quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Aristóteles, Averroes, Tomás de Aquino, Basílides e o Diabo - O Quinteto dos Infernos!

Quem tem examinado o Tomismo, sabe que Tomás de Aquino se inspirou no pensamento do filósofo pagão Aristóteles. Encontramos diversas citações de Aristóteles, feitas por Aquino. Por exemplo, na Suma Teológica, Volume 1, encontramos, pasmem, 94 citações de Aristóteles. São dezenas de citações do mesmo. Todavia, fica bem claro que o ensinamento de Aristóteles foi rejeitado pela maioria dos Pais da Igreja e pela igreja como um todo.

(I)Pais da Igreja contra Aristóteles

Hipólito de Roma(160-236) é um dos primeiros pais da Igreja a citar Aristóteles, afirmando:

"Visto que, portanto, nos seis livros anteriores a este, previamente esclarecemos OPINIÕES HERÉTICAS, agora parece adequado NÃO FICARMOS CALADOS A RESPEITO DAS DOUTRINAS DE BASILIDES, QUE SÃO OS PRINCÍPIOS DE ARISTÓTELES, o Estagirita, E NÃO AQUELAS DE CRISTO. Mas mesmo que em uma ocasião anterior AS OPINIÕES PROPOSTAS POR ARISTÓTELES tenham sido elucidadas, não teremos nem mesmo agora o escrúpulo de colocá-las de antemão em uma espécie de sinopse, com o propósito de habilitar meus leitores, por meio de uma comparação mais próxima dos dois sistemas, PARA PERCEBER COM FACILIDADE QUE AS DOUTRINAS PROMOVIDAS POR BASÍLIDES SÃO NA REALIDADE OS TROCADILHOS ASTUTOS DE ARISTÓTELES"(Hipólito de Roma[169-236] Refutação a Todas as Heresias, VII:2).

Hipólito diz que segundo Aristóteles, "O MUNDO, ENTRETANTO, É INCORRUPTÍVEL E ETERNO"(Ibidem, VII:7), afirmando que "DEVEMOS PROVAR AOS DISCÍPULOS DESTE HEREGE QUE CRISTO DE FORMA ALGUMA OS BENEFICIARÁ"(Ibidem). O panteísmo de Arístoteles, é condenado por Hipólito.

Justino Mártir(89-165), diz:

"E, novamente, enquanto Platão diz que o Deus Altíssimo e as idéias existem no primeiro lugar dos céus mais elevados, e na esfera fixa, Aristóteles diz que, ao lado do Deus Altíssimo, existem, não idéias, mas certos deuses, que pode ser percebido pela mente"(Discurso de Exortação aos Gregos, 6).

Ainda, de acordo com Justino, Aristóteles nega a imortalidade da alma:

"E Platão afirma em voz alta que toda a alma é imortal. Mas Aristóteles, dando-lhe o nome de realidade, queria que fosse mortal, não imortal"(Discurso de Exortação aos Gregos, 6).

(II)Aristóteles e a sua opinião sobre a alma

Em sua obra "A Metafísica"(viii:3), ele diz que "a alma deve ser chamada de homem".

. E em sua obra "De Anima"[Da Alma], ele diz:

. "Deve seguir-se, então, que a alma é substância no sentido de que é a forma de um corpo natural tendo nele a capacidade de vida"(Livro II).

. A "The Catholic Encyclopedia"(Volume 1, 1913), diz que, na visão de Aristóteles, a alma "não é uma substância distinta do corpo, como Platão ensinou, mas um Princípio co-substancial com o corpo, ambos sendo unidos para formar a substância composta, o homem"(p.716). Não resta nenhuma dúvida de que Aristóteles tinha uma destas duas [ou ambas] visões falsas sobre a alma:

(a)Traducionismo - alma, por geração natural, ser consubstancial com o corpo, sendo repassada pelos pais aos filhos

(b)Negação da imortalidade da alma - a alma por ser consubstancial com o corpo, morrerá, assim que o corpo morrer.

(III)O conceito de Aristóteles é materialista.

"Aristóteles responde que a felicidade do homem é determinada pelo fim ou propósito de sua existência, ou seja, que sua felicidade consiste no 'bem próprio de sua natureza racional'. Pois a prerrogativa do homem é a razão. Sua felicidade, portanto, deve consistir em viver de acordo com a razão, isto é, em viver uma vida de virtude. A virtude é a perfeição da razão e é naturalmente dupla, conforme consideramos a razão em relação aos poderes inferiores (virtude moral) ou em relação a si mesma (virtude intelectual ou teórica). A virtude moral é definida 'um certo hábito da faculdade de escolha, que consiste em um meio adequado à nossa natureza e fixado pela razão, da maneira como os homens prudentes o fixariam'. É da natureza das virtudes morais, portanto, evitar todos os excessos, bem como todos os defeitos; a timidez, por exemplo, é tão oposta à virtude da modéstia quanto a falta de vergonha. As virtudes intelectuais (compreensão, ciência, sabedoria, arte e sabedoria prática) são perfeições da própria razão, sem relação com as faculdades inferiores. É uma peculiaridade do sistema ético de Aristóteles que ele coloque as virtudes intelectuais acima da moral, o teórico acima do prático, o contemplativo acima do ativo, o dialético acima do ético. Um importante constituinte da felicidade, segundo Aristóteles, é a amizade, vínculo entre o indivíduo e a agregação social, entre o homem e o Estado. O homem é essencialmente, ou por natureza, um 'animal social', isto é, ele não pode alcançar a felicidade completa exceto na dependência social e política de seu semelhante. Este é o ponto de partida da ciência política. Que o Estado não é absoluto, como ensinou Platão, que não existe um Estado ideal, mas que nosso conhecimento da organização política deve ser adquirido estudando e comparando as diferentes constituições dos Estados, que a melhor forma de governo é aquela que melhor se adapta aos caráter do povo - estas são algumas das mais características das doutrinas políticas de Aristóteles"(The Catholic Encyclopedia, Volume 1, p.717).

Assim, a felicidade do homem está restrita ao próprio mundo humano, sendo o próprio homem o centro dessa felicidade.

(IV)O ensino de Aristóteles é incompatível com a fé cristâ:

"Essas traduções e a 'Introdução' de Porfírio foram as únicas obras aristotélicas conhecidas pelo primeiro dos escolásticos, isto é, pelos filósofos cristãos da Europa Ocidental do século IX ao XII. No século XII, a tradição árabe e a tradição bizantina se encontraram em Paris, as obras metafísicas, físicas e éticas de Aristóteles foram traduzidas em parte do texto árabe e em parte do texto grego e, após um breve período de suspeita e hesitação sobre parte da Igreja, a filosofia de Aristóteles foi adotada como base de uma exposição racional do dogma cristão. A suspeita e a hesitação se deviam ao fato de que, no texto árabe e seus comentários, o ensino de Aristóteles havia se pervertido na direção do materialismo e do panteísmo. Depois de mais de dois séculos de triunfo quase universalmente inquestionável, Aristóteles mais uma vez foi objeto de disputa nas escolas cristãs do período renascentista, porque os humanistas, como os árabes, enfatizaram os elementos do ensino de Aristóteles que eram irreconciliáveis com Doutrina Cristã. Com o advento de Descartes e a mudança do centro da investigação filosófica do mundo externo para o interno, da natureza para a mente, o aristotelismo, como um sistema real, começou a ser cada vez mais identificado com a escolástica tradicional, e não foi estudado além da escolástica, exceto por seu interesse histórico"(The Catholic Encyclopedia, Volume 1, p.717).

(V)Aristóteles negando a imortalidade da alma:

"Deve-se, portanto, ter em mente que, quando Aristóteles fala da alma, ele não se refere apenas ao princípio do pensamento; ele quer dizer o princípio da vida. A alma, ele define como a forma, atualização ou realização do corpo, 'a primeira enteléquia do corpo organizado que possui o poder da vida'. Não é uma substância distinta do corpo, como Platão ensinou, mas um Princípio co-substancial com o corpo, ambos sendo unidos para formar a substância composta, o homem. As faculdades ou poderes da alma são quíntuplos: nutritiva, sensível, apetitiva, locomotiva e racional"(The Catholic Encyclopedia, Volume 1, p.716).

(VI)Basilides[+ 138 d.C], o herege

A 'The Catholic Encyclopedia'(Volume XIV) fala "na estima exagerada em que Aristóteles era tido pelos hereges do período cristão inicial"(p.713).Isso nos faz lembrar as palavras de Hipólito de Roma[169-236], que afirma que um dos hereges que foram influenciados por Aristóteles, foi o gnóstico Basilides:

"Visto que, portanto, nos seis livros anteriores a este, previamente esclarecemos OPINIÕES HERÉTICAS, agora parece adequado NÃO FICARMOS CALADOS A RESPEITO DAS DOUTRINAS DE BASILIDES, QUE SÃO OS PRINCÍPIOS DE ARISTÓTELES, o Estagirita, E NÃO AQUELAS DE CRISTO. Mas mesmo que em uma ocasião anterior AS OPINIÕES PROPOSTAS POR ARISTÓTELES tenham sido elucidadas, não teremos nem mesmo agora o escrúpulo de colocá-las de antemão em uma espécie de sinopse, com o propósito de habilitar meus leitores, por meio de uma comparação mais próxima dos dois sistemas, PARA PERCEBER COM FACILIDADE QUE AS DOUTRINAS PROMOVIDAS POR BASÍLIDES SÃO NA REALIDADE OS TROCADILHOS ASTUTOS DE ARISTÓTELES"(Refutação a Todas as Heresias, VII:2).

Outros pais da Igreja também definem Basilides como um herege.

(1)Ireneu(130-200), por exemplo lista algumas das heresias dele:

(i)O homem foi criado pelos anjos(Contra Heresias, I; 24:1)

(ii)Reencarnação(Contra Heresias, I; 24:1; 25:4)

(iii)Jesus não foi gerado(Contra Heresias, I; 24:2)

(iv)Jesus não teve corpo físico(Contra Heresias, I; 24:2)

Esse ensino herético, por incrível que pareça, nos parece estar na 'teologia' de Tomás de Aquino, uma vez que chega a dizer que "aquilo que a Bem-aventurada Virgem recebeu dos seus pais não era matéria do corpo de Cristo"(Suma Teológica, VIII; Quest.31; Resp. Art.6)

(v)O deus dos hebreus era um dos anjos(Contra Heresias, I; 24:2)

(vi)Casar e procriar é diabólico(Contra Heresias, I; 24:2)

(vii)Algumas profecias do AT foram proferidas por Satanás(Contra Heresias, I; 24:2)

(viii)Os anjos criaram o primeiro céu(Contra Heresias, I; 24:3)

(ix)Os anjos criaram 365 céus(Contra Heresias; I; 24:3; II; 16:2; III; 35:1)

(x)Os anjos criaram todas as coisas(Contra Heresias, I; 24:4)

(x)Jesus não foi crucificado, mas Simão Cirineu(Contra Heresias, I; 24:4)

(xi)A salvação é somente para a alma, porque o corpo é corruptível(Contra Heresias. I; 24:5)

(xii)Os autores das profecias, os Principados, não se importam com as carnes oferecidas aos ídolos, tampouco com a libertinagem(Contra Heresias, I; 24:5)

Algumas ideias de Tomás de Aquino, parecem comportar este tipo de pensamento, tendo em vista que o mesmo chega a ensinar que as cédulas de dinheiro ganhas ilicitamente ou em simônia, "devem ser distribuídas em esmolas"(Suma Teológica, V; Quest.32, Resp. Art.7)

(xiii)Os autores das profecias se utilizam de magias e encantamentos(Contra Heresias, I; 24:5)

(xiv)Os profetas profetizaram em nome de deuses diferentes(Contra Heresias, II; 35:2)

Ireneu ainda menciona "aquele falso Pai inventado por Marcião, Valentim, Basílides, Carpócrates, Simão, ou os outros pseudognósticos"(Contra Heresias, IV; 6:4).

(2)Caio, presbítero de Roma, que travou uma disputa com Proclo, um líder montanista entre 199-217 d.C, diz:

"São rejeitados também os que escreveram o novo Livro dos Salmos como Marcião, junto com Basilides e o fundador dos Catafrígios asiáticos"(Contra a Heresia de Artemon, 4)

(xvi)Tertuliano(160-230)é outro pai da Igreja a condenar Basilides. Diz ele que "posteriormente, surgiu o herege Basilides"(Contra Todas as Heresias, 1), e que este herege dizia "que por esses anjos 365 céus foram formados"(Ibidem, 1)e "que não foi Ele [Jesus] quem sofreu entre os judeus, mas sim Simão foi crucificado em seu lugar"(Ibidem, 1), e "a ressurreição da carne, ele fortemente impugna, afirmando que a salvação não foi prometida aos corpos"(Ibidem, 1).

(3)Cipriano(200-258) também denuncia Basilides como um herege, afirmando que ele, estando "manchado com os certificados de idolatria, e preso com a consciência de crimes perversos, não deve possuir o episcopado e administrar o sacerdócio de Deus"(Epístola aos Clérigos e ao Povo Residente na Espanha, 67:1), e que Basilides "foi a Roma e enganou Estêvão, nosso colega"(Ibidem, 67:5), e que "se Basilides pode enganar os homens, ele não pode enganar a Deus"(Ibidem, 67:5), e que "homens dessa espécie não podem nem governar sobre a Igreja de Cristo, nem devem oferecer sacrifícios a Deus"(Ibidem, 67:6) e que "alguns entre nossos colegas, queridos irmãos, que pensam que a disciplina piedosa pode ser negligenciada, e que precipitadamente mantêm comunhão com Basilides"(Ibidem, 67:9).

(4)As 'Constituições Apostólicas'(300 d.C) dizem:

"Posteriormente, também outros foram os autores de doutrinas absurdas: Cerinto, e Marcos, e Menandro, e Basilides, e Saturnilo"(IV; 2:8)

(5)Atanásio(296-373) diz:

"Mas que a impiedade de Sabélio e de Paulo de Samosata também seja anatematizada por todos, e a loucura de Valentim e Basilides, e a loucura dos Maniqueus"(Tomus ad Antiochenos, 3).

"E por ambos os lados Ário foi anatematizado como um adversário de Cristo, e Sabélio, e Paulo de Samosata, como homens ímpios, e Valentim e Basilides como estranhos à verdade, e Maniqueu como um inventor da maldade"(Ibidem, 6).

"Pois nenhum dos Anjos seria capaz de formar, uma vez que eles também são criaturas, embora Valentim, Marcião e Basilides pensem assim, e vocês são seus copistas; nem o sol, sendo uma criatura, jamais transformará o que não é no que é; nem o homem formará o homem, nem a pedra inventará a pedra, nem a madeira dará crescimento à madeira"(Diálogo com os Arianos, 2:21)

(6)Basílio de Cesaréia(330-379) pergunta: "Pergunte-lhes então se Basilides, que excomungou a Edício, é agora ortodoxo, por que, voltando da Dardânia, derrubou seus altares no território de Gangra e montou suas próprias mesas?"(Epístola 226)

(7)Cirilo de Jerusalém(313-386), diz:

"Basilides, de mau nome e caráter perigoso, um pregador de impurezas"(Leitura Catequtica, 6:17).

(8)Gregório de Nissa(335-394), diz:

"O judaizante tem se preocupado com um conjunto de noções, um familiarizado com o helenismo, com outros; enquanto o Anomœan, e o Maniqueu, com os seguidores de Marcião, Valentim e Basilides, e o resto na lista daqueles que se perderam na heresia"(Grande Catecismo, 1ª Parte - 'A Trindade')

(9)Jerônimo(342-420), diz que "a imunda heresia de Basilides grassou na Espanha e como uma pestilência devastou as províncias entre os pirenéus"(Epístola a Teodora, 75:3). Ele ainda diz:

"Agripa, de sobrenome Castor, um homem de grande erudição, escreveu uma forte refutação dos vinte e quatro volumes que o herege Basilides havia escrito contra o Evangelho... Basilides morreu em Alexandria no reinado de Adriano, e dele surgiram as seitas gnósticas"(Dos Homens Ilustres, 21), mencionando "o gnosticismo, isto é, com a heresia de Basilides"(Ibidem, 121).

Em outro lugar, menciona "o antigo herege Basilides"(Contra Vigilancio, 6).

E em outro lugar, ainda diz:

"Esses hereges têm afinidades com o gnosticismo, que podem ser atribuídas aos ensinamentos ímpios de Basilides"(Epístola a Ctesiphon, 133:3).

E novamente:

"Basilides, o mestre da licenciosidade e da sensualidade mais grosseira"(Contra Joviniano, II:37).

(10)Leão Magno(+461 d.C) diz:

"Mas em todos eles está trabalhando aquele que, embora ele seja realmente o inimigo da iluminação, se transforma em um anjo de luz[2 Co 11:14]. É dele o ofício que inspira Basilides"(Sermão 16,4).

