quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

João Flávio Martinez, Refutado e Debulhado com sucesso!

Nestes últimos dias, temos acompanhado o João Flávio Martinez, dono do mequetrefe site 'CACP', atacando a honra de homens como Agostinho e Calvino com os mais pífios e medíocres argumentos e, em muitos casos, demonstrando total desconhecimento não só no que tange às Escrituras, mas no que tange a teologia reformada.

Mas surgem algumas perguntas sobre o cidadão. Uma delas seria: "Quem é o João Flavio Martinez"? O Pr Héber, o apresenta como 'batista'. Mas desde quando batistas são arminianos? Por estas e outras razões mencionadas, é que o historiador batista Justo Anderson afirma que os pais das primitivas igrejas batistas, são os calvinistas:

"Primeiro, porque os 'particulares' foram os pais históricos dos batistas modernos"(História dos Batistas, Volume 2, p.77).

"Os batistas desejam ser mais coerentes que os mesmos protestantes na prática de seus princípios. Se consideram a ponta de lança da Reforma. Encontram sua orígem denominacional no puritanismo inglês que era, na realidade, outra forma de calvinismo"(História dos Batistas, Volume I, p.152)

E com relação a história dos primitivos batistas brasileiros, as igrejas da CBB representavam a primitiva denominação batista brasileira, fundada em 15.10.1882, por William Bagby, um missionário da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, a parte calvinista da denominação batista norte-americana. O historiador batista José dos Reis Pereira, falando da fundação da Igreja Batista do Brasil, afirma que William Buck Bagby, missionário da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos[batistas calvinistas] foi o fundador da igreja batista:

"Propomos, portanto: [a]Que a data de 15 de outubro de 1882, quando foi fundada pelos Missionários William e Ana Bagby, Zacarias e Kate Taylor e pelo ex-padre Teixeira de Albuquerque, a Primeira Igreja Batista da Bahia, seja considerada, oficialmente, a data do início da obra batista brasileira"(História dos Batistas no Brasil - [1882-1982], 1982, p.308)

"Em 15 de outubro de 1882, cinco pessoas estabeleceram a igreja batista brasileira. Cem anos depois, são 3500 igrejas, com cerca de 650 mil membros"(Ibidem, p.313)

"O trabalho batista no Brasil foi iniciado por missionários norte-americanos, enviados pela Junta de Missões Estrangeiras da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, a Junta de Richmond"(Ibidem, p.315)

Após a Igreja Batista do Brasil ser estabelecida por William Bagby, por influência de Bagby e de diversas igrejas batistas, a então recém formada Igreja Batista do Brasil, na Convenção Batista de 1916, endossa a Confissão de Fé Batista de New Hampshire[1833] como a 'Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil', conforme testemunho do historiador batista José Pereira Reis:

"Antes, entretanto, foi organizada a igreja, no dia 15 de outurbro de 1882. Eram cinco os membros fundadores: o casal Bagby, o casal Taylor e o ex-padre Teixeira de Albuquerque. Bagby foi acolhido para moderador e Albuquerque para secretário. A igreja adotou a Confissão de Fé de New Hampshire, posteriormente adotada pela Convenção Batista Brasileira com o nome de 'Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil'. A aceitação dessa Declaração era, segundo os Estatutos da Convenção, o sinal identificador de igreja batista regular"(Ibidem, p.22)

"Na Convenção de 1910 em São Paulo, foi eleito presidente o Dr. Joaquim Nogueira Paranaguá. Reeleito em 1911, na Convenção de Campos, o Dr. Paranaguá foi o único leigo eleito para a presidência da Convenção até dos dias de hoje.

Nessa Convenção foi, pela primeira vez, na palavra do Missionário J. J. Taylor, levantada a questão sobre se a Convenção era de igrejas ou de mensageiros. O Missionário Bagby propôs que o artigo dos Estatutos referente à constituição da Convenção fosse modificado no sentido de que a Convenção fosse composta por de mensageiros das igrejas. Na Convenbção de 1916, realizada em São Paulo, suas duas idéias foram aprovadas: a Convenção passou a ser composta de mensageiros das igrejas e deveria reunir-se de dois em dois anos. Manteve-se, nos Estatutos, a disposição de que as igrejas poderiam nomear um mensageiro e tinham direito a nomear mais um, na proporção de cada cinquenta mil réis, contribuídos durante o ano para a Convenção ou suas Juntas. Esse dispositivo caiu posteriormente, sendo a representação das igrejas determinada apenas pelo número de seus membros. Nessa mesma Convenção de 1916, foi adotada a Confissão de Fé de New Hampshire, sob o título de 'Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil'"(Ibidem, p.87)

