós como que entregues de mão em mão, fiéis aos exemplos dos padres orotodoxos, com igual sentimento de piedade e reverência aceita e venera todos os livros, tanto os do Antigo, como os do Novo Testamento, visto terem ambos o mesmo Deus por autor, bem como as mesmas tradições que se referem tanto a fé como aos costumes, quer sejam só oralmente recebidas de Cristo, quer sejam ditadas pelo Espírito Santo e conservadas por sucessão contínua na Igreja Católica"
"Pois, sem uma revelação especial de Deus, não se pode saber quais os que Deus escolheu para si"[Sessão VI, cân. 16].
Cânones sobre a Justificação:
"826. Cân. 16. Se alguém disser que com absoluta e infalível certeza há de ter aquele grande dom da perseverança final, sem ter sabido por especial revelação - seja exomungado[cfr. n° 805 s].
O próprio Catecismo da Igreja Católica, diz, usando uma linguagem que favorece ao continuísmo:
"Daí resulta que a Igreja, a quem está confiada a transmissão e interpretação da Revelação, não tira só da Escritura Sagrada a sua certeza de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência"(Edição Típica Vaticana, p.35)
Mórmons acompanham católicos e demais continuístas, dizendo:
"Cremos que a Bíblia não contem todas as revelações dadas por manifestações divinas"(Joseph F. Smith, Doutrinas de Salvação, Volume 1, p.294)
"Doutrinas apóstatas: Que o Cânon das Escrituras está completo e terminado, e que depois do pensamento dos apóstolos, não devia haver mais revelação, nem abrir dos céus e comunicação com anjos, ficando o povo dependente do que estava escrito na Bíblia"(Joseph F. Smith, Doutrinas de Salvação, Volume 3, p.288).
Os Anabatistas também negavam a Suficiência das Escrituras, ensinando que os dons miraculosos do Espírito Santo, dados aos apóstolos, permaneceram após a morte dos mesmos, dentro da Igreja. Temos alguns exemplos disso. O 3º Volume de “As Grandes Religiões”, alude ao continuísmo do primeiro líder anabatista - Thomas Munzer[1489-1525]:
"Munzer iniciou suas exegeses afirmando que Deus se revela a seus eleitos através de visões"(p.500)
Thomas Helwys[1550-1616], outro líder anabatista, em sua "Declaração de Fé do Povo Inglês que Permanece em Amsterdã"(1611), diz que "as congregações da Igreja de Cristo podem profetizar"(XI).
O erudito batista Timothy George, mencionando o anabatista Hans Hut(1490-1527), como alguém que se julgava portador do dom de profecia, profetizando a volta de Cristo para os seus dias
“Hans Hut, ex-discípulo de Thomas Munzer, previu que Cristo haveria de retornar à Terra no domingo de Pentecostes de 1528. Ele começou a reunir os 144.000 eleitos, os quais ele ‘selou’, batizando-os na testa com o sinal da cruz”(Teologia dos Reformadores, p.255).
O historiador Edward C. Pike[1840-1911], aludindo ao líder anabatista Melchior Hofmann[1495-1543], como outro líder anabatista continuísta, que se declarava portador do dom de profecia:
"Ele era um entusiasta defensor da profecia, que se certificou de poder interpretá-la aos acontecimentos futuros. Em sete anos, os assuntos do mundo seriam resolvidos. Provações terríveis estavam por vir, e depois o Filho do homem viria nas nuvens do céu. Estrasburgo seria a Nova Jerusalém, e lá o reino seria estabelecidio. Enquanto essas visões passavam pela mente de Hoffmman, e ele expunha o mistério dos últimos dias, houve um claro afastamento das visões dos primeiros anabatistas sobre o uso da espada e a prestação de juramentos"(A Historia dos Anabatistas, 1904, Londres, p.28)
O historiador Ernest B. Bax[1854-1926], aludindo ao mesmo Hofmman, diz de seu 'continuismo', aludindo a ele como alguém que se considerava portador do dom de profecia:
"Foi previsto, afirmava ele, que uma espada de dois gumes seria entregue nas mãos ds santos, para destruir o mistério da iniquidade, os principados e potestades existentes, e o tempo estava agora próximo para que essa profecia acontecesse e se cumprisse"(Ascensão e Queda dos Anabatistas, p.104)
James M. Stayer[1935-2025], historiador cristão, especializado em Reforma Alemã, em seu livro "Os Anabatistas e a Espada", também alude a Hofmman, como alguém que se declarou profeta:
"Além disso, qualquer um que se declarasse profeta parecia propenso a receber a bênção de Hoffman. Assim, ele fez a declaração mais prejudicial de sua carreira, em apoio a Jan Matthys. Certo dia, no final de 1534, ele discursou para seus carcereiros em Estrasburgo sobre a importância da profecia. No último período do mundo: 'O ofício profético está agora em vigor, como Leinhart Jost anunciou juntamente com outros’. Em Munster, eles tinham um profeta chamado Jan Matthys que diz ser uma das testemunhas divinas"(p.225)
O autor ainda diz, aludindo a Jan Matthys:
"O elemento mais distorcido em seu papel com o líder da seita, no entanto, era sua confiança nas visões e profecias de alguns de seus seguidores. Em 1530, ele estava editando as visões proféticas e revelações de Leinhart Jost, um melquiorita considerado insano por seus vizinhos de Estrasburgo, e da esposa de Jost, Ursula. Ele atribui as 'revelações' dos Jost ao Espírito Santo e lhes conferiu tanta autoridade quanto Isaías ou Jeremias. Como essas profecias confirmavam seu próprio senso de missão, proclamando-o o Elias espiritual escolhido, seus ensinamentos apocalípticos, e até mesmo seu comportamento cotidiano, ficaram cada vez mais presos a elas"(p.223)
Henry S. Burrage[1837-1926], historiador batista, aludindo a outro líder anabatista - Felix Manz[1498-1527] - se refere a ele como outra pessoa que se julgava portador do dom de profecia, segundo seus seguidores:
"A oposição que os radicais encontraram apenas inflamou seu zelo. De repente, uma multidão de homens, como se estivesse preparada para uma jornada, apareceu em Zurique. Parando na praça do mercado, pregaram a necessidade da conversão, de uma nova vida de santidade e amor fraternal. Ao velho dragão e suas cabeças, referindo-se a Zuínglio e seus associados, dirigiram-se a eles na linguagem de profecia, prevendo a destruição da cidade caso o povo continuasse a recusar-se ouvir a voz do Senhor: 'Ai, ai de Zurique!' e clamavam; e o lamento que se elevava da praça do mercado ecoava por todas as ruas da cidade"(Uma História dos Anabatistas da Suiça, p.108)
O Rev. Henry E. Dosker[1855-1926], historiador cristão, em seu livro "Os Anabatistas Holandeses", aludindo a Hofmman, como auto intitulado 'profeta' entre os anabatistas, registra:
"Assim, o ano de 1533 chegou ao fim. Será que a profecia de Hoffmman se cumpriria e o prometido 'Enoque' apareceria?"(p.87)
Assim, continuísmo, isto é, a rejeição da Suficiência das Escrituras, como a única fonte de revelação divina, fazia parte dos grupos anabatistas do século XVI, que faziam oposição aos Reformadores.
Sabemos que Católicos Romanos Trentistas e Anabatistas tianham a mesma opinião - eram continuístas. Mas, qual é a diferença entre Católicos Romanos Trentistas e Anabatistas [que sendo continuistas], no que tange a questão soteriológica? Nenhuma. Ambos os grupos eram arminianos nessa área. A "The Catholic Encyclopedia"(Volume III), diz:
"Nessas e outras particularidades, encontramos os arminianos se aproximando das fórtmulas tridentinas"(p.203)
W. Osbourn, afirma que "os emissários do papa se ocuparam por anos da preparação do solo e plantio na igreja, da 'droga soberana, arminianismo'"(Obras Ocultas das Trevas; Ou, As Ações dos Jesuítas, p.99). Lembrando que a Companhia de Jesus - os Jesúitas - , combateu o monergismo-agostiniano da Reforma, e segundo os eruditos arminianos John McClintock[1814-1870] e James Strong[1822-1894], "os jesuítas eram arminianos"(Enciclopédia de Literatura Bíblica, Teológica e Eclesiástica, Volume 1, p.413).
De acordo com o historiador William Walker, quando as doutrinas reformadas [ou calvinistas] ecoaram por toda a Europa, acabaram provocando uma reação por parte de alguns eruditos da Holanda, "onde as tradições humanistas não haviam morrido e o anabatismo estava bastante difundido"(História da Igreja Cristã, p.140)
Justamente devido a isso, quanto aos anabatistas, o historiador batista Henry C, Vedder(1835-1935), em sua obra "A Breve História dos Batistas"(1907), diz:
"Nossa preocupação é, no entanto, com a segunda igreja em Amsterdã. O pastor John Smith se familiarizou, possivelmente pela primeira vez, com a teologia de Armínio, e aqui, também é razoável supor que ele aprendeu a teoria menonita da natureza da igreja"(Ibidem, p.503).
Posteriormente, falando de um dos discípulos batizados por John Smith - Thomas Helwys(se referindo a este como um fundador de uma igreja anabatista, não batista), diz Vedder:
"Helwys, John Murton e outros retornaram a Londres, provavelmente algum tempo em 1611, e fundou a primeira igreja anabatista composta por ingleses conhecidos em solo Inglês. Esta igreja também era arminiana em teologia… porque eles sustentavam uma expiação geral por todos os homens, enquanto os calvinistas ortodoxos sustentavam uma expiação 'particular', apenas para os eleitos"(Ibidem, p.205)
O historiador Justo Anderson, afirma que a igreja fundada por Helwys, mais tarde, tentou se fundir aos menonitas:
"A antiga igreja de Helwys e Murton, juntamente com mais quatro, propuseram uma união com os menonitas… As cinco congregações existentes em 1626 se multiplicaram e em 1644 havia quarenta e sete delas. Lutavam pela liberdade religiosa, e contra um crescente 'socinianismo' em suas fileiras. Eram arminianos em sua teologia"(História dos Batistas, Volume 1, pp.72-73).
O historiador batista Champlin Burrage(1874-1951), aludindo a John Smith e Thomas Helwys, se referindo a eles, não como 'batistas', escreve:
"Os gerais ingleses, ou arminianos anabatistas entre 1632 a 1641”(The Early English Dissenters In the Light of Recent Research [1550-1641] Volume 1, Capítulo XI).
Ele ainda diz:
“Helwis, como Smith, como arminiano, ou geral, anabatista, cria na redenção universal, ou seja, que Cristo morreu para salvar a todo o homem e não apenas certas pessoas eleitas, mas, em uma terceira publicação, procura mostrar que, embora ele detém essa doutrina, ele não sustenta a 'grande condenável heresia' do ´livre arbítrio, que normalmente deveria ser naturalmente concomitante com a doutrina anterior”(p.254)
Cornelius Krahn(1902-1990), historiador anabatista [menonita] afirma:
“Como representante arminiano relacionado da tradição holandesa, o anabatista manteve uma herança significativa nos países baixos”(Anabatismo Holandês: Origem, Disseminação, Vida e Pensamento[1450–1600], p.261)
Temos ouvido falar de Hubmaier, por parte de Roger Olson(arminiano), como o ‘arminiano antes de Arminio’ em uma de suas postagens. Ele expande isso em “Uma História da Teologia Cristã”(1999), onde ele dedica o capítulo 26 a discutir sobre os anabatistas; e lá, comentando sobre Hubmaier, Olson escreve:
“O que o Hubmaier estava proclamando como base do livre arbítrio é o que outros teólogos chamam de graça preventiva - a graça resistida de Deus que chama, condena e habilita. Hubmaier tambem afirmou que a eleição e a predestinação de Deus se baseavam na sua presciência de que indivíduos responderão à sua graça. Ele se opôs firmemente à predestinação incondicional - o monergismo de Agostinho, Lutero, Zuínglio e Calvino: ‘Seria um Deus pérfido que convidaria todas as pessoas para uma ceia, oferecesse sua piedade a todos com exaltado fervor e ainda não quer que eles venha[Lc 14:16; Mt 22:2]. Isso seria um falso Deus que diria com a boca: ‘Venha aqui’, mas pensaria secretamente no coração: ‘Fique lá’”(p 422).
Olson acrescenta:
"Esta é basicamente a mesma teologia da salvação que os seguidores holandeses - seguidores de James Armínio - mais tarde desenvolveram no início do século".
O Pr. José Gonçalves, ministro arminiano das Assembléias de Deus, declara:
"Armínio, portanto não questionou a soteriologia dos anabatistas, visto ser esta muito semelhante a que ele defendia, especialmente Hubmaier... Armínio defendia a soteriologia anabatista..."(A Glossolalia e a Formação das Assembléias de Deus, Um Resgate Histórico da Soteriologia e Pneumatologia do Início do Movimento Pentecostal, pp.270-271)
Francis N. Lee(1934-2911), ministro presbiteriano em seu artigo “Os Anabatistas e Seus Herdeiros”, afirma:
“Após a morte de Smith enquanto um menonita, seu colega e sucessor Thomas Helwys, em 1611… sempre manteve uma soteriologia arminiana".
Carl Bangs(arminiano), Professor Associado de Filosofia e Religião na Olivet Nazarene College, Bourbonais, Illinois de 1953-1961, e Professor Associado, e Professor de Teologia Histórica da St. Paul's School of Theology, Kansas City, Missouri entre 1961-1988, aludindo aos anabatistas do século XVi, principalmente de Hans de Ries, diz:
"Tudo isso para dizer: os anabatistas rejeitaram o tipo de teoria da predestinação que estava sendo promovida pelos mais rígidos calvinistas entre os reformados"(Arminio - Um Estudo da Reforma Holandesa, p.170).
Preste atenção, caro amigo. Se você se diz reformado, calvinista, mas também se declara continuísta, você acabou de dar um tiro no próprio pé, não só negando o pilar da Reforma [o Sola Scriptura], mas se esquecendo que os proponentes na crença de que havia outras fontes de revelação divina, foram os grupos que criaram as condições para a implantação do arminianismo - a Contra Reforma da Igreja Romana e os Anabatistas. Recomendo que você reveja sua posição!
Fundamentalismo Reformado
terça-feira, 25 de novembro de 2025
terça-feira, 27 de maio de 2025
Latitudinarismo - A apostasia de 'líderes neo-batistas' da Igreja Batista da Redenção!
Antes de irmos propriamente ao assunto, precisaríamos definir o que significa "latitudinarismo". A "Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã" a um grupo que expressava "um temperamento tolerante e antidogmático"(p.412), ao mesmo tempo que ressaltava que os latitudinaristas "reagiram contra o calvinismo dos puritanos e eram arminianos em seus pontos de vista. Alinhavam-se com os movimentos progressistas e liberais do mundo intelectual"(Ibidem, p.412), e que sua missão seria "harmonizar as Escrituras e os Pais com a luz da razão"(Ibidem, p.412), e que "sua ênfase na racionalidade prenunciava o ceticismo..."(Ibidem, pp.412-413). Em outras palavras, "latitudinarismo", significava literalmente:
(a)Tolerância com vários pontos de vista
(b)Aversão a rigidez doutrinária
(c)Aversão ao calvinismo dos puritanos
(d)Liberalismo Teológico
(e)Harmonizar Bíblia com 'Tradição'[Pais da Igreja] e a razão humana
(f)Ceticismo
Quem seria os primeiros expoentes do latitudinarismo? Arminio e os seus discípulos, após a sua morte, os Remonstrantes, que foram condenados em Dort.
(i)Arminio foi um latitudinarista.
A história oculta de Arminio, mostra que ele foi um latitudinariano [ou latituninarista]. Enquanto Arminio não tinha ainda apostado da fé reformada, enquanto estava sob a supervisão de Beza, ele foi encarregado pela Igreja Reformada Holandesa para refutar o teólogo católico romano Dirk Coornhert. A “Enciclopédia e Dicionário Internacional”(Volume II):
“Um burguês de Amsterdam, Koornhert, que reclamava a tolerância para todos os cultos, publicou um livro contra as doutrinas de Teodoro de Beza sobre a predestinação, que Armínio foi encarregado de refutar. Mas depois de um exame profundo, adotou e desenvolveu as teorias que tinha por missão combater”(p.803).
Note. Armínio passou a defender as teoria de Dirk Coornhert. Isso não envolvia meramente apenas a rejeição a visão bíblica-reformada da soteriologia, mas uma gama de conhecimento e prática reformadas. Daí, segundo autoridades arminianas, o latitudinarismo [avessão a rigidez doutrinária; em outras palavras, à confessionalidade], era uma posição de Coornhert, como admite a "The Mennonite Encyclopedia"(Volume 1), afirmando:
"Dirk Volkertsz Coornhert[1522-1590], em Gouda, era um estudioso holandês versado em muitos campos da ciência e da arte, uma figura destacada do Renascimento na Holanda, versátil e talentoso. Embora ele nunca tenha realmente abandonado a Igreja Católica, ele se opôs a ela e seguiu seu próprio caminho independente... Coornhert era um individualista típico. Nenhuma igreja pode ser a verdadeira igreja. A reforma da Igreja, o dogma e as confissões de fé são obra de homens; se alguém tem Cristo no coração, não precisa dessas coisas"(p.709)
Koornerth tinha aversão ao apego firma a uma doutrina bíblica e o endossamento de uma posição doutrinária ofical, por parte da Igreja, através de um símbolo de fé, um catecismo ou uma confissão de fé, porque uma vez estabelecida oficialmente a fé da Igreja, através de documentos que eram vistos como exposições verdadeiras do ensino das Escrituras, não tinha mais como mudar a doutrina daquela igreja. A perseverança na fé era algo que o incomodava. Por isso, sua aversão ao apego a uma doutrina e a uma exposição das Escrituras, eram patentes. Seu veneno contagiou o Armínio recém apóstata. Como Arminio não tinha como refutar biblicamente a telogia reformada, apelava para que o Estado Holandês fizesse uma revisão dos símbolos confessionais da Igreja Reformada Holandesa - A Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg(Declaração de Sentimentos, X - Sobre a Revisão da Confissão Holandesa e o Catecismo de Heidelberg)(As Obras de Armínio, volume 1. [CPAD], pp.241-250). Os remonstrantes seguiram o mesmo caminho de seu pai Armínio, conforme denuncia o historiador cristão Philip Schaff [1819-1893], afirmando:
"Este corpo data sua existência e seu nome do início do século XVII, quando vários ministros da Igreja Reformada, em um documento chamado Remonstrância, exigiram uma revisão da Confissão Belga e do Catecismo de Heidelberg"(Uma Enciclopédia Religiosa, Ou Dicionário de Teologia Bíblica, Histórica, Doutrinária e Prática, Volume 1, p.1006)
Robert Benedetto e Donald K. McKim, historiadores reformados, em sua obra "Dicionário Histórico das Igrejas Reformadas", tambem admitem:
"Preparado por Johannes Wtenbogaert e assinado por 44 seguidores de Armínio, o documento resumia os pontos em que o grupo diferia da Ortodoxia Reformada, com seu objetivo principal de preservar algum livre-arbítrio dentro da doutrina da predestinação. No entanto, essa revisão também significaria revisar o Catecismo de Heidelberg e a Confissão Belga, os principais padrões do Calvinismo holandês"(p.582)
Peter Sammons, teólogo batista calvinista, diz:
"A Remonstrância foi assinada por mais de quarenta apoiadores. Os Remonstrantes, como eram chamados, solicitaram um sínodo para revisar a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg"(Reprovação: de Agostinho ao Sínodo de Dort, p.103)
Então, qualquer tipo de grupo religioso que é avesso a uma forma de confessionalidade da Igreja, mantém traços heréticos, que o influenciam, como no caso de Armínio, influenciado pelo católico romano Dirk Volkertsz Coornhert. Aliás, isso é praxe entre todos os hereges. Por exemplo, o "apóstolo" mórmon James Talmage diz:
"No Concílio de Nicéia, convocado pelo imperador Constantino, em 325 A.D., foi adotada uma declaração formal de crença, concernente à Divindade. Mais tarde, foi publicada uma modificação, conhecida como ‘Credo de Atanásio’, e embora a autoria seja questionada, o credo tem o seu lugar no ritual de algumas Igrejas protestantes. Nenhuma evidência mais conclusiva necessita ser acrescentada para mostrar que os homens haviam cessado de conhecer a Deus, além do credo atanasiano"(Jesus, o Cristo, p.733)
McGregor Wright, teólogo reformado, definindo esta prática ímpia e malígna [latitudinarismo, isto é, aversão ao endossamento de credos, catecismos ou confissões de fé], diz:
"A mentalidadde que insiste que as opiniões teológicas não são importantes e não deveriam ser exigidas de um pastor ou mestre na Igreja estatal. Extrema confiança na tolerância universsal como uma solução para as divisões religiosas. Falta de confiança nos credos ou outras formulações doutrinárias"(A Soberania Banida.p.244)
Ele ainda diz:
"Na Holanda... um espírito liberal estava se mostrando numa inquietude geral sob a opressão dos documentos simbólicos, que obtiveram benevolência especial os arminianos"(Ibidem, p.97)
E mais outra vez, ainda diz:
"Ele [Spurgeon] viu claramente que o liberalismo teológico foi captalizado pelo pedido arminiano de uma tolerância doutrinária mais ampla entre os evangélicos, o que ocasionou um cativeiro babilônico ao Iluminismo. O ideal deles era um Cristianismo sem formulações de credo de sustentação de qualquer tipo"(Ibidem,p.97)
Outra forma de latitudinarismo é o continuísmo. Ao ensinar que Deus ainda está falando autoritativa e canonicamente, o continuísta não pode endossar um símbolo de fé[catecismo, confissão ou artigos de fé], por crer que a revelação não foi dada de forma completa, mas é progressiva e ainda continua sendo dada através de línguas, profecias, sonhos, visões e visitas angelicais, etc.
