sábado, 23 de junho de 2018

Armínio encurralado e desmascarado pelas Escrituras e pela Confissão de Fé Belga(1561) como ariano e pelagiano!





Ele (Armínio) dizia que se seus argumentos fossem contrários às Escrituras e a Confissão de Fé Belga, ele merecia ser punido, se retratar e renunciar o seu ofício ministerial:

“No que se refere a esta censura, a maior consideração deve ser a seguinte: ‘Pode-se provar que alguns desses argumentos que dizem que revelei contradiz a Palavra de Deus, ou a Confissão das Igrejas Belgas’?. (1)Se for provado que eles são contrários à Confissão, então eu estive comprometido a ensinar algo diferente de um documento, contra o qual nunca propus doutrina alguma; lembrem-se da promessa fiel que fiz quando assinei de próprio punho. Se, por essa razão, eu for considerado um criminoso, devo ser rigorosamente punido. (2)Mas se for provado que quaisquer dessas opiniões são contrárias a Palavra de Deus, então eu devo sentir culpa, e sofrer uma séria punição, e ser forçado a proferir uma retratação OU RENUNCIAR MEU OFÍCIO, especialmente se os pontos principais da doutrina que eu expus são notoriamente prejudiciais à honra de Deus e à salvação da humanidade”(Obras de Armínio, Volume 1, p.193).

Pois bem. Apresentaremos alguns ensinos de Armínio contrários às Escrituras e a Confissão de Fé Belga:

(I)Jesus Cristo não pode ser chamado bíblicamente nem patrísticamente de ‘o Verdadeiro Deus’:

“Corolálio: A palavra autoqeo ‘Verdadeiro Deus’, como significando que o Filho de Deus teria a essência de si mesmo, NÃO PODE SER APLICADA AO FILHO DE DEUS, DE ACORDO COM AS ESCRITURAS E OS SENTIMENTOS DAS IGREJAS GREGAS E LATINAS”(Disputa 34)

http://wesley.nnu.edu/?id=1176

O texto em inglês, de acordo com o site Wesley Center Online, citado anteriormente, diz:

"COROLLARY: The word autoqeo" "very God," so far as it signifies that the Son of God has the divine essence from himself, cannot be ascribed to the Son of God, according to the Scriptures and the sentiments of the Greek and Latin churches'"


A palavra inglesa "very", de acordo com o Dicionário Michaellis Online, significa, entre outras coisas:


"1 completo, absoluto.
2 puro, genuíno:
3 justo, exato:
4 rematado, perfeito, acabado:
5 mesmo, próprio.

https://michaelis.uol.com.br/moderno-ingles/busca/ingles-portugues-moderno/very/


Nesse sentido, Armínio está dizendo que biblicamente e patrísticamente, Jesus, como Filho de Deus, não pode ser chamado de "O Absoluto Deus"; "O Genuíno Deus"; "O Puro Deus"; "O Perfeito Deus"; "O mesmo Deus" ou "o próprio Deus".

Na versão da CPAD(Obras de Arminio, Volume 2, p.79), consta 'A palavra Autotheos 'o próprio Deus', significando que o Filho de Deus teria a essência de si mesmo, NÃO PODE SER APLICADA AO FILHO DE DEUS, DE ACORDO COM AS ESCRITURAS E OS SENTIMENTOS DAS IGREJAS GREGAS E LATINAS”.



Com relação a versão da CPAD - 'Autotheos' - 'o próprio Deus", destacamos que os pais da igreja grega e latina desmentem Armínio, chamando o Filho de Deus de "O PRÓPRIO DEUS":

(a)Orígenes(184-254)(Contra Celso, 3:29)
(b)Clemente de Alexandria(150-215)(O Pedagogo, I:8)
(c)Atanásio(263-373)(Contra os Pagãos, 40)
(e)Ambrósio de Milão(347-397)(Exposição da Fé Cristã, Livro I, 10:67)
(f)Agostinho(354-430)(Comentário do Salmo 124, ‘Sermão ao Povo’,10/Comentário do Salmo 130, ‘Sermão ao Povo’, 10)
(g)Leão, o Grande(+ 461)(Sermão XXI, 2)

Essa versão também tende a mostrar a mesma negação da divindade de Cristo, feita por Armínio, como na versão online metodista.

"Provei minhas observações pelos seguintes argumentos. Primeiro: É a propriedade da Pessoa do Pai ter sua existência de si mesmo ou, o que é uma expressão melhor, não dever sua existência a ninguém. MAS AGORA, O FILHO É DESCRITO COMO TENDO SUA EXISTÊNCIA DE SI MESMO, OU MELHOR, DE NINGUÉM MAIS. PORTANTO, O FILHO É O PAI, O QUE É SABELIANISMO"(Obras de Armínio, Volume 1, p.309).

“Portanto, de maneira alguma pode esta frase, ‘o Filho de Deus é autotheos’['o próprio Deus', ou 'em seu próprio direito'] SER DESCULPADA COMO CORRETA, OU COMO TENDO SIDO FELIZMENTE EXPRESSA. NEM PODE ISSO SER CHAMADA UMA FORMA ADEQUADA DE EXPRESSÃO QUE DIZ: 'A ESSÊNCIA DE DEUS É COMUM ÀS TRÊS PESSOAS'; MAS É IMPRÓPRIA, uma vez que a essência divina é declarada como sendo comunicada de um deles para o outro”(A Divindade do Filho de Deus).

Assim, de acordo com Armínio, o Filho e o Espírito Santo são um tipo de deus menor que o Pai. Para ele, é errado dizer que o Filho é o próprio Deus, por ser Ele Filho de Deus, herdeiro da natureza de seu Pai, ou que o Filho e o Espírito Santo tem a mesma essência de Deus Pai. Ou seja, eles são um tipo de deus menor que o Pai, segundo Armínio. A fraseologia dele lembra muito a fraseologia dos testemunhas de jeová!!!

Outra coisa, quem foi que disse a esse velho decrépito do Armínio, que chamar Cristo de "o próprio Deus" implica em negar que Ele herdou a natureza de seu Pai? Quando os homens e anjos chamavam Cristo de 'Filho de Deus', estavam de forma imediata lhe prestando adoração(Mt 14:13; Mc 5:6-7; Hb 1:6), reconhecendo-o de forma imediata como sendo o próprio Deus. Até mesmo quando Jesus estava perdoando pecados, todos entenderam que Ele estava se comportando como se fosse o próprio Deus(Mc 2:5-10). E quando Ele se declarou como tendo o mesmo poder do Pai, todos entenderam que Ele se considerou como sendo o próprio Deus(Jo 10:28-33).

Para ele (Armínio), não se pode dizer que o Filho de Deus é o próprio Deus, pois ao que parece, para ele, apenas o Pai é o próprio Deus, exatamente o mesmo pensamento dos testemunhas de jeová: "COMO FILHO DE DEUS, ELE NÃO PODIA SER O PRÓPRIO DEUS"(Deve-se Crer na Trindade?, p.16). Armínio era ariano, pelo menos nessa sua frase da 'Disputa 34'.

E mais: Quem foi que disse a esse decrépito e senil do Armínio, que dizer que o Filho de Deus não deve sua existência a ninguém (isto é, que Ele é eterno e não tem origem), é sabelianismo? Portanto, está claro o arianismo de Armínio. Para ele, se alguém dizer que Cristo é eterno, significa dizer que Ele é o próprio Pai. Em outras palavras, para Arminio, Cristo, como Filho de Deus, deve sua existência a Deus; isto é, ele teve sua origem em Deus, logo, não pode ser eterno.