(11)Teodoreto(393-457), diz:

"Essas e outras passagens semelhantes foram cortadas das Escrituras divinas por Simão, Basilides, Valentim, Bardesanes, Marcião e o homem que recebeu o nome de sua heresia maníaca"(Epístola 104).

Ele ainda diz:

"Valentim, no entanto, Basilides, Bardesanes e Harmonio e seus seguidores, aceitam a concepção da Virgem e o nascimento; mas eles negam que Deus, o Verbo, tomou qualquer coisa da Virgem, mas fez como que um trânsito por ela como por um conduto, e apareceu para a humanidade apenas na aparência, e parecendo ser um homem, da mesma maneira como foi visto por Abraão e alguns outros dos antigos"(Epístola 145).

(12)Averróis, baseado em Aristóteles, endossa o panteísmo e um certo politeísmo, levando a Igreja a condenar a obra de Aristóteles

"Averróis [muçulmano] professou a maior estima por Aristóteles. A palavra do Estagirita era para ele a mais alta expressão da verdade em matéria de ciência e filosofia. Nessa exagerada veneração pelo filósofo, ele foi mais longe do que qualquer um dos escolásticos. De fato, nos estágios posteriores da filosofia escolástica foram os averroístas e não os seguidores de Aquino e Scotus que, quando acusados de subserviência à autoridade de um mestre, gloriavam-se no título de 'macaco de Aristóteles'. Averróis defendeu o princípio da dupla verdade, sustentando que a religião tem uma esfera e a filosofia outra. A religião, disse ele, é para a multidão iletrada; filosofia para poucos escolhidos. A religião ensina por sinais e símbolos; a filosofia apresenta a própria verdade. Na mente, portanto, do verdadeiramente iluminado, a filosofia substitui a religião. Mas, embora o filósofo veja que o que é verdadeiro em teologia é falso em filosofia, ele não deve, por isso, condenar a instrução religiosa, porque assim privaria a multidão do único meio de que dispõe para obter um conhecimento (simbólico) da verdade. A filosofia de Averróis, como a de todos os outros árabes, é o aristotelismo tingido de neoplatonismo. Nele encontramos a doutrina da eternidade da matéria como um princípio positivo do ser; o conceito de uma multidão de espíritos variando hierarquicamente entre Deus e a matéria e mediando entre eles; a negação da Providência no sentido comumente aceito; a doutrina de que cada uma das esferas celestes é animada; a noção de emanação ou extração, como um substituto para a criação; e, finalmente, a glorificação do conhecimento místico (racional) como a aspiração final da alma humana - em uma palavra, todos os elementos distintamente neoplatônicos que os árabes acrescentaram ao aristotelismo puro"(The Catholic Encyclopedia, Volume 2, p.391-392)

"No século XIII, a influência de Aristóteles foi grandemente aumentada com a tradução da sua obra do árabe para o latim. De igual importância era a disponibilidade de comentários árabes escritos por filósofos islâmicos de destaque. POR EXEMPLO, O TRABALHO DE AVERRÓIS[1126-1198] ERA MAIS HONRADO NO OCIDENTE DO QUE NA PÁTRIA DELE. SUA INFLUÊNCIA FOI SENTIDA MAIS DIRETAMENTE NAS OBRAS DE ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO. Foi na Universidade de Paris que Alberto Magno entrou pela primeira vez com os comentários de Averróis sobre Aristóteles. Porém, foi o aluno de Alberto, Tomás de Aquino, que produziu uma síntese do pensamento cristão e de aristotelismo. Mas o Aristotelismo ficou com má fama por causa de Averróis, QUE DEFENDIA A ETERNIDADE DO UNIVERSO, LEVANDO A IGREJA A CONDENAR A OBRA DE ARISTÓTELES E DE AVERRÓIS, EM 1277"(Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, pp.116-117)

(13)Tomás de Aquino, Aristóteles, Basilides, Averroes e o Diabo!

A 'The Catholic Encyclopedia'(Volume XIV, p.717), destaca "os elementos do ensino de Aristóteles que eram irreconciliáveis com Doutrina Cristã". A mesma 'The Catholic Encyclopedia"(Volume 2) diz que "Nele [Averroes] encontramos a doutrina da eternidade da matéria"(p.392),e que "Santo Tomás de Aquino usou o 'Grande Comentário' de Averróis como seu modelo"(The Catholic Encyclopedia, Volume 2, p.392). Aristóteles, dizia que a alma "não é uma substância distinta do corpo"(The Catholic Encyclopedia, Volume 1, p.716), e que diante da negação de Tomás, de que a alma racional é infundida ao embrião na hora da concepção, "muitos teólogos modernos abandonaram este último ponto do ensinamento de São Tomás e afirmam que uma alma totalmente racional é infundida no embrião no primeiro momento de sua existência"(The Catholic Encyclopedia, Volume 14, pp.155-156), e que no tocante a sua visão da soteriologia e predestinação, "alguns devem ser salvos e devem agradecer a Deus por quaisquer méritos que possam ter acumulado"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV, p.701). Ao que parece, esse pensamento de Aristóteles e Aquino, que não trata explicitamente alma e corpo, como distintos, é refutado pelas Escrituras(Zc 12:1). Da mesma forma ocorre com a doutrina que coloca salvação andando ao lado dos méritos(Ef 2:8-9).

Segundo Roma, "as causas que exerceram uma influência sobre São Tomás foram de dois tipos, natural e sobrenatural"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV, p.670), de formas que "os homens que treinaram São Tomás foram seus professores em Monte Cassino e Nápoles, mas acima de tudo Alberto Magno"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV,p.670)e que "os livros que exerceram a maior influência em sua mente foram a Bíblia, os decretos dos concílios e dos papas, as obras dos Pais Gregos e Latinos, especialmente de Santo Agostinho, as 'Sentenças' de Pedro Lombardo, os escritos dos filósofos, especialmente de Platão, Aristóteles e Boécio. Se esses autores fossem selecionados para menção especial, sem dúvida seriam Aristóteles, Santo Agostinho e Pedro Lombardo"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV,p.670), de formas que "Na 'Suma', ele cita 19 concílios, 41 papas e 52 Pais da Igreja"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV, p.670); e que "tudo o que havia de verdade nos escritos dos filósofos pagãos deveria ser tirado deles, como de 'possuidores injustos', e adaptado ao ensino da religião verdadeira"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV, p.670). Assim, Alberto Magno, 19 concílios, 41 papas, Agostinho, Lombardo, 52 pais da Igreja e a opinião de filósofos pagãos [cujo pensamento deve ser adaptado ao pensamento cristão] foram as primeiras influências naturais sobre Tomás de Aquino.

Algumas dessas citações contrariam algumas alegações dos modernos tomistas, que querem afirmar que expressões como "causa primária", usadas por reformadores símbolos de fé ou puritanos, são retiradas de Tomás de Aquino, que por sua vez, a retirou das falas de Aristóteles. Todavia, vemos essa expressão - 'causa primária', usada por pais da Igreja como Irineu[130-200]Contra Heresias, IV; 38:3); Alexandre de Lycopolis[+ 300 d.C](Dos Maniqueus, 6) e Agostinho[354-430](A Trindade, III:3). E afirmar que o uso dessa expressão implica numa citação direta de Aristóteles, é muito temerário, visto que Ireneu, que fez o primeiro uso dessa expressão, quando cita Aristóteles, o associa a membros de uma seita envolvida em "magia, encantamentos, feitiços, espiritismo, hipnotismo e outros truques"(Contra Heresias, I; 25:3), e que "eles foram enviados aos povos por Satanás para a injúria do nome da Igreja"(Ibidem). Segundo Ireneu, o ensino deles prevê a salvação pelas obras praticadas nas suas reencarnações(Contra Heresias, I; 25:4), além de dizer que o conceito de verdade ou de pecado, é relativo, e são determinados segundo o pensamento humano(Contra Heresias, I; 25:4), e isso representa um pensamento que se aproxima de Averroes, pois "Averróis defendeu o princípio da dupla verdade, sustentando que a religião tem uma esfera e a filosofia outra"(The Catholic Encyclopedia, Volume 2, p.391). Ainda segundo Ireneu, "eles se chamam gnósticos. Possuem umas imagens, algumas pintadas outras feitas de materiais diversos e dizem que reproduzem o Cristo e foram feitas por Pilatos quando Jesus estava com os homens. Coroam-nas e expôem-nas junto com aquelas de filósofos profanos, a saber, de Pitágoras, Platão, Aristóteles e outros e lhes prestam homenagens assim como fazem os pagãos"(Contra Heresias; I; 25:6). Certamente simpatizavam com Aristóteles. Diferente deles, Ireneu, contudo, diz: "Não participamos da doutrina, nem dos costumes nem da conduta deles"(Ibidem).Em outro lugar, ele diz:

"Usar contra a fé o esmiuçamento e a sutileza nas questões é próprio do argumento aristotélico"(Contra Heresias, II; 14:5).

Ademais, vale a pena salientar que é do conhecimento de todos os cristãos que a similitude entre as práticas/crenças cristãs com as pagãs, se deve não porque os judeus crentes copiaram-nas dos pagãos, mas dos pagãos as terem copiado dos primitivos judeus, considerando que a igreja cristã surgiu dentro do povo judeu crente(At 11:26), e esse povo judeu crente considera, tanto no AT, como no NT, Deus como a 'primeira causa'(Gn 1:1-2; Jó 26:13; 33:4: Jo 1:2; Jo 1:2-3; At 17:24-29; Rm 11:36), ou a causa primária de todas as coisas, uma vez que tudo vem dEle. Tendo conhecimento da cultura judaica, não seria difícil para os pagãos copiarem suas crenças ou práticas dos judeus. Por exemplo - os pagãos acreditavam em uma criação feita pelas divindades, e nem por isso é pagã a narrativa do Gênesis. Da mesma forma, os pagãos também acreditavam em um dilúvio, e nem por isso, o dilúvio é uma crença pagã. A razão é - os pagãos copiaram dos antigos hebreus essas crenças e as adapataram as suas próprias crenças. Assim, entendemos que se Aristóteles usou esse tipo de expressão, sem dúvida alguma, copiou antigos e primitivos costumes judeus.

Hipólito de Roma(160-236)afirma que "a interpretação falsa das Escrituras por Simão; é plágio de Heráclito e Aristóteles"(Refutação a Todas as Heresias, 6:4).

Jerônimo(342-420) chega a dizer:

"Não desejamos percorrer os campos da eloqüência, não recorremos às armadilhas dos especialistas em lógica ou as moitas de Aristóteles. Devemos citar as palavras reais da Escritura"(A Perpetua Virgindade da Bendita Maria, 2).

Tertuliano(160-230) diz:

"E de que forma ele vem? Além da pergunta que Valentim tem proposto muito recentemente - De onde vem Deus? O que ele resolve com a resposta: De entimese e ectroma. Infeliz Aristóteles! Quem inventou para esses homens a dialética, a arte de construir e derrubar; uma arte tão evasiva em suas proposições, tão rebuscada em suas conjecturas, tão dura em seus argumentos, tão produtiva de contendas - embaraçosa até para si mesma, retratando tudo, e realmente tratando de nada! De onde brotam essas 'fábulas e genealogias sem fim'[1 Tm 1:4] e 'questões inúteis'[Tt 3:9] e palavras que se espalham como um câncer?[2 Tm 2:17]. De tudo isso, quando o apóstolo queria nos restringir, ele expressamente nomeia a filosofia como aquela contra a qual ele gostaria que estivéssemos em guarda. Escrevendo aos Colossenses, ele diz: 'Vede que ninguém vos engane com filosofia e vãs mentiras, segundo a tradição dos homens e contrária à sabedoria do Espírito Santo'. Ele esteve em Atenas, e teve em suas entrevistas (com seus filósofos) familiarizado com aquela sabedoria humana que finge conhecer a verdade, enquanto ela apenas a corrompe, e ela mesma está dividida em suas próprias heresias múltiplas, pela variedade de suas seitas mutuamente repugnantes. O que realmente Atenas tem a ver com Jerusalém? Que concordância existe entre a Academia e a Igreja? O que há entre hereges e cristãos? Nossa instrução vem do pórtico de Salomão, que havia ensinado que o Senhor deve ser buscado com simplicidade de coração[Sb 1:1]. Fora com todas as tentativas de produzir um cristianismo mosqueado de composição estóica, platônica e dialética! Não queremos nenhuma disputa curiosa depois de termos Cristo Jesus, nenhuma inquirição depois de desfrutar o evangelho! Devido a nossa fé, não desejamos nenhuma crença adicional. Pois esta é a nossa explêndida fé, de modo que não há nada em que devemos acreditar fora dela"(Direito de Prescrição Contra os Hereges, VII).

A outra causa, que influênciou Tomás de Aquino, foi 'sobrenatural'. Ele recebeu ajuda do 'céu', não extamente do lugar que denominamos morada de Deus, dos anjos e santos falecidos; mas de espíritos de pessoas falecidas:

"Fatos narrados por pessoas que conheceram São Tomás em vida ou escreveram na época de sua canonização provam que ele recebeu ajuda do céu. Ao Padre Reginaldo ele declarou que havia aprendido mais na oração e na contemplação do que havia adquirido de homens ou de livros. Esses mesmos autores falam de visitantes misteriosos que vieram para encorajá-lo e estimulá-lo. A Santíssima Virgem apareceu para garantir-lhe que sua vida e seu testemunho eram aceitáveis a Deus, e que ele fosse severo em sua sagrada vocação. São Pedro e Paulo vieram ajudá-lo a interpretar uma obscura passagem de Isaías. Quando a humildade o levou a se considerar indigno do doutorado, um venerável religioso de sua ordem (supostamente São Domingos[1170-1221]) apareceu para encorajá-lo e sugeriu o texto para seu discurso de abertura. Seus êxtases foram mencionados. Suas sublimações na entidade espiritual do Rei Luís IX (São Luís[1214-1270]) e de visitantes ilustres são relatadas por todos os biógrafos. Portanto, se permitirmos um grande entusiasmo por parte de seus admiradores, devemos concluir que seu aprendizado tradicional não pode ser atribuído apenas a causas estruturais"(The Catholic Encyclopedia, Volume XIV, pp.670-671).

Não resta nenhuma dúvida de que Tomás de Aquino alegasse ter entrado em contato com pessoas falecidas. Várias autoridades da igreja romana atestam isso como fato. Podemos citar várias fontes romanistas, como prova desse fato. Estes 'fatos' são confirmados por vários de seus biógrafos(William de Tocco, 'História de São Tomás de Aquino' [1323]; Dominic Prummer[Fontes Vitae S. Thomae Aquinatis, Notis Historicis Et Criticis Illustrati]; Bernardus Guidonis[1261-1331]['Vida de São Tomás de Aquino']; Placid Conway[Saint Thomas Aquinas, of the order of preachers. A biographical study of the Angelic doctor"('São Tomás, Da Ordem dos Pregadores, Um Estudo Biográfico sobre o Doutor Angélico')]; Kenelm Foster['The Life of Saint Thomas Aquinas: Biographical Documents'], etc. Considerando que Jesus negou a possibilidade de um crente falecido entrar em comunicação com uma pessoa viva, para trazer-lhe alguma instrução divina(Lc 16:27-31), fica claro que Tomás de Aquino, sem dúvida alguma, esteve em comunicação com o próprio Diabo e com outros demônios.

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sexta-feira, 6 de agosto de 2021

A 'Religião' do Antibolsonarismo

Quem me conhece, sabe que em meu blog, eu não falo de política. Sequer há lá [até este momento, desde dia de hoje - 06/08/2021] um único artigo sobre o tema. Mas, a partir de meses atrás, particularmente, o mês de Maio, estamos assistindo um tipo de oportunismo, nas colocações de muitos, que usam [esporádica ou continuamente], suas redes sociais, mídias, youtube e até livros [ex: Yago Martins], onde usam seu nome e seu prestígio, para uso exclusivo de críticas ao Presidente.
. Esse artigo, depois de postado em meu Facebook[em 06/06/2021], me rendeu 30 dias de bloqueio, o que nos mostra que as redes sociais não são guardiãs do princípio da liberdade de expressão do indivíduo. Por isso, resolví repostá-lo aqui, para preservar uma discussão desse assunto naquele momento

Esse tipo de discurso cheio de parcialidade, não me parece, pelo menos pra mim, um ato de coerência por parte de um cristão, embora seja tido como normalidade, quando é feito pela esquerda e pela mídia, hipócritas, tendenciosas e unilaterais.