"A décima Convenção foi realizada em São Paulo, em junho de 1916, e F. F. Soren foi, pela quarta vez, eleito presidente. Nela foram informados os Estatutos e resolvida a realização das assembléias de dois em dois anos. Foi quando também se oficializou, como já foi visto, a Confissão de New Hampshire como Declaração de Fé"(Ibidem, pp.91-92)

Pois bem, as primitivas igrejas batistas, oriundas de Bagby, segundo José Reis Pereira, em 1916-1917, endossaram essa mesma confissão, posteriormente chamada de a “A Declaração de Fé das Igrejas do Brasil”, na qual professavam a crença nos cinco pontos do calvinismo: Total Depravação, eleição Incondicional, Expiação Limitada[Particular], Graça Irresistível[Vocação Eficaz ou Chamada Eficaz] e Perseverança dos Santos

"Cremos que o homem foi criado em santidade, sob a lei de seu Criador; mas por transgressão voluntária caiu daquele santo e feliz estado; em conseqüência do que todos os homens são agora pecadores, não por constrangimento, mas por escolha; sendo por natureza completamente destituídos daquela santidade requerida pela Lei de Deus, inegavelmente inclinado para o mal, e por isso sob justa condenação à ruína eterna, sem defesa ou desculpa"(III)

"Cremos que, a fim de serem salvos, os pecadores devem ser regenerados, ou nascidos de novo; que a regeneração consiste em dar uma disposição santa à mente; que ela é efetuada de uma maneira acima da nossa compreensão pelo poder do Espírito Santo, em conexão com a verdade divina, de maneira a assegurar nossa obediência voluntária ao evangelho; e que sua evidência apropriada aparece nos santos frutos do arrependimento, fé e novidade de vida"(VII)

"Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados, e também graças inseparáveis, operadas em nossas almas pelo Espírito regenerador de Deus; pelo que sendo profundamente convencidos de nossa culpa, perigo e incapacidade, e do caminho da salvação por Cristo, nós retornamos para Deus com contrição, confissão e súplica por misericórdia não fingidas; ao mesmo tempo recebendo genuinamente o Senhor Jesus Cristo como nosso profeta, sacerdote e Rei, e confiando nele somente como único e todo-suficiente salvador"(VIII)

"Cremos que a eleição é eterno propósito de Deus, segundo o qual Ele graciosamente regenera, santifica e salva pecadores; que sendo perfeitamente consistente com a livre agência do homem, abrange todos os meios em conexão com o fim; que é uma demonstração gloriosíssima da bondade soberana de Deus, sendo infinitamente livre, sábia, santa, e imutável; que ela exclui completamente a vanglória, e promove humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus, e ativa imitação de sua livre misericórdia; que ela encoraja o uso dos meios no mais alto grau; que ela pode ser percebida pelos seus efeitos em todo aquele que verdadeiramente crê no evangelho; que é o alicerce da segurança cristã; e que verificá-la com respeito a nós mesmos demanda e merece a máxima diligência"(IX)

"Cremos que são crentes legítimos aqueles que resistem até o fim; que seus perseverantes vínculos com Cristo é o grande marco que distingui-os dos professos superficiais; que uma especial providência zela por seu bem-estar; e eles são guardados pelo poder de Deus através da fé para a salvação"(X)

Da mesma forma, o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, elaborou sua própria confissão de fé, denominada “Declaração de Fé do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil”(1955), igualmente professa a sua crença nos cinco pontos do calvinismo(Artigos V,VI,VIII, XII):

(1)Total Depravação:

"Deus originalmente criou o homem à sua própria imagem e livre do pecado, mas pela tentação de Satanás, o homem transgrediu o mandamento de Deus, caiu de sua santidade e justiça original, sendo que sua posteridade, tendo herdado sua natureza corrompida e totalmente oposta a Deus e a sua Lei, está debaixo de condenação; e tão logo os filhos de Adão sejam capazes de ação, tornam-se transgressores efetivos pela prática do mal"(VI)

(2)Eleição Incondicional, expiação particular, graça irresistível e perserverança dos santos:

"A eleição é a eterna escolha, da parte de Deus, de algumas pessoas para a vida eterna - não por algum mérito que nelas tivesse previsto, mas unicamente pela misericórdia de Deus em Cristo - em consequência da qual elas são chamadas, justificadas e glorificadas"(V)