Assim, os colegas arminianos, se forem coerentes com a opinião de seu pai espiritual, Armínio, devem dizer: 'Jesus não é eterno', ou: 'Jesus é Deus, não o próprio Deus'; e: 'Jesus nem tem em seu próprio direito o direito de ser chamado 'o próprio Deus'; ou então: 'O Filho e o Espírito Santo não tem, por si mesmos, a mesma essência que Deus Pai tem'. isto é, 'a essência que Deus Pai tem, não é comum ao Filho e o Espírito Santo'. Em outras palavras, segundo Armínio, o fato de uma pessoa da Divindade comunicar sua essência a outra, prova que essa essência que essa pessoa comunica a outra, não é comum a outra, a qual, é comunicada. É como se esta pessoa a quem a essência é comunicada, fosse Deus, mas não Deus da mesma qualidade da pessoa que lhe comunicou essa essência. Ou seja, por receber essa essência de uma outra pessoa da Divindade, a pessoa da Divindade que a recebe, é Deus, mas não como Àquela pessoa que lhe comunicou essa essência. Ou seja, a pessoa de quem emana a fonte da essência que é comunicada a outra, é considerada como se fosse maior ou melhor que a pessoa a qual ela comunica a essência. Nesse sentido, é como se o Filho e o Espírito Santo fossem Deus, mas um Deus menor em comparação Àquela pessoa da Divindade, que comunicou-lhe(s) essa essência divina, segundo o linguajar de Armínio.

Quem foi que disse que as duas pessoas da Trindade (quando o Pai eternamente comunicou sua essência com o Filho [gerado eternamente por Ele']; ou quando o Pai e o Filho comunicaram eternamente sua essência com o Espírito Santo ['eternamente procedente do Pai e do Filho']) deixaram de terem em comum com o Pai ou com o Filho a sua essência, porque uma delas é eternamente gerada pela outra, enquanto outra delas é eternamente procedente das outras duas? Onde a Bíblia apoia essa idéia ímpia e sacrílega de Armínio?

E é fácil desmascarar Armínio:

(1)Primeiro, porque as Escrituras chamam a Cristo de 'Filho de Deus', além de "o verdadeiro Deus'(1 Jo 5:20).

(2)Porque pais gregos e latinos também o chamam de ‘o verdadeiro Deus”:

(a)Agostinho(354-430)(A Trindade, I:26)
(b)Atanásio(263-373)(Discursos os Arianos, III; 23:19)
(c)Leão, o Grande(+ 461)(Sermão XXIII:2)

(3)Porque o Credo Niceno(325) o chama de “o Verdadeiro Deus”.

(4)A Confissão de Fé Belga diz:

“Jesus Cristo, eterno E VERDADEIRO DEUS”(X)

(II)Jesus Cristo não é o eterno Filho de Deus, visto que teve orígem no Pai; juntamente com o Espírito Santo:

“Aparentemente, é com base nestas passagens, segundo os sentimentos da igreja antiga, que o Filho mesmo sendo Deus, SE ORIGINA DO PAI, porque recebeu a sua Divindade, segundo a qual é chamado ‘Deus’, sendo nascido do Pai, embora o nome de Deus não indique este modo de ser ou existir. COM BASE NESSAS CITAÇÕES, TAMBÉM FICA EVIDENTE QUE, COMO O PAI É A ORÍGEM DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO. Ele é chamado de A ORÍGEM DE TODA A DIVINDADE, não porque realmente Deus tenha algum princípio ou fonte, mas porque a Divindade é transmitida pelo Pai ao Filho e ao Espírito Santo. ISTO, PORTANTO. ESTÁ LONGE DE SER UMA EXPRESSÃO CORRETA: ‘O FILHO DE DEUS, UMA VEZ QUE É DEUS, NÃO SE ORIGINA DE NINGUÉM’”(Obras de Armínio, Volume 2, pp.401,402).

É fácil desmascarar Armínio:

(1)Preste atenção na palavra “Filho”, aqui em Mt 3:17. No grego, existem duas palavras para “Filho”. A primeira é “huios”, que, denota o relacionamento sem o nascimento(isto é, sem princípio de dias) como no caso de João com relação a Maria(Jo 19:26), e também no caso de Moisés, como filho da filha de Faraó(At 7:21; Hb 11:24), que é aplicado a Cristo, como Filho de Deus. A outra palavra “teknon”, que indica o ‘relacionamento mediante o nascimento” (Mt 7.11; Mc 13.12; Lc 1.7; 15.31; At 7.5; 1Co 7.14; 2 Co 12.14; Cl 3.20; Ap 12.4), o que implica sempre no ter ‘princípio de dias’, nunca é aplicada a Cristo no seu relacionamento com o Pai, o que significa que o Senhor Jesus, como Filho de Deus, é o Deus eterno, incriado, “NÃO TENHDO NEM PRINCÍPIO DE DIAS nem fim de vida”(Hb 7:3 ACF). Cristo, como Filho de Deus, é gerado, mas não nascido, isto é, não tendo orígem ou princípio de dias, como os céus e a Terra em Gn 2:4. O profeta afirma, aludindo a Ele como Aquele “cujas saídas são desde os tempos antigos, DESDE OS DIAS DA ETERNIDADE”(Mq 5:2).

(2)O Credo Niceno(325) desmente Armínio, pois define Cristo como “GERADO PELO PAI ANTES DE TODOS OS SÉCULOS, Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, GERADO, NÃO FEITO, de uma só substância com o Pai”.

(3)As Escrituras chamam o Espírito Santo de “O ESPÍRITO ETERNO”(Hb 9:14). O adjetivo grego “aionios”, aqui traduzido por “eterno”, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de J. H. Thayer, significa “SEM COMEÇO nem fim, o que sempre foi e sempre será”. O Dicionário Aurélio(1988), em sua primeira edição, define “começo” por “O PRIMEIRO MOMENTO DA EXISTÊNCIA ou da execução de uma coisa; PRINCÍPIO, ORÍGEM”. Se Armínio diz que o Filho e o Espírito Santo tem a sua “orígem” no Pai, e se a Bíblia diz que o termo grego para “eterno”(aionios) indica alguém que é “SEM COMEÇO”, e se “começo”, indica “princípio” e “orígem”, claro e lógico está que Armínio ensinou que o Filho e o Espírito Santo tiveram “O PRIMEIRO MOMENTO DA EXISTÊNCIA”, o seu “ PRINCÍPIO”, através do Pai. Agostinho(354-430) diz que "como Filho ele sempre existiu, E NÃO TEVE QUE COMEÇAR A SER FILHO"(A Trindade, VI:6).A grande questão e o grande erro de Armínio, é querer explicar racionalmente a questão da 'geração eterna' de Cristo e da 'procedência eterna' do Espírito Santo do Filho e do Pai, com o uso de expressões como 'origem". A 'geração' do Filho, sendo eterna, não tem origem, princípio, o que indica que nunca houve tempo dentro da eternidade em que o Filho não existisse como Filho e como Deus; assim como a 'procedência eterna' do Espírito Santo do Filho e do Pai indicam que nunca houve um tempo em que o Espírito Santo existisse como Deus e como Espírito eterno. Paulo afirma em Hb 1:8, que o Filho, é por toda eternidade Deus e Eterno; e reafirma isso em Cl 1:13-17; Hb 1:1-2, onde afirma que o Filho criou todas as coisas e existe antes de todas as coisas criadas, e que foi usado pelo Pai para criar todas as coisas. Certamente, na eternidade, o Pai não usaria o Filho para criar todas as coisas, se Ele não considerasse Este como sendo eterno Deus e seu Eterno Filho. Estas palavras de Paulo em Cl 1:12-17; Hb 1:2.8 indicam que o Filho é eterno e sempre existiu como Filho e Deus. A 'comunicação' da divindade do Pai ao Filho e ao Espírito Santo, é uma comunicação eterna, o que indica, sem origem ou princípio; em outras palavras - nunca houve um tempo na eternidade em que o Filho de Deus não existisse como Filho e Deus, como também nunca houve um tempo na eternidade em que o Espírito Santo não procedesse eternamente do Pai e do Filho. Certamente, devemos entender que expressões como "geração", 'gerado", 'procedente', são usadas para que creiamos que o Pai compartilha desde toda a eternidade sua natureza com o seu Filho, da mesma forma que o Espírito Santo compartilha eternamente da mesma natureza divina do Pai e do Filho. Em outras palavras, nunca houve um tempo dentro da eternidade em que o Filho e o Espírito Santo não fossem Deus e eternos. É assim que devemos entender, quando lemos ou falamos que o Filho foi gerado eternamente pelo Pai, e que o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.

