domingo, 21 de janeiro de 2018

Os Pais da Igreja pregaram o dogma do livre arbítrio arminiano!? Mais um embuste arminiano desmascarado!





O site do CACP, que respeito muito por suas excelentes matérias sobre heresiologia, publica um artigo, omitindo o responsável pela postagem, afirmando que os pais da igreja apregoavam o dogma do livre arbítrio:

www.cacp.org.br/o-que-dizem-os-pais-da-igreja-sobre-o-livre-arbitrio/">

Na realidade, segundo investigações, o arminiano CACP, colou o texto desse artigo de um site papista:

http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/controversias/799-calvino-critica-os-pais-da-igreja-por-serem-contra-sua-doutrina-da-predestinacao">

Nada mais longe da verdade. Tão grave a a impostura desse artigo, que na nota do rodapé da postagem do site, o CACP diz que isso não representa sua própria opinião, visto existir nele até calvinistas. Me debrucei nesses dias, lendo os pais, simplesmente, para mais uma vez, comprovar a desonestidade intelectual dos arminianos. Julguem vocês mesmo a questão.

Eis os argumentos dos arminianos do CACP:

“JUSTINO MÁRTIR (100-165 D,C.)
Deus, no desejo de que homens e anjos seguissem sua vontade, resolveu criá-los livres para praticar a retidão. Se a Palavra de Deus prediz que alguns anjos e homens certamente serão punidos, isso é porque ela sabia de antemão que eles seriam imutavelmente ímpios, mas não porque Deus os criou assim. De forma que quem quiser, arrependendo-se, pode obter misericór­dia (Dialogue, CXLI)
.”

Refutação: (a)O uso dessa citação é cheia de falhas e lacunas. Coitados dos nossos amigos armênias. Mas vamos lá debulhar isso. Rsrsrs... (b)Claro que Deus criou Adão e Eva livres, visto que eles foram agentes livres em seu pecado(Ec 7:29). (c)A expressão “porque ele sabia de antemão que eles seriam imutavelmente ímpios”, já é uma negação do livre arbítrio deles, pois fala de uma coisa que jamais poderá ser alterada, algo que eles não tem a capacidade para mudar. Se eles, por seu livre arbítrio, pudessem deixar de serem ímpios, onde estaria a presciência de Deus? Se eles não podiam deixar de serem ímpios, onde está o livre arbítrio deles? Rsrsrs... A citação dessa frase de Justino, é um tiro no próprio pé, praticado pelos arminianos. (d)A expressão “quem quiser”, não é a mesma coisa que “pode querer”. O texto fala que alguém vai quer, não que todos podem ter essa vontade.

“ÍRENEU (130-200 D .C.)
A expressão: “Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos […] mas vocês não quiseram” ilustra bem a antiga lei da liberdade do homem, porque Deus o fez livre desde o início, com vontade e alma para consentir nos desejos de Deus sem ser coagido por ele. Deus não faz violência, e o bom conselho o assiste sempre, por isso dá o bom conselho a todos, mas também dá ao homem o poder de escolha, como o tinha dado aos anjos, que são seres racionais, para que os que obedecem recebam justamente o bem, dado por Deus e guardado para eles. […] Se não dependesse de nós o fazer e o não fazer, por qual motivo o Apóstolo, e bem antes dele o Senhor, nos aconselhariam a fazer coisas e anos abster de outras? Sendo, porém, o homem livre na sua vontade, desde o princípio, e livre é Deus, à semelhança do qual foi feito, foi-lhe dado, desde sempre, o conselho de se ater ao bem, o que se realiza pela obediência a Deus (Contra as heresias, IV, 37.1,4)”


Refutação: (a)Veja a falácia e a desonestidade arminiana... Eles cortam a citação do v.1 com a expressão ‘dado por Deus e guardado para eles’... A parte omitida, diz:

“...enquanto os desobedientes SERÃO JUSTAMENTE FRUSTADOS NESTE BEM E SOFRERÃO O CASTIGO MERECIDO. Pois Deus, na sua bondade, tinha lhes dado o bem, MAS ELES NÃO O GUARDARAM COM DILIGÊNCIA E NÃO O JULGARAM PRECIOSO E ATÉ DESPREZARAM A EXCELÊNCIA DA VONTADE. ABANDONANDO E RECUSANDO O BEM INCORRERÃO NO JUÍZO DE DEUS, como o testemunha Paulo[Rm 2:4-5; 2:10]. Portanto, Deus ofereceu o bem, como o testemunha o Apóstolo na epístola mencionada, e os que o praticam receberão glória e honra por tê-lo feito, quando podiam não fazê-lo; os que não o fazem receberão o justo julgamento de Deus por não ter feito o bem que podiam fazer”;

Portanto, o contexto aqui, se refere meramente a fazer o bem, em sentido moral, não fazer um bem espiritual, isto é, desejar a Deus, querê-lo, ou exercer fé nEle.

(b)Quanto ao v.4, o contexto está mostrando que se está falando na liberdade da vontade dos cristãos, não dos ímpios, onde Irineu cita textos como 1 Co 6:12; 10:23; 1 Pd 2:16/ Ef 4:25; 1 Co 6:11. Por isso, em outro lugar, falando sobre o bem espiritual ou salvífico, ele diz:

“Por isso também ele deve ser justamente condenado, porque, tendo sido criado um ser racional, ELE PERDEU A VERDADEIRA RACIONALIDADE, E VIVE IRRACIONALMENTE, OPONDO-SE A JUSTIÇA DE DEUS, ABANDONANDO-SE A TODO O ESPÍRITO TERRESTRE, E ATENDENDO A TODOS OS DESEJOS, como diz o profeta, o homem, embora esteja em honra, NÃO ENTENDE; ELE FOI ASSIMILADO A BESTAS SEM SENTIDO, E TORNOU-SE COMO ELAS”(Contra Heresias, IV; 4:3).

“Por esta razão, portanto, o próprio Senhor, que é o Emanuel da Virgem(Is 7:14) é o sinal de nossa salvação, uma vez que foi o próprio Senhor que os salvou, PORQUE ELES NÃO PODIAM SER SALVOS POR SUA PRÓPRIA INSTRUMENTALIDADE e portanto, quando Paulo apresenta fraqueza humana, ele diz: Porque eu sei que lá habita na minha carne, não habita bem nenhum(Rm 7:18) MOSTRANDO QUE A COISA BOA DA NOSSA SALVAÇÃO NÃO VEM DE NÓS, MAS DE DEUS”(Contra Heresias,III: 20:3).

“ATENÁGORAS DE ATENAS (SÉC, II)
Justamente como homens que possuem liberdade de escolha assim como virtude e defeito (porque você não honraria tanto o bom quanto puniria o mau, a menos que o defeito e a virtude estivessem em seu próprio poder, e alguns são diligentes nos assuntos confiados a eles, e outros são infiéis), assim são os anjos (Embassy for Christians, XXIV)
.”

Refutação: Onde Atenágoras ensina que o ímpio tem capacidade para desejar o bem espiritual, crer em Deus? Rsrsrs... O que ele apenas diz aqui, é que o homem é um ser moral, e livremente o bem ou o mal. E é só isso.. Em outros lugares, Atenágoras rejeita o dogma do livre arbítrio, afirmando:

“Desviando-se da grandeza de Deus E INCAPAZES DE REMONTAR PELO RACIOCÍNIO, pois não sentem simpatia pelo lugar celeste, se consomem e se afundam nas formas da matéria, divinizam as mudanças dos elementos, tão absurdo como alguém confundir o navio em que viaja com o piloto que o dirige”(Petição em Favor dos Cristãos, XXII)

“E isso acontece a uma alma, especialmente quando participa do espírito material e torna-se misturada com ele, e não olha para as coisas celestes e seu Criador, mas para baixo, para o terreno, como sendo agora mera carne e osso, e não espírito mais puro. Estes movimentos irracionais e fantásticas da alma, geram imagens de frenética idolatria. Quando, também, uma alma terna e sensível, que não tem conhecimento ou experiência de doutrinas mais sólidas, E NÃO CONTEMPLA A VERDADE NEM COMPREENDE O PAI E O CRIADOR, SE IMPRESSIONANDO COM OPINIÕES FALSAS sobre si mesma...”(Petição em Favor dos Cristãos, XXVII)

Agora vamos a Teófilo de Antioquia...