Esse tipo de discurso, que mais me lembra o espírito vaticanista, onde se preconiza apenas as críticas ao líder político, que nas palavras de Rui Barbosa [jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor, orador, um dos organizadores da República, có-autor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais], era o coração e a própria alma do Romanismo, que, uma vez que, segundo ele "É INCONCILIAVELMENTE INFENSO AO GOVERNO CONSTITUCIONAL"(O Papa e o Concílio, p.190), uma vez que a ideia de um espírito papal, representa 'A MAIS AUDAZ NEGAÇÃO DA SOBERANIA SECULAR DO ESTADO"(Ibidem, p.237), visto que este tipo de espírito anárquico, como um tipo de poder paralelo, a revelia da lei, 'É A LEI"(Ibidem, p.155). O espírito vaticanista não mudou muito, pelo menos. não no Brasil:

https://www.caoquefuma.com/2020/03/a-religiao-da-cnbb-o-anti-bolsonarismo.html

... Que fique bem claro não estar eu advogando o cerceamento do pensamento, mas seu exercício em toda a sua plenitude, não de forma monocrática ou unilateral, visto que se você se propõe apenas a emitir críticas ao mandatário da nação, sua livre expressão do pensamento está viciada pela parcialidade de opinião, quando você se volta apenas para atacar, não esporádica, mas continuamente o Governo Federal, fazendo disso seu sacerdócio e seu cavalo de batalha.

Nessa altura, conhecendo todos os bastidores da celeuma, viciada em um espírito faccioso e parcial, considero a relação incestuosa da Esquerda e da Imprensa e da Mídia em geral [artistas], suas irmãs gêmeas, como uma relação imoral, ilegítima, impura, espúria, corrompida e particular, que busca apenas um único e o mesmo propósito - ter e usufruir do poder; e buscar seu próprio prazer, e nele, atacar o presidente, ao invés de buscar o bem comum da nação, ou de achar uma solução, ou cooperar nela, para que, não um grupo de terceiros [Imprensa, Esquerda, Mídia em geral] seja beneficiado de algum modo, mas apenas o povo. Mas, você acredita que Papai Noel é dono da Imprensa e dos partidos de Esquerda?

Outrossim, o uso do "quanto pior, melhor", exclui o cidadão, enquanto inclui esquerdistas, jornalistas e artistas, que de uma forma ou de outra, sempre estavam acostumados a mamarem nas tetas do poder. Dai, o viciado, costumeiro e diário uso necropolitano da divulgação do número de mortos pela COVID, e a ocultação do número de recuperados pela doença [que é bem maior do o número de óbitos], é praticado não pensando nos interesses da população, mas daqueles que fazem dos esquifes palco de campanha política, como fizeram durante décadas, usando a seca do sertão, quando muito bem poderiam ter erradicado esse problema da nação, abrindo poços artesianos, como o apresentador Ratinho fez uma vez. Para quê acabar com a desgraça dos nordestinos, se ela é a principal arma de campanha eleitoral? FHC acabou com a seca? E o Molusco ladrão? Acabou com a seca? E a ex-presidiária caçada? Acabou com a seca?

Mas, já imagino você vindo me questionar e dizer:

'Você está querendo dizer que o Governo Atual não cometeu nenhum erro, na questão da COVID'?

Meu caro anti-bolsonarista [Se é que posso assim chamá-lo]. Não. Eu não estou isentando o Governo Federal de alguma culpa. O que estou questionando é o teu argumento hipócrita, tendencioso, parcial e moderno. Os bilhões que foram desviados nos governos esquerdistas brasileiros [FHC, Lula/Dilma], não foram causa da morte de pessoas, por falta de segurança pública, por falta de médicos e remédios nos postos de saúde? https://epoca.oglobo.globo.com/.../ministerio-publico-diz

... https://epoca.oglobo.globo.com/.../relatorio-do-coaf

... Isso, sem contar, os milhões ou bilhões de nosso dinheiro que os governos esquerdistas gastaram, não com nosso povo, mas com outros países:

https://www.mises.org.br/.../20-obras-que-o-bndes

... Então, não me encha o saco, vindo me falar do número de mortos da COVID, se você esqueçe o número de mortos por falta de comida, proteção, médicos e medicamentos, causado pelo desvio e mau uso de nosso dinheiro por esquerdistas vagabundos e ladrões. Não me encha a paciência. Você, nesses anos todos em que a esquerda nojenta desviou nosso dinheiro para fins escusos, ou para fins que não visavam o bem estar de nosso povo, usou todos os dias suas redes sociais, para falar do número desses mortos? Criatura, vamos deixar de hipocrisia e de discurso demagógico.

Mas existe a tal 'religião do Bolsonarismo'? Existe sim, na mente de pessoas como Yago Martins:



Apesar de haver pessoas sinceras dentro das igrejas, que são partidários contumazes do antibolsonarismo [enredados, não por argumentos convincentes e irrefutáveis, mas pela eterna contemplação de espantalhos, e pela distorção dos verdadeiros postulados dos que apoiam o presidente], também há [e na maioria dos casos] idiotas, falsos crentes e oportunistas, como aquele doido varrido que, dizendo-se representante do Protestantismo, num debate contra o Bernardo Kuster/Olavo de Carvalho, negou o Sola Scriptura; com o mesmo espírito vaticanista, dogmatizam e elevam ao status de "religião" aqueles que não optaram pelo esquerdismo, escrevendo "A RELIGIÃO DO BOLSONARISMO". Logo, o inapto, que não tem nem condições, de, num vídeo de youtube, refutar 'romanistas neófitos', como esses dois acima, que ao invés de escrever um livro contra 'O CATOLICISMO ROMANO', resolve entrar no 'ôba' 'ôba' do oportunismo atual. Não foi o espírito vaticanista, que, falando 'ex cathedra', há séculos, segundo Rui Barbosa, criminalizava a liberdade de pensamento, transformando-a em pensamento religioso falso [heresia], quando mencionou "O ÓDIO SECULAR DE ROMA À RAZÃO E À LIBERDADE"(O Papa e o Concílio, p.42), considerando a razão e a liberdade como "IGNOMÍNIA E HERESIA"(Ibidem), e como "INCOMPATÍVEL COM O CARÁTER CRISTÃO"(ibidem, p.206). e que no Brasil "AS OVELHAS NÃO TEM MAIS O DIREITO DE OPINIÃO LIVRE"(Ibidem, p.141), de formas que o Antibolsonarismo, nos moldes atuais, tornou-se uma religião, não só por tentar criminalizar a opinião dos eleitores do Capitão, mas por ser religiosa e diariamente ativa, como o exercício de um verdadeiro sacerdócio, para elevar o pensamento dos eleitores e defensores do Bolsonaro ao status de 'religião', e claro, uma outra religião - a falsa. Sarcasticamente deificaram Bolsonaro, e transformaram as mentes e casas dos seus eleitores claustros do Bolsonarismo. Mas pense comigo... Não foi esse o expediente usado pelo espírito vaticanista, sarcasticamente, em pleno século XVI, deificando Lutero, ao chamar os que concordavam com ele, de 'luteranos', criando 'a religião do Luteranismo'? Não foi esse o mesmo expediente usado pela Remonstrância, deificando Calvino, sarcasticamente, em pleno século XVII, chamando os que concordavam com suas ideias de 'calvinistas', criando a religião do 'Calvinismo'?.

Pelo que eu leio e vejo nos postulados bolsonaristas, nada bate com as acusações nefelibatas e dogmáticas dos antibolsonaristas, que são verdadeiros delírios, pois a grande parte dos bolsonaristas não defende um projeto eterno de poder, mas um projeto eterno de pautas conservadoras, e assim, pelo que vejo, leio e escuto, os antibolsonaristas criam espantalhos e distorcem o pensamento dos bolsonaristas, que não gira especificamente na pessoa do presidente, mas no tipo de pauta que ele traz e apresenta, que não representa um acinte a fé cristã, aos valores familiares e ao conservadorismo.

Mas, você, antibolsonarista, é um maldito hipócrita, porque no fundo, sabe que não existe religião do bolsonarismo, mas sim do antibolsonarismo. Você, sarcasticamente, como humorista da 'Praça é Nossa', tenta sustentar a idéia apócrifa da existiência da religião do bolsonarismo. Um 'Deus' de verdade, não tem seus poderes limitados por um outro 'poder'[STF], até porque, se estamos falando de um 'Deus' de verdade, há de admitir-se que ele seja soberano, e que não existe outro poder maior ou igual ao dele.

Meu caro antibolsonarista, não me chame de adepto da 'religião do Bolsonarismo', porque eu, diferente de você, dificilmente uso minhas redes sociais, para fazer propagandas diárias das ideias e praticas do Bolsonaro, nem tampouco uso meu blog, para postar diariamente sobre Bolsonaro. Veja que estamos num patamar bem diferente. Mas, eu não tenho nenhuma duvída de que você, que não se contém um único só dia, sem se devotar sacerdotalmente a falar mal de Bolsonaro, é um adepto diário e contumaz do antibolsonarismo. Que pena que você não fez assim nos 24 ou 16 anos de poder esquerdista no Brasil. Coma formigas. Elas ajudam na memória.

Diferente de outros governos anteriores, não temos nenhuma evidência de tolerância a casos de corrupção. Isso é um ponto a favor desse governo.

No mais, uma postura mais coerente, quem não fira o bom senso, a imparcialidade e a piedade das Escrituras, seria se ater ao que está em 1 Tm 2:1-4.

O 'Criador' da 'Religião do Bolsonarismo' e a sua verdadeira 'religião'

O criador da apócrifa 'religião do Bolsonarismo', Yago Martins, representa tudo que existe de superficiliadade e hipocrisia no professo Cristianismo. Se você se debruçar a assistir sacerdotal e reliosamente seus vídeos, vai ter a impressão que seus postulados são todos antiesquerdistas. Mas um estudo minucioso em sua visão política/religiosa, fará você ver que ele defende vários postulados defendidos por esquerdistas/marxistas, senão vejamos:

(i)Ele desacradita a Bíblia

W. Cleon Skousen, um dos maiores anticomunistas da atualidade, descreve o caráter do verdadeiro comunista, nas aréas politíca/religiosa:

"(a)Infiltrar a imprensa. Controlar as resenhas literárias e as redações editoriais e ocupar os cargos diretivos.

(b)Ocupar as posições-chave no rádio, na televisão er no cinema.

(c)Dar continuidade ao descrédito da cultura americana, degradando todas as suas formasde expressão artística. Uma célula comunista americana recebeu ordem para 'eliminar toda boa escultura de parques e edifícios, substituindo-as por formas desajeitadas e sem sentido'".

(d)Obter controle sobre os críticos de arre e diretores de museus. 'Nosso plano é promover a feiura, a arte repulsiva e sem sentido'.

(e)Eliminar todas as leis sobre obscenidade, dandoa elas o rótulo de 'censura' e violação da liberdade de expressão e imprensa.

(f)Quebrar os padrões culturais de moralidade através da promoção da pornografia e obscenidade em livros, revistras, filmes, rádio e TV.

(g)Apresentar a homossexualidade, a degenerescênciae a promiscuidade cvomo algo 'normal, naural e saudável'.

(h)Infiltrar as igrejas e substiutita religião revelada pela religião 'social'. Desacreditar a Bíblia e dar ênfase a necessidade de maturidade intelectual, a qual prescinde de uma 'muleta religiosa'.

(i)Eliminar a oração ou qualquer faceta da expressão religiosa nas escolas com base na alegação de que violam o princípio da 'separação entre igreja e Estado"(O Comunista Esposto, p.308).

Uma das descrições da mentalidade marxista/comunista, é desacreditar a Bíblia

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Igreja Primitiva [Mais de 350 Pais da Igreja]: 1 João 5:7 [o texto coroa da Trindade] é parte da Primeira Epístola de João!!!

(a)O Testemunho da Igreja Primitiva: 1 João 5:7('Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um'- ACF), o texto coroa da doutrina da Santíssima Trindade, é negado, como canônico, por todos os hereges, inclusive por aqueles que endossam o corrompido e adulterado 'Texto Crítico'(baseado nos corrompídos manuscritos Vaticano e Sinaítico), como são também igualmente negados como canônicos outros textos das Escrituras, como Mc 16:9-20; Jo 8:1-11, mas que foram comprovados como autênticos e parte das Escrituras, por pais eclesiáticos latinos, gregos e europeus, como Papias, Orígenes, Tatiano, Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, o 7º Concílio de Cartago[258)[composto de 350 bispos], Juliano de Ciílica, Gregório de Nissa, Eusébio de Cesaréia, Ambrósio, Hilário de Poitiers, Paciano, Dídimo de Alexandria, Crisóstomo, Agostinho, Vitor de Antoioquia, etc.

Com relação a 1 Jo 5:7, as ´biblias’ do TC(ARA, NVI, BLH [NTLH), Bíblia Viva, TNM dos testemunhas de jeová, etc) simplesmente o omitem ou o colocam entre colchetes [ARA], negando sua canonicidade, apesar do testemunho esmagador da igreja pós-apostólica em seu favor, como parte integrante das Escrituras:

(1)Justino Mártir(89-165),

“Cultuamos o Criador do Universo... Honramos também Jesus Cristo e o colocamos em segundo lugar assim como o Espírito profético, que pomos no terceiro”(Primeira Apologia [150 d.C]; 13:1,3)

Qual lugar em que os cristãos colocam o Filho em segundo lugar, e o Espírito em terceiro lugar, senão em Mt 28:19 e 1 João 5:7?

(2)Inácio de Antioquia(37-100) em sua “Epístola aos Filadelfios”(Cap. 2), disponível na internet no site ‘new advent’, cita de memória, de forma reminiscente, além de outros textos bíblicos, 1 Jo 5:7. Nesse texto, ele se refere às pessoas da Trindade, nomeando-as como “Pai”, “Palavra” e “Espírito”, que é uma fórmula trinitária encontrada apenas em 1 Jo 5:7. Da mesma forma, na versão mais longa da Epístola de Inácio aos Filadelfianos (Cap. IV) pode ser considerado uma alusão a 1 Jo 5:7, onde ele usa a mesma fórmula trinitária(Alexander Roberts., The Ante-Nicene Fathers: The Writings of the Fathers Down to A. D. 325 Volume I – [The Apostolic Fathers with Justin Martyr and Irenaeus], p.81)

(3)O "Philopatros"(166-167 d.C), uma obra escrita por um pagão contemporâneo de Luciano, (o qual menciona o judeu Trifo, com quem Justino debateu), que ridicularizando a crença dos cristãos na Trindade, afirma que os cristãos atribuíam a crença nessa doutrina ao apóstolo João, e isso remete a 1 Jo 5:7.

. Eis o texto:

"...o Deus Todo-Poderoso, o Grande, o Imortal, o Celestial, o Filho do Pai, o Espírito procedente do Pai, Um de Três e Três de Um. Considere este Ser como Júpiter, e estime-o como Deus- Eu não sei o que você diz: 'Um é Três, e Três são Um'".

(4)Teófilo de Antioquia(+ 186 d.C), ao se referir ao Pai, Filho e Espírito Santo como “Trindade”(2º Livro a Autólico, 15), cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7

(5)Atenágoras(133-190), cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7, quando diz que os cristãos admitem “um Deus Pai, um Deus Filho e um Espírito Santo, que mostram seu poder na unidade e sua distinção na ordem”(Petição em favor dos cristãos, 10)

(6)Irineu(130-200), ao se referir ao Pai, Filho e Espírito Santo como “Trindade”(Demonstração da Fé Apostólica, Oração), cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7

(7)Hipólito(169-215), de forma reminiscente, cita 1 Jo 5:7, quando em combate ao sabelianismo, afirma: “e estes, portanto, são três”(Contra Noécio,8)

(8)Clemente de Alexandria(155-225) o cita duas vezes, em suas obras “Eclogae propheticae”(Extratos dos Profetas, 13.1), onde ele chama o Pai, o Filho e o Espírito Santo de “três testemunhas” e no próprio “Comentário da Primeira Epístola de João”, onde ele menciona a expressão “e estes três são um”. E ao se referir ao Pai, Filho e Espírito Santo como “Trindade”(Stromata,1V,14), cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7

(9)Tertuliano(160-230), teólogo cristão, em sua obra “De Pudicitia”(21), onde menciona: “Há uma Trindade de uma só Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7. E em outra obra, diz, também mencionando 1 Jo 5:7 =

"Assim, a conexão do Pai no Filho, e do Filho no Paráclito, produz três pessoas coerentes, uma da outra, que três são um, não uma pessoa, como se diz:'Eu e o Pai somos um'"(Contra Práxeas, 25)

Na mesma obra, ele ainda diz, tendo 1 Jo 5:7 novamente em evidência:

"Que necessidade haveria do evangelho, que é a substância da Nova Aliança, estabelecendo (como faz) que a lei e os profetas duraram até João Batista, se daí em diante o Pai, o Filho e o Espírito não existirem cridos como Três, e como um Único Deus!"(XXXI).

(10)Orígenes(184-255) o cita em sua obra “Escólio Sobre o Salmo 123:2” e em seu “Comentário do Evangelho de João”(II:4), quando os chama de “três em um”. E também ao se referir ao Pai, Filho e Espírito Santo como “três”(Comentário Sobre o Evangelho de João, 2:6) e como “Trindade”(Dos Princípios I; 3:2).Ele também cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7, e em seu "Comentário sobre o Salmo 123", cita de forma reminiscente 1 Jo 5:7, ao se referir ao Pai, Filho e Espírito Santo como "Porque OS TRÊS SÃO UM"(2)

(11)Tratado sobre o Rebatismo(255 d.C)(xv,xix), menciona 1 Jo 5:7, usando a expressão "e estes três são um".