"Regeneração é uma transformação de coração, operada pelo Espírito Santo, que desperta os mortos em transgressões e pecados, iluminando as suas mentes, para poderem compreender a Palavra de Deus, para levá-los à salvação, renovando toda a sua natureza de modo a serem levados a viver em amor e santidade prática. É uma obra somente da livre e especial graça de Deus"(VIII)

"Aqueles a quem Deus aceitou no Amado e santificopu pelo seu Espírito nunca cairão do estado de graça, para o qual Deus, na sua infinita misericórdia, os trouxe; e certamente perseverarão até o fim; ainda que caiam por sua negligência e tentação em pecado, pelao que entristecem o Espírito, prejudicam a sua tranquilidade de alma, trazem vitupérios sobre a Igreja e castigos temporais sobre si mesmos; porém serão outra vez renovados para o arrependimento e serão guardados pelo poder de Deus por meio da fé para a salvação"(XII)

O próprio fundador do "Jornal Batista", William Entzminger, escreveu um artigo no Jornal Batista, em 16 de março de 1916 esclarecendo que os batistas brasileiros sustentavam a mesma visão calvinista presbiteriana e congregacional da predestinação:

"No mundo protestante a doutrina em questão desde séculos tem dado causa a acalorados debates, e mesmo a disputas agressivas, principalmente entre os calvinistas e arminianos, achando-se no Brasil estas duas correntes teológicas representadas, de um lado pelos presbiterianos, batistas e congregacionalistas, que aceitam a doutrina da Predestinação; do outro lado pelos metodistas, que a contestam"(p.2)

Na mesma página, ele ainda diz:

"Segundo a doutrina da predestinação, Deus, desde a eternidade decretou o que ía fazer através dos ciclos dos anos a decorrer; formulou os seus decretos acerca da criação dos mundos; da sua conservação e governo; desde a eternidade organizou o programa a ser executado desde a fundação dos mundos até a sua consumação".

Todavia, mais tarde, na 67ª Assembleia da CBB(em 1985), estas duas antigas confissões foram substituídas por uma confissão arminiana”(J. Reis Pereira; Breve História dos Batistas, pp.91,104-106).

De fato, J. Reis Pereira, historiador batista, deixa claro que os batistas da CBB, em 1985, numa canetada, como os mórmons e testemunhas de jeová fizeram, mudaram a doutrina ofical da denominação, abandonando os cem anos de calvinismo, que a denominação havia endossado, desde William Buck Babgby:

"A aprovação, na 67ª Assembléia da Convenção Batista Brasileira, de uma 'Declaração Doutrinária' que vem substituir a 'Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil'"(Breve História dos Batistas, p.91)

Com isso, fica provado que os primitivos batistas brasileiros, eram calvinistas, e que, gente como Martinez, não representa os primitivos batistas, porque não é verdadeiro batista no sentido histórico dos batistas na Europa e América, que eram calvinistas, mas representa a direção da CBB, que numa canetada em 1985 mudou a outrina da denominação, substituindo sua crença calvinista pela arminiana. Martinez é um 'neo-batista', jamais um verdadeiro batista

O Pr. Héber ainda o define como 'apologeta' do CACP. Quem estudou a história do Instituto Cristão de Pesquisas, grupo de apologética do século XX, sabe que o Martinez esteve envolvido com o mesmo e sofreu influência do saudoso Natanael Rinaldi. Mas o que é fato, é que durante o tempo em que o Rinaldi foi parte do ICP, nunca se leu nada em livros, tampouco se ouviu nada em vídeos do ICP, atacando Agostinho, João Calvino ou a fé reformada. O antigo ICP se limitou a atacar apenas as seitas. A conduta ímpia do Martinez contra Agostinho, Calvino e a fé reformada, não pode ser respaldada pelo antigo ICP. O próprio ICP disse sobre João Calvino:

“(Calvino)foi considerado o maior teólogo da cristandade... João Calvino envia ao Brasil um grupo de colonos e pastores reformados, que fixam na ‘França Antártica, uma das ilhas da baía da Guanabara no Rio de Janeiro. Os evangélicos franceses realizaram o primeiro culto protestante do Brasil e, possivelmente, no Novo Mundo. Também foram os autores da belaConfissão de Fé da Guanabara’”(Defesa da Fé”(Ano 7 – nº 51 – Dezembro de 2002, p.34).

Falando sobre Calvino, o ministro arminiano pentecostal N. Lawrence Olson, declara:

Este grande reformador viveu entre 1509 a 1564 e foi grandemente usado por Deus para trazer novamente a luz do Evangelho ao mundo, após tantos séculos de obscurantismo. Suas opiniões teológicas são estudadas até hoje por todos que exercem liderança espiritual”(O Batismo Bíblico e a Trindade, p.71).