“TEÓFILO DE ÂNTIGQUÍA (SÉC. II)
Deus fez o homem livre, e esse poder sobre si próprio[…] Deus lhe concede como um dom por filantropia e compaixão, quando o homem lhe obedece. Pois como o homem, desobedecendo, atraiu morte sobre si próprio, assim, obedecendo ã vontade de Deus, aquele que deseja é capaz de obter para si mesmo a vida eterna (Para Autolycus,XXVII).


Refutação: (a)Olha a malandragem arminiana.. Citam a frase “Deus fez o homem livre, e esse poder sobre si próprio”, mas omitem a parte anterior da frase:

“Mas se se voltasse para as coisas da morte, desobedecendo a Deus, SERIA A CAUSA DA MORTE PARA SI MESMO, porque Deus fez o homem livre e senhor de seus atos”(Primeiro Livro a Autólico, XXVII [Versão da Editora Paullus)

Portanto, Teófilo está falando de Adão e Eva, no 17º capítulo de seu 2º ivro, razão pela qual, por citação indireta de Rm 5:12, quando diz “Pois como o homem, desobedecendo, atraiu morte sobre si próprio”

Quanto a expressão “aquele que deseja é capaz de obter para si mesmo a vida eterna”(tradução do google), não é endossada pela Paullus, que reza:

“assim também, obedecendo a vontade de Deus que quer, pode adquirir para si a vida eterna”

Em outro lugar, Teófilo deixa claro a sua rejeição ao dogma arminiano do livre arbítrio:

“Do mesmo modo, ó homem, TU TENS OS OLHOS DE TUA ALMA OBSCURECIDOS POR TUAS FALTAS E TUAS AÇÕES... ASSIM TAMBÉM, Ó HOMEM, TUAS IMPIEDADES PROJETAM SOBRE TI TREVAS E TU NÃO PODES VER A DEUS”(Primeiro Livro a Autólico, II).

“Ó homem, se compreenderes isso, e viveres de maneira pura, piedosa e justa, poderás ver a Deus. ANTES DE TUDO, PORÉM, ENTREM EM TEU CORAÇÃO A FÉ E O TEMOR DE DEUS, E ENTÃO COMPREENDERÁS ISSO”(Primeiro Livro a Autólico, VII).

“...mas por causa de sua desobediência que o homem atraiu trabalho, dor, tristeza e caiu finalmente sob poder da morte”(Segundo Livro a Autólico, 25)

“TACIANO DA SÍRIA (FIM DO SÉC II)Viva para Deus e, apreendendo-o, coloque de lado sua velha natu­reza. Não fomos criados para morrer, mas morremos por nossa própria falha. Nosso livre-arbítrio nos destruiu, nós que fomos livres nos tornamos escravos; fomos vendidos pelo pecado. Nada de mal foi criado por Deus; nós próprios manifestamos impiedade; mas nós, que a temos manifestado, somos capazes de rejeitá-la novamente {Address,XI).

Refutação: (a)Taciano está negando aqui o dogma do livre arbítrio, ao afirmar que em sua primitiva liberdade, os homens estão destruídos, deixaram de ser livres (‘nós QUE FOMOS LIVRES’), e agora são escravos, e que estão vendidos sob o pecado. (b)Quando lemos ‘mas nós, que a temos manifestado, somos capazes de rejeitá-la novamente’, entendemos que a referência a rejeição ao mal, segundo ele, pelo contexto, não é a todos os homens, mas aos cristãos, visto que nesta obra ('Discurso Contra os Gregos'), ele diz no começo do v.11=

“Não quero ser um rei; Não estou ansioso para ser rico; Eu conheço profundamente o declínio militar; Eu detesto prostituição; Eu não sou impelido por um amor insaciável de lucro para ir para o mar; Eu não disputo colar de pérolas; Estou livre de uma sede louca pela fama...".

Em outro lugar fica claro a sua rejeição ao dogma do livre arbítiro, quando diz:

“São os demônios aqueles que, por sua maldade, se enfurecem contra os homens e, com variadas e enganosas representações desviam os pensamentos dos homens, JÁ POR SI INCLINADOS PARA BAIXO, a fim de torna-los INCAPAZES DE EMPREENDER SUA MARCHA DE ASCENSÃO PARA OS CÉUS . Mas nem a nós ficam ocultas as coisas do mundo NEM A VÓS SERÁ DIFÍCIL COMPREENDER AS DIVINAS, CONTANTO QUE CHEGUE ATÉ VÓS O PODER DO VERBO QUE IMORTALIZA A ALMA”(Discurso Contra os Gregos, 16)

“RARDESANO DA SÍRIA (C, 154-222)
Como é que Deus não nos fez de modo que não pecássemos e não incorrêssemos na condenação? Se o ser humano fosse feito as­. Nop sim, não teria pertencido a si mesmo, mas seria instrumento daquele que o moveu. […] E como, nesse caso, diferiria de uma harpa, sobre a qual outro toca; ou de um navio, que outra pessoa dirige: onde o louvor e a culpa residem na mão do músico ou do piloto, […] eles sendo somente instrumentos feitos para uso daquele em quem está a habilidade? Mas Deus, em sua benignidade, escolheu fazer assim o ser humano; pela liberdade ele o exaltou acima de muitas de suas criaturas (Fragmentos)
.”

Refutação: (a)A ignorância e despreparação arminiana, é flagrante. O que os arminianos chamam de “fragmentos”, na realidade, trata-se da obra “O Livro das Leis de Vários Paises” de Bardesanes. Todavia, não só este texto citado, mas o próprio contexto dele mostra que o autor está apenas afirmando os homens são agentes livres. No entanto, ele revela, falando dos não cristãos, não serem possuidores do conhecimento salvífico, serem eles espiritualmente incapazes no sentido salvífico:

“Muitos homens estão lá QUE NÃO TEM FÉ, E NÃO RECEBERAM O CONHECIMENTO DA VERDADEIRA SABEDORIA. EM CONSEQUÊNCIA DISSO, ELES NÃO SÃO COMPETENTES PARA FALAREM E DAREM INSTRUÇÕES PARA OS OUTROS, NEM SÃO PRONTAMENTE INCLINADOS PARA OUVIR. Porque eles não têm o fundamento de fé para arquitetar sob o alto, nem têm qualquer fé para basearem sua esperança. Além disso, porque eles estão acostumados a duvidar até mesmo a respeito de Deus, eles também não têm em si o temor a Ele, que poderia, em si livrá-los de todos os outros medos, porque quem não tem temor a Deus é o escravo de todos os tipos de medos. Pois mesmo no que diz respeito a essas coisas de vários tipos que eles negam, eles não estão certos de que eles não acreditam nelas, com razão, mas eles estão abalados em suas opiniões, E NÃO TENDO NENHUMA CRENÇA FIXA, E O SABOR DE SEUS PENSAMENTOS É INSÍPIDO EM SUA PRÓPRIA BOCA; e eles estão sempre contagiados pelo medo, e inchados de agitação, e imprudência”(10º Parágrafo).

Vamos agora a citação de Clemente de Alexandria...

“Mas nós, que temos ouvido pelas Escrituras que a escolha auto-determinadora e a recusa foram dadas pelo Senhor ao ser humano, descansamos no critério infalível da fé, manifestando um espírito desejoso, visto que escolhemos a vida e cremos em Deus através de sua voz (Stromata, 2.4).

Refutação: (a)Esta declaração de Clemente, é um comentário dele de seu texto anterior(Stromata, II:3), onde lemos:

“Nem irá aquele que não acredita, não sendo o autor [de sua incredulidade], encontrar com uma recompensa devida; e aquele que acredita não é a causa [de sua crença]. E toda a peculiaridade e a diferença de crença e incredulidade não será abrangida pelo louvor ou censura, Se refletirmos, com razão, uma vez que não atribui a ele o antecedente natural da necessidade, procedente do Todo-Poderoso. E se nós somos puxados como coisas inanimadas como fantoches, cordas de poderes naturais, vontade e falta de vontade e impulso, que é o antecedente de ambos, serão meras redundâncias. E, pela minha parte, sou totalmente incapaz de conceber um animal como tendo esses desejos, Que são movidos por causas externas, sob o domínio de necessidade. E que motivo há para um grande arrependimento do que uma vez foi um incrédulo, através do qual vem o perdão dos pecados? Assim que nem tampouco o batismo racional, nem o Bendito Selo, nem o Filho, nem o Pai. Mas Deus, como eu penso, acaba por ser o distribuidor dos poderes naturais dos homens, QUEM NÃO TEM COMO FUNDAMENTO DA SALVAÇÃO A FÉ VOLUNTÁRIA”.