Então, qualquer um que quiser trazer uma idéia de revisão ou de releitura e reinterpretação dos documentos confessionionais holandeses, é um latitudinarista ou latitudinariano. É nesse sentido, que lembramos que nessas últimas semanas, um vídeo do "Pr" Nickolas Borges [genro de Marcos Granconato], nos chamou atenção para este tema, onde o mesmo diz:
"Independente da versão calvinista; independente da visão arminiana; porque também existes subtipos dentro do arminianismo. Eh, de fato, o arminianismo está dentro das linhas da ortodoxia, bem como o calvinismo também está dentro das linhas da ortodoxia. E é importante dizer isso, porque, tem se levantando um movimento, Eh, já não é de hoje, mas ele tem se fortalecido, especialmente na internet, de colocar o arminianismo como uma heresia como base no Sínodo de Dort, que foi justamente a reunião que aconteceu para avaliar as posições teológicas dos remonstrantes, que eram arminianos.E ali você tem então os cinco pontos do arminianismo elencados, que foram rejeitados pelo Sínodo de Dort e produziram então um documento que é chamado Cânones de Dort, que colocam o arminianismo como algo reprovado, inclusive implicou em expulsão dos ministros; teve uma série de medidas políticas, sociais, tudo mais. E por causa disso, muitas pessoas falam: 'Ah, o arminianismo é uma heresia, como era o pelagianismo; como é o semipelagianismo'. E isso não tem que ser, não pode ser encarado de uma maneira tão simplista, por vários motivos: Eh, em primeiro lugar, eh, o Sínodo de Dort, os Cânones de Dort, ainda que tenham, eh, ainda que o conteúdo ali, eu concorde com a parte soteriológica em sua maioria, eu não concordo com tudo. Os Canônes de Dort não são infalíveis. Tem coisa ali que pra mim é pior do que, pior do que a pior versão do arminianismo. Ah, como por exemplo, a questão da salvação por tabela, dos filhos dos crentes fazendo parte da aliança, porque os pais fazem parte disso. Isso pra mim, é terrível ali, nos Cânones de Dort. Eu acho que é pior do que a pior versão do arminianismo. Então, nós não sacralizamos este documento. Nós não canonizamos este documento. E muitos infelizmente tem colocado isso acima de tudo. Então, é, são o que eu chamo neo-dortianos, porque eles colocam Dort como se fosse inerrante e infalível, e não é. E também existe um movimento hipercalvinista, que eh, faz parte desse grupo, outro nome pra esse grupo, eh, que defende que se a pessoa é arminiana convicta, ela nem crente é.Isso eu acho de um absurdo sem tamanho. Ah, claro que existem arminianos, que, pessoas que defendem o arminianismo logicamente, mas que não entenderam o Evangelho, então, não são crentes; do mesmo modo como tem muitos calvinistas, que entenderam o calvinismo, mas não tem o Evangelho, e também, não são crentes. Então, não é se você é arminiano ou calvinista, que define se você é crente ou incrédulo, porque a gente tá falando de uma discussão dentro das linhas da ortodoxia. É importante destacar isso. Nós estamos aqui dentro da ortodoxia, como o Pr. Gabriel falou, pelagianismo e semipelaganismo do lado. É claro que dentro das igrejas existe muita confusão, muitas vezes. As pessoas falam: 'Eu sou arminiano', mas na verdade a pessoa é semipelagiana, muitas vezes. Quando ela fala: 'Eu sou calvinista', mas na verdade ela é hipercalvinista, muitas vezes. E, a gente tem que ter discernimento pra falar: 'Não, pera aí, isso aqui tá errado. Isso daqui não é arminianismo; isso aqui não é calvinismo. Calvinismo não é fatalismo, como muitas pessoas gostam de creditar. Arminianismo não é pelagianismo, como muitas pessoas defendem. Então, a gente tem que colocar tudo isso dentro desse campo da ortodoxia".
As bobagens que esse menino diz beiram ao cúmulo do desconhecimento bíblico e histórico-reformado. Examinemos algumas de suas frases dos pontos de vista bíblico e histórico-reformado:
(1)"Eh, de fato, o arminianismo está dentro das linhas da ortodoxia, bem como o calvinismo também está dentro das linhas da ortodoxia".
Resposta: (a)Como é? Quando lemos as Escrituras, passamos a entender que se há uma coisa que não agrada a Satanás e aos homens caídos é a ideia de que "do Senhor vem a salvação"(Jn 2:9). Quando nossos primeiros pais pecaram no Éden, tentaram, por suas obras, buscar um meio de esconder a sua vergonha diante do Senhor(Gn 3:6-7), sendo reprovados por Ele, não só diante da promessa da salvação através de Cristo(Gn 3:15), mas pelo ato de terem sido cobertos por peles, pelo Senhor(Gn 3:21), mostrando que Deus havia derramado sangue de um animal no Éden, apontando para a morte de Cristo como o único meio de salvação. Da mesma forma, quando o homem achou que podia chegar aos céus por suas próprias obras, pela força de seu braço mortal, criando a Torre de Babel, o Senhor o confundiu(Gn 11:6-9). No NT, quando os apóstolos vêm com uma visão equivocada de possibilidade de salvação pelas obras('Quem poderá, pois, salvar-se?' - Mt 19:25), são repreendidos pelo Senhor Jesus Cristo, que lhes diz: "Aos homens é isso impossível"(Mt 19:26). Da mesma forma, quando membros apóstatas da igreja ventilaram a ideia da salvação pelas obras, por meio da observância da circuncisão(At 15:1), Paulo vai chamá-los de "falsos irmãos"(Gl 2:4), e vai equipará-los e cães e maus obreiros: "Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da ciruncisão"(Fl 3:2). Paulo, mais adiante, ainda falando daqueles que defendiam a salvação pelas obras, diz: "Ao homem hereje, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado”(Tt 3:10-11 ACF). Na mesma carta, Paulo confirmar o perfil desses hereges, destes falsos mestres, que são descritos por ele como “principalmente os da circuncisão”(Tt 1:10)
Veja, que para Paulo, qualquer um que ventilar qualquer ideia de salvação pelas obras, é um "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado". E ele estende essa visão também aos que discordam do ensino que ele repassava aos crentes romanos, dizendo que todos aqueles que discordavam desse ensino, devem ser evitados: "desviai-vos deles"(Rm 16:17), porque "os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo"(Rm 16:18). E que tipo de ensino soteriológico Paulo ensinava? A TULIP crida, defendida e ensinada pelos reformados(Rm 3:9-18; Rm 8:29-30,33-34). Portanto, todos aqueles que sustentam um sistema de salvação pelas obras e que negam a TULIP de Paulo, estão incluídos no rol de "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado".
Não podemos negar que o sistema religioso do arminianismo está inserido nesse grupo dos apregoadores de um sistema de salvação pelas obras, e temos provas documentais disso. Primeiro, o próprio Armínio, não conseguiu manter sua dissimulação por muito tempo, mostrando-se um verdadeiro defensor da salvação pelas obras. Ele mesmo, em sua "Declaração de Sentimentos I"[Sobre a Predestinação], disse:
"Deus, portanto, não atribui a vida eterna a qualquer ser humano a partir de seu próprio decreto absoluto, sem considerar a fé e a obediência”(As Obras de Armínio, Volume 1, p.208)
Segundo, seus próprios seguidores, os Remonstrantes, seguiram fielmente seu 'mestre', defendendo o mesmo sistema de salvação pelas obras:
"O primeiro decreto é o decreto da predestinação para a salvação, ou eleição para a glória, pelo qual se estabelece a verdadeira necessidade e, simultaneamente, a utilidade da nossa fé e obediência para alcançarmos a salvação e a glória"(Confissão de Fé Arminana [1621], IX:3)
Severino Pedro da Silva, falecido líder arminiano, não deixa de reconhecer e ensinar que os arminianos crêem em salvação pelas obras, quando diz:
“E assim, de acordo com os arminianos, a salvação não depende somente de Deus, mas também da fé, da obediência e da perseverança do homem”(A Doutrina da Predestinação, [CPAD], p.27).
E o Rev. José Gonçalves Salvador, ministro metodista[arminano] também não deixa de reconhecer que o armnianismo ensina salvação pelas obras, quando diz:
"A salvação é obra divino-humana”(Arminianismo e Metodismo, p.106).
Sob esse ponto de vista arminiano de salvação não somente pela fé, mas também pelas obras['obediência'] repousa o mormonismo, como ensina o "profeta" mórmon Joseph F. Smith:
"A salvação é obtida pela fé somada a obediência"(Doutrinas da Salvação,Volume 2, p.138)
(b)Do ponto de vista histórico, a situação permanece a mesma, pois o ponto de vista dos primitivos reformadores, batistas, puritanos é o mesmo: - Arminianismo não é ortodoxo, como o Calvinismo, mas é heresia. Ouçamos o testemunho histórico da Igreja:
(i)Os Pais da Igreja
- Agostinho diz que a doutrina da eleição condicional é ensino dos "pelagianos"(A Predestinação dos Santos, 18:36)
- O Venerável Beda(672-735), teólogo do 8º século, em sua obra “Uma Exposição sobre as Epístolas Católicas”, declara que o dogma do livre arbítrio em esferas espirituais é doutrina de "Pelágio".
(ii)Pré-reformadores
- John Wycliff(1324-1384), a estrela da alva da Reforma, em sua obra “Da Causa de Deus Contra Pelágio"”, declara:
“Estas multidões, Oh Senhor, neste dia juntam suas mãos com Pelágio em defesa do livre arbítrio e na luta contra tua livre e absoluta graça. A vontade de Deus é universal, eficaz e invencível. Ela não pode ser impedida, muito menos derrotada”.
- Jerônimo Savonarola(1452-1598), negando a eleição condicional e sinergismo, chama os defensores do livre arbítrio em esferas espitituais de "hereges", dizendo:
"Os Pelagianos declararam-na a depender de nossas boas ações nesta vida; pois, de acordo com esses hereges, o princípio de fazer o bem está em nós mesmos, sua consumação e perfeição vem de Deus"('Sermão IV').
(iii)Reformadores
- Martinho Lutero[1483-1546], o pai da Reforma Protestante, chega a dizer que os que ensinam o livre arbítrio são "sofistas ímpios"('Da Vontade Cativa'[1525 d.C], 'Martinho Lutero, Obras Selecionadas', Volume 4, p.205)
- John Knox[1514-1572], aludindo as crenças dos arminianos do século XVI [osanabatistas], diz que a crença do livre arbítrio deles era "uma instigação de Satanás"(Sobre a Predestinação, p.74). Ele ainda diz mais. Falando sobre todos aqueles que negam a doutrina bíblica da predestinação, os chama de "blasfemadores", "encarnações do diabo", "diabos" e "filhos do diabo"(Ibidem, pp.407-409)
(iv)Símbolos de Fé Reformados
- A Confissão de Fé da Congregação de Glastonbury[1551] diz que todos os que ensinam "livre arbítrio" pertencem "as assembléias falsamente chamadas de igrejas, que seguem doutrina ou religião diferente...e quaisquer outras heresias semelhantes que existam"(Reformed Confessions of The 16º and 17º Centuries In English Translation, Volume 1, pp.660-661)
- E a "Confissão de Fé da Congregação Inglesa em Genebra"(1556), diz que todos aqueles que pregam o livre arbítrio são "hereges" e seguidores de doutrinas de demônios e homens"(IV, 'A Santa Igreja Católica, A Comunhão dos Santos')(Reformed Confessions of The 16º and 17º Centuries In English Translation, Volume 2, p.101).
(v)Os primitivos batistas
Vale a pena lembrar que os primitivos batistas tem a sua origem no calvinismo. Por estas e outras razões mencionadas, é que o historiador batista Justo Anderson, trazendo evidências documentais, afirma que os pais das primitivas igrejas batistas, são os calvinistas:
"Primeiro, porque os 'particulares' foram os pais históricos dos batistas modernos"(História dos Batistas, Volume 2, p.77)
"Os batistas desejam ser mais coerentes que os mesmos protestantes na prática de seus princípios. Se consideram a ponta de lança da Reforma. Encontram sua orígem denominacional no puritanismo inglês que era, na realidade, outra forma de calvinismo"(História dos Batistas, Volume I, p.152).
Roger Williams(1603-1684), foi o primeiro e o mais importante vulto entre todos os batistas da América do Norte. O historiador batista P. E. Burroughs afirma que Williams “em 1639 estabeleceu em Providence (EUA) uma organização que tem sido considerada a primeira igreja batista do Novo Continente”(O Povo Batista, p.97). Pois bem, o pai dos batistas norte-americanos, fazendo alusão ao dogma do livre arbítrio, em sua obra "A Perseguição do Tenente Sanguinário"(XCIV), condena o dogma do livre arbítrio como "a doutrina arminiana e papista do livre arbítrio"(Robert Selph, Os Batistas e a Doutrina da Eleição, p.24). Notem bem. O pai dos batistas norte americanos diz que a doutrina arminiana é a doutrina do papa de Roma. Se o arminianismo é doutrina do papa de Roma, então, confessionalmente, segundo os primitivos batistas, é doutrina do Anticristo, pois a Confissão de Fé Batista de 1689 diz:
"O papa de Roma não pode, em qualquer sentido, ser o cabeça da Igreja; ele é o anticristo, o homem da iniquidade e filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra Cristo e contra tudo que se chama Deus, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, como se fosse o próprio Deus. O Senhor Jesus o matará com o sopro da sua boca"(21:6)
Pessoas que seguem uma doutrina do Anticristo, podem ser considerada nossos irmãos?
Charles H. Spurgeon[1834-1892], o grande líder batista, tinha um conceito do arminianismo, como a de um sistema herético de salvação pelas obras:
"A tendência do Arminianismo é para o legalismo; não é nada senão o legalismo que jaz na raiz do Arminianismo. Não vês de uma vez que isto é legalismo - que isto é fazer nossa salvação dependente de nossa obra - que isto é fazer nossa vida eterna depender de algo que nós fazemos?. Além disso, a mesma doutrina da justificação, tal como é pregado por um Arminiano, não é outra senão a doutrina da salvação pelas obras"(Efeitos do Tom da Doutrina, 22.04.1860, Sermão nº 324[Sermão sobre Mt 24:24]).
Ademais, ele deixou bem claro nunca ter adorado o deus dos arminianos, quando declarou:
"Não sirvo ao deus dos arminianos de modo algum; não tenho nada com ele, e não me inclino diante do Baal que eles têm erigido; ele não é meu Deus, nem jamais o será; não o temo, não tremo em sua presença...O Deus que diz hoje e que nega o dito amanhã, que justifica hoje e que condena no dia seguinte..,não tem nenhuma relação com meu Deus, nem no mínimo grau possível. Ele pode ter uma relação com Astarote ou Baal, porém Jeová nunca foi ou pode ser seu nome”(Sermão Nº 2681['Bençãos da Aliança])
Um curioso, mas macabro detalhe. Anton Szandor Lavey, papa do satanismo, disse que "Baal" e "Astarote" são "nomes infernais"(A Bíblia Satânica, p.163)
Spurgeon diz que os arminianos tem um outro deus, na realidade, segundo ele, eles adoram demônios, ao invés do verdadeiro Deus. Pessoas que adoram um outro deus, ou demônios, podem ser consideradas regeneradas e salvas?
E em sua obra “Uma Defesa do Calvinismo”, declara:
“Frequentemente é dito que as doutrinas que cremos têm uma tendência de nos levar ao pecado...Pergunto ao homem que se atreve a dizer que o Calvinismo é uma religião licenciosa: o que pensa do caráter de Agostinho, ou de Calvino, ou de Whitefield, os quais nas idades sucessivas foram os grandes expoentes dos sistemas da graça?; ou o que dirá dos Puritanos, cujas obras estão cheias delas? Se um homem tivesse sido um Arminiano naqueles dias, teria sido considerado como o mais vil dos hereges, mas agora nós somos vistos como os hereges, e eles como ortodoxos. Nós temos voltado à velha escola; nós podemos traçar nossa descendência desde os apóstolos”.
E é nesse mesmo sentido, que Spurgeon, em seu sermão "Verdades Chamadas Calvinistas", considera o arminianismo um sistema de salvaçao pelas obras:
"Se alguém me perguntasse o que eu quero dizer com ser um calvinista, eu lhe responderia: 'É alguém que diz que a salvação é do Senhor'. Eu não consigo achar nas Escrituras outra doutrina além desta. É a essência da Bíblia. 'Somente Ele é a minha rocha e a minha salvação'. Mostre-me alguma coisa contrária a essa verdade e ela será uma heresia; mostre-me uma heresia e eu encontrarei a essência dela no fato de ter abandonado esta grande e fundamental verdade: 'Deus é a minha rocha e a minha salvação'. Qual é a heresia da igreja de Roma senão o fato dela ter acrescentado alguma coisa aos méritos perfeitos de Jesus Cristo - o acréscimo das obras da carne para ajudar em nossa justificação? E o que é a heresia do arminianismo senão o acréscimo de algo à obra do Redentor? Toda heresia, quando examinada em profundidade, revelará seu ponto fraco nesse aspecto. Eu pessoalmente acredito que não seja possível pregar a Cristo e Ele crucificado, a menos que estejamos pregando o que hoje é conhecido como calvinismo. O calvinismo é apenas um apelido; o calvinismo é o evangelho e nada mais".