(4)O Credo de Atanásio repudia Arminio, dizendo:

“O Pai NÃO FOI FEITO POR NINGUÉM, nem criado, nem gerado. O Filho NÃO FOI FEITO, nem criado, MAS GERADO, somente pelo Pai. O Espírito Santo NÃO FOI FEITO, NEM CRIADO, nem gerado pelo Pai e Filho, MAS ESTÁ PROCEDENDO DELES”.(XXI-XXIII).

A posição do Credo de Atanásio, quando iguala as três da Trindade com a expressão “NÃO FOI FEITO”, indica que nenhuma delas tiveram “princípio’, ‘orígem’ ou “começo”, como afirma estranhamente Armínio, atribuindo sua “orígem” ao Pai. O grande erro de Armínio, é chamar a comunicação de natureza divina de uma pessoa à outra de “ORÍGEM”. Portanto, o fato de Cristo, como Filho de Deus, herdar a natureza do Pai, mostra que Ele é gerado por Ele(Hb 1:5), não “originado” nEle ou por Ele. Da mesma forma, o fato da Bíblia ou o Credo de Atanásio dizerem que o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho(Jo 15:25; Rm 8:9), não indica que o Pai e o Filho lhe deram “orígem”. Essa linguagem de Armínio é ariana, embora tente explicar sua bisonha fala com a explicação: “ não porque realmente Deus tenha algum princípio ou fonte, mas porque a Divindade é transmitida pelo Pai ao Filho e ao Espírito Santo”. Desde quando compartilhar eternamente da natureza, significa dizer que o Pai deu orígem, princípio ou começo às pessoas do Filho e do Espírito Santo? “Orígem” é sinônimo de “começo”, “princípio”. Portanto, sua fala, é totalmente incompatível com a doutrina ortodoxa da Trindade.As citações que Armínio faz de diversos pais da Igreja(Obras de Armínio, Volume 2, pp.400-401) provam, não que o Filho de Deus não possa ser chamado de 'o próprio Deus', mas que Ele é herdeiro da natureza de seu Pai, assim como o Espírito Santo procede eternamente do Filho e do Pai. Nenhum dos pais da igreja, mencionados por ele, nega que o Filho ou o Espírito Santo sejam o próprio Deus, mas que o Filho herda sua natureza de seu Pai, assim como o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho.

O interessante é a flagrante contradição nas palavras de Armínio. (a)Primeiro, ele diz que o termo grego Autotheos(o Próprio Deus) não se aplica ao Filho de Deus, nem bíblica, nem patristicamente:

"A palavra Autotheos 'o próprio Deus', significando que o Filho de Deus teria a essência de si mesmo, NÃO PODE SER APLICADA AO FILHO DE DEUS, DE ACORDO COM AS ESCRITURAS E OS SENTIMENTOS DAS IGREJAS GREGAS E LATINAS”(As Obras de Armínio, Volume 2, p.79)

Depois, afirma que o Filho de Deus é Autotheos:

"...o que sem dúvida, deveriam ter feito, para que ninguém supusesse que eu nego que o Filho de Deus é autotheos em todos os sentidos..."(As Obras de Armínio, Volume 1, p.309)


"Em resposta a isso, observei que a palavra autotheos admite duas acepções diferentes, uma vez que pode significar tanto 'aquele que é verdadeiramente Deus', e também 'aquele que é Deus a partir de si mesmo', e que era com grande propriedade atribuído ao Filho de Deus, principalmente conforme o primeiro significado, e que não pode ser dito que a essência do Pai é comunicada ao Filho e ao Espírito Santo, em qualquer outro sentido que não seja impróprio; mas que era na correção perfeita e no decoro rigoroso comum para o Pai, o Filho e o Espírito Santo"(Declaração de Sentimentos VIII[Sobre a Divindade do Filho de Deus]; Obras de Armínio, Volume I, p.236)

Depois, afirma novamente que o Filho é 'Autotheos', juntamente com o Espírito Santo:

"...Porque em certo sentido, eu confesso que o Filho é autotheos, e também o Espírito Santo, e não apenas o Pai"('Apologia Contra Trinta e Um Artigos Difamatórios, XXI[1], Obras de Armínio, Volume 1, p.309).


(5)A estratégia arminiana para livrar a pele de Armínio de "arianismo"


(a)Primeiro, querem dizer que a palavra grega "Autotheos", pode também significar 'Deus de si mesmo", porque a CPAD a traduziu assim em outro lugar, como por exemplo, quando ele pronuncia uma dupla contradição:

"Depois disso, algumas outras pessoas aproveitaram, em diferente ocasião, a mesma calúnia, pelo fato de eu ter dito que o Filho de Deus não era chamado corretamente de Autotheos, 'o mesmo Deus', no mesmo sentido em que a palavra significa 'Deus por si mesmo'"(As Obras de Armínio, Volume 2, pp.397,398).

Mas adiante, na mesma página, ele diz:

"A respeito da segunda ocasião, que diz respeito a palavra Autotheos, 'o mesmo Deus', é preciso apresentar uma resposta um pouco mais detalhada, pois não são poucas as pessoas que que tem uma convicção contrária, e mesmo a nossa igreja não considera que tais pessoas tenham sentimentos errados a respeito da Trindade"(Ibidem)

Quem foi que disse que esta expressão grega - Autotheos -, formada de duas palavras gregas - 'Auto"(quem vem do grego Auton, que significa 'próprio', ' mesmo', etc), e de "Theos"(que significa "Deus), significa 'Deus por si mesmo" ou "Deus de si mesmo"? Esse tipo interpretação, leva-nos a tecermos as seguintes considerações:

(a)A palavra grega "auto", de onde se deriva o termo "Autos", em "Autotheos", é usada nas Escrituras, com referencias a pessoas, e não pode nunca comportar uma tradução que termine em "de si mesmo". Considere alguns casos:

(i)"E não é maravilha, porque o próprio (αὐτός [Autos]) Satanás se transfigura em anjo de luz"(2 Co 11:4)

(ii)"O próprio(αὐτός [Autos]) Davi disse pelo Espírito Santo..."(Mc 12:36)


(iii)"E creu até o próprio(αὐτός [Autos]) Simão; e, sendo batizado..."(At 8:13)


Alguma tradução endossada por arminianos ou calvinistas traduziu aqui αὐτός(autos) por: 'O Satanás de si mesmo", ou "O Davi de si mesmo"; ou o "Simão de si mesmo"??? Por que só no caso de "Autotheos', nas Obras de Armínio se quer defender a tradução "Deus de si mesmo", substituindo a tradução "o Próprio Deus", só para livrar Arminio de arianismo?


(iv)A tradução "Deus de si mesmo", aplicada a Cristo, é sabeliana e contrária às Escrituras. É sabeliana, porque se alguém disser que "Autotheos" significa "Deus de si mesmo"(e se Armínio afirma que Cristo é Autotheos - As Obras de Armínio, Volume 1, p.309), então se está colocando na boca de Armínio, que Cristo tem como Deus a si mesmo, isto é, que Ele adora a si mesmo. Os sabelianos, quando confrontados diante da distinção entre o Pai e o Filho, quando o segundo ora ao primeiro, afirmam que, sendo Cristo o próprio Pai, na ocasião da oração, a carne ora ao espírito. É contrária as Escrituras a tradução 'Deus de si mesmo", aplicada a Cristo, porque em nenhum lugar a Bíblia o menciona se adorando, mas sendo adorado(Hb 1:6; Ap 5:13-14). E é também contrária a Escritura, visto que elas afirmam que o Deus do Filho é o Pai(Ef 1:3), não o próprio Filho. logo, essa tradução 'Deus de si mesmo", é totalmente fora de sentido.