(12)Cipriano(200-258), mestre de retórica, advogado e teólogo cristão, diz:

"O Senhor diz: "Eu e o Pai somos um"[Jo 10:30]; e novamente está escrito do Pai e do Filho e do Espírito Santo: 'E estes três são um'"(Da Unidade da Igreja, 6)

Em outro lugar, ele cita novamente 1 Jo 5:7

"Se do Espírito Santo; visto que os três são um, como pode o Espírito Santo estar em paz com aquele que é o inimigo do Filho ou do Pai?"(Epistola a Jubaiano, 72:12)

(13)Hilário de Poitiers[315-368], citando 1 Jo 5:7, de forma reminiscente, diz:

"...manifestamente, isto é, de um Pai que é verdadeiramente Pai, e claramente de um Filho que é verdadeiramente Filho, e um Espírito Santo que é verdadeiramente um Espírito Santo, estas palavras não sendo apresentado ociosamente e sem significado, mas cuidadosamente significando a Pessoa, e a ordem e a glória de cada um daqueles que são nomeados, para nos ensinar que eles são três Pessoas, mas na mente um"(Sobre os Concílios, 11:29)

"Conseqüentemente, eles declararam que havia três substâncias, ou seja, três Pessoas subsistentes, e não introduzindo assim qualquer diferença de essência para separar a substância do Pai e do Filho. Para que as palavras nos ensinem que são três em substância, mas em concordância um"(Ibidem, 11:32)

"Portanto, estes são três Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo"(Da Trindade, IV:13).

"Este fim será alcançado quando as blasfêmias do ensino herético sobre este tema também forem varridas, e o mistério, puro e imaculado, da Trindade que nos regenera for fixado em termos de precisão salvadora sobre a autoridade dos Apóstolos e Evangelistas"(Da Trindade, I:36).

Quando Hilário afirma que a doutrina da Trindade repousa sobre os apóstolos e evangelistas, sem dúvida alguma, está citando 1 Jo 5:7, pois não há outro lugar nos escritos dos apóstolos, onde essa doutrina apareça tão clara e explícita.

"Os livros anteriores deste tratado, escritos há algum tempo, contêm, eu acho, uma prova invencível de que mantemos e professamos a fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, que é ensinada pelos Evangelistas e Apóstolos"(Da Trindade, 4:1)

Quando Hilário afirma que a fé no Pai, Filho e Espírito Santo é ensino dos Evangelistas e Apóstolos, não temos nenhuma dúvida de que ele alude a 1 Jo 5:7, pois que outro lugar há nos escritos dos apóstolos, onde essa doutrina apareça tão clara e explícita, senão nesse texto?

"Cada pessoa divina está na unidade, mas nenhuma pessoa é o único Deus. A seguir, nosso propósito sendo demonstrar a verdade irrefutável deste mistério pela evidência dos Evangelistas e Apóstolos"(Da Trindade, VII:2)

Quando Hilário afirma que este mistério da Trindade tem sua evidência dos Evangelistas e Apóstolos, não temos nenhuma dúvida de que ele alude a 1 Jo 5:7, pois que outro lugar há nos escritos dos apóstolos, onde essa doutrina apareça tão clara e explícita, senão nesse texto?

(14)Poebádio(+ 350 d.C), bispo de Agen(Contra Arianos, 17:4):

"O Senhor diz: 'Vou pedir a meu Pai e Ele lhe dará outro Consolador'(Jo 14.16) Assim, o Espírito é diferente do Filho, assim como o Filho é diferente do Pai; então, a terceira pessoa está no Espírito, como a segunda, está no Filho. Todos, entretanto, são um Deus, porque os três são um"

(15)Marcus Celedensis(370 d.C) o cita(Declaração de Fé):

"Para nós há um Pai e seu único Filho, que é verdadeiro Deus, e um Espírito Santo, que é verdadeiro Deus, e estes três são um; - uma divindade, poder e reino. E eles são três pessoas, não duas nem uma".

(16)Lucífer de Caligari(+ 370 d.C) diz:

"E a fé apostólica da Trindade admite a divindade perfeita e única para reconhecer o Pai, o Filho e o Espírito Santo"(Sobre não conviver com os heréticos, 9)

(17)Eusebius of Vercelli(283-371), diz:

"Há três que dão testemunho no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito, e em Cristo Jesus são um"(Da Trindade).

(18)Atanásio(263-373), o renomado teólogo grego e bispo de Alexandria, diz:

"...então o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, são três pessoas e um Deus em substância"(Outras Perguntas)

"Esse batismo vivo e salvador, pelo qual recebemos a remissão dos pecados, administrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E São João diz: E estes três são um"(Disputa com Ário)

"O apóstolo ensina aqui a unidade do Filho com o Pai"(A Sinopse da 1ª Epístola de João)

Não existe outro lugar desta epístola onde a unidade entre o Pai e o Filho seja mencionada, exceto em 1 Jo 5:7, existe?

(19)Efrém, o Sírio(306-373), diz:

"Veja aqui as três testemunhas que acabaram com todas as contendas! E quem duvidaria das santas Testemunhas [Heb. 6] de Seu Batismo?"(Oitenta Harmonias sobre a fé, contra as disputas, 'Ritmo do vigésimo oitavo')

Em qual lugar se faz menção do Pai, do Filho e do Espírito Santo como 'três testemunhas', senão em 1 Jo 5:7?

(20)Basílio(330-379), diz:

"Mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo constituem a natureza divina"(Contra Eunômio, 2:6)

"Pois a divindade no Pai, Filho e o Espírito Santo é uma"(Ibidem, 2:12)

Em que lugar, Basílio encontraria que Pai, Filho e Espírito Santo constituem a natureza divina, senão em 1 João 5:7?

(21)Prisciliano(+ 380 d.C), conhecido bispo de Avila, disse:

"Como João diz: 'e há três que dão testemunho na terra, a água, a carne o sangue, e esses três estão em um, e há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito Santo, e estes três são um"(Liber Apologeticus, Tratado 1, Seções 46-48)

(22)Vigilio, então renomado bispo de Tapsus, cita 1 Jo 5:7(+380 d.C),diz:

"E João Evangelista diz: 'E há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito Santo, e estes três são um'"(Contra Varimadum; 1:5)

"Portanto, embora nos exemplos acima as Escrituras silenciam quanto aos nomes das pessoas, esta união do nome divino por todos nisto deve ser demonstrada a vocês; também como neste exemplo da verdade, em que os nomes das pessoas são claramente evidentes, e os nomes divinos unidos declarados encerrados, o evangelista João diz em sua epístola: 'Há três que testificam no céu, o Pai e a Palavra e o Espírito, e eles são um no Senhor Jesus Cristo”(Da Trindade, XII).

(23)Gregório Naziazeno(330-390), bispo grego, menciona-o na sua “45ª Oração Teológica”:

"Te ofereçamos Sacrifícios aceitáveis sobre o Teu altar, Pai, Palavra e Espírito Santo; pois a Ti pertence toda a glória, honra e poder"(Oração 45, 'Segunda Oração sobre a Páscoa').

E novamente em sua "Quinta Oração Teológica"[Oração nº 31, Verso 19], Nazianzo protesta contra a omissão de 1 João 5:7 por parte de alguém da época, afirmando estar o texto gramaticalmente sem sentido com a ausência de 1 Jo 5:7:

"Mas, em minha opinião, diz ele, essas coisas são consideradas conumeradas e da mesma essência da qual os nomes também correspondem, como três homens ou três deuses, mas não três isso e aquilo. Qual é o valor dessa concessão? É adequado para quem estabelece a lei quanto aos nomes, não para quem está afirmando a verdade. Pois também afirmarei que Pedro, Tiago e João não são três ou consubstanciais, enquanto não posso dizer Três Pedro, ou Três Tiago, ou Três João; para o que você reservou para nomes comuns, exigimos também para nomes próprios, de acordo com seu acordo; ou então você será injusto em não conceder aos outros o que você assume para si mesmo. E quanto a João então, quando em sua Epístola Católica ele diz que 'há Três que dão testemunho, o Espírito, a Água e o Sangue'? Você acha que ele está falando bobagem? Primeiro, porque ele se aventurou a contabilizar sob um número as coisas que não são consubstanciais, embora você diga que isso deve ser feito apenas no caso de coisas que são consubstanciais. Pois quem afirmaria que são consubstanciais? Em segundo lugar, porque ele não foi consistente na maneira como aconteceu em seus termos; pois depois de usar Três no gênero masculino, ele adiciona três palavras neutras, contrárias às definições e leis que você e seus gramáticos estabeleceram. Pois qual é a diferença entre colocar um Três masculino primeiro, e então adicionar Um e Um e Um no neutro, ou depois de Um masculino para usar os Três não no masculino, mas no neutro, que vós mesmos negais no caso da Divindade?"

Notaram a expressão "...que vós mesmos assumis no caso da Divindade"? E tambem notaram a expressão "...depois de usar três no gênero masculino"? Essas duas frases não são alusões as pessoas da Trindade, mencionadas em 1 João 5:7? É claro que Gregório reconheceu a inconsistência com a gramática grega, se tudo o que temos são os versículos seis e oito sem o verso sete.

Em outro lugar, novamente cita 1 Jo 5:7, afirmando:

"Pois nem o Filho é Pai, pois o Pai é Um, mas Ele é o que o Pai é; nem é o Espírito Filho porque é de Deus, pois o Unigênito é Um, mas Ele é o que o Filho é. Os Três são Um em Deus e o Um Três em propriedades; de modo que nem a Unidade é sabeliana, nem a Trindade aceita a presente distinção maligna"(5ª Oração Teológica [Oração 31], 9).

"Pois a Divindade é um em cada três, e os três são um, em quem a Divindade está, ou para falar mais precisamente, quem é a Divindade"(Oração 39, 11)

"Então, há um Deus em três, e estes três são um, como já dissemos"(Oração 39, 12).

(24)Ambrósio(337-397), bispo de Milão cita-o:

"Embora sejamos batizados com água e o Espírito, o último é muito superior ao primeiro e, portanto, não deve ser separado do Pai e do Filho... E assim essas três testemunhas são uma, como disse João..."(Do Espírito Santo, I:6)

Em outros lugares, menciona 1 Jo 5:7 novamente:

"A Divindade do Espírito Santo é sustentada por uma passagem de São João. Esta passagem foi, de fato, apagada pelos hereges, mas é uma tentativa em vão, visto que sua infidelidade poderia ser mais facilmente condenada. A ordem do contexto é considerada para que esta passagem possa ser mostrada para se referir ao Espírito. Ele é nascido do Espírito que é nascido de novo do mesmo Espírito, de quem se crê que o próprio Cristo nasceu e nasceu de novo. Novamente, a Divindade do Espírito é inferida de dois testemunhos de São João; e por último, é explicado como o Espírito, a água e o sangue são chamados de testemunhas"(Do Espírito Santo, III:10:)

"Portanto, sua confissão pela qual vocês apagaram a Palavra de Deus permanece, enquanto vocês temem o original"(Ibidem)

"Pois pela astúcia você sabe que está condenado pelas evidências dessa passagem, e que seus argumentos não podem ser aplicados contra esse testemunho"(Ibidem).

"Pois, como dizemos que há um Deus, confessando o Pai, e não negando o Filho sob o verdadeiro Nome da Trindade; assim, também, não excluímos o Espírito Santo da Unidade da Divindade"(Ibidem, 3:13)

"E assim, desde a própria passagem de São João que os hereges usaram contra Sua dignidade, a igualdade da Trindade e a Unidade da Divindade é estabelecida"(Ibidem, 3:16)

"...também o Espírito é um com o Pai e o Filho"(Ibidem, 3:19)

Ele ainda cita 1 Jo 5:7 em sua "Exposição da Fé".

(25)O famoso Concílio da Igreja de Cartago em 415 d.C, composto de 350 bispos, cita 1 Jo 5:7 =

"E assim, nenhuma ocasião para incerteza é deixada. É claro que o Espírito Santo também é Deus e o autor de sua própria vontade, aquele que é mais claramente demonstrado que está trabalhando em todas as coisas e conferindo os dons da dispensação divina de acordo com o julgamento de sua própria vontade, porque onde se proclama que distribui graças onde quer, não pode existir condição servil, pois a servidão se entende no criado, mas o poder e a liberdade na Trindade. E para que possamos ensinar o Espírito Santo a ser uma divindade com o Pai e o Filho ainda mais claramente do que a luz, aqui está a prova do testemunho do evangelista João. Pois ele diz: 'Há três que dão testemunho no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são um'".

(26)Jerônimo(347-420), o primeiro tradutor da Bíblia, diz:

"A ordem das sete epístolas ditas canônicas não é a mesma entre os gregos que seguem a fé correta e a que se encontra nos códices latinos, onde Pedro, sendo o primeiro entre os apóstolos, também tem suas duas primeiras epístolas. Mas assim como revisamos os evangelistas para colocá-los na ordem correta, com a ajuda de Deus resolvemos isso. A primeira é uma de Tiago, depois duas de Pedro, três de João e uma de Judas. Assim como estes são devidamente compreendidos e assim traduzidos fielmente para o Latim, sem deixar ambiguidade para os leitores nem permitir que a variedade de gêneros entrem em conflito, especialmente naquele texto onde lemos a unidade da Trindade ser colocada na Primeira Epístola de João, onde muitos erros ocorreram nas mãos de tradutores infiéis contrários a verdade, que mantiveram apenas as três palavras 'agua, sangue e Espírito'. Nesta edição, omitindo a menção do 'Pai, a Palavra e o Espírito', em que especialmente a fé católica é fortalecida e a Unidade da Substância do Pai, Filho e Espírito Santo é atestada"(Prólogo das Epístolas Católicas, 399).

E em sua "Confissão de Fé", enviada e dirigida ao bispo de Roma, Damásio, Jerônimo ainda cita 1 João 5:7, dizendo:

"Assim como, em oposição a Ário, nós afirmamos que a Trindade é de uma mesma essência, três pessoas em um só Deus; assim como condenando a heresia de Sabelio, nós distinguimos as três pessoas pelas suas respectivas propriedades, o Pai é sempre o Pai, o Filho é sempre o Filho e o Espírito Santo é sempre o Espírito Santo. Em essência, portanto, estes três são um".

E em sua "Explanação de Fé", dirigida a Cirilo, bispo de Jeruzalém, Jerônimo cita novamente 1 João 5:7, dizendo:

"Para nós, portanto, há um só Pai; um Filho, que é verdadeiro Deus, e um Espírito Santo, que é verdadeiro Deus: e estes três são um".

(27)Agostinho(354-430), bispo de Hipona e teólogo, em várias de suas obras, citando 1 Jo 5:7, diz:

"Portanto, Deus supremo e verdadeiro, com Sua Palavra e Espírito Santo (que os três são um), um Deus onipotente e criador de cada alma e de cada corpo"(A Cidade de Deus, V:11)

"Então, esses três são Deus, um, sozinho, grande, sábio, santo, abençoado"(Da Trindade, VI; 5:7)

"Além disso, se não apenas o Pai é Deus, como todos, mesmo os hereges, admitem; mas também o Filho, que, queiram ou não, eles são compelidos a reconhecer, visto que o apóstolo diz: 'Que é sobre todos, bendito Deus para sempre'; e o Espírito Santo, visto que o mesmo apóstolo diz: 'Portanto, glorifique a Deus em seu corpo; quando ele disse acima: Não sabes que o teu corpo é o templo do Espírito Santo, que está em ti, que tens de Deus[?]', e esses três são um só Deus, como acredita a integridade católica: não é suficientemente aparente qual pessoa da Trindade aquele anjo revelou, se ele era um dos outros anjos, e se alguma pessoa, e não da própria Trindade"(Da Trindade, II; 13:23)

"E, portanto, esses três são um"(Da Trindade; X; 11:18)

"...portanto, há três pessoas: visto que então o Pai é Deus, e o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, por que não três Deuses? Ou então, visto que por causa de sua união inefável estes três são juntos um Deus"(Ibidem, VII; 4:8)

"Assim também o Espírito Santo é um com eles, visto que esses três são um"(Da Trindade, IV; 20:29)

"Visto que em sua própria substância em que estão, os três são um, o Pai, e o Filho e o Espírito Santo, o mesmo, por nenhum movimento temporal, acima de toda a criatura, sem qualquer intervalo de tempo e lugar, e em uma vez um e o mesmo de eternidade em eternidade, como se fosse a própria eternidade, que não é sem verdade e caridade"(Da Trindade, IV;21)

"Mas se vamos investigar o significado que as coisas por estas, não exageradamente entram em nossos pensamentos sobre a Trindade em si, que é uma única Verdade, o Supremo Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, de quem poderia mais ser realmente dito: 'HÁ TRÊS TESTEMUNHAS, E OS TRÊS SÃO UM'. Estes são as três testemunhas, e os Três são Um. Desta forma, em seguida, as três coisas pelas quais eles são, significadas como saindo do corpo do Senhor: como a partir do Corpo do Senhor soou por diante o comando para 'batizar as nações em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo'. 'Em nome', não, nos nomes: 'PORQUE ESTES TRÊS SÃO UM', e Deus é Um destes três. E, se de outra forma esta profundidade do mistério que lemos na epístola de João pode ser exposta e compreendida agradavelmente com a fé católica, que não confunde nem divide a Trindade, nem nega que as pessoas são três, e em nenhum caso deve ser rejeitada"Contra Maximiniano[II, 22:3]).