Thomas Armitage(1819-1896), historiador batista, diz:
"Depois disso, os batistas galeses, que eram principalmente firmes, hiper-calvinistas sustentando os cinco pontos dos particulares, tiveram uma calorosa controvérsia entre si sobre o arminianismo. A 'heresia arminiana', como era chamada, estava entrando, no entanto, e pelo menos três ministros foram afetados por isso"(História dos Batistas, p.536)
(vi)Vários teólogos antigos de modernos, defendem que arminianismo é heresia, como se segue:
- Peter Y. De Jong[1915-2005], teólogo reformado, em seu livro "Crise nas Igrejas Reformadas; Ensaios em Comemoração ao Grande Sínodo de Dort[1618-1619]", diz que arminianismo "é heresia"(p.30)
- François Turrentini[1623-1687], teólogo reformado, diz que os arminianos são "descendentes dos pelagianos e semipelagianos"(Compêndio de Teologia Apologética, Volume 2, p.650)
- Cornélius Van Til[1895-1987], ministro presbiteriano, em sua obra "A Soberania da Graça; Uma Avaliação da Visão de G. C Berkouwer Sobre Dordt", diz que arminianismo é "a velha heresia da autonomia humana"(p.10)
- Os eruditos reformados Joel R. Beeke, Martin I. Klauber; Herman J. Selderhuis, Christopher B. Brown; Günter Frank; Bruce Gordon; Barbara Mahlmann-Bauer; Tarald Rasmussen; Violet Soen; Zsombor Tóth; David W. Hall; W. Robert Godfrey; , Greg A. Salazar; R. Scott Clark; Michael Horton; Donald Sinnema; David B. McWilliams; Charles K. Telfer; Dolf te Velde; Joel E. Kim; Matthew Scott Harding, em seu livro "O Sínodo de Dort - Perspectivas Históricas, Teológicas e Experienciais", dizem que o arminianismo é "o renascimento da antiga heresia pelagiana"(p.78)
- William Twisse[1578-1646], Presidente da Assembléia de Westminster, em seu livro "A Doutrina do Sínodo de Dort e Arles", diz que o ensino do arminianismo é "puro pelagianismo, condenado como heresia na Igreja ao logo da história"(p.43)
- Jonathan Warne, teólogo anglicano, em seu livro "A Queda do Arminianismo: ou Arminio [que falsamente se autodenomina filho da Igreja da Inglaterra], Julgado e lançado, ... diante do honorável senhor chefe da justiça e verdade"(1742), diz que "Pelágio, Armínio e seus seguidores são os inimigos professos da graça e do Evangelho de Cristo, como sectários ateus, sim, hereges pestilentos e blasfemos"(pp.19-20)
- Augusto Toplady(1749-1778), um dos mais ferrenhos advogados do calvinismo, na igreja inglesa, em seu artigo "O deus do arminianismo", afirma que o arminianismo é uma religião diferente da religião cristã:
"Uma grande controvérsia entre a religião do Arminianismo, e a religião de Cristo é: a quem será conferido o louvor e glória na salvação de um pecador?".
(2)"Eh, já não é de hoje, mas ele tem se fortalecido, especialmente na internet, de colocar o arminianismo como uma heresia como base no Sínodo de Dort".
O Sinodo de Dort condenou o arminianismo como heresia, não citando pais da Igreja, Reformadores ou outros concílios, mas usando as Escrituras Sagradas. Portanto, isso já basta, para refutar esse argumento pueril, senil e canhestro. E mais, mesmo antes de Dort, Agostinho[354-430](A Predestinação dos Santos, 18:36); O Venerável Beda(672-735)(Super Epistolas Catholicas Expositio), John Wycliff(1324-1384)(De Causa Dei Adversus Pelagium); Jerônimo Savonarola(1452-1598)(Sermão IV); Martinho Lutero[1483-1546](Da Vontade Cativa); a a Confissão de Fé da Congregação de Glastonbury[1551](4ª Parte, 'Concernente a Igreja'); a "Confissão de Fé da Congregação Inglesa em Genebra"(1556)(IV, 'A Santa Igreja Católica, A Comunhão dos Santos'); William Prinne[1600-1669](A Antiga Oposição da Igreja da Inglaterra ao Novo Arminianismo); Robert Baille[1602-1662], um dos puritanos que participou da Confissão de Fé de Westiminster(O Antídoto Contra o Arminianismo); Chirsthopher Nees(1621-1705)(Um Antídoto Contra o Arminianismo); Jonathan Edwards[1703-1758](The Jonathan Edwards Encyclopedia); todos já haviam atestado, durante séculos, que o ensino do arminianismo era uma heresia e seus mestres hereges. Isso não foi uma inovação criada por Dort. Isso não foi novidade. Não há nada novo debaixo do céu. O Sínodo de Dort só confirmou a Igreja durante séculos ensinou - arminianismo é heresia e seus mestres hereges.
(3)"Eh, em primeiro lugar, eh, o Sínodo de Dort, os Cânones de Dort, ainda que tenham, eh, ainda que o conteúdo ali, eu concorde com a parte soteriológica em sua maioria, eu não concordo com tudo. Os Canônes de Dort não são infalíveis"
Resposta: Os livros e pregações do Marcos Granconato também não são infalíveis. Quando o Granconato, seguindo o Texto Crítico, disse que Mc 16:9-20 não são canônicos[contrariando os próprios defensores do Texto Crítico, que disseram o texto é apoiado em 99% dos manuscritos gregos], mas acréscimos à Palavra de Deus, ele foi infalível? Quando ele, comentando Mc 13:32, disse que nem Deus Filho nem Deus Espírito Santo [contrariando as Escrituras - Jo 16:30; 21:17; Cl 2:2-3; 1 Co 2:10] sabem o dia da vinda de Jesus Cristo, ele foi infalível? Nesse caso, por que você [Nikolas] os aceita como coerentes com as Escrituras? Quando ele[MG] no debate com o Pr. Jamierson de Oliveira, no programa 'Vejam Só'('O Arrependimento é Reação Humana à Graça Divina?', de 14/10/2016), disse que "o deus arminiano é um mordomo meio efeminado"(Minuto 39), sua declaração é infalível, verdadeira ou falsa? Se a Bíblia diz que efeminados não podem ser salvos(1 Co 6:9-10), adoradores de uma divindade efeminada, podem ser consideradas regeneradas e salvas? E mais... Tuas pregações também não são infalíveis, Nikolas. Então, por qual razão as pessoas poderiam e deveriam acreditar nelas?
(4)"Os Canônes de Dort não são infalíveis. Tem coisa ali que pra mim é pior do que, pior do que a pior versão do arminianismo. Ah, como por exemplo, a questão da salvação por tabela, dos filhos dos crentes fazendo parte da aliança, porque os pais fazem parte disso. Isso pra mim, é terrível ali, nos Cânones de Dort. Eu acho que é pior do que a pior versão do arminianismo".
Resposta: (a)Os Cânones de Dort não ensinam que crianças, filhas de pais crentes, são ou serão salvas, simplesmente por terem nascido de pais crentes. Muito pelo contrário. Os Cânones de Dort ensinam que no tocante a sua salvação, quando morrem em tenra idade, na infância, essa sua salvação está atrelada a sua eleição:
"Devemos julgar a respeito da vontade de Deus com base na sua Palavra. Ela testifica que os filhos de crentes são santos, não por natureza mas em virtude da aliança da graça, na qual estão incluídos com seus pais. Por isso os pais que temem a Deus não devem ter dúvida da eleição e salvação de seus filhos, que Deus chama desta vida ainda na infância"(I:17)
(b)Alias, a própria Confissão de Fé Batista de 1677[posteriormente publicada em 1689] defende o mesmo pensamento, quando diz:
"As crianças que morrem na infância, se eleitas, são regeneradas e salvas por Cristo, através do Espírito, que obra quando, onde e como lhe agrada. Do mesmo modo são salvas todas as outras pessoas incapazes de serem chamadas exteriormente, pelo ministério da Palavra"(X:3)(Reformed Confessions of the 16º and 17º Centuries in English Centuries, Volume 4, p.546).
O Dr. Samuel Waldron, teólogo batista norte americano, em sua obra "Uma Exposição Moderna da Confissão de Fé Batista de 1689", comentando sobre essa parte da CFB, diz:
"Ela [a CFB] assume que pelo menos algumas crianças que morrem na infância são eleitas. E isso é tudo o que póde ser devidamente deduzido a partir dessa frase ambígua"(p.203)
Detalhe. A CFB de 1689 segue aqui o texto original da CFW, que cita Gn 17:17; Lc 18:15-16 e At 2:39, que justamente incluem os pais e seus filhos como membros da família da aliança feita com Deus e os patriarcas. Portanto, o argumento do 'menino' pastor é demagógico.
Charles H. Spurgeon[1834-1894], líder batista calvinista, conhecido como "o príncipe dos pregadores", em seu "Prefácio" de 1855 da Confissão de Fé Batista de 1677(posteriormente publicada em 1689 como "Confissão de Fé Batista de 1689"), diz:
"Este pequeno volume não é emitido como uma regra autoritativa, ou código de fé, pelo qual você deve ser acorrentado, Mas como uma assistência a você em controvérsias, uma confirmação na fé e um meio de edificação na retidão. Aqui, os membros mais jovens de nossa de nossa Igreja terão um corpo de teologia em pequena escala, e por meio de provas bíblicas, estarão prontos para dar uma razão para a esperança que está neles. Não se envergonhe de sua fé; lembre-se de que é o antigo evangelho dos mártires, confessores, reformadores e santos. Acima de tudo, é a verdade de Deus, contra a qual todas as portas do Inferno não podem prevalecer. que suas vidas adornem sua fé, que seu exemplo adorne seu credo. Acima de tudo, viva em Cristo Jesus e ande nele, não dando crédito a nenhum ensinamento, exceto aquele que é manifestamente aprovado por Ele e possuído pelo Espírito Santo. Apegue-se firmemente à Palavra de Deus, que está aqui mapeada para você"(The Baptist Confession, Spurgeon Edition, 'Trinta e Dois Artigos de Fé e Práticas Cristãs; ou, Confissão de Fé Batista , Com Provas das Escrituras, Adotada pelos Ministros e Mensageiros da Assembleia Geral que se reuniu em Londres, Em 1689, Com Um Prefácio do Rev. Charles H. Spurgeon’, Londres: Alabaster e Passmore, Wilson Street, Finsbury Saquare; E James Paul, Chapter-House Court, Paternoster Row, 1855)
(5)"E ali você tem então os cinco pontos do arminianismo elencados, que foram rejeitados pelo Sínodo de Dort e produziram então um documento que é chamado Cânones de Dort, que colocam o arminianismo como algo reprovado, inclusive implicou em expulsão dos ministros; teve uma série de medidas políticas, sociais, tudo mais"
Resposta:(a)Dort não condenou o arminianismo meramente como algo reprovado, mas como uma heresia. Vejam suas definições. Elas são claras:
"Isto é Pelagianismo por completo, e contrário a toda a Escritura"(Cânones de Dort, Capítulos III-IV; Rejeição de Heresias, Refutação)
"heresia orgulhosa de Pelágio"(III-IV, 8 10)
"Eles evocam do inferno a heresia pelagiana”(Cânones de Dort, Capítulo II, Rejeição de Erros; 3º Erro, Refutação).
"Procuram induzir na mente do povo o perigoso veneno das heresias pelagianas”(Cânones de Dort, Capítulo 2; Rejeição de Heresias, 6ª Heresia, Refutação)
"A Igreja Antiga há muito já condenou esta doutrina dos pelagianos, de acordo com a palavra do apóstolo"(III-IV; Rejeição de Heresias, 9ª Heresia, Refutação)
"Esta ideia é abertamente pelagiana"(Capítulo V; Rejeição de Heresias, Heresia 2)
"Deus revelou abundantemente em sua Palavra esta doutrina da perseverança dos verdadeiros crentes e santos... Satanás a odeia, o mundo zomba dela, os ignorantes e hipócritas abusam dela, e os heréticos a ela se opõem. A Noiva de Cristo, entretanto, sempre tem-na amado e defendido constantemente como um tesouro de inestimável valor"(V:15)
"Isto tem o sabor do ensino de Pelágio e está em conflito com o ensino do apóstolo Paulo em Efésios 2:3-9"(I; Rejeição de Heresias, Refutação)
"Eles introduzem, junto com o ímpio Socino, uma nova e estranha justificação do homem diante de Deus, contrária ao consenso da Igreja inteira"(II; Rejeição de Heresias, Refutação)
Agora, ficam as perguntas no ar, sem nenhuma resposta:
- Pelagianismo deixou de ser condenado como heresia?
- Heresia deixou de ser heresia?
- Doutrina evocada do inferno, isto é, doutrinas de demônios, deixaram de ser doutrinas de demônios?
- O consenso da Igreja inteira deixou de ser consenso, de uma hora pra outra, agora no século XXI[2025]?
- Negadores da doutrina da perserverança dos santos deixaram de ser hereges, de uma hora pra outra, agora no século XXI[2025]?
(b)Todos os estudiosos do assunto da condenação de Dort ao arminianismo remonstrante, sejam eles reformados, arminianos ou católicos romanos, entendem que em 1618-1619, Dort condenou o arminianismo como "heresia" e os arminianos como "hereges", como se segue:
- William Twisse[1578-1646], Presidente da Assembléia de Westminster, disse:
"Mas tentemos discernir o significado deste Autor em relação à disposição de Deus em conceder fé àqueles que nunca a têm. Talvez seu significado seja que Deus está disposto a operar fé em uma pessoa sob condição; agora, o que poderia ser essa condição senão alguma obra do homem? E o que se segue disso senão que Deus concede fé com base nas obras das pessoas, o que é puro pelagianismo, condenado como heresia na Igreja ao longo da história?"(A Doutrina do Sínodo de Dort e Arles, 1650, pp.42-43)
"Na minha opinião, a facção arminiana tem muito mais probabibilidae de concordar com os maniqueus a esse respeito do que nós"(Ibidem, p.71)
"Parece que ele não tinha conhecimento de alguém tão louco a ponto de afirmar isso, mas desde seu tempo, uma seita de jesuítas surgiu, junto com os arminianos, mais do que suficientes, que são realmente loucos, mas promovem com confiança esta doutrina deles como se fossem as únicas pessoas sãs do mundo"(Ibidem, p.40)
"Por fim, a intenção deles é esta: Deus cooperará conosco na obra da fé, desde que cooperemos com Ele? Algum dos nossos teólogos nega a cooperação de Deus em toda boa obra? Embora sustentemos que essa cooperação é puramente impossível. Pois similarmente, é igualmente verdade que o homem cooperará na obra da fé se Deus cooperar com ele, e isso é sustentado pelos jesuítas e arminianos, e a presciência de Deus disso é seu conhecimento médio"(Ibidem, p.46)
"Agora, alguma pessoa sábia e sóbria achará isso algo estranho no curso da providência de Deus? Mas tais são os argumentos desta seita arminiana, muito parecidos com o fruto de Sodoma, belos de se ver do lado de fora, mas se você os esmaga, eles se transformam em cinzas e fuligem espalhada, como Solinus escreveu. No entanto, este Autor está tão apaixonado por sua própria invenção, como Ixion com sua nuvem, que ele acrescenta ainda que se fosse possível [e por que não possível para um Infiel se tornar um Maniqueu, e um arminiano se tornar um ateu, se ele já não é um?"(Ibidem, p.70)
- J. Matthew Pinson, teólogo arminiano, em seu livro "Quarenta Perguntas Sobre Arminianismo", diz:
"Em janeiro de 1619, o Sínodo demitiu os remonstrantes e denunciou-os como hereges"(p.22)
- Peter Y. De Jong[1915-2005], teólogo reformado, em seu livro "Crise nas Igrejas Reformadas; Ensaios em Comemoração ao Grande Sínodo de Dort[1618-1619]", disse:
"Nos Cânones de Dort, o Sínodo buscou manter e defender a doutrina bíblica da graça livre e soberana de Deus na salvação do homem. Os ensinamentos arminianos foram vistos como um renascimento da heresia do semipelagianismo e sua presença nas igrejas reformadas foi julgada intolerável. As doutrinas arminianas foram consideradas conflitantes com o ensino bíblico e ameaçavam o caráter confessional das igrejas reformadas cuja fé era expressa na Confissão Belga e no Catecismo de Heidelberg"(p.52)
Ele ainda diz:
"A respeito deles [os Remonstrantes], o julgamento de Bavinck soa verdadeiro. Gradualmente, eles colocaram a decisão nas mãos do homem, como aparece nos escritos arminianos posteriores, na carta de Episcopus aos reformados no exterior, na segunda Remonstrância do ano de 1617, na Confissão e Apologia da Confissão de Episcopius, nas obras dogmáticas de Uytenbogaert, Episcopus e Limborch. O arminianismo preparou o caminho para o racionalismo. Em terceiro lugar, a heresia arminiana provou estar longe de ser uma opinião de pouca relevância. Ela afetou e infectou todo o sistema de doutrina reformada. Isso ajuda a explicar por que Gomaro, como o campeão do calvinismo de Leiden, atacou a visão de Arminio no Alto Conselho"(Ibidem, p.30)
"Em suma, ao manter a ideia da autonomia humana, os remonstrantes, seguindo o exemplo dos católicos romanos, estavam na verdade se comprometendo com uma síntese monstruosa no qual Deus num sistema de pensamento e outro sistema no qual o homem é o ponto de referência final na pregação. As igrejas reformadas já haviam rejeitado uma síntese tão monstruosa em suas primeiras confissões. Agora, no dia de Dort, elas se recusaram a retornar às panelas de carne do Egito"(Ibdem, p.187)
- Robert A. Peterson e Michael D. Williams, teólogos reformados, em seu livro "Porque Eu Não Sou Um Arminiano", dizem:
"Treze líderes arminianos foram convocados para comparecer para que o Sínodo [de Dort] pudesse examinar e julgar seus pontos de vista. Os sínodos regionais elegeram dois representantes arminianos para participar do sínodo nacional, mas os dois homens logo se juntariam aos outros treze réus arminianos. A Remonstrância e outros escritos arminianos foram citados como evidência de que os ensinamentos afirmados pelos réus estavam em desvio dos padrões confessionais da Igreja. Após cerca de quatro meses de deliberação, os quinze foram considerados culpados de heresia. Os réus, juntamente com cerca de duzentos outros pastores arminianos, foram depostos dos seus cargos e excomungados"(p.123).