Portanto, Clemente está condenando o Fatalismo, mostrando que as coisas não ocorrem em vista de uma força cega ou impessoal, mas de um Deus soberano, e que pensar que tudo que ocorre com o homem é produto do acaso, através de causas externas(‘sob o domínio da necessidade’) e que o homem não é um ser moralmente responsável ou agente livre, mas um mero fantoche, seria até um desestímulo para o arrependimento dos pecados e do sacramento do batismo, ao mesmo tempo que exclui, anula e omite o Deus Triúno desse processo. Por fim, ele mostra que Deus é o distribuidor dos poderes naturais do homem, ainda que a salvação dele não se baseia em uma fé que procede da própria vontade do homem.

(b)Nesse sentido, e com base nesse contexto, entendemos que a expressão “visto que escolhemos a vida e cremos em Deus através de sua voz” simplesmente mostram que nossa rendição a Ele, bem como nossa fé, são causadas por sua salvífica voz, mostrando assim a irresistibilidade de sua chamada. Por isso, ele diz sobre esta fé:

“Mas para obedecer a palavra, que chamamos de instrutor, é crer nele, indo contra ele em nada. Pois como podemos assumir uma posição de hostilidade para Deus? Conhecimento, por conseguinte, é caracterizado pela fé; E FÉ, COMUMENTE POR UMA ESPÉCIE DE UMA HARMONIA DIVINA, tornando-se caracterizada pelo conhecimento”(Stromata, II:4, &4)

Posteriormente, ensina que a fé salvífica depende de uma compreensão espiritual do homem:

“Agora ouvir é compreender. Se, então, a fé é nada mais do que um pré-conceito da mente em relação ao que é o sujeito do discurso, e obediência é assim chamado, e compreensão e persuasão; NINGUÉM PODE APRENDER QUALQUER COISA SEM FÉ, uma vez que ninguém [aprende nada], sem pré-conceito. Consequentemente, há uma mais ampla demonstração da verdade completa do que foi dito pelo profeta ‘A menos que você creia, nem você vai entender’(Is 7:9)”(Stromata, II:4, &5).

Agora vamos com Tertuliano...

“TERTULIANO (155-225)
Eu acho, então, que o ser humano foi feito livre por Deus, senhor de sua própria vontade e poder, indicando a presença da imagem de Deus e a semelhança com ele por nada melhor do que por esta constituição de sua natureza. […]Você verá que, quando ele coloca diante do ser humano o bem e o mal, a vida e a morte, que o curso total da disciplina está disposto em preceitos pelos quais Deus chama o ser humano do pecado, ameaça e exorta-o; e isso em nenhuma outra base pela qual o ser humano é livre, com vontade ou para a obediência ou para a resistência.[…]Portanto, tanto a bondade quanto o propósito de Deus são descoberto o dom da liberdade em sua vontade dado ao ser humano… (Contra Marcião,2.5).


Refutação: (a)Tertuliano está aqui aludindo a Adão e Eva, como lemos:

“Se Deus é bom e presciente do futuro, e foi capaz de evitar o mal, porque ele permitiu o homem, imagem e semelhança de Si mesmo e, pela origem da sua alma, sua própria substância também, SER ENGANADO PELO DIABO, cair da obediência da lei à morte?” (Contra Marcião, II:5).

A outra declaração (omitida pelos arminianos), feita logo após essa citadas pelos arminianos, corrobora que ele, citando de forma reminiscente Gn 2:16-17; 3:11; está se referindo a Adão e Eva:

“ESTE SEU ESTADO FOI CONFIRMADO AINDA PELA PRÓPRIA LEI QUE DEUS ENTÃO LHE IMPÔS. Pois uma lei não pode ser imposta em cima de um que tinha não em seu poder prestar essa obediência que é devida à lei; nem mais uma vez, seria a pena de morte ameaçada contra o pecado, se o desprezo a lei fosse impossível ao homem ao homem na liberdade de sua vontade”( Contra Marcião, II:5).

Em outra obra sua(‘Da Alma, 39’), Tertuliano nega o dogma do livre arbítrio, afirmando:

“Todos estes dons da alma que foram concedidos nela no momento do nascimento, AINDA SÃO OBSCURECIDOS E DEPRAVADOS PELO SER MALÍGNO, que, no início, os considerava com inveja nos olhos, de modo que eles nunca são vistos em sua ação espontânea, nem eles são administrados como elas deveriam ser. POIS CADA PESSOA DA RAÇA HUMANA NÃO DESEJA TRASPASSAR O ESPÍRITO DO MAL, INCLINADO A PRENDER SUAS ALMAS DESDE O PORTAL DO SEU NASCIMENTO, na qual ele é atraído a estar presente em todos os supersticiosos processos que acompanham a gravidez. Assim, acontece que todos os homens são trazidos pela parteira PARA O NASCIMENTO COM A IDOLATRIA, enquanto os próprios ventres onde eles são carregados, AINDA CARREGADOS COM OS LAÇOS QUE FORAM COBERTOS ANTES DOS ÍDOLOS, DECLARANDO A SUA PROLE COMO CONSAGRADA A DEMÔNIOS”.

Agora vamos a Novaciano...

“NOVACIANO DE ROMA (C. 200-258)
Ele também colocou o ser humano no topo do mundo, e também o fez à imagem de Deus, e lhe comunicou mente, razão e perspicácia, para que pudesse imitar a Deus; e, embora os primeiros elementos do seu corpo fossem terrenos, a substância foi inspirada por um sopro divino e celestial. E, quando ele lhe deu todas as coisas para o seu serviço, quis que apenas ele fosse livre. E, para que novamente uma ilimitada liberdade não caísse em perigo, estabeleceu uma ordem, na qual ao ser humano foi ensinado que não havia qualquer mal no fruto da árvore; mas ele foi advertido previamente de que o mal surgiria se porventura ele exercesse o seu livre-arbítrio no desprezo à lei que lhe foi dada (Sobre a Trindade, cap. 1)
.”

Refutação: Novamente, a menção é a Adão e a Eva, não a todos os homens, como se vê na expressão “estabeleceu uma ordem, na qual ao ser humano foi ensinado que não havia qualquer mal no fruto da árvore”. Posteriormente, Novaciano afirma que um ímpio, em sua heresia, tem o seu caráter espiritual marcado pela “PERDA DE ALGUM PODER DE VER ESPECIALMENTE A VERDADE E A LUZ”(Da Trindade, XXVIII)

Agora vamos a Orígenes...

“ORÍGENES (C. 185-254)
Ora, deve ser conhecido que os santos apóstolos, na pregação da fé de Cristo, pronunciaram-se com a maior clareza sobre certos pontos que eles criam ser necessários para todo mundo. […] Isso também é claramente definido no ensino da Igreja de que cada alma racional é dotada de livre-arbítrio e volição {De Principiis,pref.).Há, de fato, inúmeras passagens nas Escrituras que estabelecem com extrema clareza a existência da liberdade da vontade (De Principis,3.1)
.”

Refutação: (a)A parte omitida da citação do “prefácio” do “Tratado Sobre os Princípios”, diz:

“...e que para ela há um combate contra o diabo e seus anjos, e contra os seus poderes adversos, que querem carregar a alma com pecados, mas que, se nós nos conduzirmos por uma vida reta e prudente, conseguiremos nos livrar dessa mancha. Portanto, É PRECISO ENTENDER QUE NÃO ESTAMOS SUBMETIDOS À NECESSIDADE A PONTO DE SER CONSTRANGIDO DE QUALQUER MODO, MESMO QUANDO NÃO QUEREMOS, A FAZER O BEM, OU O MAL. De fato, se assumirmos nosso livre arbítrio, por mais que certos poderes nos ataquem para nos conduzir ao pecado, e outros para nos ajudar na salvação, NEM POR ISSO SOMOS OBRIGADOS A AGIR BEM, OU MAL – como opinam aqueles para os quais o movimento e o percurso dos astros são a causa dos atos humanos, não só daqueles que acontecem espontaneamente sem relação com o livre arbítrio, mas também daqueles que estão em nosso alcance”(v)

Portanto, Orígenes aqui, meramente combate o Fatalismo, mostrando não somos governados for uma força cega e impessoal, como corpos celestes do Universo, ao mesmo tempo que realça que os homens são agentes livres.