O termo grego (αὐτός [Autos]), não tem nenhum significado, exceto o de "o mesmo", "o próprio". Não tem nada nada a ver com "por Si" ou "de si mesmo", como afirmam os advogados de Armínio. Criar um novo significado para a palavra, só para tentar livrar Armínio de "arianismo", é desonestidade intelectual, ou cortina de fumaça. Não devemos nem podemos defender homens, quando suas falas são indefensáveis.

A tradução de (αὐτός [Autos]),seja por "por si mesmo", ou "de si mesmo", vai gerar incoerências e heresias até no texto sagrado de Mc 12:36, visto que:

(i)Primeiro, nos dará a entender que Davi "por si mesmo" e pelo Espírito Santo, previu a ascenção e entronização de Cristo, como se ele fosse um astrólogo ou vidente. Neste caso, Davi teria um tipo de previsão, por sua própria natureza carnal e pela influencia também do Espírito Santo, de um ato futuro ligado ao Messias, mostrando que no Sl 110:1, Davi não foi movido apenas pelo Espírito, mas também por sua natureza carnal. Logo, o Sl 110:1, não seria 100% palavra de Deus, mas 50% palavra de Deus e palavra do homem.

(ii)Segundo; nos dará a entender, que a previsão que Davi fez da ascenção e entronizamento de Cristo, veio de si mesmo, e do Espírito Santo, tornando o Sl 110:1, uma palavra divina-humana. Nesse caso, o Sl 110:1 não é 100% a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus; sendo palavra de Deus e palavra do homem ao mesmo tempo, o que contraria a Palavra de Deus, que diz:


"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo"(2 Pd 1:21)


(iii)Nos dará a entender que Davi não teve pai, mas foi pai de si mesmo, ou sua origem vem de si mesmo - "O próprio Davi disse pelo Espírito Santo..."(Mc 12:36). "Próprio" aqui é αὐτός [Autos]. Imagine a tradução "O Davi de si mesmo..."? Davi não teve pai?

(iv)Da mesma forma ocorreria com At 8:13. "Próprio" aqui é αὐτός [Autos]. Imagine a tradução "O Simão de si mesmo"? Simão não teve pai? Sua origem vem de si mesmo?

A CPAD, em outros lugares de sua tradução de "As Obras de Armínio, tem traduzido 'Autotheos' por 'O Próprio Deus'(Obras de Arminio, Volume 2, p.79/Volume 1, p.307).







(5)A Confissão de Fé Belga(1560), diz que o Espírito Santo é “verdadeiro E ETERNO DEUS”(XI). “Eterno” é algum sinônimo de “orígem”, ‘começo”, ‘princípio’?

(III)Armínio ensina a eleição condicional:

"Desta frase deduzo que Deus não predestinou homem algum para a salvação, MAS QUE EM SEU DECRETO, ELE OS TEM CONSIDERADO [OU ENCARADO] COMO CRENTES"(Obras de Armínio, Volume 2, p.203)

“O segundo decreto preciso e absoluto de Deus é aquele que ELE DECRETOU RECEBER AQUELES QUE SE ARREPENDEREM E CREREM, e, em Cristo, por causa dEle, e por meio dEle, para efetivar a salvação de tais penitentes e crentes que perseverarem até o fim, mas deixar em pecado, e sob a ira, todas as pessoas impenitentes e incrédulas, condenando-as como alheios a Cristo”(Obras de Armínio, Volume 2, pp.226,227).

“Deus, portanto, não atribui a vida eterna a qualquer ser humano a partir de seu próprio decreto absoluto, SEM CONSIDERAR A FÉ E A OBEDIÊNCIA”(Obras de Armínio, Volume 1, p.208)



Em seu discurso "Os Meus Próprios Pontos de Vista a Respeito da Predestinação", declara:


"...Deus decretou salvar e condenar certas pessoas em particular. Este decreto tem o seu embasamento na presciência de Deus, pela qual Ele sabe, desde toda a eternidade, que tais indivíduos, por meio de sua graça preventiva, creriam, ou por sua graça subsequente perseverariam, de acordo com a administração previamente descrita dos meios que são adequados e apropriados a conversão e a fé; e, do mesmo modo, pela sua presciência, Ele conhecia aqueles que não creriam, nem perseverariam"(As Obras de Armínio, Volume 1, p.227).

Nesse caso da declaração acima, Armínio está afirmando que o homem é eleito e salvo com base em sua fé e obras (obediência).

Isto é basicamente a mesma doutrina dos seguidores de Pelágio - isto é - o decreto da eleição para a salvação é condicional como denuncia Agostinho:

"OS PELAGIANOS ARGUMENTAM: 'DEUS SABIA DE ANTEMÃO OS QUE SE SANTIFICARIAM e permaneceriam sem pecado PELO USO DE SUA LIBERDADE. POR ISSO ESCOLHEU-OS ANTES DA CRIAÇÃO DO MUNDO EM SUA PRESCIÊNCIA, MEDIANTE A QUAL PREVIU QUE SERIAM SANTOS. Portanto, escolheu-os antes que o fosse, PREDESTINANDO COMO SEUS FILHOS AQUELES QUE SABIA EM SUA PRESCIÊNCIA QUE SERIAM SANTOS E IRREPREENSÍVEIS"(A Predestinação dos Santos, XVIII:36)

É fácil desmascarar Armínio:

(1)A Bíblia diz que que no decreto eterno da eleição, pessoas são eleitas e posteriormente salvas, não porque Deus previu que eles creriam nEle(Mt 11:20-24), mas para crerem nele, o obedecerem e perseverarem na fé(At 13:48; 1 Pd 1:2; Jo 15:16)

(2)A Confissão de Fé Belga, diz:

“Cremos que quando toda a descendência de Adão se precipitou na perdição e na ruína pela transgressão do primeiro homem,Deus mostrou-se como realmente é: misericordioso e justo. Misericordioso por socorrer e salvar desta perdição aos que, em Seu conselho eterno e imutável. ELE ELEGEU, POR PURA BONDADE EM JESUS CRISTO NOSSO SENHOR, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO NENHUMA DAS OBRAS DELES. Justo por deixar os outros na queda e na perdição nas quais eles mesmos se precipitaram”(XVI)

Segundo a Confissão de Fé Belga, Deus não decretou eleger e salvar pessoas, porque previu que elas creriam, obedeceriam e perseverariam, mas apenas baseou seu decreto puramente na bondade de Deus.

(IV)Arminio ensina a resistibilidade da graça divina:

“Com relação a este tópico, CREIO EU, DE ACORDO COM AS ESCRITURAS, QUE MUITAS PESSOAS RESISTEM AO ESPÍRITO SANTO E REJEITAM A GRAÇA QUE LHES É OFERECIDA”(Declaração de Sentimentos IV; Obras de Armínio, Volume 1, p. 232)

“Porque as representações da graça que as Escrituras contém SÃO DESCRITAS COMO PODENDO SER RESISTIDAS(At 7:51) e recebidas em vão(2 Co 6:1); ASSIM É POSSÍVEL PARA O HOMEM EVITAR CEDER O SEU ASSENTIMENTO À GRAÇA; E RECUSAR TODA COOPERAÇÃO COM ELA(Hb 13:15; Mt 23:37; Lc 7:30). Mas, ao contrário, esta predestinação afirma que a graça é uma força irresistível e operante”(Obras de Armínio, Volume 1, p.209)

É fácil desmascarar Armínio:

(1)A Bíblia diz que os eleitos, que são os únicos a terem esta graça salvífica da chamada interna do Espírito Santo, não resistem a sua chamada, a ouvem, crendo em Cristo(Jo 6:37; 10:16,27; Rm 8:30; At 16:13-15)

(2)A Confissão de Fé Belga, diz:

“Cremos que para podermos obter o verdadeiro conhecimento desse grande mistério, O ESPÍRITO SANTO ASCENDE EM NOSSOS CORAÇÕES UMA FÉ VERDADEIRA. FÉ QUE ABRAÇA JESUS CRISTO COM TODOS OS SEUS MÉRITOS, QUE SE APROPRIA DELE e nada busca além dEle mesmo”(XXII).