- Alexander A. Hodge[1772-1851], teólogo presbiteriano, deixa bem claro sua posição sobre o conceito soteriológico arminiano, como um sistema de salvação pelas obras, inconsistente com o Evangelho, dizendo:
"O ponto de vista arminiano consiste em que Adão, havendo perdido a promessa e incorrido na penalidade do pacto que demandava obediência perfeita, havendo a morte de Cristo tornado o pacto consistente com as reivindicações de justiça absoluta, Deus, por amor a Cristo, introduz um novo pacto, intitulado pacto da graça, oferecendo a todos os homens individualmente, a vida eterna perdida em Adão na queda e sob a condição graciosamente possível de fé e obediência evangélicas. Segundo este ponto de vista, o novo pacto é tanto um pacto de obras quanto aquele antigo o foi. A única diferença é que as obras exigidas são muito mais difíceis, e para realizá-los somos auxiliados em nossos esforços. Também, segundo este ponto de vista a fé a obediência evangélicas asseguram vida eterna no novo pacto. Este ponto de vista é obviamente inconsistente com a natureza do Evangelho"(Confissão de Fé de Westminster Comentada, p.174)
- Os primitivos presbiterianos escoceses não toleravam hereges que pregavam expiação ilimitada. Eles eram julgados, condenados e depostos de seus ofícios, exatamente como Dort fez com os ministros remonstrantes, como diz a "Johnson's Universal Cyclopedia"(A New Edition, Volume 2, 1894):
"John Mcleode: nascido em Ardmaddy House, perto de Kilninver, Argyleshire, Escócia, em 4 de maio de 1800; falecido em Rosneath, em 27 de fevereiro de 1872. Estudou teologia na Universidade de Glasgow de 1811 a 1820; foi licenciado para pregar em 1821; empossado na paróquia de Row em 8 de setembro de 1825; Em 1831 foi julgado por heresia pela Assembléia, condenado e deposto, tendo pregado a doutrina da expiação ilimitada"(p.36)
- O Pr. Franklin Ferreira, ministro batista, em seus tempos de firmeza doutrinária, disse:
"O semipelagianismo foi o precursor do arminianismo do século XVII, sendo formalmente condenado como heresia no Concílio de Orange, em 529"(Teologia Sistemática, p.712)
"O semipelagianismo foi uma tentativa de encontrar um meio-termo entre Pelágio e Agostinho. Foi ensinado especialmente por João Cassiano, em meados do século V. Seus adeptos não seguiram Agostinho na negação do livre arbítrio, nem aceitaram as noções da graça irresistível e da eleição de indivíduos para a salvação"(Ibidem, p.711)
Para Franklin Ferreira, não endossar a total depravação, a graça irresistível e a eleição particular, era uma prática de semipelagianos. Posteriormente, ele diz que os arminianos negam a total depravação do homem caído:
"Posteriormente, esta posição foi modificada, e os arminianos passaram a afirmar que a queda afetou seriamente o ser humano, mas não deixou o homem num estado de total incapacidade. Esta tensão parece já estar presente nas orígens do arminianismo, pois, como vimos no primeiro ponto da Remonstrância, Parece que as obras da fé e arrependimento precedem a obra da regeneração realizada por Deus"(Ibidem, pp.717-718)
Depois, Franklin Ferreira, admite, que se os arminianos tivessem vencido em Dort, a doutrina cristã da salvação teria sido destruída:
"Em conclusão, devemos dizer que os ministros e teólogos reunidos em Dort não estavam preocupados com questões especulativas, que aparentemente não estavam relacionadas com a vida diária. Para aqueles homens, estão não era uma controvérsia acadêmica. Aqueles que estavam reunidos no Sínodo de Dort perceberam que o que estava em jogo era a questão central da salvação pela livre graça, pois se os arminianos tivessem prevalecido e suas doutrinas introduzidas na Igreja, o resultado final seria destrutivo para a doutrina cristã da salvação"(Ibidem, p.722)
- Eruditos reformados, como Joel R. Beeke, Martin I. Klauber; Herman J. Selderhuis, Christopher B. Brown; Günter Frank; Bruce Gordon; Barbara Mahlmann-Bauer; Tarald Rasmussen; Violet Soen; Zsombor Tóth; David W. Hall; W. Robert Godfrey; Greg A. Salazar; R. Scott Clark; Michael Horton; Donald Sinnema; David B. McWilliams; Charles K. Telfer; Dolf te Velde; Joel E. Kim; Matthew Scott Harding, subscrevendo a crença dortiana de que o arminianismo é uma heresia, afirmando:
"Os calvinistas ingleses descreveram as posições de seus oponentes como uma ameaça tripla à Igreja Inglesa um renascimento da antiga heresia pelagiana, uma réplica do arminianismo holandês para a Igreja inglesa e uma doutrina pastoralmente perigosa(‘desesperada’) que minaria a segurança"(O Sínodo de Dort, Perspectivas Históricas, Teológicas e Experienciais, p.78)
- Cornélius Van Til[1895-1987], ministro presbiteriano, diz:
"Os Pais de Dordt estavam meramente articulando esse 'sistema de doutrina' com mais cuidado do que havia sido feito nessas Confissões em pontos específicos que foram atacados pelos Remonstrantes. A velha heresia da autonomia humana estava levantando sua cabeça novamente dentro do que não era apenas uma igreja nascida do princípio da Reforma, mas, mais particularmente, dentro de uma igreja da Reforma que buscava ser Reformada. O inimigo estava agora dentro dos portões. Usando táticas semelhantes às usadas pelo Viet Cong hoje, os Remonstrantes fingiram ser leais às Confissões Reformadas enquanto faziam tudo o que podiam para destruí-las"(A Soberania da Graça; Uma Avaliação da Visão de G. C Berkouwer Sobre Dordt, p.10)
- O Rev. Abram de Graaf, ministro reformado holandês, diz:
"Então, por causa disso, o Concílio rejeitou o ensino dos remonstrantes, declarando-o como heresia"(Comentário Sobre os Cânones de Dordt, p.117)
- François Turrentini[1623-1687], teólogo reformado, diz:
"Esta questão jaz entre nós e os romanistas, os socinianos, os remonstrantes e outros descendentes dos pelagianos e semipelagianos que, com o intuito de não injuriar ou remover o livre arbítrio do homem na vocação, mantém que ela presta certa cooperação [synergian] e concurso com a graça de Deus. Daí, serem denominados sinergistas"(Compêndio de Teologia Apologética, Volume 2, p.650)
- Roger Olson, maioral do moderno arminianismo, diz sobre Dort:
"Quando o sínodo eclesiástico nacional aconteceu em Dort em 1618-1619, o partido dos calvinistas rígidos tinha o apoio do governo. Os remonstrantes foram excluídos de participar, com exceção dos réus; eles foram condenados como heréticos e expulsos de seus cargos; suas propriedades foram tomadas e foram exilados do país"(Arminianismo, Mitos e Realidades, pp.62-63)
- José Gonçalves Salvador, ministro metodista arminiano, diz:
"E, de fato, conquanto fosse belíssima a exposição doutrinária de Episcopus, os adeptos do arminianismo foram tachados de hereges e confirmada a Contra Representação, a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg"(Arminianismo e Metodismo, p.48)
- Frederick Calder, erudito arminiano [ministro metodista wesleiano], em sua obra "Memórias de Simon Episcopus[1835]"), diz:
"O Sínodo de Dort, pelo qual ele [Episcopus] foi condenado como um herege, privado de suas honras como estudioso, privado de seu cargo como um professor, e excluído do ministério, por defender as doutrinas de Arminio...”(‘Prefácio’).
"Que (Episcopus] foi condenado pelo Sínodo de Dort como um herege perigoso”(Ibidem, p.227).
- Robert P. Lightner[1931-2018], ministro arminiano, em seu livro "A Morte que Cristo Morreu: Um Caso Para Expiação Ilimitada", aludindo ao julgamento de Dort sobre os arminianos, reconhece:
"As opiniões dos arminianos expostas na Remonstrância de 1610 foram examinadas e rejeitadas como heréticas num sínodo nacional em Dort, reunido de 1618 a 13 de novembro de 1619. O Sínodo não apenas rejeitou a posição da Remonstrância, mas também se propôs a apresentar o verdadeiro ensino calvinista em relação aos cinco assuntos questionados. Eles conseguiram isso declarando o que hoje conhecemos como os 'cinco pontos do Calvinismo'"(p.40)
- John Owen[1616-1683], eminente líder congregacional e puritano, não poupou palavras para se referir a Armínio como um herege:
"Jacó Arminio declara a William Perkins: 'Você diz que a eleição é a regra pela qual a fé é concedida ou não; e, portanto, a eleição não diz respeito ao que possui a fé, mas sim à fé dos eleitos - com a sua permissão, eu devo negar que isso seja verdade'. Entretanto, seja o que for que o sofista herético tenha negado aqui, seja o antecedente ou a conclusão, ele acaba caindo na repreesão da Palavra de Deus: 'Creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna' e 'acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar'"[At 13:48; 2:47]"(Contra o Arminianismo e o Seu Ídolo Pelagiano, o Livre Arbítrio, pp..134-135)
Em outro lugar, Owen entende que o arminianismo é uma heresia e os arminianos hereges, quando sustentam a eleição condicional:
"Essa afirmação [sobre a eleição condicional] contém uma doutrina completamente contraditória às palavras e o sentido pretendido pelo apóstolo[Rm 9:11], uma doutrina que foi condenada em tantos concílios, suprimida por tantos éditos e decretos de imperadores e governadores e combatida como uma heresia pestilenta, desde que surgiu pela primeira vez, por muitos pais ortodoxos e por eruditos escolásticos, como algo completamente contrário à doutrina da Igreja e injurioso à graça e ao poder supremo do Deus Todo Poderoso, que eu me admiro grandemente que alguém, vivendo em tempos como estes nos quais a luz do Evangelho é abundante e o conhecimento floresce, seria tão atrevidamente ignorante ou impudente a ponto de trazer tal doutrina para o meio dos cristãos. Provar que isso é uma heresia que já foi refutada por toda a antiguidade ortodoxa e universal seria acender uma vela perante o sol; pois isso não pode deixar de ser conhecido por todos e cada um que já ouviu ou leu alguma coisa sobre a história da Igreja de Cristo após o surgimento dos tumultos pelagianos"(Ibidem, pp.127-128)
Mas, ele continua, atacando o arminianismo como heresia e os arminianos como hereges, dizendo:
"Da mesma natureza são todas aquelas passagens das Escrituras Sagradas que falam sobre Deus dando alguns a Cristo, sobre ovelhas de Cristo ouvirem a sua voz, e outros não ouvirem porque eles não saão ovelhas de Cristo; todas essas, e diversas outras razões irrefutáveis, eu intencionalmente omiti, e fiz o mesmo em relação a diversas outras afirmações falsas e heréticas dos arminianos sobre esse artigo fundamental de nossa religião"(Contra o Arminianismo e o Seu Ídolo Pelagiano, o Livre Arbítrio, p.136)
"Os arminianos devem afirmar uma dessas duas coisas, ou então devem renunciar à heresia deles"(Ibidem, p.209)
"Mas, visto que isso está baseado em todos os fundamentos da nova doutrina dos arminianos e é sustentado por eles mesmo após amadurecerem suas relações, então tais erros devem ser encarados por todos os cristãos como uma heresia a ser detestada e amaldiçoada"(Ibidem, p.224)
E com base em tudo isso, Owen conclui que não podemos manter nenhum tipo de comunhão com arminianos, devito ao fato de serem pelagianos e hereges:
"Uma igreja não pode envolver em sua comunhão Agostinho e Pelágio, Calvino e Armínio. Aqui eu apenas lhes dou uma prova para que vocês posam julgar o restante a partir dos frutos deles relativos às doutrinas da apostasia final dos eleitos, dos verdadeiros crentes, bem como sua hesitação a respeito de nossa graça presente e da glória futura, juntamente com diversas outras coisas que o valham. Aqueles a quem citei são suficientes para desqualificar seus cúmplices para a comunhão com nossa Igreja. O vínculo sagrado da paz rodeia apenas a unidade daquele Espírito que conduz a toda a verdade. Não devemos oferecer a destra da comunhão, mas sim proclamar πόλεμον ἱερὸν, 'uma guerra santa' a esses inimigos da providência de Deus, do mérito e da poderosa operação do Espírito Santo"(Contra o Arminianismo e o Seu Ídolo Pelagiano, o Livre Arbítrio, p.18)
William Twisse, lá acima, disse que o arminianismo ensina que a presciência de Deus disso é seu conhecimento médio(A Doutrina do Sínodo de Dort e Arles,p.46), e isto aludeo ao teísmo aberto. Dizer que Deus não tem conhecimento absoluto e infalível do futuro, não é mais heresia? Teismo aberto não é mais heresia?
(6)"Então, nós não sacralizamos este documento. Nós não canonizamos este documento. E muitos infelizmente tem colocado isso acima de tudo. Então, é, são o que eu chamo neo-dortianos, porque eles colocam Dort como se fosse inerrante e infalível, e não é. E também existe um movimento hipercalvinista, que eh, faz parte desse grupo, outro nome pra esse grupo, eh, que defende que se a pessoa é arminiana convicta, ela nem crente é.Isso eu acho de um absurdo sem tamanho"
Resposta: (a)Os reformados que defendem e mantém como atual a condenação de Dort [que não teve nenhuma outra decisão conciliar anulando essa decisão anterior] ao arminianismo como "heresia" e aos arminianos como "hereges", não sacralizam este documento, elevando-o ao nível de Escritura Sagrada, mas o defendem como uma exposição correta das Escrituras, concernente a soteriologia. Qual é o problema disso? Os batistas da Igreja Batista da Redenção também não defendem o Credo de Atanásio[Seculo IV], o Credo de Nicéia[325], o Credo Niceno Constantinopolitano[325], a Confissão de Fé Batista de 1644 e a Confissão de Fé Batista de 1689? Ao fazer isso, estão elevando estes documentos ao status de Escritura Sagrada? É muita demagogia.
(b)Se considerar "hipercalvinista" quem não considera arminianos como verdadeiros crentes, então o 'menino' pastor vai ter que considerar como "hiper calvinistas" Agostinho, Beda, Wycliff, Savonarola, Lutero, Knox, William Prinne,Robert Baille[1602-1662][um dos puritanos que participou da Confissão de Fé de Westminster], Joel R. Beeke, Martin I. Klauber; Herman J. Selderhuis, Christopher B. Brown; Günter Frank; Bruce Gordon; Barbara Mahlmann-Bauer; Tarald Rasmussen; Violet Soen; Zsombor Tóth; David W. Hall; W. Robert Godfrey; , Greg A. Salazar; R. Scott Clark; Michael Horton; Donald Sinnema; David B. McWilliams; Charles K. Telfer; Dolf te Velde; Joel E. Kim; Matthew Scott Harding, William H. Gray, John Hunt, Chirsthopher Nees, Jonathan Edwards, John Owen, Spúrgeon, Armitage, etc. Como um garoto ousa dizer ou insinuar que toda essa nuvem de testemunhas piedosas era hipercalvinista? Falta-lhe não só conhecimento bíblico e teológico-histórico, mas humildade.
(b)Agora, nós, afirmamos, que nenhum arminiano pode ser considerado um verdadeiro crente, simplesmente apoiados nas palavras de Paulo. Ele havia ensinado a TULIP em Rm 3:9-17; 8:29-37; 11:5-6, e depois diz que quem quer se levantasse contra qualquer doutrina que ele havia ensinado aos crentes romanos, não serviam a nosso Senhor Jesus Cristo(Rm 16:17-18), e devem ser evitados pelos verdadeiros crentes.No NT, quando os apóstolos vêm com uma visão equivocada de possibilidade de salvação pelas obras('Quem poderá, pois, salvar-se?' - Mt 19:25), são repreendidos pelo Senhor Jesus Cristo, que lhes diz: "Aos homens é isso impossível"(Mt 19:26). Da mesma forma, quando membros apóstatas da igreja ventilaram a ideia da salvação pelas obras, por meio da observância da circuncisão(At 15:1), Paulo vai chamá-los de "falsos irmãos"(Gl 2:4), e vai equipará-los e cães e maus obreiros: "Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da ciruncisão"(Fl 3:2). Paulo, mais adiante, ainda falando daqueles que defendiam a salvação pelas obras, diz: "Ao homem hereje, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado”(Tt 3:10-11 ACF). Na mesma carta, Paulo confirmar o perfil desses hereges, destes falsos mestres, que são descritos por ele como “principalmente os da circuncisão”(Tt 1:10).
Veja, que para Paulo, qualquer um que ventilar qualquer ideia de salvação pelas obras, é um "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado". E ele estende essa visão também aos que discordam do ensino que ele repassava aos crentes romanos, dizendo que todos aqueles que discordavam desse ensino, devem ser evitados: "desviai-vos deles"(Rm 16:17), porque "os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo"(Rm 16:18). E que tipo de ensino soteriológico Paulo ensinava? A TULIP crida, defendida e ensinada pelos reformados(Rm 3:9-18; Rm 8:29-30,33-34). Portanto, todos aqueles que sustentam um sistema de salvação pelas obras e que negam a TULIP de Paulo, estão incluídos no rol de "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado". Então essa é a razão pela qual não consideramos os arminianos como irmãos, como regenerados e salvos - eles ensinam de uma ou outra maneira, a salvação pelas obras, coisa notada por Spurgeon.
(7)Será que o arminianismo não é pelagianismo?
É interessante notar que Agostinho(354-430), bispo de Hipona, certa vez disse que toda a sua doutrina era contrária aos pelagianos (O Dom da Perseverança, 21:55). E o que ele pregava concernente a soteriologia?
- Agostinho ensinou a total depravação do ser humano [negou o livre arbítrio](Enquiridio, 30)
- Agostinho ensinou a eleição incondicional(A Predestinação dos Santos, XVII, XIX).
- Agostinho ensinou a expiação limitada(A Trindade, XIII; 15:19).
- Agostinho ensinou a irrestibilidade da graça salvífica(Confissões, X; 6:8)
- Agostinho ensinou a perseverança [preservação] dos santos(Tratado Sobre o Evangelho de João, LXXII).
Nesse sentido, se entende que Pelágio e seus seguidores eram contrários a TULIP ensinada por Agostinho. Mas, se não bastasse isso, temos declarações de Pelágio a favor de cada um dos cinco pontos do arminianismo, como se segue:
(a)Livre Arbítrio e resistibilidade da graça salvífica:
"A Escritura diz: 'A vida e a morte estão diante do homem; o que lhe agrada lhe será dado'[Eclo 15:17], Ou seja, para que a liberdade de escolha não lhe seja tirada. Portanto, é Deus quem dá, quem permite; exceto o espírito de insensibilidade, coisa que eles desejavam. Pois, se tivessem desejado ter o espírito de fé, teriam recebido. Pois, eles sempre desacreditaram nas palavras de Deus"(Pelágio, Com. de Rm 11:8)"(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.98)
(b)Eleição Condicional:
"Assim também, então, Ele escolheu aqueles que Ele de antemão sabia que creriam dentre os gentios, e rejeitou aqueles que Ele sabia que não creriam dentre Israel"(Pelágio, Com de Rm 9:10)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.90)
"'Predestinados'. Previamente destinados pela fé. Ou: Pré-conhecidos"(Pelágio, Com. de Ef 1:10)"(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.249)
(c)Expiação Ilimitada:
"Somente Ele foi encontrado, oferecido como sacrifício imaculado por todos os que estavam mortos em delitos e pecados"(Pelágio, Com de 2 Co 5:15)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.201)
"Mas o entregou por todos nós. Não por alguns. Como ele também não nos concedeu todas as coisas com ele? Que coisa mais preciosa ele pode ter para nos negar, que não negou seu Filho?”(Com. de Rom 8:32)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.87)
(d)Cair da Graça[Perder a salvação]:
"Vivendo mal, perderam a fé que pareciam ter [cf. Lc 19,26], mesmo agora defendendo seus próprios vícios"(Pelágio, Com de 1 Tm 1:19")(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.317)
"Você será salvo. De transgressões passadas, não futuras"(Pelágio, Com. de Rm 10:9)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.95)
Se o arminianismo ensina todas estas mesmas heresias que Pelágio ensinou, como alguém poderá desvencilhar o arminianismo do pelagianismo ou de Pelágio?