(b)A citação do “Tratado Sobre os Princípios”(3:1), visto que ele ainda diz na parte omitida pelos arminianos:

“A fim de compreender o que é o livre arbítrio, É PRECISO EXPLICAR ESTA NOÇÃO, de tal modo que o objeto desta pesquisa, seja exposto com exatidão quando ELA FICAR CLARA”.

Se bem, que a definição do próprio prefácio, dá-nos a entender a concepção de livre arbítrio de Orígenes, nesta obra, quando, rebatendo o fatalismo, mostra que o homem não é um mero marionete, mas agente livre e responsável em seus atos. Isso posto, mostra que Orígenes nunca ensinou que o homem possui livre arbítrio em um sentido absoluto, somo se ele fosse um ser divino. Nesse mesmo 3º livro, ele rebate essa idéia, afirmando:

“Se é Deus quem, quando quer, retira os corações de pedra, e no seu lugar põe os corações de carne para nos permitir cumprir as suas ordens e respeitar seus mandamentos, NÃO É EM NÓS QUE ESTÁ O PODER DE AFASTAR A MALDADE... Se é Deus que promete fazê-lo, se, antes que ele retire os corações de pedra, NÓS NÃO PODEMOS PÔ-LOS DE LADO, É EVIDENTE QUE NÃO ESTÁ EM NÓS O AFASTAR A MALDADE; E SE NÃO SOMOS NÓS QUE AGIMOS PARA COLOCAR EM NÓS UM CORAÇÃO DE CARNE, MAS SE É OBRA DE DEUS, NÃO DEPENDE DE NÓS VIVER VIRTUSOAMENTE, MAS SERÁ INTEIRAMENTE UMA GRAÇA DE DEUS”(De Princípios, III, 1:15)

Agora vamos a Metódio...

“METÓDIO (C. 260-311)
Ora, aqueles que decidem que o ser humano não possui livre-arbítrio, e afirmam que ele é governado pelas necessidades inevitáveis do destino […] são culpados de impiedade para com o próprio Deus, fazendo-o ser a causa e o autor dos males humanos (O banquete das dez virgens, xvi).


Refutação: (a)Em primeiro lugar, a citação numérica da obra está errada. A frase está no “Discurso VIII, Capítúlo 16”. (b)Em segundo lugar, Metódio está aludindo aqueles que crêem que os astros governam a vida dos homens, como demonstra o contexto (os parágrafos anteriores):

“Se nenhuma ação for realizada sem um desejo anterior, e não há desejo sem um desejo, mas o Ser Divino não tem quer e, portanto, não tem nenhuma concepção do mal. E se a natureza das estrelas está mais próximo, com referência a de Deus, sendo melhor do que a virtude dos melhores homens, em seguida, da mesma as estrelas sequer produzem o mal, nem tampouco o desejam. E além do mais, cada um daqueles que estão convencidos de que o sol e a lua e estrelas são divinas, vão permitir que eles estejam longe dos maus e incapazes de ações humanas que brotam o sentido de prazer e dor; pois tais desejos abomináveis são inadequados para a natureza celestial. Mas se eles são por natureza isentos a partir desses e não desejam nada, como deveriam ser as causas dessas coisas nos homens que eles não decidiram por si mesmos, e das quais eles são isentos?”(i-ii)

(c)Em terceiro lugar, Metódio, está, como Orígenes e outros pais da igreja, combatendo o fatalismo, mostrando que Deus não rege todas as coisas por meio de um destino cego e impessoal. Justamente por isso, ele diz:

Portanto, o destino não é a causa de todas as coisas”(O Banquete das Dez Virgens, VIII:16).

Posteriormente, ele repete:

“...aqueles que acreditam em destino não fazem distinção entre justiça e injustiça, entre a imundícia e nobreza, entre licenciosidade e temperança, o que é uma contradição”(& vi)

E vamos a outra citação de Metódio:

“Eu digo que o ser humano foi feito com livre-arbítrio, não como se já houvesse algum mal existente, que ele tinha o poder de escolher se qui­sesse […], mas que o poder de obedecer e desobedecer a Deus é a única causa (Sobre o livre-arbítrio).

Refutação: Novamente nenhuma afirmação quando ao poder de escolha de um bem espiritual que acompanha a salvação, por parte de um ímpio. O que se nota aqui, é mas uma referência a Adão e a sua imputação de seu ato pecaminoso sobre seus descendentes. Metódio diz aqui que o mal não existia no homem quando ele foi criado, mas, que esse mal foi fruto de sua escolha no Edén, que ele chama, com relação a vinda desse mal sobre Adão e os seus – ‘é a única causa’.

Agora vamos a citação de Arquelau...

“ÁRQUELAU (C. 277)
Todas as criaturas que Deus fez, ele fez muito boas, e deu a cada indi­víduo o senso de livre-arbítrio, de acordo com o padrão que ele também instituiu na lei de julgamento. Pecar é característica nossa, e nosso pecado não é dom de Deus, já que nossa vontade é constituída de modo a escolher tanto pecar quanto não pecar (Discussão com Maní)
.’

Refutação: (a)Arquelau está dizendo que quando pecamos, somos agentes livres, não que um ímpio tem poder de escolher um bem espiritual que acompanha a salvação. Os arminianos confundem livre agencia com fatalismo. O que ele diz é que o homem não é coagido por nenhuma força externa para pecar. Ele o faz deliberada e voluntariamente. (b)Posteriormente, Arquelau condena o dogma do livre arbítrio, alude aos efeitos da morte espiritual desencadeada por Adão sobre todos os homens, declarando:

“Agora, em relação ao paraíso, não é chamado um cosmos. As árvores que estão nela são luxúria e outras seduções, QUE CORROMPEM OS PODERES RACIONAIS DESSES HOMENS. E aquela árvore no paraíso, pela qual os homens sabem o bem, é o próprio Jesus, ou o conhecimento no mundo. Aquele que compartilha do discernir o bem e o mal. O mundo em si, no entanto, não é a obra de Deus. Mas foi a estrutura de uma porção de matéria, e, consequentemente, todas as coisas perecem nele. E o que os príncipes tomaram NO MOMENTO EM QUE CORROMPERAM O PRIMEIRO HOMEM, que é o que faz a lua cheia, e o que é ser purgado dia a dia do mundo. E se a alma morre sem obter o conhecimento da verdade, É ENTREGUE AOS DEMÔNIOS...”(Atos de Disputa com Manes,10).

Agora vamos a Arnóbio:

ARNÔBIO DE SICCÀ (C. 253-327)
Aquele que convida a todos não liberta igualmente a todos? Ou não empurra ele de volta ou repele qualquer um para longe da amabilidade do Supremo que dá a todos igualmente o poder de vir a ele? — A todos, ele diz, a fonte da vida está aberta, e ninguém é impedido ou retido de beber […] (Contra os pagãos
).

Resposta: Arnóbio está simplesmente dizendo que nenhuma classe social está excluída da redenção em Cristo, o que é bem diferente de dizer que o ímpio tem poder para desejar ou escolher um bem espiritual que acompanha a salvação. Vamos a frase sem os cortes arminianos:

“Mas, meus adversários perguntam, se Cristo veio como o Salvador dos homens, como você diz, por que ele não, com benevolência uniforme, libertou todos sem exceção? Eu respondo, não ele livrou semelhantemente a todos, que ele semelhantemente atraiu? Ou ele empurra de volta ou repele qualquer um da bondade do Supremo quem dá a todos igualmente, o poder de vir a ele — a respeito de homens de alto escalão, os escravos mais malvados, às mulheres, aos meninos? A todos, diz ele, a fonte da vida está aberta, e ninguém é impedido de beber”(Contra os Gentios, II:64).
Agora vamos a outra frase dele:

Mais ainda, meu oponente diz que, se Deus é poderoso, misericordioso, desejando salvar-nos, que mude as nossas disposições e nos force a confiarem suas promessas. Isso, então, é violência, não é amabilidade nem ge­nerosidade do Deus supremo, mas uma luta vã e pueril na busca da obtenção do domínio. Pois o que seria tão injusto como forçar homens que são relutantes e indignos, reverter suas inclinações; imprimir forçadamente em suas mentes o que eles não estão desejando receber, e têm horror de…(ibidem).”