(V)Armínio ensina que Cristo morreu por todos os homens sem exceção:

“O EVANGELHO DIZ: 'PORQUE DEUS AMOU O MUNDO de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’(Jo 3:16). MAS ESTA DOUTRINA DECLARA: 'DEUS AMOU AQUELES A QUEM ELE TINHA ABSOLUTAMENTE ELEITO, COMO PARA DAR-LHES O SEU ÚNICO FILHO, e por uma força irresistível produzir neles a fé”(Obras de Armínio, Volume 1, p.213)

"Portanto, Cristo também morreu por todos, sem nenhuma distinção entre eleitos e reprovados"(As Obras de Armínio, Volume 3, p.425).

Esse pensamento de Armínio e da Remonstrância é o mesmo endossado pelos pelagianos, segundo denúncia de Agostinho(354-430):

"Replicam ainda: 'SE CONVINHA A UNS CONDENADOS O QUE ERA DEVIDO A TODOS, e assim sua graça aparecesse mais gratuita aos vasos de misericórdia, por que na mesma causa me castigará mais que a outro ou a outro libertará de preferência a mim?"(O Dom da Perseverança, VIII:18).

É fácil desmascarar Armínio:

(1)A Bíblia diz que a morte de Cristo era só por suas ovelhas(Jo 10:11,15; Mt 20:28; 26:28; Mc 14:24; Hb 9:28; 1 Pd 1:2), não por todos os homens – ovelhas(eleitos) e bodes(réprobos).

(2)A Confissão Belga diz:

“Aqueles que nasceram de novo possuem duas vidas diferentes. Uma delas é física e temporal, recebida no primeiro nascimento e é comum a todos os homens; A OUTRA É ESPIRITUAL E CELESTIAL E LHES FOI DADA NO SEGUNDO NASCIMENTO COMO RESULTADO DA PALAVRA DO EVANGELHO, NA COMUNHÃO DO CORPO DE CRISTO. Essa vida não é comum a todos os homens, MAS SOMENTE AOS ELEITOS DE DEUS”(XXXV)

(VI)Armínio ensina o dogma pelagiano do livre arbítrio:

“XIIII. Esta doutrina é igualmente repugnante à natureza da graça divina… mas ela a destrói de três maneiras: (1)Porque a graça é branda e se mescla com a natureza divina, PARA NÃO DESTRUIR DENTRO DELE A LIBERDADE DA SUA VONTADE, MAS PARA DAR-LHE UMA DIREÇÃO CORRETA, PARA CORRIGIR A SUA DEPRAVAÇÃO, e para permitir que o homem possua as suas próprias noções adequadas. ENQUANTO, PELO CONTRÁRIO, ESSA PREDESTINAÇÃO INTRODUZ UMA ESPÉCIE DE GRAÇA QUE TIRA O LIVRE ARBÍTRIO e impede o seu exercício”(Obras de Armínio, Volume 1, p.209)

“Tal doutrina da predestinação é contrária a natureza do homem, pelo fato do homem ter sido criado à imagem de Deus em conhecimento e justiça – em relação AO FATO DELE TER SIDO CRIADO COM A LIBERDADE DE ESCOLHA...”(Obras de Armínio, Volume 2, pp.205,206)

“ESTA DOUTRINA É INCOMPATÍVEL COM O LIVRE ARBÍTRIO, no qual o homem foi criado por Deus, PORQUE ELA PREVÊ O EXERCÍCIO DESSA LIBERDADE, POR LIGAÇÃO COM VONTADE ABSOLUTA a um objeto, isto é, para fazer uma coisa e outra”(Ibidem, p.206)

Agostinho atribui a Pelágio esse mesmo tipo de pensamento, quando diz:

"Eis proposições que se alegam contra Pelágio e que, dizem-me encontram-se na doutrina de Celéstio, seu discípulo: (2)O pecado de Adão prejudicou somente a Ele, e não à estirpe humana; (5)AS CRIANÇAS RECÉM NASCIDAS ESTÃO NAS MESMAS CONDIÇÕES DE ADÃO ANTES DA QUEDA; (6)Que não é através da morte de Adão que morre toda a raça humana; QUE O HOMEM, QUERENDO-O, PODE ESTAR SEM PECADO"(De Gestis Pelagi, 23)
E refuta ainda mais esse pensamento, quando diz:

"Ninguém vos engane, irmãos, NÃO AMARÍAMOS A DEUS, SE ELE NÃO NOS AMASSE PRIMEIRO. O MESMO JOÃO ASSIM O ENSINA E DIZ (1 Jo 4:19).... Se nós o tivéssemos amado primeiro para Ele nos amar pelos nossos merecimentos,. nós o teríamos escolhido primeiro para merecermos ser escolhidos por Ele. MAS ELE, QUE É A VERDADE, CONTRADIZENDO ABERTAMENTE ESTA PRETENSÃO VAIDOSA DOS HOMENS, DIZ OUTRA COISA BEM DIFERENTE: 'NÃO FOSTES VÓS QUE ME ESCOLHESTES'. PREVENIU-OS COM ESTAS PALAVRAS PARA EVITAR QUE SE ORGULHASSEM DE TER ADQUIRIDO POR SI MESMOS O QUE POSSUÍAM PELA BONDADE DE DEUS"(A Graça e a Liberdade, 18:37,38).

É fácil desmascarar Armínio:

(a)Certamente, esta opinião de Armínio aqui neste trecho de seus escritos, é não só pelagiana, mas antibíblica. A opinião de Pelágio é a mesma endossada por Armínio e pelos remonstrantes. Todos os homens, desde a tenra idade, são como Adão antes da queda, não totalmente caídos e impossibilitados de fazer escolhas, de formas, que, mesmo após a queda de Adão no Éden, ainda tem liberdade de escolha, podendo escolher até não pecar. A Bíblia não diz nem que Adão foi criado com um livre arbítrio absoluto, de formas que não pudesse pecar, nem que todos os seus descendentes foram concebidos no mesmo estado em que ele, quando foi criado, mas que os mesmos morreram totalmente espiritualmente, no pleno ato de sua queda no Éden(Gn 2:17; Gn 6:5; 8:21; Jo 3:3; Ef 2:1-5; Cl 1:21; Rm 3:10-18). Adão não poderia evitar o pecado, caso contrário, teria frustrado o decreto da eleição, segundo o qual já na eternidade, Deus escolheu algumas pessoas para a salvação, rejeitando outras, predestinando-as para a condenação(Ef 1:4-5; 2 Ts 2:13; Rm 9:20-24); uma vez que se havia a eleição para a salvação, se pressupõe que havia o decreto para o pecado, uma vez que a salvação pressupõe pecado(Mt 1:21), da mesmo forma que o decreto para a condenação, pressupõe também o mesmo pecado(Jo 3:18; 5:29).. Se Adão pudesse evitar o pecado, isso frustraria o decreto eterno da salvação em Cristo, que é apresentado como o "CORDEIRO, QUE FOI MORTO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO"(Ap 13:8), "UM CORDEIRO IMACULADO E INCONTAMINADO, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, AINDA ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO"(1 Pd 1:19,20). Se na eternidade, Cristo foi conhecido como um Cordeiro imaculado e incontaminado, Adão não poderia ter livre arbítrio para escolher não pecar. Da mesma forma, ocorre com todos os seus filhos, gerados de forma ordinária. Nenhum deles tem livre arbítrio para não pecar um dia sequer!(Ec 7:20; 2 Cr 6:36); Adão teve livre arbítrio, apenas para pecar, isto é, teve livre agência ao pecar, agindo livremente no ato da queda(Gn 3:6; Ec 7:20), sem ser tentado ou coagido por ninguém, por nenhuma força externa à sua própria vontade(1 Tm 2:14). O mesmo ocorre com seus filhos caídos. Eles tem livre arbítrio apenas para fazerem o mal(Ef 2:3)

(b)A Confissão de Fé Belga diz:

“Cremos que Deus criou o homem do pó da terra e o fez e o formou à Sua imagem e semelhança: bom, justo e santo. A sua vontade ajustava-se à vontade de Deus em tudo. Mas quando o homem estava naquele estado sublime, ele não o compreendeu nem reconheceu a sua posição excelente, mas acolheu as palavras do diabo e sujeitou-se por livre vontade ao pecado e, assim, à morte e à maldição. Transgrediu o mandamento de vida que recebera, e por seu pecado apartou-se de Deus, que era a sua vida verdadeira, CORROMPENDO TODA A SUA NATUREZA E TORNANDO-SE, POIS, MERECEDOR DA MORTE FÍSICA E ESPIRITUAL.