(8)Todos os reformados, que são sinceros estudiosos e pesquisadores cristãos, que militam na área da "Heresiologia", sabem que todas as seitas são arminianas em sua 'soteriologia'. É impossível não existir uma única seita falsa, anticristã e antibíblica, que não espose sequer um único ponto do arminianismo, quando o assunto é 'salvação'. Justamente por isso, de forma sábia e coerente, um dos maiores grupos cristãos que trabalham no estudo das doutrinas e da evangelização às seitas, o Centro de Pesquisas Religiosas(CPR), aludindo a 'soteriologia' das seitas falsas, diz que as doutrinas ensinadas por Agostinho e Calvino "são odiadas pelas seitas e quase esquecidas pela Igreja"(Desafio das Seitas, 2º Trimestre de 2000, p.5) e que a soteriologia arminiana e semi-pelagiana foi "adotada pela maioria das seitas pseudo-cristãs"[Desafio das Seitas, 3º Trimestre de 2000, p.8). McGregor Wright, teólogo reformado, diz:
"Dos testemunhas de jeová aos mórmons, e uma gama forte de outras seitas, havia uma declaração de guerra contra qualquer forma de calvinismo"(A Soberania Banida, p.9)
Por isso, não é de se estranhar a simpatia das seitas pelo arminianismo e sua aversão pelo calvinismo. Por exemplo, a Igreja Romana afirma:
"Nessas e outras particularidades, encontramos os arminianos se aproximando das fórmulas tridentinas"(The Catholic Encyclopedia, Volume III, 1913, p.203).
"Mas não menos graves são os erros em que cai um segundo grupo, ao tornar somente Deus responsável por tudo e abolir a livre cooperação da vontade na obtenção da felicidade eterna. Isto é feito pelos defensores do Predestinarianismo herético, encarnado na sua forma mais pura no Calvinismo e no Jansenismo"(The Catholic Encyclopedia, Volume XII, p.379)
- Os Espíritas dizem:
"Ele (Calvino) criou a chamada ‘doutrina da predestinação’ na qual tropeça a maioria dos pastores que nem conhecem os tentáculos desse sistema”(Revista Visão Espírita, Ano 2, Nº 24, Novembro de 2000, p.48).
- David L. Paulsen e Gory G. Walker, eruditos mórmons, dizem:
"Por exemplo, os Santos dos Últimos Dias rejeitam os cinco princípios da doutrina calvinista da graça enunciada no Conselho de Dort e representado pelo acrónimo TULIP (Total depravação, Eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e Perseverança dos santos)”(Mormon Studies Review, Volume 18, Nº 2, Artigo 5, The Farms Review 18/2 [2006], p.92)
- Charles Taze Russell, pai da seita dos testemunhas de jeová, diz:
"A doutrina da Graça Livre, defendida pelos arminianos, é também uma demonstração muito maior do abundante favor de Deus do que seus advogados mais fervorosos já ensinaram”(Estudos das Escrituras, Volume 1, p.96).
“O envio de missionários para os pagãos por aqueles que crêem na visão calvinista ou fatalista da eleição, que o destino eterno de cada indivíduo foi inalteravelmente fixado antes ele tinha uma existência, é ainda mais absurdo e irracional”(Ibidem, p.102)
- O 'reverendo' Moon, criador e líder da seita da Unificação, diz:
"Foi devido a ignorância que surgiu um homem como Calvino, que defendeu com obstinação sua 'teoria da predestinação', e que tal teoria tem sido acreditada por tantas pessoas durante tanto tempo"(Princípio Divino, p.153).
- David Brandt Berg, fundador dos meninos de deus, disse:
“Calvinismo! ‘Muitos são chamados, mas poucos escolhidos’ – Não é triste os predestinarianos interpretarem isso para significar que todo mundo é chamado, mas mesmo até eles virem em resposta à chamada como voluntários, Deus como um oficial militar, escolhe apenas este, aquele e aquele? Até que eles atendam a chamada, Ele escolhe apenas determinados indivíduos que são honrados para serem salvos. Que doutrina horrível!”(Chamado, Escolhido e Fiel, DO, 2234, Junho de 1985).
- Louise A. Smith, adepta da Ciência Cristã, disse:
"O médico ficou maravilhado; e o 'horrível decreto' da predestinação’ — como João Calvino corretamente denominara seu próprio artigo de fé — perdeu para sempre seu poder sobre mim”(Louise A. Smith., Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, p.22).
- Uriah Smith[1832-1903], teólogo adventista, disse:
"Quando Roma teve o poder, destruiu vastas multidões dos que considerava hereges. A igreja protestante manifestou o mesmo espírito. Basta citar Miguel Servet, queimado pelos protestantes de Genebra sob a direção de João Calvino"(Com. Sobre Ap 14)
- Erwin R. Gane, outro teólogo adventista, diz:
“Não queimara Calvino Servet por suas declarações antitrinitarianas?”(‘As Interpretações Arianas ou Antitrinitarianas Encontradas na Literatura Adventista e A Resposta de Ellen G. White’, Capitulo 16)
- Helena Blavatsky, fundadora da Teosofia, diz:
"O protestante Calvino, que fez queimar vivo a Miguel Servet"(A Doutrina Secreta, Volume V, p.51)
- Yasin T. Al-Jibouri, escritor islâmico, diz:
"Ele [Servet] foi preso por ordens da Inquisição, mas escapou e foi para a Itália, onde foi preso por ordem de João Calvino, julgado e queimado vivo na fogueira"(Mary and Jesus in Islam['Maria e Jesus no Islã'], 2011, p.92)
- Eliphas Levi, um dos maiores satanistas, disse:
"Os protestantes declamaram contra as tentativas de Roma no mesmo momento em que João Calvino, de sua autoridade particular, mandou queimar Miguel Servet"(História da Magia, p.134)
Qual é a diferença entre o arminianismo ser o mesmo 'evangelho' das seitas ou ser o mesmo falso evangelho que Pelágio, as seitas e os satanistas ensinaram?
Quando vemos indivíduos, se dizendo reformados, mas tratando aqueles que colocam o homem como autor ou có-autor e partícipe de sua salvação como "crentes", "irmãos", 'regenerados" e "salvos", entendemos serem pessoas que seguem um "outro evangelho"(Gl 1:8-9), que receberam "outro Jesus...outro espírito...ou outro evangelho"(2 Co 11:45), entendemos se tratar de apóstatas da fé cristã, que se enfadaram do puro evangelho da graça de Deus, como disse Paulo:
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências. E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas"(2 Tm 4:3-4)
Que Deus nos ajude a permanecermos fiéis a Ele e a Sua Palavra!
Jailson Serafim
(a)Tolerância com vários pontos de vista
(b)Aversão a rigidez doutrinária
(c)Aversão ao calvinismo dos puritanos
(d)Liberalismo Teológico
(e)Harmonizar Bíblia com 'Tradição'[Pais da Igreja] e a razão humana
(f)Ceticismo
Quem seria os primeiros expoentes do latitudinarismo? Arminio e os seus discípulos, após a sua morte, os Remonstrantes, que foram condenados em Dort.
(i)Arminio foi um latitudinarista.
A história oculta de Arminio, mostra que ele foi um latitudinariano [ou latituninarista]. Enquanto Arminio não tinha ainda apostado da fé reformada, enquanto estava sob a supervisão de Beza, ele foi encarregado pela Igreja Reformada Holandesa para refutar o teólogo católico romano Dirk Coornhert. A “Enciclopédia e Dicionário Internacional”(Volume II):
“Um burguês de Amsterdam, Koornhert, que reclamava a tolerância para todos os cultos, publicou um livro contra as doutrinas de Teodoro de Beza sobre a predestinação, que Armínio foi encarregado de refutar. Mas depois de um exame profundo, adotou e desenvolveu as teorias que tinha por missão combater”(p.803).
Note. Armínio passou a defender as teoria de Dirk Coornhert. Isso não envolvia meramente apenas a rejeição a visão bíblica-reformada da soteriologia, mas uma gama de conhecimento e prática reformadas. Daí, segundo autoridades arminianas, o latitudinarismo [avessão a rigidez doutrinária; em outras palavras, à confessionalidade], era uma posição de Coornhert, como admite a "The Mennonite Encyclopedia"(Volume 1), afirmando:
"Dirk Volkertsz Coornhert[1522-1590], em Gouda, era um estudioso holandês versado em muitos campos da ciência e da arte, uma figura destacada do Renascimento na Holanda, versátil e talentoso. Embora ele nunca tenha realmente abandonado a Igreja Católica, ele se opôs a ela e seguiu seu próprio caminho independente... Coornhert era um individualista típico. Nenhuma igreja pode ser a verdadeira igreja. A reforma da Igreja, o dogma e as confissões de fé são obra de homens; se alguém tem Cristo no coração, não precisa dessas coisas"(p.709)
Koornerth tinha aversão ao apego firma a uma doutrina bíblica e o endossamento de uma posição doutrinária ofical, por parte da Igreja, através de um símbolo de fé, um catecismo ou uma confissão de fé, porque uma vez estabelecida oficialmente a fé da Igreja, através de documentos que eram vistos como exposições verdadeiras do ensino das Escrituras, não tinha mais como mudar a doutrina daquela igreja. A perseverança na fé era algo que o incomodava. Por isso, sua aversão ao apego a uma doutrina e a uma exposição das Escrituras, eram patentes. Seu veneno contagiou o Armínio recém apóstata. Como Arminio não tinha como refutar biblicamente a telogia reformada, apelava para que o Estado Holandês fizesse uma revisão dos símbolos confessionais da Igreja Reformada Holandesa - A Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg(Declaração de Sentimentos, X - Sobre a Revisão da Confissão Holandesa e o Catecismo de Heidelberg)(As Obras de Armínio, volume 1. [CPAD], pp.241-250). Os remonstrantes seguiram o mesmo caminho de seu pai Armínio, conforme denuncia o historiador cristão Philip Schaff [1819-1893], afirmando:
"Este corpo data sua existência e seu nome do início do século XVII, quando vários ministros da Igreja Reformada, em um documento chamado Remonstrância, exigiram uma revisão da Confissão Belga e do Catecismo de Heidelberg"(Uma Enciclopédia Religiosa, Ou Dicionário de Teologia Bíblica, Histórica, Doutrinária e Prática, Volume 1, p.1006)
Robert Benedetto e Donald K. McKim, historiadores reformados, em sua obra "Dicionário Histórico das Igrejas Reformadas", tambem admitem:
"Preparado por Johannes Wtenbogaert e assinado por 44 seguidores de Armínio, o documento resumia os pontos em que o grupo diferia da Ortodoxia Reformada, com seu objetivo principal de preservar algum livre-arbítrio dentro da doutrina da predestinação. No entanto, essa revisão também significaria revisar o Catecismo de Heidelberg e a Confissão Belga, os principais padrões do Calvinismo holandês"(p.582)
Peter Sammons, teólogo batista calvinista, diz:
"A Remonstrância foi assinada por mais de quarenta apoiadores. Os Remonstrantes, como eram chamados, solicitaram um sínodo para revisar a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg"(Reprovação: de Agostinho ao Sínodo de Dort, p.103)
Então, qualquer tipo de grupo religioso que é avesso a uma forma de confessionalidade da Igreja, mantém traços heréticos, que o influenciam, como no caso de Armínio, influenciado pelo católico romano Dirk Volkertsz Coornhert. Aliás, isso é praxe entre todos os hereges. Por exemplo, o "apóstolo" mórmon James Talmage diz:
"No Concílio de Nicéia, convocado pelo imperador Constantino, em 325 A.D., foi adotada uma declaração formal de crença, concernente à Divindade. Mais tarde, foi publicada uma modificação, conhecida como ‘Credo de Atanásio’, e embora a autoria seja questionada, o credo tem o seu lugar no ritual de algumas Igrejas protestantes. Nenhuma evidência mais conclusiva necessita ser acrescentada para mostrar que os homens haviam cessado de conhecer a Deus, além do credo atanasiano"(Jesus, o Cristo, p.733)
McGregor Wright, teólogo reformado, definindo esta prática ímpia e malígna [latitudinarismo, isto é, aversão ao endossamento de credos, catecismos ou confissões de fé], diz:
"A mentalidadde que insiste que as opiniões teológicas não são importantes e não deveriam ser exigidas de um pastor ou mestre na Igreja estatal. Extrema confiança na tolerância universsal como uma solução para as divisões religiosas. Falta de confiança nos credos ou outras formulações doutrinárias"(A Soberania Banida.p.244)
Ele ainda diz:
"Na Holanda... um espírito liberal estava se mostrando numa inquietude geral sob a opressão dos documentos simbólicos, que obtiveram benevolência especial os arminianos"(Ibidem, p.97)
E mais outra vez, ainda diz:
"Ele [Spurgeon] viu claramente que o liberalismo teológico foi captalizado pelo pedido arminiano de uma tolerância doutrinária mais ampla entre os evangélicos, o que ocasionou um cativeiro babilônico ao Iluminismo. O ideal deles era um Cristianismo sem formulações de credo de sustentação de qualquer tipo"(Ibidem,p.97)
Outra forma de latitudinarismo é o continuísmo. Ao ensinar que Deus ainda está falando autoritativa e canonicamente, o continuísta não pode endossar um símbolo de fé[catecismo, confissão ou artigos de fé], por crer que a revelação não foi dada de forma completa, mas é progressiva e ainda continua sendo dada através de línguas, profecias, sonhos, visões e visitas angelicais, etc.
Então, qualquer um que quiser trazer uma idéia de revisão ou de releitura e reinterpretação dos documentos confessionionais holandeses, é um latitudinarista ou latitudinariano. É nesse sentido, que lembramos que nessas últimas semanas, um vídeo do "Pr" Nickolas Borges [genro de Marcos Granconato], nos chamou atenção para este tema, onde o mesmo diz:
"Independente da versão calvinista; independente da visão arminiana; porque também existes subtipos dentro do arminianismo. Eh, de fato, o arminianismo está dentro das linhas da ortodoxia, bem como o calvinismo também está dentro das linhas da ortodoxia. E é importante dizer isso, porque, tem se levantando um movimento, Eh, já não é de hoje, mas ele tem se fortalecido, especialmente na internet, de colocar o arminianismo como uma heresia como base no Sínodo de Dort, que foi justamente a reunião que aconteceu para avaliar as posições teológicas dos remonstrantes, que eram arminianos.E ali você tem então os cinco pontos do arminianismo elencados, que foram rejeitados pelo Sínodo de Dort e produziram então um documento que é chamado Cânones de Dort, que colocam o arminianismo como algo reprovado, inclusive implicou em expulsão dos ministros; teve uma série de medidas políticas, sociais, tudo mais. E por causa disso, muitas pessoas falam: 'Ah, o arminianismo é uma heresia, como era o pelagianismo; como é o semipelagianismo'. E isso não tem que ser, não pode ser encarado de uma maneira tão simplista, por vários motivos: Eh, em primeiro lugar, eh, o Sínodo de Dort, os Cânones de Dort, ainda que tenham, eh, ainda que o conteúdo ali, eu concorde com a parte soteriológica em sua maioria, eu não concordo com tudo. Os Canônes de Dort não são infalíveis. Tem coisa ali que pra mim é pior do que, pior do que a pior versão do arminianismo. Ah, como por exemplo, a questão da salvação por tabela, dos filhos dos crentes fazendo parte da aliança, porque os pais fazem parte disso. Isso pra mim, é terrível ali, nos Cânones de Dort. Eu acho que é pior do que a pior versão do arminianismo. Então, nós não sacralizamos este documento. Nós não canonizamos este documento. E muitos infelizmente tem colocado isso acima de tudo. Então, é, são o que eu chamo neo-dortianos, porque eles colocam Dort como se fosse inerrante e infalível, e não é. E também existe um movimento hipercalvinista, que eh, faz parte desse grupo, outro nome pra esse grupo, eh, que defende que se a pessoa é arminiana convicta, ela nem crente é.Isso eu acho de um absurdo sem tamanho. Ah, claro que existem arminianos, que, pessoas que defendem o arminianismo logicamente, mas que não entenderam o Evangelho, então, não são crentes; do mesmo modo como tem muitos calvinistas, que entenderam o calvinismo, mas não tem o Evangelho, e também, não são crentes. Então, não é se você é arminiano ou calvinista, que define se você é crente ou incrédulo, porque a gente tá falando de uma discussão dentro das linhas da ortodoxia. É importante destacar isso. Nós estamos aqui dentro da ortodoxia, como o Pr. Gabriel falou, pelagianismo e semipelaganismo do lado. É claro que dentro das igrejas existe muita confusão, muitas vezes. As pessoas falam: 'Eu sou arminiano', mas na verdade a pessoa é semipelagiana, muitas vezes. Quando ela fala: 'Eu sou calvinista', mas na verdade ela é hipercalvinista, muitas vezes. E, a gente tem que ter discernimento pra falar: 'Não, pera aí, isso aqui tá errado. Isso daqui não é arminianismo; isso aqui não é calvinismo. Calvinismo não é fatalismo, como muitas pessoas gostam de creditar. Arminianismo não é pelagianismo, como muitas pessoas defendem. Então, a gente tem que colocar tudo isso dentro desse campo da ortodoxia".
As bobagens que esse menino diz beiram ao cúmulo do desconhecimento bíblico e histórico-reformado. Examinemos algumas de suas frases dos pontos de vista bíblico e histórico-reformado:
(1)"Eh, de fato, o arminianismo está dentro das linhas da ortodoxia, bem como o calvinismo também está dentro das linhas da ortodoxia".