Resposta: Arnóbio não está aqui emitindo nenhuma opinião particular sobre o assunto, mas mencionando o pensamento errôneo de seu oponente pagão concernente a obra da salvação efetuada pelo Deus dos cristãos. Por isso, ele rebate essa opinião pagã e define bem a questão, afirmando:

ENTÃO É O DIREITO DE CRISTO SOZINHO DAR A SALVAÇÃO DAS ALMAS E CONCEDER-LHES A VIDA ETERNA”(Contra os Pagãos, II:65)

E no verso, ainda falando de Cristo, diz:

“...você deve precisa receber de nós, QUE AS ALMAS NÃO PODEM RECEBER DE NINGUÉM A VIDA E A SALVAÇÃO, EXCETO DE QUEM CONCEDEU ESTE ENCARGO E DEVER. O Mestre Todo-Poderoso do mundo determinou que este deve ser o caminho da salvação — esta a porta, para assim dizer, da vida; apenas através dela há acesso à luz: nem podem os homens entrarem em outro lugar, todas as outras maneiras sendo obstruídas e presas por uma barreira impenetrável”.

Agora vamos a Cirilo de Jerusalém...

CIRÍLO DE JERUSALÉM (C. 312-386)
Saiba também que você tem uma alma auto governada, a mais nobre obra de Deus, feita à imagem do Criador, imortal por causa de Deus que lhe dá imortalidade, um ser vivente racional, imperecível, por causa dele que concedeu esses dons: tendo livre poder para fazer o que deseja (Lecture, IV)


Refutação: O contexto posterior dessa frase, omitida propositalmente pelos arminianos, prova que Cirilo está combatendo o fatalismo, não, ensinando o livre arbítrio:

“Porque não está de acordo com teu nascimento que você peque, e nem pelo poder do acaso que você comete fornicação, nem, como alguns falam à toa, que a conjunção dos astros o força a entregar-se a lascívia? Por que você encolhe confessar suas próprias maldades e atribuir a culpa às estrelas inocentes? Não atentes mais, implorando, para os astrólogos“(Leitura Catequética, IV:18)

Não há um tipo de alma pecando por natureza e outro de alma prati­cando justiça por natureza; ambas agem por escolha, a substância da alma sendo de uma espécie somente e igualmente em tudo (ibidem)”.A alma é autogovernada: e embora o Demônio possa sugerir, ele não tem o poder de obrigar a vontade. Ele lhe pinta o pensamento da fornicação: mas você pode rejeitá-lo, se quiser. Pois se você fosse fornicador por necessidade, por que razão Deus preparou o inferno? Se você fosse praticante da justiça por natureza, e não pela vontade, por que preparou Deus coroas de glória inefável? A ovelha é afável, mas ela nunca foi coroada por sua afabilidade; visto que sua qualidade de ser afável lhe pertence por natureza, não por escolha(ibidem).”

Resposta: Cirilo repete a mesma questão anterior, mostrando que os homens são agentes livres, quando praticam ações más ou boas(‘ambas agem por escolha’), combatendo o fatalismo(‘Pois se você fosse fornicador por necessidade’; ‘Se você fosse praticante da justiça por natureza’). Ele, mesmo, pelo contexto, mostra que assim que a alma adentra no corpo do homem, toda a sua liberdade é contaminada com o pecado:

“E sabemos isso também, que a alma, antes de vir a este mundo, não tinha cometido nenhum pecado, mas tendo entrar sem pecado, TEMOS AGORA O PECADO DEVIDO O NOSSO LIVRE ARBÍTRIO”(Leitura Catequética, IV:19).

E tão grande é a destruição da liberdade da vontade humana pela contaminação do pecado, que Cirilo diz:

“A ferida da natureza humana é muito grande, QUE DOS PÉS À CABEÇA NÃO NELE COISA SÔ(Leituras Catequéticas, 12:7).

Agora vamos a Gregório de Nissa...

GREGÓRIO DE NÍSSA (C. 335-395)
Sendo à imagem e semelhança […] do Poder que governa todas as coisas, o ser humano manteve também na questão do livre-arbítrio esta semelhança a ele cuja vontade domina tudo (Sobre a virgindade, cap. XII)
.”

Refutação: Novamente a citação é truncada, para confundir o internauta... Veja a citação completa:

“Sendo a imagem e semelhança, como já foi dito, do poder que governa todas as coisas, o homem também manteve na questão de um livre-arbítrio esta semelhança com Ele cuja Vontade é sobre todos. ELE NÃO FOI ESCRAVIZADO POR NENHUMA NECESSIDADE EXTERNA À SUA VONTADE; seu sentimento para o que lhe agradava dependia apenas de seu próprio julgamento pessoal; ele estava livre para escolher o que quisesse; E ASSIM ELE ERA UM AGENTE LIVRE, APESAR DE ENVEREDADO PELA ASTÚCIA, QUANDO ELE ATRAIU PARA SI O DESASTRE QUE AGORA OPRIME A HUMANIDADE. ELE PRÓPRIO SE TORNOU O INVENTOR DO MAL, mas ele não inventou o que nele Deus tinha feito; porque Deus não fez a morte. O homem tornou-se, de fato, o seu fabricante, até certo ponto, o artífice do mal”.

Portanto, ele menciona Adão e Eva, e essa citação não serve para fornecer base para o dogma do livre arbítrio arminiano. Por isso, que na mesma obra, Gregório diz:

E TEM, INVÉS DA LIBERDADE DA VONTADE, A IMPIEDADE TOTAL DO PECADO”(Orat. Dominic. 5).

Vamos agora a Jerônimo...

JERÔNIMO (C. 347-4.20)E em vão que você tem uma idéia falsa a meu respeito e tenta convencer o ignorante de que eu condeno o livre-arbítrio. Deixe aquele que o condena ser ele próprio condenado. Fomos criados, capacitados com o livre-arbítrio; ainda não é isto que nos distingue dos bárbaros. Pois o livre- arbítrio humano, como eu disse, depende da ajuda de Deus e necessita de sua ajuda momento a momento, algo que você e os seus não escolhem admitir. Sua posição é a de que, uma vez que o ser humano tem livre-arbítrio, ele não mais necessita da ajuda de Deus. E verdade que a liberdade da vontade traz consigo a liberdade da decisão. Ainda assim o ser humano não age imediatamente sobre o seu livre-arbítrio, mas requer a ajuda de Deus que, em si mesmo, não precisa de ajuda{Cartas)

Refutação: (a)Os arminianos omitem até o número da carta, impedindo assim que o internauta confira a citação. A carta aqui mencionada é a ‘Epístola 133”(Carta a Ctesiphon). O que Jerônimo está querendo dizer é que o homem não tem o livre arbítrio em um sentido absoluto,. Isto é, ele não pode fazer tudo que sua vontade deseja(Tg 4:13-16). Só Deus tem livre arbítrio em um sentido absoluto. Nem anjos nem homens o tem. Mas os pelagianos achavam que o homem não diferia de Deus nesse aspecto. Por isso, Jerônimo argumenta, negando ter o homem livre arbítiro em sentido absoluto:

“Você mesmo se vangloriar de que a justiça de um homem pode ser perfeita e igual a de Deus; ainda assim você confessar que você é um pecador. Responda-me isso, então: ‘você não deseja estar livre de pecado? Se fizer isso, POR QUE EM PRINCÍPIO VOCÊ NÃO REALIZOU O SEU DESEJO?’”(Epístola 133).

Vamos a outra citação dele...