HAVENDO-SE TORNADO ÍMPIO E PERVERSO, CORRUPTO EM TODAS AS SUAS P´RATICAS, PERDEU TODOS OS DONS EXCELENTES QUE HAVIA RECEBIDO DE DEUS. NADA LHE RESTOU DISSO senão uns poucos vestígios, suficientes para torná-lo indesculpável. Logo, QUALQUER LUZ QUE HÁ EM NÓS TRANSFORMOU-SE EM TREVAS , como nos ensina a Escritura: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”(Jo 1.5). AQUI O APÓSTOLO JOÃO CHAMA NATUREZA HUMANA DE ‘TREVAS’. REJEITAMOS, PORTANTO, TODO ENSINAMENTO SOBRE O LIVRE ARBÍTRIO QUE SEJA CONTRÁRIO A ISSO, PORQUE O HOMEM NÃO PASSA DE ESCRAVO DO PECADO(Jo 8.34) e ninguém “pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo 3.27)”(XIV).


(VII)Bipolaridade de Armínio concernente a doutrina da perseverança dos santos


Em um lugar, ele 'aparenta' ensinar o falso dogma da queda da graça(perda da salvação) ou então ensinar que a salvação do homem depende do mesmo se arrepender de seus pecados ou confessá-los, o que infere o ensino da salvação mediante o arrependimento ou obediência do homem:


SE DAVI TIVESSE MORRIDO NO MESMO INSTANTE EM QUE HAVIA PECADO CONTRA URIAS, POR ADULTÉRIO E ASSASSINATO, TERIA SIDO CONDENADO À PERDIÇÃO ETERNA”(As Obras de Armínio, Volume 2, p.433). Contraria Sl 130:8; Tt 2:13-14.


Em outro lugar de suas obras, lemos:


"1. Pergunta: É possível que os verdadeiros crentes percam a fé de um modo total e final? 2. Alguns deles se afastam da fé, realmente, totalmente e finalmente? 3. A opinião que nega 'que os verdadeiros fiéis e as pessoas regeneradas são ambos capazes de perder a fé ou, na realidade, perdem a fé, totalmente e finalmente' nunca foi, desde os tempos dos apóstolos até a atualidade, considerada pela igreja como uma verdadeira doutrina universal. Tampouco aquela que afirma o contrário jamais foi reconhecida como uma opinião herege, ou melhor, aquela que afirma que é possível que os fiéis percam a fé sempre teve mais apoiadores na igreja de Cristo que aquela que nega a possibilidade de que isto ocorra"(Certos Artigos Que Devem Ser Diligentemente Examinados e Ponderados; As Obras de Armínio, Volume 2, p.434)


Obviamente, qualquer insinuação de Armínio, no sentido de que há 1% de possibilidade de perda da salvação, é rechaçada como falsa pela Confissão Belga, que diz:


"Cremos que, para obtermos verdadeiro conhecimento desse grande mistério, o Espírito Santo acende, em nosso coração, verdadeira fé. Esta fé abraça Jesus Cristo com todos os seus méritos, apropria-se dEle e nada mais busca fora dEle. Pois das duas, uma: ou não se ache em Jesus Cristo tudo o que é necessário para nossa salvação, ou tudo se acha nEle, e, então, aquele que possui Jesus Cristo pela fé, tem a salvação completa"(XXII).


"Cremos que a verdadeira fé, tendo sido acesa no homem pelo ouvir da Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santo, regenera o homem e o torna um homem novo. Esta verdadeira fé o faz viver na vida nova e o liberta da escravidão do pecado.

Por isso, é impossível que esta fé justificadora leve os homens a se descuidarem da vida piedosa e santa. Pelo contrário, sem esta fé jamais farão alguma coisa por amor a Deus, mas somente por amor a si mesmos e por medo de serem condenados. É impossível, portanto, que esta fé permaneça no homem sem frutos. Pois, não falamos de uma fé vã, mas da fé, de que a Escritura diz que 'atua pelo amor'(Gl 5:6). Ela move o homem a exercitar-se nas obras que Deus mandou na sua Palavra. Estas obras, se procedem da boa raiz da fé; são boas e agradáveis a Deus, porque todas elas são santificadas por sua graça.

Entretanto, elas não são levadas em conta para nos justificar. Porque é pela fé em Cristo que somos justificados, mesmo ante de fazermos boas obras"(XXIV)


"Esta igreja existe desde o princípio do mundo e existirá até o fim. Pois, Cristo é um Rei eterno, que não pode estar sem súditos. Esta santa igreja é mantida por Deus contra o furor do mundo inteiro, mesmo que ela, às vezes, por algum tempo, seja muito pequena e na opinião dos homens, quase desaparecida. Assim, Deus guardou para si, na perigosa época de Acabe, sete mil homens, que não tinham dobrado os joelhos a Baal"(XXVII).


Da mesma forma, a frase de Armínio acima, foi também repudiada pelo Sínodo de Dort(1618-1619 d.C), que disse:


"Deus revelou abundantemente em sua Palavra esta doutrina da perseverança dos verdadeiros crentes e santos, e da certeza dela, para a glória do seu Nome e para a consolação dos piedosos. Ele a imprime nos corações dos crentes, mas a carne não pode entendê-la. Satanás a odeia, o mundo zomba dela, os ignorantes e hipócritas dela abusam, e os heréticos a ela se opõem. A Noiva de Cristo, entretanto, sempre tem-na amado ternamente e defendido constantemente como um tesouro de inestimável valor. Deus, contra quem nenhum plano pode se valer e nenhuma força pode prevalecer, cuidará para que a Igreja possa continuar fazendo isso. Ao único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, sejam a honra e a glória para sempre. Amém!”(Cânones de Dort; Capítulo V, 15).


(VIII)Armínio ensina que a perseverança dos santos é baseada no sinergismo:


Armínio, em "Meus sentimentos sobre o esquema da predestinação", após mencionar a doutrina reformada da graça irresistível, também menciona a doutrina da perseverança dos santos, negando-a como um produto da predestinação divina, que exclui a participação humana:


“"Que estas pessoas a quem dessa forma Deus desejou salvar, Ele decretou não apenas a salvação, mas também todos os meios pertinentes a ela; (isso quer dizer, conduzi-los à fé em Jesus Cristo, e perseverar nessa fé) e que, na realidade, ELE TAMBÉM OS LEVA A ESSES RESULTADOS PELA GRAÇA e pelo poder que são irresistíveis; então não é possível que eles façam outra coisa senão acreditar, perseverar na fé e serem salvos"(Obras de Armínio, Volume 1, p.199).


E após mencionar esse pensamento reformado sobre este precedente esquema da predestinação, dispara:

"Após uma diligente contemplação e avaliação desses quatro aspectos, sob o temor do Senhor, faço a seguinte declaração a respeito desta doutrina da Predestinação. 3. REJEITO ESTA PREDESTINAÇÃO pelas seguintes razões..."(Ibidem,pp.199,200)

Em sua "Apologia Contra Trinta e Um Artigos Difamatórios"(II), declara a perseverança dos santos dependendo das próprias obras dos santos:

"No tocante a este último tópico, quando examinado de forma rígida e com precisão, dificilmente pode ser admitido; é impossível que os crentes, desde que permaneçam fiéis, venham a perder a salvação"(As Obras de Armínio, Volume 1, p.258).