Resposta: (a)Como é? Quando lemos as Escrituras, passamos a entender que se há uma coisa que não agrada a Satanás e aos homens caídos é a ideia de que "do Senhor vem a salvação"(Jn 2:9). Quando nossos primeiros pais pecaram no Éden, tentaram, por suas obras, buscar um meio de esconder a sua vergonha diante do Senhor(Gn 3:6-7), sendo reprovados por Ele, não só diante da promessa da salvação através de Cristo(Gn 3:15), mas pelo ato de terem sido cobertos por peles, pelo Senhor(Gn 3:21), mostrando que Deus havia derramado sangue de um animal no Éden, apontando para a morte de Cristo como o único meio de salvação. Da mesma forma, quando o homem achou que podia chegar aos céus por suas próprias obras, pela força de seu braço mortal, criando a Torre de Babel, o Senhor o confundiu(Gn 11:6-9). No NT, quando os apóstolos vêm com uma visão equivocada de possibilidade de salvação pelas obras('Quem poderá, pois, salvar-se?' - Mt 19:25), são repreendidos pelo Senhor Jesus Cristo, que lhes diz: "Aos homens é isso impossível"(Mt 19:26). Da mesma forma, quando membros apóstatas da igreja ventilaram a ideia da salvação pelas obras, por meio da observância da circuncisão(At 15:1), Paulo vai chamá-los de "falsos irmãos"(Gl 2:4), e vai equipará-los e cães e maus obreiros: "Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da ciruncisão"(Fl 3:2). Paulo, mais adiante, ainda falando daqueles que defendiam a salvação pelas obras, diz: "Ao homem hereje, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado”(Tt 3:10-11 ACF). Na mesma carta, Paulo confirmar o perfil desses hereges, destes falsos mestres, que são descritos por ele como “principalmente os da circuncisão”(Tt 1:10)
Veja, que para Paulo, qualquer um que ventilar qualquer ideia de salvação pelas obras, é um "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado". E ele estende essa visão também aos que discordam do ensino que ele repassava aos crentes romanos, dizendo que todos aqueles que discordavam desse ensino, devem ser evitados: "desviai-vos deles"(Rm 16:17), porque "os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo"(Rm 16:18). E que tipo de ensino soteriológico Paulo ensinava? A TULIP crida, defendida e ensinada pelos reformados(Rm 3:9-18; Rm 8:29-30,33-34). Portanto, todos aqueles que sustentam um sistema de salvação pelas obras e que negam a TULIP de Paulo, estão incluídos no rol de "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado".
Não podemos negar que o sistema religioso do arminianismo está inserido nesse grupo dos apregoadores de um sistema de salvação pelas obras, e temos provas documentais disso. Primeiro, o próprio Armínio, não conseguiu manter sua dissimulação por muito tempo, mostrando-se um verdadeiro defensor da salvação pelas obras. Ele mesmo, em sua "Declaração de Sentimentos I"[Sobre a Predestinação], disse:
"Deus, portanto, não atribui a vida eterna a qualquer ser humano a partir de seu próprio decreto absoluto, sem considerar a fé e a obediência”(As Obras de Armínio, Volume 1, p.208)
Segundo, seus próprios seguidores, os Remonstrantes, seguiram fielmente seu 'mestre', defendendo o mesmo sistema de salvação pelas obras:
"O primeiro decreto é o decreto da predestinação para a salvação, ou eleição para a glória, pelo qual se estabelece a verdadeira necessidade e, simultaneamente, a utilidade da nossa fé e obediência para alcançarmos a salvação e a glória"(Confissão de Fé Arminana [1621], IX:3)
Severino Pedro da Silva, falecido líder arminiano, não deixa de reconhecer e ensinar que os arminianos crêem em salvação pelas obras, quando diz:
“E assim, de acordo com os arminianos, a salvação não depende somente de Deus, mas também da fé, da obediência e da perseverança do homem”(A Doutrina da Predestinação, [CPAD], p.27).
E o Rev. José Gonçalves Salvador, ministro metodista[arminano] também não deixa de reconhecer que o armnianismo ensina salvação pelas obras, quando diz:
"A salvação é obra divino-humana”(Arminianismo e Metodismo, p.106).
Sob esse ponto de vista arminiano de salvação não somente pela fé, mas também pelas obras['obediência'] repousa o mormonismo, como ensina o "profeta" mórmon Joseph F. Smith:
"A salvação é obtida pela fé somada a obediência"(Doutrinas da Salvação,Volume 2, p.138)
(b)Do ponto de vista histórico, a situação permanece a mesma, pois o ponto de vista dos primitivos reformadores, batistas, puritanos é o mesmo: - Arminianismo não é ortodoxo, como o Calvinismo, mas é heresia. Ouçamos o testemunho histórico da Igreja:
(i)Os Pais da Igreja
- Agostinho diz que a doutrina da eleição condicional é ensino dos "pelagianos"(A Predestinação dos Santos, 18:36)
- O Venerável Beda(672-735), teólogo do 8º século, em sua obra “Uma Exposição sobre as Epístolas Católicas”, declara que o dogma do livre arbítrio em esferas espirituais é doutrina de "Pelágio".
(ii)Pré-reformadores
- John Wycliff(1324-1384), a estrela da alva da Reforma, em sua obra “Da Causa de Deus Contra Pelágio"”, declara:
“Estas multidões, Oh Senhor, neste dia juntam suas mãos com Pelágio em defesa do livre arbítrio e na luta contra tua livre e absoluta graça. A vontade de Deus é universal, eficaz e invencível. Ela não pode ser impedida, muito menos derrotada”.
- Jerônimo Savonarola(1452-1598), negando a eleição condicional e sinergismo, chama os defensores do livre arbítrio em esferas espitituais de "hereges", dizendo:
"Os Pelagianos declararam-na a depender de nossas boas ações nesta vida; pois, de acordo com esses hereges, o princípio de fazer o bem está em nós mesmos, sua consumação e perfeição vem de Deus"('Sermão IV').
(iii)Reformadores
- Martinho Lutero[1483-1546], o pai da Reforma Protestante, chega a dizer que os que ensinam o livre arbítrio são "sofistas ímpios"('Da Vontade Cativa'[1525 d.C], 'Martinho Lutero, Obras Selecionadas', Volume 4, p.205)
- John Knox[1514-1572], aludindo as crenças dos arminianos do século XVI [osanabatistas], diz que a crença do livre arbítrio deles era "uma instigação de Satanás"(Sobre a Predestinação, p.74). Ele ainda diz mais. Falando sobre todos aqueles que negam a doutrina bíblica da predestinação, os chama de "blasfemadores", "encarnações do diabo", "diabos" e "filhos do diabo"(Ibidem, pp.407-409)
(iv)Símbolos de Fé Reformados
- A Confissão de Fé da Congregação de Glastonbury[1551] diz que todos os que ensinam "livre arbítrio" pertencem "as assembléias falsamente chamadas de igrejas, que seguem doutrina ou religião diferente...e quaisquer outras heresias semelhantes que existam"(Reformed Confessions of The 16º and 17º Centuries In English Translation, Volume 1, pp.660-661)
- E a "Confissão de Fé da Congregação Inglesa em Genebra"(1556), diz que todos aqueles que pregam o livre arbítrio são "hereges" e seguidores de doutrinas de demônios e homens"(IV, 'A Santa Igreja Católica, A Comunhão dos Santos')(Reformed Confessions of The 16º and 17º Centuries In English Translation, Volume 2, p.101).
(v)Os primitivos batistas
Vale a pena lembrar que os primitivos batistas tem a sua origem no calvinismo. Por estas e outras razões mencionadas, é que o historiador batista Justo Anderson, trazendo evidências documentais, afirma que os pais das primitivas igrejas batistas, são os calvinistas:
"Primeiro, porque os 'particulares' foram os pais históricos dos batistas modernos"(História dos Batistas, Volume 2, p.77)
"Os batistas desejam ser mais coerentes que os mesmos protestantes na prática de seus princípios. Se consideram a ponta de lança da Reforma. Encontram sua orígem denominacional no puritanismo inglês que era, na realidade, outra forma de calvinismo"(História dos Batistas, Volume I, p.152).
Roger Williams(1603-1684), foi o primeiro e o mais importante vulto entre todos os batistas da América do Norte. O historiador batista P. E. Burroughs afirma que Williams “em 1639 estabeleceu em Providence (EUA) uma organização que tem sido considerada a primeira igreja batista do Novo Continente”(O Povo Batista, p.97). Pois bem, o pai dos batistas norte-americanos, fazendo alusão ao dogma do livre arbítrio, em sua obra "A Perseguição do Tenente Sanguinário"(XCIV), condena o dogma do livre arbítrio como "a doutrina arminiana e papista do livre arbítrio"(Robert Selph, Os Batistas e a Doutrina da Eleição, p.24). Notem bem. O pai dos batistas norte americanos diz que a doutrina arminiana é a doutrina do papa de Roma. Se o arminianismo é doutrina do papa de Roma, então, confessionalmente, segundo os primitivos batistas, é doutrina do Anticristo, pois a Confissão de Fé Batista de 1689 diz:
"O papa de Roma não pode, em qualquer sentido, ser o cabeça da Igreja; ele é o anticristo, o homem da iniquidade e filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra Cristo e contra tudo que se chama Deus, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, como se fosse o próprio Deus. O Senhor Jesus o matará com o sopro da sua boca"(21:6)
Pessoas que seguem uma doutrina do Anticristo, podem ser considerada nossos irmãos?
Charles H. Spurgeon[1834-1892], o grande líder batista, tinha um conceito do arminianismo, como a de um sistema herético de salvação pelas obras:
"A tendência do Arminianismo é para o legalismo; não é nada senão o legalismo que jaz na raiz do Arminianismo. Não vês de uma vez que isto é legalismo - que isto é fazer nossa salvação dependente de nossa obra - que isto é fazer nossa vida eterna depender de algo que nós fazemos?. Além disso, a mesma doutrina da justificação, tal como é pregado por um Arminiano, não é outra senão a doutrina da salvação pelas obras"(Efeitos do Tom da Doutrina, 22.04.1860, Sermão nº 324[Sermão sobre Mt 24:24]).
Ademais, ele deixou bem claro nunca ter adorado o deus dos arminianos, quando declarou:
"Não sirvo ao deus dos arminianos de modo algum; não tenho nada com ele, e não me inclino diante do Baal que eles têm erigido; ele não é meu Deus, nem jamais o será; não o temo, não tremo em sua presença...O Deus que diz hoje e que nega o dito amanhã, que justifica hoje e que condena no dia seguinte..,não tem nenhuma relação com meu Deus, nem no mínimo grau possível. Ele pode ter uma relação com Astarote ou Baal, porém Jeová nunca foi ou pode ser seu nome”(Sermão Nº 2681['Bençãos da Aliança])
Um curioso, mas macabro detalhe. Anton Szandor Lavey, papa do satanismo, disse que "Baal" e "Astarote" são "nomes infernais"(A Bíblia Satânica, p.163)
Spurgeon diz que os arminianos tem um outro deus, na realidade, segundo ele, eles adoram demônios, ao invés do verdadeiro Deus. Pessoas que adoram um outro deus, ou demônios, podem ser consideradas regeneradas e salvas?
E em sua obra “Uma Defesa do Calvinismo”, declara:
“Frequentemente é dito que as doutrinas que cremos têm uma tendência de nos levar ao pecado...Pergunto ao homem que se atreve a dizer que o Calvinismo é uma religião licenciosa: o que pensa do caráter de Agostinho, ou de Calvino, ou de Whitefield, os quais nas idades sucessivas foram os grandes expoentes dos sistemas da graça?; ou o que dirá dos Puritanos, cujas obras estão cheias delas? Se um homem tivesse sido um Arminiano naqueles dias, teria sido considerado como o mais vil dos hereges, mas agora nós somos vistos como os hereges, e eles como ortodoxos. Nós temos voltado à velha escola; nós podemos traçar nossa descendência desde os apóstolos”.
E é nesse mesmo sentido, que Spurgeon, em seu sermão "Verdades Chamadas Calvinistas", considera o arminianismo um sistema de salvaçao pelas obras:
"Se alguém me perguntasse o que eu quero dizer com ser um calvinista, eu lhe responderia: 'É alguém que diz que a salvação é do Senhor'. Eu não consigo achar nas Escrituras outra doutrina além desta. É a essência da Bíblia. 'Somente Ele é a minha rocha e a minha salvação'. Mostre-me alguma coisa contrária a essa verdade e ela será uma heresia; mostre-me uma heresia e eu encontrarei a essência dela no fato de ter abandonado esta grande e fundamental verdade: 'Deus é a minha rocha e a minha salvação'. Qual é a heresia da igreja de Roma senão o fato dela ter acrescentado alguma coisa aos méritos perfeitos de Jesus Cristo - o acréscimo das obras da carne para ajudar em nossa justificação? E o que é a heresia do arminianismo senão o acréscimo de algo à obra do Redentor? Toda heresia, quando examinada em profundidade, revelará seu ponto fraco nesse aspecto. Eu pessoalmente acredito que não seja possível pregar a Cristo e Ele crucificado, a menos que estejamos pregando o que hoje é conhecido como calvinismo. O calvinismo é apenas um apelido; o calvinismo é o evangelho e nada mais".
Thomas Armitage(1819-1896), historiador batista, diz:
"Depois disso, os batistas galeses, que eram principalmente firmes, hiper-calvinistas sustentando os cinco pontos dos particulares, tiveram uma calorosa controvérsia entre si sobre o arminianismo. A 'heresia arminiana', como era chamada, estava entrando, no entanto, e pelo menos três ministros foram afetados por isso"(História dos Batistas, p.536)
(vi)Vários teólogos antigos de modernos, defendem que arminianismo é heresia, como se segue:
- Peter Y. De Jong[1915-2005], teólogo reformado, em seu livro "Crise nas Igrejas Reformadas; Ensaios em Comemoração ao Grande Sínodo de Dort[1618-1619]", diz que arminianismo "é heresia"(p.30)
- François Turrentini[1623-1687], teólogo reformado, diz que os arminianos são "descendentes dos pelagianos e semipelagianos"(Compêndio de Teologia Apologética, Volume 2, p.650)
- Cornélius Van Til[1895-1987], ministro presbiteriano, em sua obra "A Soberania da Graça; Uma Avaliação da Visão de G. C Berkouwer Sobre Dordt", diz que arminianismo é "a velha heresia da autonomia humana"(p.10)
- Os eruditos reformados Joel R. Beeke, Martin I. Klauber; Herman J. Selderhuis, Christopher B. Brown; Günter Frank; Bruce Gordon; Barbara Mahlmann-Bauer; Tarald Rasmussen; Violet Soen; Zsombor Tóth; David W. Hall; W. Robert Godfrey; , Greg A. Salazar; R. Scott Clark; Michael Horton; Donald Sinnema; David B. McWilliams; Charles K. Telfer; Dolf te Velde; Joel E. Kim; Matthew Scott Harding, em seu livro "O Sínodo de Dort - Perspectivas Históricas, Teológicas e Experienciais", dizem que o arminianismo é "o renascimento da antiga heresia pelagiana"(p.78)
- William Twisse[1578-1646], Presidente da Assembléia de Westminster, em seu livro "A Doutrina do Sínodo de Dort e Arles", diz que o ensino do arminianismo é "puro pelagianismo, condenado como heresia na Igreja ao logo da história"(p.43)
- Jonathan Warne, teólogo anglicano, em seu livro "A Queda do Arminianismo: ou Arminio [que falsamente se autodenomina filho da Igreja da Inglaterra], Julgado e lançado, ... diante do honorável senhor chefe da justiça e verdade"(1742), diz que "Pelágio, Armínio e seus seguidores são os inimigos professos da graça e do Evangelho de Cristo, como sectários ateus, sim, hereges pestilentos e blasfemos"(pp.19-20)
- Augusto Toplady(1749-1778), um dos mais ferrenhos advogados do calvinismo, na igreja inglesa, em seu artigo "O deus do arminianismo", afirma que o arminianismo é uma religião diferente da religião cristã:
"Uma grande controvérsia entre a religião do Arminianismo, e a religião de Cristo é: a quem será conferido o louvor e glória na salvação de um pecador?".
(2)"Eh, já não é de hoje, mas ele tem se fortalecido, especialmente na internet, de colocar o arminianismo como uma heresia como base no Sínodo de Dort".
O Sinodo de Dort condenou o arminianismo como heresia, não citando pais da Igreja, Reformadores ou outros concílios, mas usando as Escrituras Sagradas. Portanto, isso já basta, para refutar esse argumento pueril, senil e canhestro. E mais, mesmo antes de Dort, Agostinho[354-430](A Predestinação dos Santos, 18:36); O Venerável Beda(672-735)(Super Epistolas Catholicas Expositio), John Wycliff(1324-1384)(De Causa Dei Adversus Pelagium); Jerônimo Savonarola(1452-1598)(Sermão IV); Martinho Lutero[1483-1546](Da Vontade Cativa); a a Confissão de Fé da Congregação de Glastonbury[1551](4ª Parte, 'Concernente a Igreja'); a "Confissão de Fé da Congregação Inglesa em Genebra"(1556)(IV, 'A Santa Igreja Católica, A Comunhão dos Santos'); William Prinne[1600-1669](A Antiga Oposição da Igreja da Inglaterra ao Novo Arminianismo); Robert Baille[1602-1662], um dos puritanos que participou da Confissão de Fé de Westiminster(O Antídoto Contra o Arminianismo); Chirsthopher Nees(1621-1705)(Um Antídoto Contra o Arminianismo); Jonathan Edwards[1703-1758](The Jonathan Edwards Encyclopedia); todos já haviam atestado, durante séculos, que o ensino do arminianismo era uma heresia e seus mestres hereges. Isso não foi uma inovação criada por Dort. Isso não foi novidade. Não há nada novo debaixo do céu. O Sínodo de Dort só confirmou a Igreja durante séculos ensinou - arminianismo é heresia e seus mestres hereges.
(3)"Eh, em primeiro lugar, eh, o Sínodo de Dort, os Cânones de Dort, ainda que tenham, eh, ainda que o conteúdo ali, eu concorde com a parte soteriológica em sua maioria, eu não concordo com tudo. Os Canônes de Dort não são infalíveis"
Resposta: Os livros e pregações do Marcos Granconato também não são infalíveis. Quando o Granconato, seguindo o Texto Crítico, disse que Mc 16:9-20 não são canônicos[contrariando os próprios defensores do Texto Crítico, que disseram o texto é apoiado em 99% dos manuscritos gregos], mas acréscimos à Palavra de Deus, ele foi infalível? Quando ele, comentando Mc 13:32, disse que nem Deus Filho nem Deus Espírito Santo [contrariando as Escrituras - Jo 16:30; 21:17; Cl 2:2-3; 1 Co 2:10] sabem o dia da vinda de Jesus Cristo, ele foi infalível? Nesse caso, por que você [Nikolas] os aceita como coerentes com as Escrituras? Quando ele[MG] no debate com o Pr. Jamierson de Oliveira, no programa 'Vejam Só'('O Arrependimento é Reação Humana à Graça Divina?', de 14/10/2016), disse que "o deus arminiano é um mordomo meio efeminado"(Minuto 39), sua declaração é infalível, verdadeira ou falsa? Se a Bíblia diz que efeminados não podem ser salvos(1 Co 6:9-10), adoradores de uma divindade efeminada, podem ser consideradas regeneradas e salvas? E mais... Tuas pregações também não são infalíveis, Nikolas. Então, por qual razão as pessoas poderiam e deveriam acreditar nelas?
(4)"Os Canônes de Dort não são infalíveis. Tem coisa ali que pra mim é pior do que, pior do que a pior versão do arminianismo. Ah, como por exemplo, a questão da salvação por tabela, dos filhos dos crentes fazendo parte da aliança, porque os pais fazem parte disso. Isso pra mim, é terrível ali, nos Cânones de Dort. Eu acho que é pior do que a pior versão do arminianismo".