Tomás de Aquino(1225-1274) afirma:

Mas, como diz Agostinho: ‘Quando dizemos que há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo’”(Suma Teológica, 1ª Parte, Quest. 29, Art. 4)

(28)Crisóstomo(349-407) cita 1 Jo 5:7-8, de forma reminiscente:

"Três testemunhas abaixo, três testemunhas acima, mostrando a inacessibilidade da glória de Deus"(Discurso Contra os Judaizantes, I:3)

"Mas, ó Pai, e Palavra e Espírito, o ser Triúno, e poder e força de vontade..."(Do Conhecimento de Deus e da Santa Teofania).

(29)Teodoro de Mopsuéstia(+ 428 d.C), diz:

"…que João em sua epístola apresenta Deus como uma Trindade"(Um Tratado Sobre a Trindade Em Um Só Deus, a Partir da Epístola de João, o Evangelista)

(30)Elcherius de Lião(+ 434 d.C)(Formulae, C.XI, Seção 3), diz:

"Este número se refere a Trindade na Epístola de João".

Onde se menciona um número ligado a Trindade na Epístola de João, senão em 1 João 5:7?

(31)Cirilo de Alexandria(378-444 d.C), o famoso patriarca de Alexandria, disse:

"Por ter dito que o Espírito de Deus enquanto é uma das testemunhas[1 Jo 5:7,8], um pouco para a frente, ele acrescenta, 'o testemunho de Deus é maior'[1 Jo 5:9]: Como, então, ele seria uma criatura quando é dito que ele seria Deus com o Pai Universal, e completando o número da SANTA TRINDADE?"(Tesouro da Santíssima e Consubstancial Trindade)

(32)Leão, o Grande(+461), bispo de Roma, cita-o(Epístola a Flávio de Constantinopla), mencionando a expressão "e os três são um".

(33)Proclo de Constantinopla(+ 446 d.C), cita 1Jo 5:7, dizendo:

"Ele é Deus como o Pai; o Espírito Santo é como Deus o Pai e o Filho; a pluralidade de pessoas não prejudica a unidade da natureza; a Trindade não divide a substância"(Homília 15 [Elogio ao Apóstolo João])

"Esta é uma grande graça, meus irmãos: um homem simples sobe ao céu com o pensamento de aprender sobre um mistério tão sublime e seguir a Palavra que a fé o fez contemplar saindo do seio do Pai Eterno, como Deus gerado por Deus. Ele viu o Espírito Santo adorado com o Pai e o Filho, e a Trindade em uma Unidade de natureza a quem louvor eterno foi dado"(Ibidem).

(34)O sírio Tiago de Edessa(451-521)cita, de forma reminiscente, cita 1 Jo 5:7-8, afirmando:

"A alma e o corpo e a mente que são santificados por três coisas santas: pela água e sangue e Espírito, e por meio do Pai e do Filho e do Espírito"(Sobre os Santos Mistérios Eucarísticos)

(35)Cesário de Arles(420-542) o cita, dizendo:

"No fato de que vimos três, como já foi dito, ele entendeu o mistério da Trindade, mas como ele os adorou como um, ele reconheceu que há um Deus em três pessoas"(Sermão 83)

"Os três dias que podemos chamar apropriadamente de Pai, Filho e Espírito Santo; porque o Pai é um dia, este Filho é um, e o Espírito Santo é um, e estes três são um"(Sermão 97)

(36)Victor Vitensis (+ 485 d.C), diz:

"Há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e esses três são um"(Historia persecutionis Africanae Provinciae 3.11).

(37)Fulgêncio(468-527 d.C), bispo africano de Ruspe, cita-o:

"Mas o Espírito Santo está no Pai e no Filho e em si mesmo; como o Evangelista São João tão absolutamente testifica em sua epístola: E os três são um"(De Trinitate, V).

"O bendito Apóstolo São João evidentemente diz: 'E os três são um'; que foi dito do Pai, do Filho e do Espírito Santo, como eu já mostrei, quando vocês exigiram de mim por uma razão"(Contra Fabianum).

"Ele nos ensina que um se refere à natureza deles e nós somos às pessoas deles. Da mesma maneira, é dito: 'Há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito; e estes três são um'"(De Trinitate ad Felicem)

"No Pai, portanto, e no Filho e no Espírito Santo, reconhecemos a unidade de substância, mas não ousamos confundir as pessoas. Porque São João, o apóstolo, testifica dizendo: 'Há três que dão testemunho no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito, e estes três são um'"(Resposta contra os arianos)

"Na carta de João, e três estão no céu, o Pai, Palavra e o Espírito, e estes três são um"(De Fide Catholica adversus Pintam episcopum Arianum)".

(38)Zacarias de Mitilene(+552) diz:

"O Senhor e Criador de todas as coisas, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, a Trindade Divina, igualmente tripla e santa unidade"(Disputatio De Mundi)

(39)Cassiodoro(583 d.C)(S. Epistolam Parthos ad Joannis: 10.5.1):

"Além disso, há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estes três são um"(S. Epistolam Parthos ad Joannis: 10.5.1).

(40)Isidoro(560-636), diz:

"Na Epístola de João: Porque há três testemunhas na terra, o Espírito, são aqueles que são testemunhas, a água e o sangue; e os três são um Jesus Cristo; E há três que dão testemunho no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito, e os três são um"(Testemunho das Divinas Escrituras, 2)

(41)Máximo, o Confessor, em suas "Disputas sobre o Concílio de Nicéia", também cita em grego 1 Jo 5:7

(42)André de Creta(650-740), diz:

Ó Grande Governante, ó reta, toda poderosa Santíssima Trindade: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, ó Deus, Luz e Vida, guarda o vosso rebanho"(Grande Canon)

(43)João de Damasco(675-749), pai grego, diz:

"O Pai Onipotente, a Palavra e o Espírito, três pessoas, todavia, uma natureza e substância, essência mais elevada e divindade mais elevada"(Carmina et Cantica: In Dominicam Pascha)

(44)Ansbert(760 d.C), diz:

"Embora a expressão de testemunho fiel ali encontrada se refira diretamente a Jesus Cristo somente, - ainda assim, caracteriza igualmente o Pai, o Filho e o Espírito Santo; de acordo com essas palavras de São João: 'Há três que testificam no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e esses três são um'"(Comentário Sobre o Apocalípse)

(45)Ambrósio Autperto(730-784), abade de San Vincenzo, Itália, também cita 1 Jo 5:7:

"Quem é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o primeiro entre os reis da terra'? Por essa maneira de falar, que tem como premissa acima, a expressão da testemunha fiel refere-se apenas ao Filho, portanto, ao mesmo tempo, o Pai e o Espírito Santo dão um testemunho fiel de si mesmos, como está escrito: 'Há três que dão testemunho no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são um'(1 Jo 5:7). No entanto, deve-se saber que, assim como esses três são um, também aprendemos que esses testemunhos são um, onde o testemunho de um insinua o testemunho do outro. Pois assim o Pai dá testemunho do Filho, que ele é a vida eterna, como está escrito: 'Se aceitarmos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior, porque Ele testificou de seu Filho, enviando-o como Salvador do mundo na Terra'(1 Jo 5:9; 4:14) e pouco depois: 'E este é o testemunho de que Deus nos deu a vida eterna e esta vida está no Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem vida'(1 Jo 5:11-12), mas também o Espírito Santo dá um testemunho do Filho de que ele é a verdade, como está escrito: 'É o Espírito que testifica que Cristo é a verdade'(1 João 5:6b)"(Exposição do Apocalípse de João, 1:3).

(46)Pedro Lombardo(1096-1160), disse:

"Que o Pai e o Filho, diz ele, não por confusão de pessoas, mas pela Unidade da Natureza, São João nos ensinou em sua Epístola Canônica, dizendo: 'Há três que testificam no céu, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são um"(Segunda Distinção [Libri Quattuor Sententiarum])

(47)O 4º Concílio de Latrão(1215), em um documento, escrito em grego, diz:

"Pois os fiéis de Cristo, diz ele, não são um no sentido de que são algo que é comum a todos, mas no sentido de que constituem uma Igreja em razão da unidade da fé católica e um reino por razão da união da caridade indissolúvel, como lemos na epístola canônica de São João: 'Há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um'(1 Jo 5:7). E imediatamente é adicionado: 'E três são os que dão testemunho na terra: o espírito, a água e o sangue; e estes três são um'(1 João 5:8), como é encontrado em alguns códices"(Canon II)

(47)Tomás de Aquino(1226-1274), disse:

"Em sentido contrário, diz a Primeira Carta de João: 'Eles são três que testemunham no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo'. e para a pergunta Três o que[?], responde-se Três pessoas, como Agostinho diz. Portanto, há somente três pessoas em Deus"(Suma Teológica, I; Quest. 30, Art.3, v.5)

Uma explicação plausível sobre o fato de que 1 Jo 5:7 não ser encontrado nos mais antigos manuscritos gregos, é dada pelos próprios pais da igreja. Por exemplo, Ambrósio((337-397), mencionando os arianos, afirma:

A qual passagem, Arianos, tão expressamente testifica o que se diz sobre o Espírito, que vocês as removeram de suas cópias, e que seriam suas e não também da Igreja! Pois na época em que Auxencio se apoderou da Igreja de Milão com os braços e as forças da incredulidade ímpia, a Igreja de Sirmium foi atacada por Valens e Ursatius, quando seus sacerdotes caíram da fé. Esta falsidade e seu sacrilégio foram encontrados nos livros eclesiásticos. E pode acontecer que vocês tenham feito o mesmo no passado. E vocês realmente têm sido capazes de apagar as epístolas, mas não podem remover a fé”(Do Espírito Santo, III:10)

Da mesma forma, o historiador Socrátes(380-439), aludindo a 1 João, afirma que “assim, pela própria linguagem dos antigos intérpretes, alguns corromperam esta epístola”(História Eclesiástica, VII:32). O próprio Atanásio também compartilha dessa opinião, pois afirma que era praxe entre os arianos a falsificação de documentos eclesiásticos, quando menciona “as conspirações dos arianos por meio de falsas cartas”(Apologia Contra os Arianos, I:3). Apesar dos inimigos da igreja terem extirpado esse texto de vários manuscritos gregos, sobreviveram alguns contendo 1 Jo 5:7, como o Manuscrito E (Basiliensis)(735 d.C) e o Ψ ou 044[Codex Athous Lavrensi(Século IX), bem como o lecionário conhecido como "Apóstolos"[ou ‘Coleção de Lições’], de data considerada como entre o 4º ou 5º Séculos, lecionário esse, pertencente a Igreja Ortodoxa Grega, e o lecionário ‘Ordo Romanus’ [730 d.C], e também de outros lecionários gregos(o 60 [Séc. XI] e o 173 [Séc.10]).

Assim, o testemunho dos pais da igreja, leva-nos a crer que 1 Jo 5:7 foi suprimido do texto grego, pelos hereges, os inimigos da igreja.


O texto de 1 Jo 5:9 pressupõe o texto trinitário de 1 Jo 5:7, na expressão “o testemunho de Deus é maior”(ACF). O “testemunho dos homens” com base em 1 Jo 5:8, se entende mediante eles serem, passivamente regenerados pelo ‘Espírito’, lavados pela ‘água’[a Palavra de Deus](Ef 5:26) e redimidos pelo “sangue”(Hb 9:12). Isso parece estar subtendido por todo o contexto do verso(1 Jo 5:1-6). Portanto, os homens que são objetos dessas graças divinas, são testemunhas oculares do que Deus fez por eles. Agora, uma vez omitido o texto trinitário de 1 Jo 5:7, onde temos a evidência do “testemunho de Deus”? Portanto, diante dessa evidência, somada ao testemunho dos manuscritos, lecionários gregos, bem como o testemunho dos pais da igreja, entendemos e cremos que a negação da autenticidade e canonicidade de 1 Jo 5:7 ou a sua atual e proposital omissão nas modernas bíblias, se pratica em nome da ignorância, desonestidade intelectual ou impiedade.


(b)Erasmo reconhece 1 Jo 5:7, e o citou em seus escritos:

"Pois o Espírito também é verdade, assim como o Pai e o Filho são. A verdade de que todos os três são um, assim como a natureza de todos os três é uma, assim como a natureza de todos os três é uma. Pois há três no céu que fornecem testemunho de Cristo: o Pai, a Palavra e o Espírito. O Pai, que não uma, mas duas vezes, enviou sua voz do céu e testificou publicamente que este era seu Filho unicamente amado em quem ele não encontrou ofensa; a Palavra , que, por realizar tantos milagres e por morrer e ressuscitar, mostrou que ele era o verdadeiro Cristo, tanto Deus quanto o homem, o reconciliador de Deus e da humanidade; o Espírito Santo, que desceu sobre sua cabeça no batismo e após o a ressurreição desceu sobre os discípulos. A concordância desses três é absoluta: o Pai é o autor, o Filho o mensageiro, o Espírito o inspirador. Há também três coisas na terra que atestam Cristo: o espírito humano que ele depositou na cruz, a água e o sangue que fluiu de seu lado na morte. E essas três testemunhas estão de acordo. Eles testificam que ele era um homem. Os três primeiros declaram que ele é Deus"(Obras Coletadas de Erasmos [em inglês], p. 174)

(c)Modernos Teólogos da Igreja Ortodoxa Grega citam 1 Jo 5:7 como parte da Epístola de João.

Emanual Calecas no século 14 e Joseph Bryennius [1350–1430] no século 15 fazem referência à 1 Jo 5:7 em seus escritos gregos.

Os ortodoxos aceitaram 1 Jo 5:7 como parte da Epístola de João. A Confissão de Fé Ortodoxa, publicada em grego em 1643 pelo estudioso multilíngue Peter Mogila[1596-1464], cita 1 Jo 5:7 =

"Conseqüentemente, o Evangelista ensina (1 Jo 5:7): Há três que dão testemunho no Céu, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo e esses três são um ..."([A Confissão Ortodoxa da Igreja Católica, Apostólica e Oriental, 1662, p.16], 1762. Greek and Latin in Schaff The Creeds of Christendom, 1877, p.275)

Se 1 Jo 5:7 nunca tivesse sido parte das bíblias gregas, como a Igreja Ortodoxa Grega o citaria em sua própria confissão de fé, sem ouvir-se uma única voz de protesto? Não faria nenhum sentido.

(d)O testemunho dos teólogos reformados e arminianos

(i)François Turrettini(1623-1687) defende a canonicidade de 1 Jo 5:7, apelando para os manuscritos gregos:

Erasmo, declara que [1 Jo 5:7] é encontrado no muito antigo Códice Britânico, que ele considerou tão oficial que restaurou este versículo, omitido de suas edições anteriores, nas edições posteriores, que ele revisou com o máximo cuidado, como ele mesmo diz"(Compendium Theologiæ didactico-elencticæ, ex theologorum nostrorum institucionalibus theologicis auctum et illustratum. 1695, p.36).

(ii)O arminiano John Wesley(1703-1791), em seu "Sermão sobre a Trindade", diz:

"Eu insistiria apenas nas palavras diretas, inexplicáveis, exatamente como estão no texto: 'Há três que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo: E estes três são um'.

'Como estão no texto': - mas aqui surge uma pergunta: Esse texto é genuíno? Foi originalmente escrito pelo apóstolo ou inserido em épocas posteriores? Muitos duvidaram disso; e, em particular, a grande luz da igreja cristã, recentemente removida para a Igreja de cima, Bengel, - a mais piedosa, a mais judiciosa e a mais laboriosa de todos os modernos Comentadores do Novo Testamento. Por algum tempo, ele duvidou de sua autenticidade, porque está faltando em muitas das cópias antigas. Mas suas dúvidas foram removidas por três considerações: (1)Que embora esteja faltando em muitas cópias, ainda é encontrado em mais; e aquelas cópias da maior autoridade: - (2.)Que é citado por um ganho de escritores antigos, desde a época de São João até a de Constantino. Este argumento é conclusivo:Pois eles não poderiam tê-lo citado, se não estivesse no cânone sagrado. (3)Que podemos facilmente explicar por ele estar, depois daquela época, faltando em muitos exemplares, quando lembramos que o sucessor de Constantino foi um zeloso ariano, que usou todos os meios para promover sua má causa, para espalhar o arianismo por todo o império; em particular, o apagamento deste texto de tantas cópias quantas caíram em suas mãos. E ele prevaleceu até agora, que a era em que viveu é comumente denominada Seculum Aranium, - 'a era ariana'; havendo então apenas um homem eminente que se opôs a ele com perigo de vida. De modo que era um provérbio, Atanasius contra mundum: 'Atanásio contra o mundo'".