Quando nós estamos preocupados com a graça e a misericórdia, o livre-arbítrio é em parte anulado; em parte, eu digo, porque tanto depende dele, que queremos e desejamos, e damos consentimento ao curso que escolhemos. M as depende de Deus se temos o poder em sua força e com sua ajuda para fazer o que desejamos, e para nosso trabalho e esforço darem resultado (Contra os pelagianos, Livro III).”

Refutação: Novamente ele mostra que o homem não tem livre arbítrio de uma maneira absoluta, como Deus tem. Por isso, no dizer de Jerônimo, pelo fato do homem depender da ajuda para fazer qualquer coisa, o homem não tem literalmente falando, livre arbítrio:

“Se em determinadas ações, devemos ter a ajuda de Deus, segue-se que não somos capazes de fazer um aprisco, ou consertá-lo quando isto é feito? Será que não podemos formar as letras, ficar em silêncio ou falar, sentar, levantar, caminhar ou correr, comer ou jejuar, chorar ou rir, e assim por diante, sem a ajuda de Deus? DO MEU PONTO DE VISTA, É CLARAMENTE IMPOSSÍVEL. COMO, ENTÃO, TEMOS LIVRE ARBÍTRIO, e como podemos defender a graça de Deus em relação a nós, SE NÃO PODEMOS FAZER MESMO ESSAS COISAS SEM DEUS?”(Contra Pelagianos, I:3).

Vamos a outra citação de Jeronimo...

“Cabe a nós o começar, mas a Deus terminar (ibidem, 3.1, v. tb. ap. 11).”

Refutação: A desonestidade intelectual dos arminianos, é flagrante e cínica. O assunto aqui sequer refere-se a livre arbítrio, mais a questão do sacramento do batismo, conforme vemos no contexto:

“Então leia a resposta que foi dada a ele, e lá encontrará a resposta para si mesmo. Porque durante a discussão de doutrinas e pontos controversos, devemos estar atentos não apenas às pessoas, mas para as coisas. E ainda, deixe-me dizer que o batismo perdoa ofensas passadas e não preserva a justiça em tempo futuros; a manutenção de que é dependente no trabalho e indústria, bem como a seriedade e acima de tudo na misericórdia de Deus; ISTO É NOSSO PARA PEDIR, a Ele pertence a doar o que pedimos; NOSSO, PARA COMEÇAR, O SEU É PARA TERMINAR; nosso para oferecer o que nós podemos, SEU, PARA FAZER O QUE NÓS NÃO PODEMOS FAZER

Nesse sentido,. Jerônimo está meramente se referindo ao papel ativo do cristão em solicitar o batismo, a perseverança no trabalho, o perdão dos pecados futuros, afirmando que isto (este pedido) é um desejo que nasce nele, mas que é levado até as suas últimas consequências (sua execução) por Deus.

Agora vamos a Crisóstomo

“JOÃO CRISÓSTOMO (347-407)
Deus, tendo colocado o bem e o mal em nosso poder, nos deu plena liberdade de escolha; ele não retém o indeciso, mas abraça o que é disposto (Homilias sobre Gênesis, 19.1).


Refutação: Não conseguimos localizar esse texto, para conferirmos o contexto de sua citação.

Mas, vamos ao segundo texto...

Tudo está sob o poder de Deus, mas de um modo que nosso livre-arbítrio não é perdido.[…] Ele depende, entretanto, de nós e dele. Deve­mos primeiro escolher o bem, e, então, ele acrescenta o que lhe pertence. Ele não precede nosso querer, aquilo que nosso livre-arbítrio não suporta. Mas quando nós escolhemos, então ele nos proporciona muita ajuda.[…] Cabe a nós escolher de antemão e querer, mas cabe a Deus aperfeiçoar e concretizar (Homilia sobre Hebreus).3

Refutação: (a)A passagem aqui se encontra na “Homília 12 sobre a Epístola de Hebreus”. E a passagem é um comentário sobre a frase anterior, que diz:

“Portanto sempre devemos precaver-nos, para que a qualquer momento devemos cair dormindo. Por isso diz que aquele que guarda Israel não dorme nem tosqueneja, e que não tolerará o vosso pé ser deslocado(Sl 121:3); ele não disse, 'não será deslocado,' mas não vós sofrereis, etc. O sofrimento depende, então, de nós mesmos e não de qualquer outro. Pois se estaremos firmes e inabaláveis(1 Co 15:58), nós não seremos abalados”.

Posteriormente, ele, mostra que até em questões naturais ou ordinárias, não temos a capacidade de reagirmos ou agirmos bem, sem a ajuda da mão de Deus:

“Por isso causar mudanças rápidas que vem e inverte; e ainda não mesmo assim estão nos instruindo. Por esta causa há mortes contínuas e prematuras, mas não estamos dispostos, como se fôssemos imortais, como se nós nunca fossemos morrer. Vamos furtar, nos exaltamos, como se nunca fôssemos prestar contas. Nós construímos como se estivéssemos aqui sempre. E nem mesmo a palavra de Deus diariamente soa em nossos ouvidos, nem os próprios eventos instruem-nos. Nem num dai nem uma hora podem ser mencionados, em que não podemos ver continuamente os funerais. Mas tudo em vão: e nada atinge nossa dureza do coração, nem somos mesmo capazes de nos tornarmos melhor pelas calamidades dos outros; ou melhor, não estamos dispostos. Quando nós estamos aflitos, então nós somos subjugados, e ainda se Deus tira a mão, mais uma vez elevamos nossa mão: NINGUÉM CONSIDERA O QUE É APROPRIADO PARA O HOMEM, NINGUÉM DESPREZA AS COISAS TERRENAS; NINGUÉM OLHA PARA O CÉU. MAS COMO PORCOS VIRAM A CABEÇA PARA BAIXO, INCLINANDO-SE EM DIREÇÃO AO SEU VENTRE, CHAFURDANDO NA LAMA; ASSIM A GRANDE MASSA DA HUMANIDADE SE CONTAMINA COM A SUJEIRA MAIS INSURPOTÁVEL, SEM ESTAR CONSCIENTE DISSO”.

Aqui, aludindo ao comportamento do homem diante de questões naturais e ordinárias, ele dá uma perfeita explanação da total depravação. Posteriormente, Crisóstomo, falando de coisas ligadas a esferas humanas, diz:

“Porque isso é nosso para escolhermos e desejarmos; mas em referência a Deus o consumar e levar até o fim”.

Todavia, Crisóstomo deixa bem claro, que se a vontade divina não for a força de origem para as nossas decisões, tudo é considerado inútil:

“Porque, SE VOCÊ NÃO RECEBER O IMPULSO QUE VEM DO ALTO, TUDO ISSO NÃO É PROPÓSITO”.

Por fim, ele conclui que o cristão perseverará nas boas obras, pela graça de Deus:

“Vamos prosseguir posteriormente nessas boas obras, E SEREMOS CAPACITADOS TAMBÉM, PELA GRAÇA DE DEUS, PARA ALCANÇARMOS AS BENÇÃOS FUTURAS: que todos nós poderemos sermos considerado aptos, em Cristo Jesus, nosso Senhor, que juntamente com o Pai e o Espírito Santo, seja a glória, poder, honra, agora e pelos séculos dos séculos sem fim. Amém”.

Agora vamos a Agostinho...

O livre-arbítrio, naturalmente concedido pelo Criador à nossa alma racional, é um poder tão neutro que pode tanto se inclinar para a fé como se voltar para a incredulidade (O Espírito e letra)”

Refutação: (a)Os arminianos são desonestos demais, a ponto de citar a tradução desse texto de Agostinho, de forma falsa. A frase verdadeira de Agostinho é:

“Vamos, então, antes de tudo, estabelecer esta proposição, e ver se satisfaz a pergunta diante de nós: que o livre arbítrio, atribuído naturalmente pelo Criador para nossa alma racional, é um poder tão neutro, como pode inclinar-se para a fé, ou voltar-se para a incredulidade”(O Espírito e a Letra, XXXIII,58).

Agostinho não está aqui ensinando isso, mas estudando esse tipo de crença, e o seu posicionamento é bem claro, quando ele diz:

“Como consequência, é preciso investigar um pouco, se a vontade, que nos leva a crer, é também dom de Deus ou se atua por força da liberdade naturalmente inserida em nós. POIS, SE DISSERMOS QUE NÃO É DOM DE DEUS, É DE SE TEMER QUE PENSEMOS TER ENCONTRADO ALGUMA COISA CONTRARIANDO O DIZER DO APÓSTOLO(1 Co 4:7)”(O Espírito e a Letra, XXXIII,57).