Resposta: (a)Os Cânones de Dort não ensinam que crianças, filhas de pais crentes, são ou serão salvas, simplesmente por terem nascido de pais crentes. Muito pelo contrário. Os Cânones de Dort ensinam que no tocante a sua salvação, quando morrem em tenra idade, na infância, essa sua salvação está atrelada a sua eleição:
"Devemos julgar a respeito da vontade de Deus com base na sua Palavra. Ela testifica que os filhos de crentes são santos, não por natureza mas em virtude da aliança da graça, na qual estão incluídos com seus pais. Por isso os pais que temem a Deus não devem ter dúvida da eleição e salvação de seus filhos, que Deus chama desta vida ainda na infância"(I:17)
(b)Alias, a própria Confissão de Fé Batista de 1677[posteriormente publicada em 1689] defende o mesmo pensamento, quando diz:
"As crianças que morrem na infância, se eleitas, são regeneradas e salvas por Cristo, através do Espírito, que obra quando, onde e como lhe agrada. Do mesmo modo são salvas todas as outras pessoas incapazes de serem chamadas exteriormente, pelo ministério da Palavra"(X:3)(Reformed Confessions of the 16º and 17º Centuries in English Centuries, Volume 4, p.546).
O Dr. Samuel Waldron, teólogo batista norte americano, em sua obra "Uma Exposição Moderna da Confissão de Fé Batista de 1689", comentando sobre essa parte da CFB, diz:
"Ela [a CFB] assume que pelo menos algumas crianças que morrem na infância são eleitas. E isso é tudo o que póde ser devidamente deduzido a partir dessa frase ambígua"(p.203)
Detalhe. A CFB de 1689 segue aqui o texto original da CFW, que cita Gn 17:17; Lc 18:15-16 e At 2:39, que justamente incluem os pais e seus filhos como membros da família da aliança feita com Deus e os patriarcas. Portanto, o argumento do 'menino' pastor é demagógico.
Charles H. Spurgeon[1834-1894], líder batista calvinista, conhecido como "o príncipe dos pregadores", em seu "Prefácio" de 1855 da Confissão de Fé Batista de 1677(posteriormente publicada em 1689 como "Confissão de Fé Batista de 1689"), diz:
"Este pequeno volume não é emitido como uma regra autoritativa, ou código de fé, pelo qual você deve ser acorrentado, Mas como uma assistência a você em controvérsias, uma confirmação na fé e um meio de edificação na retidão. Aqui, os membros mais jovens de nossa de nossa Igreja terão um corpo de teologia em pequena escala, e por meio de provas bíblicas, estarão prontos para dar uma razão para a esperança que está neles. Não se envergonhe de sua fé; lembre-se de que é o antigo evangelho dos mártires, confessores, reformadores e santos. Acima de tudo, é a verdade de Deus, contra a qual todas as portas do Inferno não podem prevalecer. que suas vidas adornem sua fé, que seu exemplo adorne seu credo. Acima de tudo, viva em Cristo Jesus e ande nele, não dando crédito a nenhum ensinamento, exceto aquele que é manifestamente aprovado por Ele e possuído pelo Espírito Santo. Apegue-se firmemente à Palavra de Deus, que está aqui mapeada para você"(The Baptist Confession, Spurgeon Edition, 'Trinta e Dois Artigos de Fé e Práticas Cristãs; ou, Confissão de Fé Batista , Com Provas das Escrituras, Adotada pelos Ministros e Mensageiros da Assembleia Geral que se reuniu em Londres, Em 1689, Com Um Prefácio do Rev. Charles H. Spurgeon’, Londres: Alabaster e Passmore, Wilson Street, Finsbury Saquare; E James Paul, Chapter-House Court, Paternoster Row, 1855)
(5)"E ali você tem então os cinco pontos do arminianismo elencados, que foram rejeitados pelo Sínodo de Dort e produziram então um documento que é chamado Cânones de Dort, que colocam o arminianismo como algo reprovado, inclusive implicou em expulsão dos ministros; teve uma série de medidas políticas, sociais, tudo mais"
Resposta:(a)Dort não condenou o arminianismo meramente como algo reprovado, mas como uma heresia. Vejam suas definições. Elas são claras:
"Isto é Pelagianismo por completo, e contrário a toda a Escritura"(Cânones de Dort, Capítulos III-IV; Rejeição de Heresias, Refutação)
"heresia orgulhosa de Pelágio"(III-IV, 8 10)
"Eles evocam do inferno a heresia pelagiana”(Cânones de Dort, Capítulo II, Rejeição de Erros; 3º Erro, Refutação).
"Procuram induzir na mente do povo o perigoso veneno das heresias pelagianas”(Cânones de Dort, Capítulo 2; Rejeição de Heresias, 6ª Heresia, Refutação)
"A Igreja Antiga há muito já condenou esta doutrina dos pelagianos, de acordo com a palavra do apóstolo"(III-IV; Rejeição de Heresias, 9ª Heresia, Refutação)
"Esta ideia é abertamente pelagiana"(Capítulo V; Rejeição de Heresias, Heresia 2)
"Deus revelou abundantemente em sua Palavra esta doutrina da perseverança dos verdadeiros crentes e santos... Satanás a odeia, o mundo zomba dela, os ignorantes e hipócritas abusam dela, e os heréticos a ela se opõem. A Noiva de Cristo, entretanto, sempre tem-na amado e defendido constantemente como um tesouro de inestimável valor"(V:15)
"Isto tem o sabor do ensino de Pelágio e está em conflito com o ensino do apóstolo Paulo em Efésios 2:3-9"(I; Rejeição de Heresias, Refutação)
"Eles introduzem, junto com o ímpio Socino, uma nova e estranha justificação do homem diante de Deus, contrária ao consenso da Igreja inteira"(II; Rejeição de Heresias, Refutação)
Agora, ficam as perguntas no ar, sem nenhuma resposta:
- Pelagianismo deixou de ser condenado como heresia?
- Heresia deixou de ser heresia?
- Doutrina evocada do inferno, isto é, doutrinas de demônios, deixaram de ser doutrinas de demônios?
- O consenso da Igreja inteira deixou de ser consenso, de uma hora pra outra, agora no século XXI[2025]?
- Negadores da doutrina da perserverança dos santos deixaram de ser hereges, de uma hora pra outra, agora no século XXI[2025]?
(b)Todos os estudiosos do assunto da condenação de Dort ao arminianismo remonstrante, sejam eles reformados, arminianos ou católicos romanos, entendem que em 1618-1619, Dort condenou o arminianismo como "heresia" e os arminianos como "hereges", como se segue:
- William Twisse[1578-1646], Presidente da Assembléia de Westminster, disse:
"Mas tentemos discernir o significado deste Autor em relação à disposição de Deus em conceder fé àqueles que nunca a têm. Talvez seu significado seja que Deus está disposto a operar fé em uma pessoa sob condição; agora, o que poderia ser essa condição senão alguma obra do homem? E o que se segue disso senão que Deus concede fé com base nas obras das pessoas, o que é puro pelagianismo, condenado como heresia na Igreja ao longo da história?"(A Doutrina do Sínodo de Dort e Arles, 1650, pp.42-43)
"Na minha opinião, a facção arminiana tem muito mais probabibilidae de concordar com os maniqueus a esse respeito do que nós"(Ibidem, p.71)
"Parece que ele não tinha conhecimento de alguém tão louco a ponto de afirmar isso, mas desde seu tempo, uma seita de jesuítas surgiu, junto com os arminianos, mais do que suficientes, que são realmente loucos, mas promovem com confiança esta doutrina deles como se fossem as únicas pessoas sãs do mundo"(Ibidem, p.40)
"Por fim, a intenção deles é esta: Deus cooperará conosco na obra da fé, desde que cooperemos com Ele? Algum dos nossos teólogos nega a cooperação de Deus em toda boa obra? Embora sustentemos que essa cooperação é puramente impossível. Pois similarmente, é igualmente verdade que o homem cooperará na obra da fé se Deus cooperar com ele, e isso é sustentado pelos jesuítas e arminianos, e a presciência de Deus disso é seu conhecimento médio"(Ibidem, p.46)
"Agora, alguma pessoa sábia e sóbria achará isso algo estranho no curso da providência de Deus? Mas tais são os argumentos desta seita arminiana, muito parecidos com o fruto de Sodoma, belos de se ver do lado de fora, mas se você os esmaga, eles se transformam em cinzas e fuligem espalhada, como Solinus escreveu. No entanto, este Autor está tão apaixonado por sua própria invenção, como Ixion com sua nuvem, que ele acrescenta ainda que se fosse possível [e por que não possível para um Infiel se tornar um Maniqueu, e um arminiano se tornar um ateu, se ele já não é um?"(Ibidem, p.70)
- J. Matthew Pinson, teólogo arminiano, em seu livro "Quarenta Perguntas Sobre Arminianismo", diz:
"Em janeiro de 1619, o Sínodo demitiu os remonstrantes e denunciou-os como hereges"(p.22)
- Peter Y. De Jong[1915-2005], teólogo reformado, em seu livro "Crise nas Igrejas Reformadas; Ensaios em Comemoração ao Grande Sínodo de Dort[1618-1619]", disse:
"Nos Cânones de Dort, o Sínodo buscou manter e defender a doutrina bíblica da graça livre e soberana de Deus na salvação do homem. Os ensinamentos arminianos foram vistos como um renascimento da heresia do semipelagianismo e sua presença nas igrejas reformadas foi julgada intolerável. As doutrinas arminianas foram consideradas conflitantes com o ensino bíblico e ameaçavam o caráter confessional das igrejas reformadas cuja fé era expressa na Confissão Belga e no Catecismo de Heidelberg"(p.52)
Ele ainda diz:
"A respeito deles [os Remonstrantes], o julgamento de Bavinck soa verdadeiro. Gradualmente, eles colocaram a decisão nas mãos do homem, como aparece nos escritos arminianos posteriores, na carta de Episcopus aos reformados no exterior, na segunda Remonstrância do ano de 1617, na Confissão e Apologia da Confissão de Episcopius, nas obras dogmáticas de Uytenbogaert, Episcopus e Limborch. O arminianismo preparou o caminho para o racionalismo. Em terceiro lugar, a heresia arminiana provou estar longe de ser uma opinião de pouca relevância. Ela afetou e infectou todo o sistema de doutrina reformada. Isso ajuda a explicar por que Gomaro, como o campeão do calvinismo de Leiden, atacou a visão de Arminio no Alto Conselho"(Ibidem, p.30)
"Em suma, ao manter a ideia da autonomia humana, os remonstrantes, seguindo o exemplo dos católicos romanos, estavam na verdade se comprometendo com uma síntese monstruosa no qual Deus num sistema de pensamento e outro sistema no qual o homem é o ponto de referência final na pregação. As igrejas reformadas já haviam rejeitado uma síntese tão monstruosa em suas primeiras confissões. Agora, no dia de Dort, elas se recusaram a retornar às panelas de carne do Egito"(Ibdem, p.187)
- Robert A. Peterson e Michael D. Williams, teólogos reformados, em seu livro "Porque Eu Não Sou Um Arminiano", dizem:
"Treze líderes arminianos foram convocados para comparecer para que o Sínodo [de Dort] pudesse examinar e julgar seus pontos de vista. Os sínodos regionais elegeram dois representantes arminianos para participar do sínodo nacional, mas os dois homens logo se juntariam aos outros treze réus arminianos. A Remonstrância e outros escritos arminianos foram citados como evidência de que os ensinamentos afirmados pelos réus estavam em desvio dos padrões confessionais da Igreja. Após cerca de quatro meses de deliberação, os quinze foram considerados culpados de heresia. Os réus, juntamente com cerca de duzentos outros pastores arminianos, foram depostos dos seus cargos e excomungados"(p.123).
- Alexander A. Hodge[1772-1851], teólogo presbiteriano, deixa bem claro sua posição sobre o conceito soteriológico arminiano, como um sistema de salvação pelas obras, inconsistente com o Evangelho, dizendo:
"O ponto de vista arminiano consiste em que Adão, havendo perdido a promessa e incorrido na penalidade do pacto que demandava obediência perfeita, havendo a morte de Cristo tornado o pacto consistente com as reivindicações de justiça absoluta, Deus, por amor a Cristo, introduz um novo pacto, intitulado pacto da graça, oferecendo a todos os homens individualmente, a vida eterna perdida em Adão na queda e sob a condição graciosamente possível de fé e obediência evangélicas. Segundo este ponto de vista, o novo pacto é tanto um pacto de obras quanto aquele antigo o foi. A única diferença é que as obras exigidas são muito mais difíceis, e para realizá-los somos auxiliados em nossos esforços. Também, segundo este ponto de vista a fé a obediência evangélicas asseguram vida eterna no novo pacto. Este ponto de vista é obviamente inconsistente com a natureza do Evangelho"(Confissão de Fé de Westminster Comentada, p.174)
- Os primitivos presbiterianos escoceses não toleravam hereges que pregavam expiação ilimitada. Eles eram julgados, condenados e depostos de seus ofícios, exatamente como Dort fez com os ministros remonstrantes, como diz a "Johnson's Universal Cyclopedia"(A New Edition, Volume 2, 1894):
"John Mcleode: nascido em Ardmaddy House, perto de Kilninver, Argyleshire, Escócia, em 4 de maio de 1800; falecido em Rosneath, em 27 de fevereiro de 1872. Estudou teologia na Universidade de Glasgow de 1811 a 1820; foi licenciado para pregar em 1821; empossado na paróquia de Row em 8 de setembro de 1825; Em 1831 foi julgado por heresia pela Assembléia, condenado e deposto, tendo pregado a doutrina da expiação ilimitada"(p.36)
- O Pr. Franklin Ferreira, ministro batista, em seus tempos de firmeza doutrinária, disse:
"O semipelagianismo foi o precursor do arminianismo do século XVII, sendo formalmente condenado como heresia no Concílio de Orange, em 529"(Teologia Sistemática, p.712)
"O semipelagianismo foi uma tentativa de encontrar um meio-termo entre Pelágio e Agostinho. Foi ensinado especialmente por João Cassiano, em meados do século V. Seus adeptos não seguiram Agostinho na negação do livre arbítrio, nem aceitaram as noções da graça irresistível e da eleição de indivíduos para a salvação"(Ibidem, p.711)
Para Franklin Ferreira, não endossar a total depravação, a graça irresistível e a eleição particular, era uma prática de semipelagianos. Posteriormente, ele diz que os arminianos negam a total depravação do homem caído:
"Posteriormente, esta posição foi modificada, e os arminianos passaram a afirmar que a queda afetou seriamente o ser humano, mas não deixou o homem num estado de total incapacidade. Esta tensão parece já estar presente nas orígens do arminianismo, pois, como vimos no primeiro ponto da Remonstrância, Parece que as obras da fé e arrependimento precedem a obra da regeneração realizada por Deus"(Ibidem, pp.717-718)
Depois, Franklin Ferreira, admite, que se os arminianos tivessem vencido em Dort, a doutrina cristã da salvação teria sido destruída:
"Em conclusão, devemos dizer que os ministros e teólogos reunidos em Dort não estavam preocupados com questões especulativas, que aparentemente não estavam relacionadas com a vida diária. Para aqueles homens, estão não era uma controvérsia acadêmica. Aqueles que estavam reunidos no Sínodo de Dort perceberam que o que estava em jogo era a questão central da salvação pela livre graça, pois se os arminianos tivessem prevalecido e suas doutrinas introduzidas na Igreja, o resultado final seria destrutivo para a doutrina cristã da salvação"(Ibidem, p.722)
- Eruditos reformados, como Joel R. Beeke, Martin I. Klauber; Herman J. Selderhuis, Christopher B. Brown; Günter Frank; Bruce Gordon; Barbara Mahlmann-Bauer; Tarald Rasmussen; Violet Soen; Zsombor Tóth; David W. Hall; W. Robert Godfrey; Greg A. Salazar; R. Scott Clark; Michael Horton; Donald Sinnema; David B. McWilliams; Charles K. Telfer; Dolf te Velde; Joel E. Kim; Matthew Scott Harding, subscrevendo a crença dortiana de que o arminianismo é uma heresia, afirmando:
"Os calvinistas ingleses descreveram as posições de seus oponentes como uma ameaça tripla à Igreja Inglesa um renascimento da antiga heresia pelagiana, uma réplica do arminianismo holandês para a Igreja inglesa e uma doutrina pastoralmente perigosa(‘desesperada’) que minaria a segurança"(O Sínodo de Dort, Perspectivas Históricas, Teológicas e Experienciais, p.78)
- Cornélius Van Til[1895-1987], ministro presbiteriano, diz:
"Os Pais de Dordt estavam meramente articulando esse 'sistema de doutrina' com mais cuidado do que havia sido feito nessas Confissões em pontos específicos que foram atacados pelos Remonstrantes. A velha heresia da autonomia humana estava levantando sua cabeça novamente dentro do que não era apenas uma igreja nascida do princípio da Reforma, mas, mais particularmente, dentro de uma igreja da Reforma que buscava ser Reformada. O inimigo estava agora dentro dos portões. Usando táticas semelhantes às usadas pelo Viet Cong hoje, os Remonstrantes fingiram ser leais às Confissões Reformadas enquanto faziam tudo o que podiam para destruí-las"(A Soberania da Graça; Uma Avaliação da Visão de G. C Berkouwer Sobre Dordt, p.10)
- O Rev. Abram de Graaf, ministro reformado holandês, diz:
"Então, por causa disso, o Concílio rejeitou o ensino dos remonstrantes, declarando-o como heresia"(Comentário Sobre os Cânones de Dordt, p.117)
- François Turrentini[1623-1687], teólogo reformado, diz:
"Esta questão jaz entre nós e os romanistas, os socinianos, os remonstrantes e outros descendentes dos pelagianos e semipelagianos que, com o intuito de não injuriar ou remover o livre arbítrio do homem na vocação, mantém que ela presta certa cooperação [synergian] e concurso com a graça de Deus. Daí, serem denominados sinergistas"(Compêndio de Teologia Apologética, Volume 2, p.650)
- Roger Olson, maioral do moderno arminianismo, diz sobre Dort:
"Quando o sínodo eclesiástico nacional aconteceu em Dort em 1618-1619, o partido dos calvinistas rígidos tinha o apoio do governo. Os remonstrantes foram excluídos de participar, com exceção dos réus; eles foram condenados como heréticos e expulsos de seus cargos; suas propriedades foram tomadas e foram exilados do país"(Arminianismo, Mitos e Realidades, pp.62-63)
- José Gonçalves Salvador, ministro metodista arminiano, diz:
"E, de fato, conquanto fosse belíssima a exposição doutrinária de Episcopus, os adeptos do arminianismo foram tachados de hereges e confirmada a Contra Representação, a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg"(Arminianismo e Metodismo, p.48)
- Frederick Calder, erudito arminiano [ministro metodista wesleiano], em sua obra "Memórias de Simon Episcopus[1835]"), diz:
"O Sínodo de Dort, pelo qual ele [Episcopus] foi condenado como um herege, privado de suas honras como estudioso, privado de seu cargo como um professor, e excluído do ministério, por defender as doutrinas de Arminio...”(‘Prefácio’).
"Que (Episcopus] foi condenado pelo Sínodo de Dort como um herege perigoso”(Ibidem, p.227).