(e)Autoridades da Igreja Católica Romana.

O sacerdote católico romano Anthony Kohlmann(1771-1836), diz:

"Existem várias formas de dar conta dessa omissão e entre outras, pode-se dizer, primeiro, que essa omissão aconteceu por negligência de alguns copistas ignorantes, que, após terem escrito as primeiras palavras do 7º verso 'há três que dão testemunho', por um erro dos olhos, pularam a parte restante do texto e passou para o texto imediatamente seguinte, onde as mesmas palavras se repetem; pois tais erros geralmente ocorrem na transcrição, especialmente quando os dois versos e os dois períodos começam e terminam com as mesmas palavras.Outra razão desta omissão é dada pelo autor do prólogo às sete epístolas católicas ... (tradução da seção do Prólogo da Vulgata) ... Com essas palavras ele não alude obscuramente aos marcionitas ou arianos, que propositalmente apagaram este versículo de todas as cópias que puderam cair em suas mãos; pois eles bem entenderam que por aquele único testemunho sua causa foi desfeita. Com uma perfídia semelhante, Santo Ambrósio(lib. Iii de spiritu sancto cap X) reprova os arianos, que haviam expurgado estas palavras das Escrituras: 'pois eles bem entenderam que por aquele único testemunho sua causa foi desfeita'"(Unitarismo filosoficamente e teologicamente examinado, 1821, p.173).

Diante de todas estas evidências, novamente repetimos, que, com base em todas estas evidências, somadas ao testemunho dos manuscritos, lecionários gregos, bem como o testemunho dos pais da igreja, entendemos e cremos que a negação da autenticidade e canonicidade de 1 Jo 5:7 ou a sua atual e proposital omissão nas modernas bíblias, se pratica em nome da ignorância, desonestidade intelectual ou impiedade.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

O herético 'dispensacionalismo revisado', e a negação da eleição na eternidade!

Olha só... Um cara se diz 'calvinista'[preferí apenas printar suas falas e colar aqui, pra salvaguardar sua imagem], ao mesmo tempo que se diz 'dispensacionalista', negando que a Igreja existiu, em outro lugar, que não no NT. Uma pessoa dessa, que, por ser vitima de um sistema escatológico confuso e estranho, e que infelizmente não tem nem o básico conhecimento do que significa o termo "Igreja", seja nas línguas originais, seja no texto no NT, traz grandes problemas para a Igreja. O seu maior problema é sem dúvida alguma sua péssima hermenêutica. Tomemos, por exemplo, Mt 16:18, que diz:

"Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja ([ἐκκλησί] ekklēsia], e as portas do inferno não prevalecerão contra ela"(ACF)

(a)O Léxico Grego Português do Novo Testamento, Baseado em Domínios Semânticos", de J. Louw e E. Nida, afirma que 'ἐκκλησία'[ekklēsia], significa literalmente "Uma congregação de cristãos, ficando implícita a interação entre os membros - 'congregação, IGREJA"(p.115) . No entanto, esses autores, deixam uma interessante observação:

"Na tradução de ἐκκλησία, É PRECISO EVITAR UM TERMO QUE SE REFERE A UMA CONSTRUÇÃO, E NÃO A UMA CONGREGAÇÃO DE CRISTÃOS"(Ibidem).

A idéia aqui é que o sentido primário e geral de "igreja" é de uma reunião ou congregação de pessoas, não ao estabelecimento visível desse grupo, no Pentecostes, como entende essa pessoa, querendo dizer que a 'Igreja" só passou a existir no dia de Pentecostes. Os autores, insistem nessa assertiva, afirmando:

"O termo 'ἐκκλησία'[ekklēsia] já circulava livremente durante vários séculos ANTES DA ERA CRISTÃ E ERA USADO EM REFERÊNCIA A UMA ASSEMBLEIA DE PESSOAS CONSTITUÍDA POR PARTICIPAÇÃO BASEADA EM CRITÉRIOS BEM DEFINIDOS. Normalmente, EM SEU USO COMUM, DESIGNAVA UMA ENTIDADE SÓCIO-POLÍTICA BASEADA NO FATO DE TODOS OS SEUS MEMBROS SEREM CIDADÃOS DE UMA CIDADE-ESTADO"(Ibidem)

O sentido é sempre esse - o de 'uma assembleia de pessoas', 'uma congregação', 'igreja', levando-nos a crer que sempre que existiu uma assembleia de pessoas, ou uma congregação de pessoas, reunidas para adoração a Deus, ali estava uma 'ἐκκλησία'[ekklēsia]', isto é, um povo, uma entidade, uma 'igreja', composta de todos os tipos de pessoas - homens, mulheres e crianças, exatamente como ocorre em "UMA ENTIDADE SÓCIO-POLÍTICA BASEADA NO FATO DE TODOS OS SEUS MEMBROS SEREM CIDADÃOS DE UMA CIDADE-ESTADO". Assim, como todas as pessoas que fazem parte de um Estado Político, constituem sua cidade, Estado e País, gozando de todos os direitos inalienáveis, assim, todas as pessoas que fazem parte de uma assembleia ou congregação ou povo de Deus, em qualquer época, gozam de todos os direitos que a sua membresia lhes conferem(Gn 17:7-14,24-27; Dt 31:12; Jl 2:16; Hb 9:18; Mt 19:13-15; 1 Co 7:14; 2 Tm 3:15)

A ignorância escriturística desta criatura, é de deixar qualquer um de queixo caído. É consenso geral dos reformados, sejam eles pedobatistas, credobatistas, aliancistas ou não, que o povo de Deus, em todas as eras, constitui a Sua Igreja:

"O que você crê sobre 'a santa igreja universal de Cristo'? R. Creio que o Filho de Deus reúne, protege e conserva, dentre todo o gênero humano, sua comunidade eleita para a vida eterna. Isto Ele fez por seu Espírito e sua Palavra, na unidade da verdadeira fe, desde o princípio do mundo até o fim. Creio que sou membro vivo dessa igreja, agora e para sempre"(Catecismo de Heidelberg [1563], Resp. Perg. Nº 54)

"A IGREJA CATÓLICA OU UNIVERSAL, QUE É INVISÍVEL, CONSTA DO NÚMERO TOTAL DOS ELEITOS QUE JÁ FORAM, DOS QUE AGORA SÃO E DOS QUE AINDA SERÃO REUNIDOS EM UM SÓ CORPO SOB CRISTO, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas(Ef 1:10, 22-23; Cl 1:18)"(Confissão de Fé de Westminster[1643-1649], 25:1)

"A IGREJA UNIVERSAL OU CATÓLICA), que com respeito à obra interna do Espírito, e da verdade da graça, pode ser chamada invisível, CONSISTE NO NÚMERO TOTAL DOS ELEITOS QUE JÁ FORAM, ESTÃO SENDO, OU AINDA SERÃO CHAMADOS EM CRISTO, o Cabeça de todos. A Igreja é a esposa, o corpo e a plenitude daquele que é tudo em todos"(Confissão de Fé Batista de 1689, 26:1)

"CREMOS E CONFESSAMOS UMA IGREJA VISÍVEL DE DEUS, A SABER, AQUELES QUE, COMO FOI DITO ANTES, VERDADEIRAMENTE SE ARREPENDEM E CRÊEM, e são corretamente batizados; QUE SÃO UM COM DEUS NO CÉU, E CORRETAMENTE INCORPORADOS À COMUNHÃO DOS SANTOS AQUI NA TERRA. ESTES CONFESSAMOS SER A GERAÇÃO ELEITA, o sacerdócio real, a nação santa, QUE É DECLARADA A NOIVA E ESPOSA DE CRISTO, sim, filhos e herdeiros da vida eterna, uma tenda, tabernáculo e habitação de Deus no Espírito, edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, dos quais, o próprio Jesus Cristo é declarado a Pedra Angular(sobre a qual Sua igreja é construída). Esta igreja do Deus vivo, que Ele adquiriu, comprou e redimiu com Seu próprio sangue precioso; com o qual, de acordo com Sua promessa, Ele está e permanecerá sempre, até o fim do mundo, para consolação e proteção, sim, habitará e andará entre eles e os preservará, de modo que nenhuma inundação ou tempestade, nem mesmo as portas do inferno se moverão ou prevalecerão contra eles - esta igreja, dizemos, pode ser conhecida por sua fé escriturística, doutrina, amor e conversação piedosa, como, também, pela frutífera observância, prática e manutenção de as verdadeiras ordenanças de Cristo, que Ele tão fortemente ordenou a Seus discípulos"(Confissão de Fé de Dordrecht [1632] Menonita [Anabatista-Credobatista], VIII).

Note, as três confissões de fé(Westiminster/Batista de 1689 e a Anabatista) afirmam que a verdadeira igreja consiste dos eleitos, que crêem e se arrependem. A fá salvífica e o arrependimento ficaram restritas à época no NT?(Jn 3:5-8). Não. Logo, a Igreja de Deus sempre existiu, quando homens foram agraciados pela fé e arrependimento. E é por isso, que a Confissão de Fé Batista de 1689(Credobatista), diz:

"Tudo isto, em essência, aplicava-se também aos crentes que viviam sob a lei. Sob o Novo Testamento, porém, a liberdade cristã é ampliada, na libertação do jugo da lei cerimonial a que A IGREJA JUDAICA estava sujeita, na maior ousadia de acesso ao trono da graça, e maior medida do livre Espírito de Deus do que os crentes normalmente desfrutavam sob a lei"(21:1)

(b)Mt 16:18 não está negando que a Igreja de Deus existia no AT. O termo grego "ἐκκλησία"(ekklēsia), que aparece em Mt 16:18, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, se refere literalmente a "TODO O CORPO DE CRISTÃOS ESPALHADOS POR TODA A TERRA; COLETIVAMENTE, QUE ADORAM E HONRAM A DEUS E A CRISTO EM QUALQUER LUGAR QUE ESTEJAM". A referência a 'Igreja" em Mt 16:18 é justamente a Igreja Visível,que embora contenha dentro dela a Igreja Invisível [os eleitos], também tem em seu seio os réprobos, não eleitos e irregenerados(Mt 8:11-12; 13:41-43). É desta "Igreja", que Jesus fala, quando alude "e sobre esta pedra EDIFICAREI a minha igreja"(Mt 16:18). Vejam que o verbo grego "οἰκοδομέω"(oikodomeō) aqui traduzido por "edificarei", de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, tem o sentido de "UM DESENVOLVIMENTO NA FÉ, edificação, AVANÇO NA VIDA DIVINA, USADO PARA A IGREJA CRISTÃ E SEUS MEMBROS"(p.629). O sentido aqui, se refere ao estabelecimento da Igreja Visível no dia de Pentecostes, pois foi lá, e a partir de lá, que a fé cristã foi implantada, iniciada e continuada visivelmente(At 2:41-46), de formas que Lucas diz: "E TODOS OS DIAS ACRESCENTAVA O SENHOR À IGREJA AQUELES QUE SE HAVIAM DE SALVAR"(At 2:47)

(c)Vale a pena salientar que o termo grego "ἐκκλησία"(ekklēsia) é uma junção de "ἐκ"(ek) e "καλέω"(kaleō). "ἐκ"(ek) tem o sentido de "FORA DE"(Robinson, p.276) e "καλέω"(kaleō) tem o sentido de "chamar"(Ibidem, p.466), apresentando a ideia de 'chamados para fora' do mundo escravizado pelo pecado, nos dando a ideia de que a Igreja, é composta apenas de pessoas que foram chamadas dentro do tempo para a salvação[através da pregação do evangelho - Jo 10:16; Rm 8:30), mas eternamente, através da eleição, visto que "καλέω"(kaleō) também aparece em Gl 1:15 (onde é traduzido por 'me chamou'), e que significa literalmente "ESCOLHER"(Ibidem, p.467). Isso quer dizer que Paulo, como eleito de Deus, foi eternamente chamado de "eleito", mas não meramente e apenas, para o ofício apostólico, mas para a própria salvação, já que ninguém pode ser apóstolo, sem que antes seja dotado da fé salvífica, dada aos eleitos:

"Paulo, servo de Deus, E APÓSTOLO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO A FÉ DOS ELEITOS DE DEUS E O CONHECIMENTO DA VERDADE, que é segundo a piedade"(Tt 1:1)

Essa ideia é reforçada por Paulo, que diz:

"Que NOS SALVOU, E CHAMOU [καλέω] com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, MAS SEGUNDO O SEU PROPÓSITO E GRAÇA QUE NOS FOI DADA EM CRISTO JESUS ANTES DOS TEMPOS DOS SÉCULOS"(2 Tm 1:9)

(d)Temos várias evidências que mostram que a Igreja de Deus sempre existiu, preexistindo ao NT, uma vez que o povo [eleito e salvo] de Deus constitui sua Igreja:

"E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ELE SALVARÁ O SEU POVO dos seus pecados"(Mt 1:21)

"Ainda TENHO OUTRAS OVELHAS que não são DESTE APRISCO; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá UM REBANHO e um Pastor"(Jo 10:16)

"Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre OS JUDEUS, mas também dentre OS GENTIOS? Como também diz em Oséias: Chamarei MEU POVO ao que não era meu povo; E AMADA à que não era amada"(Rm 9:23-25)

"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, MAS AGORA SOIS POVO DE DEUS; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia"(1 Pe 2:9-10)

Diante desses textos, vemos as argumentações desse dispensacionalista, eivadas do erro do anti-calvinismo, senão vejamos:

(i)Em Mt 1:21, o anjo diz que Jesus salvará "O SEU POVO". Quem é esse 'povo'? Se o dispensacionalista disser "Israel", então, os gentios estão excluídos da salvação. Se ele disser 'Os gentios', ou a 'Igreja' do NT, então, os judeus estão excluídos da salvação. Olhem só.... O substantivo masculino grego "λαός"(laos), aqui traduzido por "povo", de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, significa literalmente "UM POVO, tribo, nação, TODOS AQUELES QUE SÃO DO MESMO TIPO E LÍNGUA; UNIVERSALMENTE, DE QUALQUER POVO"(p.372) Essa palavra grega é a mesma usada em Hb 11:25, com o sentido de "O POVO QUE DEUS ESCOLHEU PARA SI, ESCOLHIDO COMO PECULIARMENTE SEU"(Ibidem). Em Hb 4:9, onde o escritor apostólico alude a salvação eterna, aludindo ao 'povo de Deus', é também usada essa palavra grega "λαός"(laos), que segundo Thayer, ao aludir ao nome 'povo de Deus', diz que no texto grego original de Hb 4:9 "O NOME É TRANSFERIDO PARA A COMUNIDADE DOS CRISTÃOS, COMO AQUELES QUE PELA BENÇÃO DE CRISTO VIERAM OCUPAR O LUGAR DO POVO TEOCRÁTICO DE ISRAEL'(Hb 4:9; Ap 18:4)(Ibidem).