A questão da perseverança dos santos, encaixada dentro do esquema de predestinação reformada, que ao fazer Armínio negar este esquema de predestinação, onde esta perseverança é vista como um produto da predestinação divina, excluindo a participação humana, também deve ser entendida, como um apelo velado e indireto ao livre arbítrio do homem, como algo que coopera para a aquisição ou manutenção dessa perseverança, uma vez que ele afirma rejeitar esse conceito de predestinação, onde a perseverança dos santos é descrita como produto da predestinação e da graça de Deus. Nesse sentido, de forma velada e indireta, pelo menos nesse escrito, Armínio defende que a perseverança não é algo operado monergisticamente por Deus. Tudo certamente aponta para uma interpretação pelagiana na questão da perseverança dos santos, por parte de Armínio.

É fácil desmascarar Armínio:

(1)A Bíblia diz que a perseverança dos santos não é um produto dos esforços ou da vontade do homem, mas é monergísticamente proveniente da soberana vontade de Deus(Jd 24; Ez 36:27; 11:19-20).

(2)A Confissão de Fé Belga, diz:

"É, PORTANTO, IMPOSSÍVEL QUE ESTA FÉ SANTA SEJA INOPERANTE NO HOMEM, PORQUE NÃO FALAMOS DE UMA FÉ VÃ, mas da que a Escritura chama de “a fé que atua pelo amor”(Gl 5.6). ESTA FÉ LEVA O HOMEM A EXERCITAR-SE ÀS BOAS OBRAS, QUE PROCEDEM DA BOA RAIZ DA FÉ, são boas e aceitáveis à vista de Deus, PORQUE SÃO TODAS SANTIFICADAS PELA SUA GRAÇA. APESAR DISSO ELAS NÃO COOPERAM PARA A NOSSA JUSTIFICAÇÃO, PORQUE É PELA FÉ EM CRISTO QUE SOMOS JUSTIFICADOS, ANTES MESMO DE FAZERMOS QUAISQUER BOAS OBRAS. De outro modo essas obras não poderiam ser boas, assim como o fruto da árvore não pode ser bom, se a árvore não for boa"(XXIV).

Diante da condenação de Armínio, como ariano e pelagiano, pela Bíblia e pela Confissão Belga, ele deveria ter sido deposto de seu ofício, além de ser punido como criminoso (pois a heresia na sua época era considerada crime pelos magistrados do Estado) e ainda ter se retratado, mas ele morreu antes que pudesse ser confrontado e refutado.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Armínio e os Remonstrantes, filhotes de Pelágio




Em um de meus artigos escritos em meu facebook - 'Não me leve a mal, arminiano, mas você não passa de um pelagiano, filho espiritual de Pelágio, com sua soteriologia arminiana!!!", me apareceu um indívíduo, que havia se tornado meu 'amigo' na rede social, dias antes comprador de meu livro "ARMINIANISMO PROSCRITO", o Thiago Ribeiro, dizendo que não concordava com essa minha afirmação:






Mas, vem uma pergunta no ar. Teria ele razão? Será que Armínio e os remonstrantes não eram pelagianos em sua soteriologia?


(1)ARMÍNIO E OS REMONSTRANTES ERAM PELAGIANOS


(a)Na questão do dogma do livre arbítrio:


Armínio evocando o dogma do livre arbítrio, para negar a predestinação incondicional, afirma:


"Tal doutrina da predestinação é contrária a natureza do homem pelo fato do homem ter sido criado à imagem de Deus em conhecimento e justiça - em relação ao fato de ter sido criado com a liberdade de escolha..."(Obras de Armínio, Volume 1, p.205)


Agostinho atribui a Pelágio esse mesmo tipo de pensamento, quando diz:


"Eis proposições que se alegam contra Pelágio e que, dizem-me encontram-se na doutrina de Celéstio, seu discípulo: (2)O pecado de Adão prejudicou somente a Ele, e não à estirpe humana; (5)As crianças recém-nascidas estão nas mesmas condições de Adão antes da queda; (6)Que não é através da morte de Adão que morre toda a raça humana; que o homem, querendo-o, pode estar sem pecado"(De Gestis Pelagi, 23)


Certamente, esta opinião de Armínio aqui neste trecho de seus escritos, é não só pelagiana, mas antibíblica. A opinião de Pelágio é a mesma endossada por Armínio e pelos remonstrantes. Todos os homens, desde a tenra idade, são como Adão antes da queda, não totalmente caídos e impossibilitados de fazer escolhas, de formas, que, mesmo após a queda de Adão no Éden, ainda tem liberdade de escolha, podendo escolher até não pecar. A Bíblia não diz nem que Adão foi criado com um livre arbítrio absoluto, de formas que não pudesse pecar, nem que todos os seus descendentes foram concebidos no mesmo estado em que ele, quando foi criado, mas que os mesmos morreram totalmente espiritualmente, no pleno ato de sua queda no Éden(Gn 2:17; Gn 6:5; 8:21; Jo 3:3; Ef 2:1-5; Cl 1:21; Rm 3:10-18)). Adão não poderia evitar o pecado, caso contrário, teria frustrado o decreto da eleição, segundo o qual já na eternidade, Deus escolheu algumas pessoas para a salvação, rejeitando outras, predestinando-as para a condenação(Ef 1:4-5; 2 Ts 2:13; Rm 9:20-24); uma vez que se havia a eleição para a salvação, se pressupõe que havia o decreto para o pecado, uma vez que a salvação pressupõe pecado(Mt 1:21), da mesmo forma que o decreto para a condenação, pressupõe também o mesmo pecado(Jo 3:18; 5:29).. Se Adão pudesse evitar o pecado, isso frustraria o decreto eterno da salvação em Cristo, que é apresentado como o "Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo"(Ap 13:8), "um cordeiro imaculado e incontaminado,O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo"(1 Pd 1:19,20). Se na eternidade, Cristo foi conhecido como um Cordeiro imaculado e incontaminado, Adão não poderia ter livre arbítrio para escolher não pecar. Da mesma forma, ocorre com todos os seus filhos, gerados de forma ordinária. Nenhum deles tem livre arbítrio para não pecar um dia sequer!(Ec 7:20; 2 Cr 6:36); Adão teve livre arbítrio, apenas para pecar, isto é, teve livre agência ao pecar, agindo livremente no ato da queda(Gn 3:6; Ec 7:20), sem ser tentado ou coagido por ninguém, por nenhuma força externa à sua própria vontade(1 Tm 2:14). O mesmo ocorre com seus filhos caídos. Eles tem livre arbítrio apenas para fazerem o mal(Ef 2:3)


(b)Na questão da eleição condicional


Aludindo a questão da eterna predestinação, Armínio evoca o espírito de Pelágio, quando fala da doutrina da predestinação, quando diz:


"O segundo decreto preciso e absoluto de Deus é aquele em que Ele decretou receber aqueles que se arrependerem e crerem, e, em Cristo, por causa dEle e por meio Dele, para efetivar a salvação de tais penitentes e crentes que perseverarem até o fim..."(Obras de Armínio, Volume, pp.226.227).


E em 'Meus Sentimentos sobre o precedente esquema da predestinação", no tocante as crenças reformadas, Armínio expõe uma delas:


"Que Deus decretou de forma absoluta e precisa a salvação de certos homens por meio de sua misericórdia e graça, mas condenou outros por sua justiça, e que Ele faz tudo sem considerar nesse decreto a retidão ou o pecado, a obediência ou a desobediência"(Obras de Armínio, Volume 1, p.199)


E após mencionar esse pensamento reformado sobre este precedente esquema da predestinação, dispara:


"Após uma diligente contemplação e avaliação desses quatro aspectos, sob o temor do Senhor, faço a seguinte declaração a respeito desta doutrina da Predestinação. Rejeito esta predestinação pelos seguintes pontos"(Ibidem, p.200)


o 1º Artigo dos Cinco Artigos da Remonstrância, diz:


"Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído em pecado - em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo - aqueles que pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu filhos e que, pela mesma graça, perseverem na fé e obediência até o fim..."