Vamos a outra citação de Agostinho...

De fato, o pecado é tanto um mal voluntário que não pecado de forma alguma, a menos que seja voluntário (Sobre a religião verdadeira)

Resposta: Claro que Agostinho jamais negou que as criaturas são agentes livres, quando pecam.

Mas vamos a outra frase...

Logo, ou a vontade é a causa primeira do pecado, e nenhum pecado será causa primeira do pecado (O livre-arbítrio,3.49).”

Refutação: Os arminianos estão citando uma parte da argumentação de Agostinho sobre o assunto, que tem um contexto. Cadê a outra parte? No máximo, se tivéssemos apenas essa frase, entenderíamos que ele estaria afirmando, provavelmente mencionando Adão e Eva, que ambos, sendo agentes livres, em sua queda no Éden, voluntariamente geraram o pecado.

Mas vamos a outra citação de Agostinho

O pecado não está de fato em nenhum lugar senão na vontade, visto que esta consideração também teria me ajudado, que a justiça declara culpados os que pecam pela vontade má apenas, embora possam ter sido incapazes de fazer o que desejavam {Duas almas, Contra os Maniqueus, 10.12).”

Refutação: (a)Esta declaração apenas mostra que a criatura é apenas um agente livre, quando peca. (b)Posteriormente, ele demonstra que os ímpios não possuem livre arbítrio em sentido espiritual e salvífico:

“Porque nós falamos para eles como AVESSOS A VERDADE, incrédulos, criminosos, abomináveis, e, para resumir tudo em uma palavra - pecadores, TODOS OS QUAIS COMO COISAS, SEM DÚVIDA ALGUMA, NÃO DIRECIONADAS A DEUS”('Duas Almas', Contra os Maniqueus, VII).

Vamos a outra citação dele...

Nós, convencidos da existência de um Deus supremo e verdadei­ro, confessamos também que possui potestade, vontade e presciência soberanas. E não tememos, por isso, fazer sem vontade o que voluntaria­mente fazemos, porque de antemão sabe Ele, cuja presciência não pode enganar-se, o que temos de fazer (A cidade de Deus,5.9)

Refutação: (a) Em nada esse texto defende o dogma do livre arbítrio em questões espirituais, mas apenas mostra que a presciência divina não anula a livre agencia do homem,. i.e, que o homem é um agente livre, quando pratica uma ação boa ou má. (b)Na mesma obra, ele afirma que qualquer tipo de virtude que o homem possua, o deve exclusivamente à graça de Deus:

“Mas não poderia haver nada mais feliz para assuntos humanos que, pela misericórdia de Deus, eles que serem dotados de verdadeira piedade da vida, se eles tem a habilidade para governar as pessoas, também devem ter o poder. Mas tais homens, no entanto, nesta vida, podendo ter grandes virtudes, AS ATRIBUEM UNICAMENTE A GRAÇA DE DEUS que lhes concedeu isto neles — de boa vontade, crendo, buscando”(A Cidade de Deus, V:19).

Quem quer que seja que tenha feito qualquer coisa má por meio de alguém inconsciente ou incapaz de resistir, este último não pode por meio algum ser condenado justamente {Duas almas, Contra os maniqueus,10.12)

Refutação: (a)Agostinho não está ensinando nada dessa frase, antes está citando essa frase como uma resposta de seus oponentes a seus argumentos. Ele aqui está falando que seus oponentes afirmam que o fato de alguém não ter consciência de seus pecados, nega a legitimidade de sua condenação. À isso, no mesmo verso 12, ironicamente Agostinho responde:

“Eu deveria facilmente trazer para fora a resposta desejada, falando dessa maneira: ‘Suponha que o dorminhoco já sabia o que o outro faria, e de propósito, depois de ter bebido tanto, como o impediria de ser acordado, devendo ir dormir, a fim de enganar alguém com um juramento. SERÁ QUE QUALQUER QUANTIDADE DE SONO É SUFICIENTE PARA PROVAR SUA INOCÊNCIA?’”.

Vamos a mais outra citação dele...

“Qualquer um que também faz uma coisa com relutância é compelido, e todo aquele que é compelido, se faz uma coisa, faz somente de má vontade. Segue que aquele que deseja é livre de compulsão, mesmo se acha que está sendo obrigado {Duas almas, Contra os maniqueus,10.14).”

Refutação: Agostinho está aqui dizendo, que todos os homens são agentes livres, em suas ações boas ou más:

“E desta forma todos os que de bom grado faz uma coisa não é obrigado, e quem não é obrigado, ou fá-lo de bom grado ou não em todos”.

Esse texto não prova nada em prol do livre arbítrio na esfera espiritual e salvífica.

Mas vamos a mais frase dele...

e maneira alguma nos vemos constrangidos, admitida a presciência de Deus, a suprimir o arbítrio da vontade ou, admitido o arbítrio da vontade, a negar em Deus a presciência do futuro, o que é verdadeira impiedade. Abraçamos, isso sim, ambas as verdades, confessamo-las de coração fiel e sincero. […] Longe de nós negar a presciência, por querermos ser livres, visto como com seu auxílio somos e seremos livres (A cidade de Deus,5.10).

Refutação: O nome desse capítulo (V) do Livro V de “A Cidade de Deus” é “Se nossas vontades são governadas pela Necessidade”. Nesse sentido, Agostinho nega que somos governados pelo força de acaso ou de um destino cego ou de uma força impessoal amoral. Para Agostinho, existe Predestinação, Providencia, Decreto, não Fatalismo. É preciso entender que Agostinho está aqui condenando o Fatalismo, mostrando que os decretos ou a presciência de Deus, com relação aos atos dos homens, não anulam a livre agencia do homem, nem a omitem. Mas, o que é fato, é que jamais se menciona aqui livre arbítrio em esferas espirituais ou salvificas. Justamente por isso, ele repudia o dogma do livre arbítrio, afirmando:

“Portanto, porque o pecado foi um desprezo da autoridade de Deus, que tendo criado o homem ;feito à sua imagem; que o tinha ajustado acima do outro animais; que o havia colocado no Paraíso ;que o tinha enriquecido com abundância de cada espécie e de segurança; que tinha colocado sob ele nem muitos, nem grandes, nem difíceis mandamentos. Mas, a fim de fazer uma saudável obediência fácil para ele, tinha-lhe dado um único muito breve e muito leve preceito pelo qual Ele lembrou que a criatura cuja a ocupação era para ser livre de modo que Ele era Senhor, - e apensa a condenação se seguiu, e condenação de tal forma que o homem, que, guardando os mandamentos deveria ter ficado espiritual mesmo em sua carne, TORNOU-SE CARNAL EM SEU ESPÍRITO; e como em seu orgulho, ele havia procurado viver para sua própria satisfação, Deus na Sua justiça o abandonou a si mesmo, não para viver na absoluto independência por ele aparentada, mas em vez da liberdade que desejava, para viver insatisfeito consigo mesmo EM UMA MISERÁVEL ESCRAVIDÃO A QUAL ELE TINHA SE RENDIDO POR TER PECADO, a despeito de si mesmo odiosamente condenado para morrer no corpo de maneira que ele voluntariamente SE TORNOU MORTO EM ESPÍRITO, condenado a eterna morte (a graça de Deus ainda não o tinha livrado) porque ele deixara eterna vida”(A Cidade de Deus, XIV:15).

“Seus olhos, portanto estavam abertos, MAS NÃO ESTAVAM ABERTOS A ISSO, OU SEJA, NÃO ESTAVAM ATENTOS A ISSO, OU SEJA, NÃO ESTAVAM ATENTOS DE MODO A RECONHECER QUE O QUE FOI DADO A ELES PELO MANTO DA GRAÇA, POIS ELES NÃO TINHAM CONSCIÊNCIA DE SEUS MEMBROS GUERREANDO CONTRA A SUA. MAS QUANDO FORAM DESPOJADOS DESSA GRAÇA, que sua desobediência puderam ser punidos com uma justa retribuição, iniciou-se no movimento de seus membros corporais uma novidade sem vergonha que tornaram indecente a nudez”(A Cidade de Deus, XIV:17)

Agora vamos as citações de Anselmo...