(ii)E Jo 10:16, Jesus ensina que os gentios eleitos, ainda não regenerados e incorporados a Igreja Visível, são membros de suas "OVELHAS"(TENHO OUTRAS OVELHAS), e que farão parte deste "APRISCO" e "REBANHO"('e elas ouvirão a minha voz, e haverá UM REBANHO e um Pastor'). Vejam, que diante de judeus e gentios eleitos e posteriormente salvos, Jesus tem 'UM APRISCO", "UM REBANHO", não dois apriscos e dois rebanhos. Mas, note. Ele usa os termos "APRISCO" e "REBANHO", no singular. Jesus usa o termo "ovelhas", sempre pra se referir aos eleitos, regenerados e membros de sua Igreja Invisível e Visível. Sim, o termo "ovelhas" é usado para significar aqueles que foram eleitos, que crerão(Jo 10:27-28). O termo 'ovelhas' é usado para significar aqueles que foram eleitos, que crerão em Cristo, e vou mais além - 'Ovelhas' é um termo usado para designar aqueles por quem Cristo viria morrer:

"Eu sou o bom Pastor; O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS... Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, E DOU A MINHA VIDA PELAS OVELHAS"(Jo 10:11,14-15)

Sim. "Ovelhas" é um termo usado para designar aqueles que já pertencem ao 'rebanho' de Cristo(Igreja Invisível)('Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas' - Jo 10:16) ainda antes de fazer parte deste rebanho visível('e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor' - Jo 10:16). Quando o termo "ovelhas", é aqui usado para designar os gentios eleitos ainda não salvos, e que farão parte deste rebanho visível, e por quem Cristo iria dar a sua vida('Eu sou o bom Pastor; O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS... Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, E DOU A MINHA VIDA PELAS OVELHAS' - Jo 10:11,15), o termo está sendo usado para designar sua igreja eleita eternamente para a salvação:

"E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, A APARTARÁ UNS DOS OUTROS, COMO O PASTOR APARTA DOS BODES AS OVELHAS; E PORÁ AS OVELHAS À SUA DIREITA, MAS OS BODES À ESQUERDA. ENTÃO DIRÁ O REI AOS QUE ESTIVEREM À SUA DIREITA: VINDE, BENDITOS DE MEU PAI, POSSUÍ POR HERANÇA O REINO QUE VOS ESTÁ PREPARADO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO... Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos... E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna"(Mt 25:31-23,41,46)

"Vós, maridos, amai vossas mulheres, COMO TAMBÉM CRISTO AMOU A IGREJA, E A SI MESMO SE ENTREGOU POR ELA"(Ef 5:25)

Veja que o verbo grego "ἀγαπάω"(agapaō), aqui traduzido por "amou", de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, tem o sentido de "TER PREFERÊNCIA"(p.8). A ideia aqui é a de que Cristo exerceu o ato de "preferir"('DAR PRIMAZIA A UMA PESSOA OU COISA EM DETRIMENTO DE OUTRAS' - Michaelis Online), denotando a ideia de "eleger", "escolher", já que "escolher" é "INDICAR PREFERÊNCIA POR ALGUÉM OU POR ALGUMA COISA; OPTAR ENTRE DUAS OU MAIS PESSOAS OU COISAS"(Michaelis Online). Os apóstolos referendaram esta doutrina de Cristo, afirmando que o termo 'ovelhas' é aplicado aos eleitos na eternidade, remidos e regenerados dentro do tempo:

"Porque ÉREIS COMO OVELHAS DESGARRADAS; MAS AGORA TENDES VOLTADO AO PASTOR E BISPO DE VOSSAS ALMAS"(1 Pe 2:25)

Quem, mesmo quando ainda estavam "desgarrados"(afastados, na incredulidade, mortos em delitos e pecados) do 'Pastor' e 'Bispo' de suas almas, já eram suas ovelhas? A Igreja Universal, composta de cristãos gentílicos, que são descritos como eleitos na eternidade para serem aspergidos pelo sangue de Cristo, santificados por seu Espírito e serem santos:

"Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, AOS ESTRANGEIROS DISPERSOS NO PONTO, GALÁCIA, CAPADÓCIA, ÁSIA E BITÍNIA; ELEITOS segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, PARA a obediência E ASPERSÃO DE JESUS CRISTO: Graça e paz vos sejam multiplicadas. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, NOS GEROU DE NOVO para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos"(1 Pe 1:1-3).

"VÓS, TAMBÉM, COMO PEDRAS VIVAS, SOIS EDIFICADOS CASA ESPIRITUAL E SACERDÓCIO SANTO, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo... MAS VÓS SOIS A GERAÇÃO ELEITA, O POVO ADQUIRIDO, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, MAS AGORA SOIS POVO DE DEUS"(1 Pe 2:5,9-10)

O conceito que este dispensacionalista tem de 'Igreja', apresenta um Cristo que não era o Pastor de suas ovelhas, isto é, de sua Igreja, antes que ela fosse visivelmente estabelecida em Pentecostes. Mas Cristo, aludindo aos seus eleitos na eternidade, como suas ovelhas, se apresenta como Eterno Pastor de suas ovelhas, de sua Igreja, antes mesmo que todos os membros dela se achegassem a ela, por meio de fé e arrependimento: "EU SOU O BOM PASTOR; O BOM PASTOR DÁ A SUA VIDA PELAS OVELHAS.... Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, E DOU A MINHA VIDA PELAS OVELHAS. AINDA TENHO OUTRAS OVELHAS QUE NÃO SÃO DESTE APRISCO; TAMBÉM ME CONVÉM AGREGAR ESTAS, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor"(Jo 10:11,14-16)

Sim. Jesus já era Pastor daquelas ovelhas que estavam dentre os gentios ainda não remidos, regenerados e salvos. Segundo Ele, estes eleitos, ainda não remidos e regenerados, já eram membros do grupo de suas ovelhas[igreja invisível], e estavam de antemão destinadas a serem parte do rebanho visível('TAMBÉM ME CONVÉM AGREGAR ESTAS, e elas ouvirão a minha voz, E HAVERÁ UM REBANHO e um Pastor' - Jo 10:16)

(iii)A interpretação que Paulo dá em Rm 9:23-27, é um forte golpe no dispensacionalismo herético, que cria "dois povos eleitos e salvos - judeus e gentios", e que situa a Igreja Invisível de Cristo, à igreja estabelecida visivelmente em Pentecostes:

"Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória NOS VASOS DE MISERICÓRDIA, que para glória já dantes preparou, OS QUAIS SOMOS NÓS, A QUEM DEUS TAMBÉM CHAMOU, NÃO SÓ DENTRE OS JUDEUS, MAS TAMBÉM DENTRE OS GENTIOS? Como também diz em Oséias: CHAMAREI MEU POVO ao que não era meu povo; E AMADA à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo. Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, O REMANESCENTE É QUE SERÁ SALVO"(Rm 9:23-27)

Vejam a interpretação que Paulo dá a Is 10:21-22. Ele mostra que judeus e gentios fazem parte do grupo 'DOS VASOS DE MISERICÓRDIA"(Rm 9:23-24); e que os gentios que seriam salvos, seriam "POVO" de Deus(Rm 9:25) e "AMADA" de Deus, ao invés de 'um dos povos de Deus" ou "uma das amadas de Deus". A ideia é que mesmo antes da Nova Aliança, no AT, no sentido eletivo-salvífico, judeus e gentios são o mesmo "POVO" de Deus, a mesma "AMADA" de Deus. Deus não tem dois povos; Deus não tem duas amadas, duas esposas, duas igrejas. Deus não é bígamo; como Ele diz, por Salomão: "UMA É A MINHA POMBA, A MINHA IMACULADA"(Ct 6:9). Isaías diz: "Porque o teu Criador É O TEU MARIDO; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra"(Is 54:5)

Paulo diz que a Igreja é "UMA VIRGEM PURA PARA UM MARIDO, A SABER, A CRISTO"(2 Co 11:2).

(iv)Jesus remonta ao passado, para falar que Ele é o Eterno [não o Pastor, a partir do estabelecimento da igreja visível em Pentecostes) Pastor de suas ovelhas:

"Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que EU SOU A PORTA DAS OVELHAS. TODOS OS QUE VIERAM ANTES DE MIM SÃO LADRÕES E SALTEADORES; MAS AS OVELHAS NÃO OS OUVIRAM"(Jo 10:7-8).

Essa palavra de Jesus, é muito decisiva. Ela mostra que Ele considerava que já existia o rebanho de Deus antes mesmo de sua vinda. Olha só... O substantivo neutro grego "πρόβατον"(probaton), aqui traduzido por "ovelhas", de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, tem o sentido "DA HUMANIDADE, QUE NECESSITANDO DE SALVAÇÃO OBEDECE ÀS DETERMINAÇÕES DAQUELE QUE A PROVÊ E CONDUZ A ELA; O MESMO OCORRE COM OS SEGUIDORES DE CRISTO"(p.537). Assim, Thayer afirma que judeus crentes do AT e os cristãos do NT pertencem a mesma categoria - são ovelhas de Cristo.

Mesmo antes do aparecimento de Jesus, suas ovelhas já existiam, e por serem suas ovelhas (eleitos e crentes), não deram ouvidos àqueles, que,. no tocante aos seus ensinos pregados ao povo no tempo passado, não passavam de "ladrões e salteadores". Alguns comentaristas das Escrituras, são cirúrgicos e precisos, quando comentam tal texto:

"E, ASSIM, DE ACORDO COM A ELEIÇÃO SECRETA DE DEUS, JÁ SOMOS OVELHAS em nós mesmos pela vocação, por meio da qual Ele nos congrega ao seu rebanho"(João Calvino[1509-1564], Com de Jo 10:8)

"AS OVELHAS - O POVO DE DEUS - A PARTE PIEDOSA DA NAÇÃO JUDAICA. Embora a grande massa do povo estivesse corrompida, sempre houve alguns que eram o povo humilde e dedicado de Deus. Compare Rm 11: 3-4"(Albert Barnes[1798-1870], Ministro Presbiteriano, Com de Jo 10:8)

"Mas as ovelhas não os ouviram; OS ELEITOS DE DEUS, ALGUNS DOS QUAIS EXISTIRAM EM TODAS AS ÉPOCAS, embora seu número seja comparativamente pequeno, não atenderam aos falsos profetas, falsos mestres e pastores idólatras; não receberam suas doutrinas, nem seguiram suas práticas; pois não é possível que estes sejam finalmente e totalmente enganados, ou levados com o erro dos ímpios"(John Gill[1697-1771]. Ministro Batista, Com de Jo 10:8)

"Isso não deve ser entendido com referência aos profetas, mas apenas pelos que vieram antes de Cristo, não sendo enviados por ele: todos aqueles que ensinaram outra forma de vida e salvação, do que crer no Messias, que havia de ser revelado para o salvação do mundo; todos esses procuraram apenas a si mesmos, não o bem das almas do povo; e destruíram almas em vez de trazer-lhes benefício ou fazer-lhes algum bem. MAS AQUELES QUE ERAM MEUS POR UMA ELEIÇÃO ETERNA, OU POR UMA GRAÇA ESPECIAL CONCEDIDA A ELES, NÃO OS ABRAÇARAM"(Matthew Poole[1624-1679], Ministro Congregacional, Com de Jo 10:8)

(v)A afirmação de que não existia Igreja de Deus no AT, é de uma infantilidade e ignorância sem tamanho. O primeiro mártir do Evangelho, Estevão, rebate essa insanidade, afirmando:

"Este é o que esteve entre A IGREJA no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar"(At 7:38 KJV, 1611)

Harold K. Moulton diz que "ἐκκλησία"(ekklēsia) no NT tem o sentido de "congregação dos filhos de Israel(At 7:38), TRANSFERIDO O SIGNIFICADO PARA O CORPO CRISTÃO, DO QUAL A CONGREGAÇÃO DE ISRAEL ERA FIGURA, A IGREJA"(Léxico Grego Analítico, p.132). G. Kittel e G. Friedrich, aludindo ao significado de "ἐκκλησία"(ekklēsia) afirmam que "A DENOTAÇÃO É SEMPRE A 'ASSEMBLÉIA [DE DEUS]'. A PALAVRA 'IGREJA' SUGERE O ASPECTO UNIVERSAL E, ETIMOLOGICAMENTE, O FATO DE PERTENCER AO SENHOR, mas ela tem a desvantagem de ter adquirido uma nuança hierárquica. A PALAVRA 'CONGREGAÇÃO' DESTACA O FATO DE QUE A PEQUENA IRMANDADE JÁ É IGREJA, e salienta o aspecto da reunião, mas tem a desvantagem de chamar atenção para o grupo individual, por vezes num sentido sectário"(Dicionário Teológico do Novo Testamento, p.444). O Léxico Grego Analítico do Novo Testamento Grego, de William D. Mounce, diz que "ἐκκλησία"(ekklēsia), no NT, se refere "a congregação dos filhos de Israel(At 7:38); TERMO TRANSFERIDO PARA O GRUPO CRISTÃO, DO QUAL A CONGREGAÇÃO DE ISRAEL ERA FIGURA, A IGREJA"(p.217). Veja que uma das definições de 'Igreja", está ligada a 'pertencer ao Senhor'; e o conceito de 'congregação' está ligado a 'uma irmandade que já é igreja'. Não pode existir uma assembléia, congregação ou irmandade que não aponte outra coisa senão 'Igreja', como atesta o escritor aos Hebreus: "Dizendo: Anunciarei o teu nome A MEUS IRMÃOS. Cantar-te-ei louvores NO MEIO DA CONGREGAÇÃO"(Hb 2:12)

As definições de Moulton, Kittel, Friedrich, Mounce de que o termo "congregação", no AT, aplicado a Israel, foi 'transferido" "PARA O GRUPO CRISTÃO"; 'PARA O CORPO CRISTÃO', satisfaz plenamente o pensamento de Paulo no NT, que afirma que "PORQUE NÃO É JUDEU O QUE O É EXTERIORMENTE, NEM É CIRCUNCISÃO A QUE O É EXTERIORMENTE NA CARNE"(Rm 2:28); e "PORQUE NEM TODOS OS QUE SÃO DE ISRAEL SÃO ISRAELITAS; NEM POR SEREM DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO SÃO TODOS FILHOS; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. ISTO É, NÃO SÃO OS FILHOS DA CARNE QUE SÃO FILHOS DE DEUS, MAS OS FILHOS DA PROMESSA SÃO CONTADOS COMO DESCENDÊNCIA"(Rm 9:6-8). Veja que Paulo chama a Igreja de "O ISRAEL DE DEUS"(Gl 6:16). A expressão grega 'ὁ Ἰσραήλ τοῦ Θεοῦ'('o Israel de Deus'), que aparece em Gl 6:17, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, se refere literalmente aos "CRISTÃOS"(p.307). G. Kittel e G. Friedrich, afirmam que o adjetivo grego "Ἰσραήλ"(israēl), que aparece em Gl 6:16, "ENVOLVE TODOS OS QUE SEGUEM A REGRA DE PAULO, QUER SEJAM CIRCUNCIDADOS OU NÃO"(Dicionário Teológico do Novo Testamento, p. 416). O Léxico Grego Português do Novo Testamento, Baseado em Domínios Semânticos", de J. Louw e E. Nida, afirma que em Gl 6:16 "Ἰσραήλ"(israel) é "UMA REFERÊNCIA METAFÓRICA AOS CRISTÃOS COMO O VERDADEIRO ISRAEL"(p.734). F. Rienecker e C. Rogers afirmam que expressão grega 'ὁ Ἰσραήλ τοῦ Θεοῦ'('o Israel de Deus') pode se referir "AOS ISRAELITAS FIÉIS QUE SE TORNARAM CRISTÃOS, OU PODE INDICAR TODOS OS CRISTÃOS, TANTO JUDEUS QUANTO GENTIOS"(Chave Linguística do Novo Testamento Grego, p.385). Ou seja, não pode existir nenhum judeu salvo, que esteja fora da Igreja Cristã. Essa é a interpretação dada pelos comentaristas das Escrituras, como se segue:

"Agora o apóstolo chama O ISRAEL DE DEUS A QUEM, ELE HAVIA ANTERIORMENTE CHAMADO DE FILHOS DE ABRAÃO PELA FÉ. Assim, ELE ABRAÇA TODOS OS FIÉIS REUNIDOS NUMA SÓ IGREJA, tanto gentios como judeus'(João Calvino[1509-1564], Com de Gl 6:16)

"OS VERDADEIROS CRISTÃOS, CHAMADOS AQUI DE ISRAEL DE DEUS, para distinguÍ-los de Israel segundo a carne"(Adam Clark[1760-1832], Ministro Metodista, Com de Gl 6:16)

"A VERDADEIRA IGREJA DE DEUS; TODOS OS QUE SÃO SEUS VERDADEIROS ADORADORES"(Albert Barnes[1798-1870], Ministro Presbiteriano, Com de Gl 6:16)

"'Israel de Deus', NO VERDADEIRO SENTIDO, SEGUNDO PAULO, NUNCA FOI O ISRAEL RACIAL, MAS O ISRAEL ESPIRITUAL"(John Coffman[1848–1899], Ministro Menonita, Com de Gl 6:16)

"Que é uma descrição adicional das pessoas, por quem ele ora por essas bênçãos; e não deve ser entendido como uma distinção deles, mas como uma amplificação de seu caráter; e como apontando o Israel, por meio de ênfase, o Israel, OU ISRAELITAS DE FATO, O ISRAEL ESPIRITUAL, como distinto de Israel segundo a carne(veja 1 Co 10:18). O 'Israel de Deus', ou como diz a versão árabe, 'Israel, propriedade de Deus'; ao qual ele tem direito e sobre o qual ele tem direito; que são escolhidos por ele, ISRAEL SEU ELEITO; QUE SÃO REDIMIDOS POR ELE, DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO, que são chamados por sua graça, e são denominados Israel como seu chamado; que são justificados em seu Filho e pela sua justiça"(John Gill[1697-1771], Ministro Batista, Com de Gl 6:16)

"NÃO O ISRAEL SEGUNDO A CARNE, entre o qual aqueles professores desejam matriculá-lo; MAS A SEMENTE ESPIRITUAL DE ABRAÃO PELA FÉ"(Robert Jamieson[1802-1880], Andrew Robert Fausset[1821-1910] e David Brown[1803-1897], Ministros Anglicanos, Com de Gl 6:16)

"Então ὅσοι irá se referir aos cristãos individuais, judeus e gentios, E O ISRAEL DE DEUS AOS PRÓPRIOS CRISTÃOS, CONSIDERADOS COLETIVAMENTE, e formando a verdadeira comunidade messiânica"(Marvin Vincent[1834-1922], Ministro Presbiteriano, Com de Gl 6:16)