Isto é basicamente a mesma doutrina dos seguidores de Pelágio - isto é - o decreto da eleição para a salvação é condicional como denuncia Agostinho:


"Os pelagianos argumentam: 'Deus sabia de antemão os que se santificariam e permaneceriam sem pecado pelo uso de sua liberdade. Por isso escolheu-os antes da criação do mundo em sua presciência, mediante a qual previam que eram santos. Portanto, escolheu-os antes que o fosse, predestinando como seus filhos aqueles que sabia em sua presciência que seriam santos e irrepreensíveis"(A Predestinação dos Santos, XVIII:36)


(c)Na questão da expiação ilimitada


Armínio, em sua obra "Meus sentimentos sobre o precedente esquema da predestinação", menciona o seguinte pensamento reformado:


"Que Deus decretou de forma precisa e absoluta a salvação de certos homens por meio da sua misericórdia e graça, mas condenou outros por sua justiça, e que Ele faz tudo isso sem considerar nesse decreto a retidão ou o pecado, a obediência ou a desobediência, é algo que não poderia existir por parte de uma classe de homens ou de outra"(Obras de Armínio, Volume 1, p.199)


E após mencionar esse pensamento reformado sobre este precedente esquema da predestinação, dispara:


"Após uma diligente contemplação e avaliação desses quatro aspectos, sob o temor do Senhor, faço a seguinte declaração a respeito desta doutrina da Predestinação. 3. Rejeito esta predestinação pelas seguintes razões..."(Ibidem, pp.199,200).


O 2º Ponto dos Cinco Artigos da Remonstrância, diz:


"Que, em concordância com isso, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos e cada um dos homens, de modo que obteve para todos, por sua morte na cruz, reconciliação e remissão dos pecados; de tal modo que ninguém é participante desta remissãosenão0 os crentes(Jo 3:16; 1 Jo 2:2)


Esse pensamento de Armínio e da Remonstrância é o mesmo endossado pelos pelagianos, segundo denúncia de Agostinho(354-430):


"Replicam ainda: 'Se convinha que Deus manifestasse a uns condenados o que era devido a todos, e assim sua graça aparecesse mais gratuita aos vasos de misericórdia, por que na mesma causa me castigará mais que a outro ou a outro libertará de preferência a mim?"(O Dom da Perseverança, VIII:18).


(d)Na questão da resistibilidade da graça divina e da perseverança dos santos:


Armínio, em "Meus sentimentos sobre o esquema da predestinação", menciona a doutrina reformada da graça irresistível:


"Que estas pessoas a quem dessa forma Deus desejou salvar, Ele decretou não apenas a salvação, mas também todos os meios pertinentes a ela; (isso quer dizer, conduzi-los à fé em Jesus Cristo, e perseverar nessa fé) e que, na realidade, Ele também os leva a esses resultados pela graça e pelo poder que são irresistíveis; então não é possível que ele façam outra coisa senão acreditar, perseverar na fé e serem salvos"(Obras de Armínio, Volume 1, p.199).


E após mencionar esse pensamento reformado sobre este precedente esquema da predestinação, dispara:


"Após uma diligente contemplação e avaliação desses quatro aspectos, sob o temor do Senhor, faço a seguinte declaração a respeito desta doutrina da Predestinação. 3. Rejeito esta predestinação pelas seguintes razões..."(Ibidem, pp.199,200).


Nesse sentido, podemos avaliar o pensamento de Armínio sobre duas visões:


(1)A questão da resistibilade da raça divina, Armínio a nega aqui, quando a nega como sendo um dos resultados da eterna predestinação. E ele o faz, se utilizando do dogma do livre arbítrio, quando em outro lugar, afirma:


"Com relação a este tópico, creio eu, de acordo com as Escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que lhes é oferecida"(Obras de Armínio, Volume 1, p.232)


Sim, quando Armínio diz que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que lhes é oferecida, está atribuindo ao homem a capacidade de fazer escolhas, isto é, o poder do livre arbítrio, segundo o qual, o homem poder escolher a Deus ou rejeitá-lo. A mesma coisa o faz o 4º Artigo de Fé da Remonstrância, que diz:


"Mas quando ao modo de operação, a graça não é irresistível, porque está escrito que muitos deles rejeitaram ao Espírito Santo(At 7).


(2)A questão da perseverança dos santos, encaixada dentro do esquema de predestinação reformada, que ao fazer Armínio negar este esquema de predestinação, onde esta perseverança é vista como um produto da predestinação divina, excluindo a participação humana, também deve ser entendida, como um apelo velado e indireto ao livre arbítrio do homem, como algo que coopera para a aquisição ou manutenção dessa perseverança, uma vez que ele afirma rejeitar esse conceito de predestinação, onde a perseverança dos santos é descrita como produto da predestinação e da graça de Deus. Nesse sentido, de forma velada e indireta, pelo menos nesse escrito, Armínio defende que a perseverança não é algo operado monergisticamente por Deus. Tudo certamente aponta para uma interpretação pelagiana na questão da perseverança dos santos, por parte de Armínio.



Mas seus discípulos, os remonstrantes, também tendem a seguir seu mestre, quando em seu 5º Artigo de Fé da Remonstrância, afirmam:


"Mas quanto a questão se eles não são capazes de, por preguiça e negligência, esquecer o início de sua vida em Cristo e de novamente abraçar o presente mundo, de modo a se afastarem da santa doutrina que uma vez lhe foi entregue, de perder a sua boa consciência e de negligenciar a graça - isto deve ser assunto de uma pesquisa mais acurada nas Santas Escrituras antes que possamos ensiná-lo com inteira segurança".


Assim, se a Remonstrância credita a eleição dos homens às suas obras, isto é, à sua vontade, às suas escolhas, suas obras(fé, perseverança e obediência), também credita a manutenção da perseverança dos mesmos às suas obras, isto é, a sua perseverança e obediência até o fim, e isto remete novamente ao pelagianismo, onde a vontade do homem é a fonte de onde emana a sua salvação, onde este tem o poder de escolher até mesmo não pecar, como ensinara Pelágio, segundo denúncia de Agostinho. Assim, não temos nenhuma dúvida de que Armínio teve influência pelagiana em seus ensinos, ainda que em alguns de seus escritos, dê parecer favorável aos cinco pontos do calvinismo, devido a sua bipolaridade. O mesmo atribuímos aos seus discípulos, os remonstrantes, ainda que Armínio não tenha ensinado a possibilidade de perda da salvação, como o fizeram seus discípulos - os remonstrantes e muitíssimos dos atuais autodenominados 'arminianos'. Os historiadores arminianos John McClinotck e James Strong afirmam que o ensino de Armínio ('Perseverança dos Santos') foi mais tarde modificado por seus seguidores, os Remonstrantes(Cyclopedia of Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature, Volume 1, p.415).


A Confissão de Fé Arminiana(1621), escrita por um dos remonstrantes, Simão Episcopus, fala da "utilidade da nossa fé E OBEDIÊNCIA PARA ALCANÇARMOS A GLÓRIA E A SALVAÇÃO"(IX:3); e diz que a fé salvífica "NÃO PODE SER EFETUADA EM NÓS, SEM NÓS"(XI:3), de formas que os primitivos remonstrantes eram pelagianos, semi-pelagianos, sinergistas e romanistas, crendo que a salvação ou a fé salvífica são obras operadas pelo homem ou em conjunto com sua vontade.



Mas, diante de todos os enunciados aqui, fica claro que Armínio e os remonstrantes foram pelagianos, em muitas de suas declarações e escritos