ANSELMO (1033-1109)
Ninguém abandona a retidão exceto por desejar abandoná-la. Se “contra a própria vontade” significa “com relutância”, então ninguém abandona a retidão contra a sua vontade. […] M as uma pessoa não pode querer contra a sua vontade porque não pode querer estando indis­posta para querer. Cada um que quer, o faz desejosamente (Verdade, liberdade e mal).Embora eles [Adão e Eva] tenham cedido ao pecado, não podiam abolir em si mesmos a liberdade natural de escolha. Contudo, podiam afetar o seu estado a ponto de não serem capazes de usar aquela liberdade exceto por uma graça diferente daquela que eles tinham antes de sua queda (ibid).E não devemos dizer que eles [Adão e Eva] tinham liberdade com o propósito de receber de um doador a retidão que eles não tinham, porque nós temos de crer que eles foram criados com vontade reta— embora não devemos negar que eles tinham liberdade para receber essa mesma retidão novamente, se eles a tivessem abandonado de uma vez e ela retornasse para eles por alguém que originalmente lhes deu. Frequentemente vemos uma evidência disso em pessoas que são trazidas de volta à justiça da injustiça, por graça celestial (ibid).Você não vê que se segue dessas considerações que nenhuma tentação pode vencer uma vontade reta,? Pois, se a tentação pode vencer a vontade, ela tem o poder de vencê-la, e vence a vontade pelo próprio poder. Mas a tentação não pode fazer isso porque a vontade pode ser vencida somente pelo próprio poder (ibidem).Agora, eu me pergunto se o próprio Deus poderia remover a retidão da vontade de uma pessoa. Será que poderia? Eu lhe mostrarei que ele não pode. Pois, embora ele possa reduzir tudo o que ele fez do nada de volta para o nada, ele não tem o poder de separar a retidão de uma vontade que a possui (ibidem
)”

Comentário: (a)Eles afirmam estar citando Anselmo, mas não mencionam as fontes desse citação, de formas que não temos como conferir as citações com base em seu contexto, se não temos o nome das obras de Anselmo citadas.(b)Contudo, Anselmo, em sua obra chamada "Proslogium", diz:

"EU CAÍ ANTES DE SER CONCEBIDO POR MINHA MÃE. VERDADEIRAMENTE, EU FUI CONCEBIDO EM TREVAS, E NASCÍ COBERTO EM TREVAS. Verdadeiramente, nele todos nós caímos, no qual todos nós pecamos".

E em sua obra "Monoglium", lemos:

"Nós devemos crer neste Ser, isto é, crendo, poderemos alcançar isto. MAS O QUE NÃO CRÊ, NÃO PODE AMAR OU ESPERAR. É, portanto, útil a esta alma humana crer que o Ser supremo e essas coisas sem as quais esse Ser não pode ser amado, QUE, CRENDO, a alma pode chegar a ele. E esta verdade pode ser mais breve e adequadamente indicada, eu acho em lugar de dizer, 'se esforçe para' o Ser supremo, nós dizemos, 'creia no' Ser Supremo".

Nesse sentido, para Anselmo, os incrédulos são incapazes de terem algum amor ou depositarem alguma esperança no Deus Supremo. E a razão desse impedimento, se encontra em seu estado de morte espiritual herdada dele(Adao).

Agora vamos a Tomás de Aquino...

“TOMAS DE AQUINO (1224-1274)
A causa de um pecado é que a vontade não segue a regra da razão nem a lei divina. O mal não surge antes que a vontade se aplique a fazer alguma coisa ( Theological Texts,p. 132).A necessidade vem do agente quando coage alguém do que não pode fazer o contrário. Referimo-nos a isso como “necessidade por coerção”. A necessidade por coerção é contrária à vontade, pois consideramos violento o que quer que seja contrário à inclinação de uma coisa. Mas o próprio movimento da vontade é uma inclinação para algo, de forma que esse algo seja voluntário quando segue a inclinação da natureza. Exatamente como esse algo não pode ser possivelmente violento e natural simultaneamente, assim esse algo não pode ser abso­lutamente coagido ou forçado e simultaneamente voluntário (Na Aquinas Reader, p. 291-2).Assim, por necessidade o ser humano deseja a alegria, e lhe é impos­sível querer não ser feliz ou ser infeliz. Mas, visto que a escolha não trata com o fim, mas com os meios para o fim, como foi discutido previamen­te ( Suma teológica, I-II, p. 13, 3
),”

Refutação: (a)Em nenhuma dessas declarações encontramos que o ímpio tem pode de escolher o bem espiritual e assim, poder obter a salvação.

(b)E falando sobre o efeito da queda de Adão sobre os seus, ele diz:

"É desta maneira que o pecado do primeiro pai é causa da morte e de todas as deficiências da natureza humana. Eis como o pecado do primeiro pai suprimiu a justiça original... Uma vez suprimida esta justiça original pelo pecado do primeiro pai, assim como a natureza humana foi ferida, quanto à alma, pela desordem das potências, assim também se tornou corruptível pela desordem do mesmo corpo"(Suma Teológica, IV; Quest.85, Resp. Art.5)

Em outro lugar, ele diz:

“Pela justiça original, a razão continha perfeitamente as potências inferiores da alma, e a própria razão encontrava sua perfeição na submissão a Deus. Esta justiça original foi subtraída, como se disse, pelo pecado do primeiro pai. Por isso, todas as potências da alma permanecem de certo modo destituídas da própria ordem pela qual se ordenam naturalmente à virtude. É esta destituição que se diz ferida da natureza"(Suma Teológica, IV; Quest.85, Resp. Art.3)

c)Fica até difícil acreditar nesse tipo de argumento, quando vemos que Tomás de Aquino afirma que na predestinação dos eleitos, não se leva em consideração nada nele, mas apenas em Deus:

"A predestinação não é algo nos predestinados, mas somente naquele que predestina, Como já foi dito, a predestinação é parte da providência. Ora, a providência não está nas coisas a que se refere, ela é uma determinada razão no intelecto do provedor, como acima foi dito. Mas a realização da providência, que se chama governo, se encontra de maneira passiva nos governados e ativa no que governa. Fica então claro: a predestinação é uma determinada razão, existente na mente divina, de ordenação de alguns à salvação eterna. É a execução dessa ordenação que se encontra passivamente nos predestinados e ativamente em Deus”(Suma Teológica, I; Quest. 23; Resp. Art.2).

Nesse sentido, agora entendemos e damos guarida as palavras de C. H. Spurgeon, que em seu sermão "Eleição", declarou:

"O que eu prego, então, não é novidade; nenhuma nova doutrina. Adoro proclamar essas fortes e antigas doutrinas, que são chamadas pelo nome de Calvinismo, mas aquelas que são realmente e seguramente a verdadeira revelação de Deus como ele é em Cristo Jesus. Por essa verdade eu faço uma peregrinação ao passado, E VEJO PAI APÓS PAI, confessor após confessor, mártir após mártir, EM PÉ ME CUMPRIMENTAR. Fosse eu um Pelagiano, ou um que acreditasse na doutrina do livre-arbítrio, e eu teria que andar por séculos totalmente só. Aqui ou acolá um herético de nenhum caráter poderia surgir e me chamar de irmão. Mas apoderando-me dessas coisas para serem meu padrão de fé, vejo as terras de anciãos com meus irmãos na fé – contemplando multidões que confessam o mesmo que eu, e reconhecem que esta é a religião da própria igreja de Deus".

Queridos amigos e irmãos. Essa atitude dos arminianos, que parecem quererem subestimar nossa inteligencia, achando que cremos e aceitamos tudo cegamente, ou que não somos capazes de examinar e conhecer a história, é francamente anticristã, ímpia, farisaica. Eles vão continuar enxugando gelo, tentando em vão, lutar contra a verdade de Deus, com suas armais carnais, fáceis de serem derrotadas, e nós, sempre seremos vitoriosos, porque temos a Bíblia

"Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo. E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.
2 Co 10:3-6)

"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade"(2 C 13:8)

Deus nos ajude a sermos fiéis a Ele e a sua verdade!

Sola Scriptura!!!

Jailson Serafim