"A paz e a misericórdia estejam com eles, E COM ISRAEL, ISTO É, A IGREJA DE DEUS - Que consiste em todos aqueles, e somente aqueles, de todas as nações e famílias, que andam por esta regra"(John Wesley[1703-1791], Ministro Metodista, Com de Gl 6:16)

"O apóstolo não promete, ou profetiza, misericórdia e paz para todos os israelitas, MAS SOMENTE PARA O ISRAEL DE DEUS; ISTO É, PARA OS CRENTES QUE RECEBERAM E ABRAÇARAM JESUS CRISTO oferecido no evangelho"(Matthew Poole [1624–1679], Ministro Congregacional, Com de Gl 6:16)

"Todos os crentes em Cristo provêm dos judeus, OU SEJA, HERDEIROS ou seja, herdeiros físicos E ESPIRITUAIS DE ABRAÃO"(Alexander Maclaren[1826-1910], Ministro Batista, Com de Gl 6:16)

"É UMA DAS ÊNFASES DO NOVO TESTAMENTO QUE A IGREJA É O VERDADEIRO ISRAEL, o Israel de Abraão, Isaque e Jacó"(Peter Pett, Ministro Batista, Com de Gl 6:16)

"E (a saber) sobre o Israel de Deus, os verdadeiros filhos de Israel, o povo de Deus, COMO DISTINTO DOS MEROS DESCENDENTES CARNAIS. SIGNIFICA OS CRISTÃOS CRENTES EM GERAL(não exclusivamente os cristãos judeus) se referem"(Philip Schaff[1819-1893], Ministro Presbiteriano, Com de Gl 6:16)

"AQUELES QUE ANDAM PELA DIREÇÃO DO ESÍRITO SÃO DECLARADOS REALMENTE O VERDADEIRO ISRAEL DE DEUS, não os judeus que têm o nome de Israel, mas são realmente apenas filhos de Abraão segundo a carne"(William R. Nicoll[1851-1923], Ministro Presbiteriano, Com de Gl 6:16)

"A BENÇÃO É DIRIGIDA, NÃO A DOIS GRUPOS DISTINTOS DE PESSOAS ('aqueles que seguem esta regra' e 'o Israel de Deus'), MAS AO MESMO GRUPO DE PESSOAS descritas de maneiras diferentes. 'E' é, portanto, equivalente a 'a saber': 'Sim, sobre o Israel de Deus. PELO 'ISRAEL DE DEUS' AQUI SE ENTENDE O 'ISRAEL ESPIRITUAL'; não os convertidos do judaísmo apenas, mas todos os que provam sua real afinidade com Abraão por uma fé como a de Abraão"(Charles J. Ellicott[1819–1905], Ministro Anglicano, Com de Gl 6:16)

"Em distinção do Israel da carne. Nessa frase concisa, Paulo incorpora triunfantemente sua grande doutrina DE QUE A TEOCRACIA DEIXOU O ANTIGO RITUAL E PARTIU COM A NOVA IGREJA DO ESPÍRITO"(Daniel Whedon[1808-1885], Ministro Metodista, Com de Gl 6:16)

Mesmo, os comentaristas dispensacionalistas, se renderam a essa visão:

"É a esses, verdadeiros filhos de Deus, que o apóstolo deseja a paz. Não foi Israel circuncidado segundo a carne que foi o Israel de Deus. Se houvesse alguém daquele povo circuncidado de coração, que se gloriou na cruz de acordo com os sentimentos da nova criatura, esse era o Israel de Deus. Além disso, todo verdadeiro cristão era um deles de acordo com o espírito de sua caminhada"(John Darby[1800-1882], Ministro da Igreja dos Irmãos de Plymouth, Com de Gl 6:16)

“Paulo não se vangloria do que fez, nem das virtudes de realizar ou não uma determinada cerimônia religiosa. Ele se gaba apenas do que Cristo fez por ele na cruz. Cristo deu-lhe uma nova vida, para que as coisas pecaminosas não possam mais atraí-lo e sua natureza pecaminosa não as deseje mais(vv.14-15). AQUELES QUE VIVEM DE ACORDO COM ESTE PRINCÍPIO SÃO O VERDADEIRO POVO DE DEUS, OS VERDADEIROS DESCENDENTES DE ABRAÃO(v16)“(Donald C. Flemming, Com de Gl 6:16)

“Israel de Deus. A antítese de Israel segundo a carne[1 Co10:18]”(Ethelbert W. Bullinger[1837 -1913], Ministro Anglicano, Com de Gl 6:16)

“Ele desejava isso especialmente para o ‘Israel de Deus’. ESTE TÍTULO INCOMUM SE REFERE A JUDEUS SALVOS. Descreve um segundo grupo no versículo, não o mesmo grupo. Observe a repetição de ‘sobre’ que faz essa distinção. Também ‘Israel’ sempre se refere a judeus físicos em todos os outros lugares do Novo Testamento (65 vezes). Portanto, esperaríamos esse significado aqui, a menos que indícios de um significado diferente estivessem presentes, o que não é verdade. ALÉM DISSO SERIA NATURAL PARA PAULO DESTACAR OS JUDEUS CRISTÃOS PARA UMA MENÇÃO ESPECIAL, visto que nesta epístola ele soou quase anti-semita. Portanto, é melhor tomar essa frase em seu uso regular, em vez de como uma designação única para a igreja como um todo, como fazem muitos não dispensacionalistas”(Dr. Thomas Consatable, Fundador do Dallas Seminary's Field Education Department, Com de Gl 6:16)

"A forte confirmação desta posição [ou seja, que ‘Israel ‘ se refere aos judeus no Novo Testamento] vem da ausência total de uma identificação da igreja com Israel até 160 d.C.; e também da ausência total, MESMO ENTÃO, O TERMO SE REFERINDO AOISRAEL DE DEUS PARA CARACTERIZAR A IGREJA”(Peter Richardson, Israel na Igreja Apostólica, p. 83, n.2.]

Esse mesmo substantivo grego feminino "ἐκκλησία"(ekklēsia), a King James Version [1611] traduziu por "igreja" é a mesma palavra usada na LXX em Jl 2:16 para se referir a Israel como a "CONGREGAÇÃO" que era alvo de ritos de purificação. O sentido literal, que mesmo credobatistas e não aliancistas, como o grande batista John Gill[1697-1771], dão a At 7:38 a interpretação de que o povo de Israel constituía a Igreja de Deus no AT:

"O que deve ser entendido pelos filhos de Israel, QUE ERAM A ENTÃO IGREJA DE DEUS, A QUEM ELE HAVIA ESCOLHIDO E SEPARADO DO RESTO DO MUNDO, PARA SER UM POVO PECULIAR PARA SI MESMO, a quem foram dadas a palavra e as ordenanças, o serviço de Deus, e as promessas; E DEUS SEMPRE TEVE E TERÁ UMA IGREJA, EMBORA AS VEZES SEJA NO DESERTO; QUE BEM TEM SIDO O CASO SOB A DISPENSAÇÃO DO EVANGELHO, bem como antes(Ap 12:6) e foi uma honra peculiar para Moisés, QUE ELE ESTAVA NESTA IGREJA, EMBORA FOSSE NO DESERTO; uma honra ainda maior do que estar na corte de Faraó. Isso tem um respeito particular pela época em que todo o Israel estava acampado ao pé do Monte Sinai, quando Moisés não estava apenas no meio deles, e à frente deles"(Com de At 7:38).

Mesmo o dispensacionalista C. I. Scofield[1834-1921](Ministro Congregacional), se rendeu a esta verdade, declarando:

"No deserto, ISRAEL ERA UMA IGREJA VERDADEIRA (G. ecclesia = assembléia chamada), mas em notável contraste com o N.T. eclésia"(C. I. Scofield[1834-1921], Ministro Congregacional Dispensacionalista, Com de At 7:38).

Outros comentaristas, pedobatistas[aliancistas], credobatistas [não aliancistas] também se renderam a esta verdade:

"'NA IGREJA' - O CORPO COLETIVO DO POVO ESCOLHIDO DE DEUS; portanto, usado para denotar todo o corpo de fiéis sob o Evangelho, ou seções particulares deles"(Robert Jamieson[1802-1880], Andrew Robert Fausset[1821-1910] e David Brown[1803-1897], Ministros Anglicanos, Com de At 7:38)

"A palavra 'igreja' significa literalmente 'o povo chamado para fora' E É APLICADA COM GRANDE PROPRIEDADE À ASSEMBLÉIA OU MULTIDÃO CHAMADA DO EGITO E SEPARADA DO MUNDO. Não tem, entretanto, necessariamente a nossa ideia de uma igreja, mas significa a 'assembléia', ou povo chamado para fora do Egito e colocado sob a conduta de Moisés"(Albert Barnes[1798-1870], Ministro Presbiteriano, Com de At 7:38)

"Esta não é uma referência à igreja de Cristo, MAS À CONGREGAÇÃO DE ISRAEL NO DESERTO, QUE É UMA REPRESENTAÇÃO DA IGREJA DE CRISTO. Eles foram batizados em Moisés na nuvem e no mar (1 Co10:2); e seu teste durante as peregrinações no deserto foi típico do teste dos cristãos durante sua presente provação"(John Coffman[1848–1899], Ministro Menonita [Anabatista], Com de At 7:38)

"Supondo que ecclesia foi traduzido em outro lugar, pode-se admitir, certo, por uma questão de consistência, QUE DEVERIA SER USADO AQUI, COMO APRESENTANDO O PENSAMENTO, QUE FOI ENFATIZADO NO DISCURSO DE ESTEVÃO, QUE A SOCIEDADE DOS CRENTES EM CRISTO ERA SEMELHANTE, EM CARÁTER E EM SUA RELAÇÃO COM DEUS, AO DE ISRAEL. A nova eclésia foi o desenvolvimento da antiga"(Charles J. Ellicott [1819–1905], Ministro Anglicano, Com de At 7:38)

"‘A IGREJA DE DEUS’, escreve Wordsworth AQUI, 'NÃO SE LIMITAVA À JUDÉIA'. ELA ESTAVA NO DESERTO; e ali estava Moisés, seu grande legislador, com ele; e lembre-se de que ele morreu lá no deserto e nunca teve permissão de entrar na Terra Prometida, à qual você restringiria os favores de Deus"(Philip Schaff [1819-1893], Ministro Presbiteriano, Com de At 7:38)

(vi)O apóstolo Paulo foi bem claro, falando que a Igreja Universal foi arrolada nos céus:

"À UNIVERSAL ASSEMBLÉIA E IGREJA DOS PRIMOGÊNITOS, QUE ESTÃO INSCRITOS NOS CÉUS, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados"(Hb 12:23)

Aqui temos o verbo grego "ἀπογράφω"(apographō), traduzido por "inscritos", que de acordo com o Léxico do Novo Testamento Grego de Edward Robinson, se refere ao "LIVRO DA VIDA"(p.97). Assim, o texto está dizendo que a Igreja Universal foi arrolada no livro da vida, o que significa que todos aqueles que foram inscritos no livro da vida, são partes da Igreja. Quando lemos nas Escrituras, sobre os eleitos, em todas as épocas, entendemos que eles fazem parte de um grupo, que antes de crer em Jesus, já tem seus nomes previamente escritos nos céus(Is 4:3; Lc 10:20; Ap 3:5; 13:8; 17:8). A referência aqui é que os eleitos de todas as épocas constituem a Igreja Universal, como o entendem todos os comentaristas reformados das Escrituras, como se segue:

"Diz ele 'arrolados no céu', PORQUANTO SOMOS INFORMADOS QUE DEUS TEM TODOS OS ELEITOS ESCRITOS EM SEU LIVRO, ou em seu catálogo secreto, de acordo com Ezequiel"(João Calvino[1506-1564], Com de Hb 12:23)

"Por 'igreja' não se entende nenhuma igreja particular ou congregacional, nem nacional; MAS A IGREJA CATÓLICA, OU UNIVERSAL, QUE CONSISTE APENAS DOS ELEITOS DE DEUS, E DE TODOS ELES, EM TODOS OS TEMPOS E LUGARES; e alcança até mesmo os santos no céu: ESTA IGREJA É INVISÍVEL no presente, e nunca sucumbirá; da qual Cristo é a cabeça"(John Gill[1697-1771], Ministro Batista, Com de Hb 12:23)

"Aqui, INSCRITOS COMO MEMBROS DA COMUNIDADE CELESTIAL; CIDADÃOS DO CÉU"(Marvin Vincent[1834-1922], Ministro Presbiteriano, Com de Hb 12:23)

"Que estão escritos no céu: eles não eram, como a igreja no Sinai, de uma inscrição terrestre, registrada aqui para conhecer suas famílias e descendência, fossem judeus e sacerdotes legítimos ou não, cuja genealogia foi preservada para esse fim(Ed 2:43), MAS TIVERAM SEU REGISTRO NO CÉU, FORAM ESCRITOS NO LIVRO DA VIDA DO CORDEIRO, para serem descendentes celestiais, nascidos de Deus, participantes da natureza divina, e que teriam o direito pela fé em Cristo à herança celestial, e seriam habitantes livres para ela(Lc 10:20), e teriam todos os privilégios celestiais derivados dele(Lc 20:12,19; 21:17)"(Matthew Poole[1624–1679], Ministro Congregacional, Com de Hb 12:23)

"Que estão escritos no céu; INSCRITOS LÁ NO LIVRO DA VIDA DO CORDEIRO"(Justin Edwards[1787-1853], Ministro Congregacional, Com de Hb 12:23)

Hb 12:23 cria um grande e insolúvel problema para os que negam que existia a Igreja de Deus no Velho Pacto, visto que afirma que a Igreja Universal foi arrolada nos céus. Isso faz com que todos os eleitos que foram arrolados nos céus, isto é, escritos no livro da vida, não sejam considerados outra coisa, que não parte da Igreja eleita em todas as épocas.

Se um determinado dispensacionalista está afirmando que a Igreja de Jesus, só é considerada 'Igreja', a partir seu visível estabelecimento no dia de Pentecostes, está consequentemente, como consequência lógica de sua crença, afirmando e situando a eleição da Igreja dentro do tempo [particularmente no Pentecostes], visto que está afirmando que a Igreja, pra ser considerada 'Igreja', teria que ser visivelmente estabelecida em Pentecostes. Nesse caso, Paulo estaria mentindo, quando disse que "CRISTO AMOU A IGREJA, E A SI MESMO SE ENTREGOU POR ELA"(Ef 5:25). Quando Cristo, morreu, a Igreja ainda não tinha sido estabelecida em Pentecostes, visto que seu estabelecimento visível, foi evidenciado pelos dons do apostolado e da profecia(Mc 16:17-18,20; 1 Co 13:8-12; 2 Co 12:12; Ef 2:20; Hb 2:3-4), que seria derramado apenas quando Jesus partisse(Jo 16:7 comp. com At 2:1-21; 1 Co 12:7-12; 28). Será que nosso Senhor amou quem não existia sob qualquer tipo de forma? Será que Ele devotou amor na cruz do Calvário por ninguém? O sentido do verbo grego "ἀγαπάω"(agapaō), aqui [em Ef 5:26] traduzido por "amou", de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, tem o sentido de "TER PREFERÊNCIA"(p.8). A idéia aqui é a de que Cristo exerceu o ato de "preferir"('DAR PRIMAZIA A UMA PESSOA OU COISA EM DETRIMENTO DE OUTRAS' - Michaelis Online), denotando a ideia de "eleger", "escolher", já que "escolher" é "INDICAR PREFERÊNCIA POR ALGUÉM OU POR ALGUMA COISA; OPTAR ENTRE DUAS OU MAIS PESSOAS OU COISAS"(Michaelis Online). Assim, o sentido da palavra no texto original grego, mostra que Cristo estava morrendo por sua Igreja Eleita. A Igreja já era previamente considerada igreja, ainda antes de seu estabelecimento visível em Pentecostes, por ser eleita e preferida por Ele e dEle.

O ensino dos evangelistas e dos apóstolos deixa claro, que não temos dois povos salvos, dois corpos de Cristo, mas ambos, judeus e gentios, como UM ÚNICO CORPO ELEITO E SALVO(Jo 11:49-52; 1 Co 12:13,27; Gl 3:27-29; Ef 2:11-19; Cl 3:10-12; Ap 5:9-10). Isaías diz: "Porque o teu Criador É O TEU MARIDO; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra"(Is 54:5). Paulo diz que a Igreja é "UMA VIRGEM PURA PARA UM MARIDO, A SABER, A CRISTO"(2 Co 11:2). Cristo não tem duas esposas. Cristo não é bígamo e adúltero.

Assim, fica mais do que provado, exegética e hermeneuticamente que a Igreja de Deus sempre existiu em todas as épocas(inclusive no AT), visto que o povo de Deus constitui a Sua Igreja