- Robert P. Lightner[1931-2018], ministro arminiano, em seu livro "A Morte que Cristo Morreu: Um Caso Para Expiação Ilimitada", aludindo ao julgamento de Dort sobre os arminianos, reconhece:
"As opiniões dos arminianos expostas na Remonstrância de 1610 foram examinadas e rejeitadas como heréticas num sínodo nacional em Dort, reunido de 1618 a 13 de novembro de 1619. O Sínodo não apenas rejeitou a posição da Remonstrância, mas também se propôs a apresentar o verdadeiro ensino calvinista em relação aos cinco assuntos questionados. Eles conseguiram isso declarando o que hoje conhecemos como os 'cinco pontos do Calvinismo'"(p.40)
- John Owen[1616-1683], eminente líder congregacional e puritano, não poupou palavras para se referir a Armínio como um herege:
"Jacó Arminio declara a William Perkins: 'Você diz que a eleição é a regra pela qual a fé é concedida ou não; e, portanto, a eleição não diz respeito ao que possui a fé, mas sim à fé dos eleitos - com a sua permissão, eu devo negar que isso seja verdade'. Entretanto, seja o que for que o sofista herético tenha negado aqui, seja o antecedente ou a conclusão, ele acaba caindo na repreesão da Palavra de Deus: 'Creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna' e 'acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar'"[At 13:48; 2:47]"(Contra o Arminianismo e o Seu Ídolo Pelagiano, o Livre Arbítrio, pp..134-135)
Em outro lugar, Owen entende que o arminianismo é uma heresia e os arminianos hereges, quando sustentam a eleição condicional:
"Essa afirmação [sobre a eleição condicional] contém uma doutrina completamente contraditória às palavras e o sentido pretendido pelo apóstolo[Rm 9:11], uma doutrina que foi condenada em tantos concílios, suprimida por tantos éditos e decretos de imperadores e governadores e combatida como uma heresia pestilenta, desde que surgiu pela primeira vez, por muitos pais ortodoxos e por eruditos escolásticos, como algo completamente contrário à doutrina da Igreja e injurioso à graça e ao poder supremo do Deus Todo Poderoso, que eu me admiro grandemente que alguém, vivendo em tempos como estes nos quais a luz do Evangelho é abundante e o conhecimento floresce, seria tão atrevidamente ignorante ou impudente a ponto de trazer tal doutrina para o meio dos cristãos. Provar que isso é uma heresia que já foi refutada por toda a antiguidade ortodoxa e universal seria acender uma vela perante o sol; pois isso não pode deixar de ser conhecido por todos e cada um que já ouviu ou leu alguma coisa sobre a história da Igreja de Cristo após o surgimento dos tumultos pelagianos"(Ibidem, pp.127-128)
Mas, ele continua, atacando o arminianismo como heresia e os arminianos como hereges, dizendo:
"Da mesma natureza são todas aquelas passagens das Escrituras Sagradas que falam sobre Deus dando alguns a Cristo, sobre ovelhas de Cristo ouvirem a sua voz, e outros não ouvirem porque eles não saão ovelhas de Cristo; todas essas, e diversas outras razões irrefutáveis, eu intencionalmente omiti, e fiz o mesmo em relação a diversas outras afirmações falsas e heréticas dos arminianos sobre esse artigo fundamental de nossa religião"(Contra o Arminianismo e o Seu Ídolo Pelagiano, o Livre Arbítrio, p.136)
"Os arminianos devem afirmar uma dessas duas coisas, ou então devem renunciar à heresia deles"(Ibidem, p.209)
"Mas, visto que isso está baseado em todos os fundamentos da nova doutrina dos arminianos e é sustentado por eles mesmo após amadurecerem suas relações, então tais erros devem ser encarados por todos os cristãos como uma heresia a ser detestada e amaldiçoada"(Ibidem, p.224)
E com base em tudo isso, Owen conclui que não podemos manter nenhum tipo de comunhão com arminianos, devito ao fato de serem pelagianos e hereges:
"Uma igreja não pode envolver em sua comunhão Agostinho e Pelágio, Calvino e Armínio. Aqui eu apenas lhes dou uma prova para que vocês posam julgar o restante a partir dos frutos deles relativos às doutrinas da apostasia final dos eleitos, dos verdadeiros crentes, bem como sua hesitação a respeito de nossa graça presente e da glória futura, juntamente com diversas outras coisas que o valham. Aqueles a quem citei são suficientes para desqualificar seus cúmplices para a comunhão com nossa Igreja. O vínculo sagrado da paz rodeia apenas a unidade daquele Espírito que conduz a toda a verdade. Não devemos oferecer a destra da comunhão, mas sim proclamar πόλεμον ἱερὸν, 'uma guerra santa' a esses inimigos da providência de Deus, do mérito e da poderosa operação do Espírito Santo"(Contra o Arminianismo e o Seu Ídolo Pelagiano, o Livre Arbítrio, p.18)
William Twisse, lá acima, disse que o arminianismo ensina que a presciência de Deus disso é seu conhecimento médio(A Doutrina do Sínodo de Dort e Arles,p.46), e isto aludeo ao teísmo aberto. Dizer que Deus não tem conhecimento absoluto e infalível do futuro, não é mais heresia? Teismo aberto não é mais heresia?
(6)"Então, nós não sacralizamos este documento. Nós não canonizamos este documento. E muitos infelizmente tem colocado isso acima de tudo. Então, é, são o que eu chamo neo-dortianos, porque eles colocam Dort como se fosse inerrante e infalível, e não é. E também existe um movimento hipercalvinista, que eh, faz parte desse grupo, outro nome pra esse grupo, eh, que defende que se a pessoa é arminiana convicta, ela nem crente é.Isso eu acho de um absurdo sem tamanho"
Resposta: (a)Os reformados que defendem e mantém como atual a condenação de Dort [que não teve nenhuma outra decisão conciliar anulando essa decisão anterior] ao arminianismo como "heresia" e aos arminianos como "hereges", não sacralizam este documento, elevando-o ao nível de Escritura Sagrada, mas o defendem como uma exposição correta das Escrituras, concernente a soteriologia. Qual é o problema disso? Os batistas da Igreja Batista da Redenção também não defendem o Credo de Atanásio[Seculo IV], o Credo de Nicéia[325], o Credo Niceno Constantinopolitano[325], a Confissão de Fé Batista de 1644 e a Confissão de Fé Batista de 1689? Ao fazer isso, estão elevando estes documentos ao status de Escritura Sagrada? É muita demagogia.
(b)Se considerar "hipercalvinista" quem não considera arminianos como verdadeiros crentes, então o 'menino' pastor vai ter que considerar como "hiper calvinistas" Agostinho, Beda, Wycliff, Savonarola, Lutero, Knox, William Prinne,Robert Baille[1602-1662][um dos puritanos que participou da Confissão de Fé de Westminster], Joel R. Beeke, Martin I. Klauber; Herman J. Selderhuis, Christopher B. Brown; Günter Frank; Bruce Gordon; Barbara Mahlmann-Bauer; Tarald Rasmussen; Violet Soen; Zsombor Tóth; David W. Hall; W. Robert Godfrey; , Greg A. Salazar; R. Scott Clark; Michael Horton; Donald Sinnema; David B. McWilliams; Charles K. Telfer; Dolf te Velde; Joel E. Kim; Matthew Scott Harding, William H. Gray, John Hunt, Chirsthopher Nees, Jonathan Edwards, John Owen, Spúrgeon, Armitage, etc. Como um garoto ousa dizer ou insinuar que toda essa nuvem de testemunhas piedosas era hipercalvinista? Falta-lhe não só conhecimento bíblico e teológico-histórico, mas humildade.
(b)Agora, nós, afirmamos, que nenhum arminiano pode ser considerado um verdadeiro crente, simplesmente apoiados nas palavras de Paulo. Ele havia ensinado a TULIP em Rm 3:9-17; 8:29-37; 11:5-6, e depois diz que quem quer se levantasse contra qualquer doutrina que ele havia ensinado aos crentes romanos, não serviam a nosso Senhor Jesus Cristo(Rm 16:17-18), e devem ser evitados pelos verdadeiros crentes.No NT, quando os apóstolos vêm com uma visão equivocada de possibilidade de salvação pelas obras('Quem poderá, pois, salvar-se?' - Mt 19:25), são repreendidos pelo Senhor Jesus Cristo, que lhes diz: "Aos homens é isso impossível"(Mt 19:26). Da mesma forma, quando membros apóstatas da igreja ventilaram a ideia da salvação pelas obras, por meio da observância da circuncisão(At 15:1), Paulo vai chamá-los de "falsos irmãos"(Gl 2:4), e vai equipará-los e cães e maus obreiros: "Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da ciruncisão"(Fl 3:2). Paulo, mais adiante, ainda falando daqueles que defendiam a salvação pelas obras, diz: "Ao homem hereje, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado”(Tt 3:10-11 ACF). Na mesma carta, Paulo confirmar o perfil desses hereges, destes falsos mestres, que são descritos por ele como “principalmente os da circuncisão”(Tt 1:10).
Veja, que para Paulo, qualquer um que ventilar qualquer ideia de salvação pelas obras, é um "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado". E ele estende essa visão também aos que discordam do ensino que ele repassava aos crentes romanos, dizendo que todos aqueles que discordavam desse ensino, devem ser evitados: "desviai-vos deles"(Rm 16:17), porque "os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo"(Rm 16:18). E que tipo de ensino soteriológico Paulo ensinava? A TULIP crida, defendida e ensinada pelos reformados(Rm 3:9-18; Rm 8:29-30,33-34). Portanto, todos aqueles que sustentam um sistema de salvação pelas obras e que negam a TULIP de Paulo, estão incluídos no rol de "falso irmão", "cão", "mau obreiro", "herege", "pervertido", "condenado". Então essa é a razão pela qual não consideramos os arminianos como irmãos, como regenerados e salvos - eles ensinam de uma ou outra maneira, a salvação pelas obras, coisa notada por Spurgeon.
(7)Será que o arminianismo não é pelagianismo?
É interessante notar que Agostinho(354-430), bispo de Hipona, certa vez disse que toda a sua doutrina era contrária aos pelagianos (O Dom da Perseverança, 21:55). E o que ele pregava concernente a soteriologia?
- Agostinho ensinou a total depravação do ser humano [negou o livre arbítrio](Enquiridio, 30)
- Agostinho ensinou a eleição incondicional(A Predestinação dos Santos, XVII, XIX).
- Agostinho ensinou a expiação limitada(A Trindade, XIII; 15:19).
- Agostinho ensinou a irrestibilidade da graça salvífica(Confissões, X; 6:8)
- Agostinho ensinou a perseverança [preservação] dos santos(Tratado Sobre o Evangelho de João, LXXII).
Nesse sentido, se entende que Pelágio e seus seguidores eram contrários a TULIP ensinada por Agostinho. Mas, se não bastasse isso, temos declarações de Pelágio a favor de cada um dos cinco pontos do arminianismo, como se segue:
(a)Livre Arbítrio e resistibilidade da graça salvífica:
"A Escritura diz: 'A vida e a morte estão diante do homem; o que lhe agrada lhe será dado'[Eclo 15:17], Ou seja, para que a liberdade de escolha não lhe seja tirada. Portanto, é Deus quem dá, quem permite; exceto o espírito de insensibilidade, coisa que eles desejavam. Pois, se tivessem desejado ter o espírito de fé, teriam recebido. Pois, eles sempre desacreditaram nas palavras de Deus"(Pelágio, Com. de Rm 11:8)"(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.98)
(b)Eleição Condicional:
"Assim também, então, Ele escolheu aqueles que Ele de antemão sabia que creriam dentre os gentios, e rejeitou aqueles que Ele sabia que não creriam dentre Israel"(Pelágio, Com de Rm 9:10)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.90)
"'Predestinados'. Previamente destinados pela fé. Ou: Pré-conhecidos"(Pelágio, Com. de Ef 1:10)"(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.249)
(c)Expiação Ilimitada:
"Somente Ele foi encontrado, oferecido como sacrifício imaculado por todos os que estavam mortos em delitos e pecados"(Pelágio, Com de 2 Co 5:15)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.201)
"Mas o entregou por todos nós. Não por alguns. Como ele também não nos concedeu todas as coisas com ele? Que coisa mais preciosa ele pode ter para nos negar, que não negou seu Filho?”(Com. de Rom 8:32)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.87)
(d)Cair da Graça[Perder a salvação]:
"Vivendo mal, perderam a fé que pareciam ter [cf. Lc 19,26], mesmo agora defendendo seus próprios vícios"(Pelágio, Com de 1 Tm 1:19")(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.317)
"Você será salvo. De transgressões passadas, não futuras"(Pelágio, Com. de Rm 10:9)(Thomas P. Scheck [Professor Associado de Teologia na Universidade Ave Maria, Flórida, EUA], Pelagius, Commentaries on the Thirteen Epistles of Paul With The Libellus Fidei. The Newman Press, New York, EUA, 1964, p.95)
Se o arminianismo ensina todas estas mesmas heresias que Pelágio ensinou, como alguém poderá desvencilhar o arminianismo do pelagianismo ou de Pelágio?
(8)Todos os reformados, que são sinceros estudiosos e pesquisadores cristãos, que militam na área da "Heresiologia", sabem que todas as seitas são arminianas em sua 'soteriologia'. É impossível não existir uma única seita falsa, anticristã e antibíblica, que não espose sequer um único ponto do arminianismo, quando o assunto é 'salvação'. Justamente por isso, de forma sábia e coerente, um dos maiores grupos cristãos que trabalham no estudo das doutrinas e da evangelização às seitas, o Centro de Pesquisas Religiosas(CPR), aludindo a 'soteriologia' das seitas falsas, diz que as doutrinas ensinadas por Agostinho e Calvino "são odiadas pelas seitas e quase esquecidas pela Igreja"(Desafio das Seitas, 2º Trimestre de 2000, p.5) e que a soteriologia arminiana e semi-pelagiana foi "adotada pela maioria das seitas pseudo-cristãs"[Desafio das Seitas, 3º Trimestre de 2000, p.8). McGregor Wright, teólogo reformado, diz:
"Dos testemunhas de jeová aos mórmons, e uma gama forte de outras seitas, havia uma declaração de guerra contra qualquer forma de calvinismo"(A Soberania Banida, p.9)
Por isso, não é de se estranhar a simpatia das seitas pelo arminianismo e sua aversão pelo calvinismo. Por exemplo, a Igreja Romana afirma:
"Nessas e outras particularidades, encontramos os arminianos se aproximando das fórmulas tridentinas"(The Catholic Encyclopedia, Volume III, 1913, p.203).
"Mas não menos graves são os erros em que cai um segundo grupo, ao tornar somente Deus responsável por tudo e abolir a livre cooperação da vontade na obtenção da felicidade eterna. Isto é feito pelos defensores do Predestinarianismo herético, encarnado na sua forma mais pura no Calvinismo e no Jansenismo"(The Catholic Encyclopedia, Volume XII, p.379)
- Os Espíritas dizem:
"Ele (Calvino) criou a chamada ‘doutrina da predestinação’ na qual tropeça a maioria dos pastores que nem conhecem os tentáculos desse sistema”(Revista Visão Espírita, Ano 2, Nº 24, Novembro de 2000, p.48).
- David L. Paulsen e Gory G. Walker, eruditos mórmons, dizem:
"Por exemplo, os Santos dos Últimos Dias rejeitam os cinco princípios da doutrina calvinista da graça enunciada no Conselho de Dort e representado pelo acrónimo TULIP (Total depravação, Eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e Perseverança dos santos)”(Mormon Studies Review, Volume 18, Nº 2, Artigo 5, The Farms Review 18/2 [2006], p.92)
- Charles Taze Russell, pai da seita dos testemunhas de jeová, diz:
"A doutrina da Graça Livre, defendida pelos arminianos, é também uma demonstração muito maior do abundante favor de Deus do que seus advogados mais fervorosos já ensinaram”(Estudos das Escrituras, Volume 1, p.96).
“O envio de missionários para os pagãos por aqueles que crêem na visão calvinista ou fatalista da eleição, que o destino eterno de cada indivíduo foi inalteravelmente fixado antes ele tinha uma existência, é ainda mais absurdo e irracional”(Ibidem, p.102)
- O 'reverendo' Moon, criador e líder da seita da Unificação, diz:
"Foi devido a ignorância que surgiu um homem como Calvino, que defendeu com obstinação sua 'teoria da predestinação', e que tal teoria tem sido acreditada por tantas pessoas durante tanto tempo"(Princípio Divino, p.153).
- David Brandt Berg, fundador dos meninos de deus, disse:
“Calvinismo! ‘Muitos são chamados, mas poucos escolhidos’ – Não é triste os predestinarianos interpretarem isso para significar que todo mundo é chamado, mas mesmo até eles virem em resposta à chamada como voluntários, Deus como um oficial militar, escolhe apenas este, aquele e aquele? Até que eles atendam a chamada, Ele escolhe apenas determinados indivíduos que são honrados para serem salvos. Que doutrina horrível!”(Chamado, Escolhido e Fiel, DO, 2234, Junho de 1985).
- Louise A. Smith, adepta da Ciência Cristã, disse:
"O médico ficou maravilhado; e o 'horrível decreto' da predestinação’ — como João Calvino corretamente denominara seu próprio artigo de fé — perdeu para sempre seu poder sobre mim”(Louise A. Smith., Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, p.22).
- Uriah Smith[1832-1903], teólogo adventista, disse:
"Quando Roma teve o poder, destruiu vastas multidões dos que considerava hereges. A igreja protestante manifestou o mesmo espírito. Basta citar Miguel Servet, queimado pelos protestantes de Genebra sob a direção de João Calvino"(Com. Sobre Ap 14)
- Erwin R. Gane, outro teólogo adventista, diz:
“Não queimara Calvino Servet por suas declarações antitrinitarianas?”(‘As Interpretações Arianas ou Antitrinitarianas Encontradas na Literatura Adventista e A Resposta de Ellen G. White’, Capitulo 16)
- Helena Blavatsky, fundadora da Teosofia, diz:
"O protestante Calvino, que fez queimar vivo a Miguel Servet"(A Doutrina Secreta, Volume V, p.51)
- Yasin T. Al-Jibouri, escritor islâmico, diz:
"Ele [Servet] foi preso por ordens da Inquisição, mas escapou e foi para a Itália, onde foi preso por ordem de João Calvino, julgado e queimado vivo na fogueira"(Mary and Jesus in Islam['Maria e Jesus no Islã'], 2011, p.92)
- Eliphas Levi, um dos maiores satanistas, disse:
"Os protestantes declamaram contra as tentativas de Roma no mesmo momento em que João Calvino, de sua autoridade particular, mandou queimar Miguel Servet"(História da Magia, p.134)
Qual é a diferença entre o arminianismo ser o mesmo 'evangelho' das seitas ou ser o mesmo falso evangelho que Pelágio, as seitas e os satanistas ensinaram?
Quando vemos indivíduos, se dizendo reformados, mas tratando aqueles que colocam o homem como autor ou có-autor e partícipe de sua salvação como "crentes", "irmãos", 'regenerados" e "salvos", entendemos serem pessoas que seguem um "outro evangelho"(Gl 1:8-9), que receberam "outro Jesus...outro espírito...ou outro evangelho"(2 Co 11:45), entendemos se tratar de apóstatas da fé cristã, que se enfadaram do puro evangelho da graça de Deus, como disse Paulo:
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências. E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas"(2 Tm 4:3-4)
Que Deus nos ajude a permanecermos fiéis a Ele e a Sua Palavra!
Jailson Serafim
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