O escritor arminiano pentecostal Abraão de Almeida, também declara, falando de Calvino:

“Instado por Farel, João Calvino aceitou liderar a Reforma naquela cidade e pôs mãos à obra... Vai para Estrasburgo, mas em 1541 retorna a Genebra e leva adiante a tarefa de fazer daquela cidade turbulenta e dissoluta um modelo de um centro protestante para a difusão da Palavra de Deus.

Trabalhando diuturnamente durante o seu longo ministério de vinte e quatro anos, Calvino praticamente conseguiu o seu intento. A Igreja, bem organizada, possuía um presbitério que vigiava a conduta do povo e dos ministros; um serviço de assistência social, a cargo dos diáconos, e uma academia onde se ensinava teologia e preparavam-se obreiros para a evangelização de outros povos. Enfim, Genebra tornou-se uma cidade notável, pela ordem, pela cultura e pelo cristianismo bíblico que era ali ardorosamente vivido...

Por sua obra em Genebra, Calvino alcançou três benefícios para o protestantismo em geral. A vida moral da cidade foi um exemplo do que a fé reformada podia realizar, e daí o poder de sua propaganda. Genebra foi a cidadela de refúgio para os perseguidos por causa da Reforma. Para esta cidade livre, veio gente da França, Holanda, Alemanha, Escócia e Inglaterra. Os refugiados nela encontraram um lar apropriado e foi também um lugar de preparo para os líderes do Protestantismo. Em sua Academia e no ambiente da cidade foram preparados ministros devotados, instruídos e destemidos, que se espalharam como missionários da Reforma, pelos países onde esta ainda não havia entrado"(A Reforma Protestante [CPAD], pp.107,108).

Em outro lugar, ele ainda diz:

Podemos melhor aprender o conteúdo da doutrina de Calvino através das palavras cheias de autoridade da Confissão de Fé de Westminster, de 1647”(Lições da História Que Não Podemos Esquecer, p.234).

Severino Pedro da Silva, outro ministro arminiano pentecostal, declara, falando de Calvino:

João Calvino, o maior teólogo do Cristianismo depois de Agostinho, bispo de Hipona... Na casa dele, Calvino discursava sobre o Evangelho de Cristo com extraordinário fervor, para um grupo de crentes. Abandonando seus estudos, consagrou a plenitude de suas forças a propagar a fé de Cristo, segundo se revela nas Escrituras Sagradas... O vemos completamente desvinculado da Igreja Romana e sendo o principal cérebro da Reforma na França. Sua luz não pode ser escondida... Por fim Calvino foi se refugiar em Basiléia, na Suiça, onde aos 25 anos de idade, deu ao mundo o seu famoso livro 'As Institutas da Religião Cristã', isto é, Instrução Básica na Religião Cristã', escrito em latim, e no qual delineou as grandes doutrinas cristãs fundamentais, era um sistema completo de teologia, lógico e contundente, e exerceu uma profunda influência no pensamento da humanidade"(A Doutrina da Predestinação, [CPAD], pp.16-18).

Os historiadores arminianos A. Knight e W. Anglin falando sobre a primeira influência de Calvino sobre Genebra, dizem:

"...firmou-se em Genebra. Foi nomeado professor de teologia e começou um árduo ministério de vinte e oito anos, como pastor de uma das mais importantes igrejas da cidade; e aqui estendeu logo a sua influência a todos os países da Europa... Foi ele considerado o inimigo mais perigoso e implacável de Roma do que Lutero... Mas o povo de Genebra não podia desde logo habituar-se às medidas de Reforma que Calvino introduziu. Toda a cidade havia caído no vício e no papismo, e os seus novecentos padres governavam a consciência do povo, que não gostava das restrições que Calvino impunha aos seus cantos, às suas danças, e a outros divertimentos mundanos nem tampouco tolerava as suas censuras severas aos pecados menos públicos e que muitos não eram estranhos; e quando por fim os proibiu de virem ao altar, e os mandou embora com palavras de censura, o povo levantou-se em massa e expulsou-o da cidade

Mas em breve quiseram que ele voltasse outra vez. A cidade estava em desordem, devido aos encolerizados bandos de papistas, e libertinos, e a sua presença era ali muito necessária. Os próprios que o tinham expulsado começaram a clamar em altos brados pela sua volta. 'Chamemos de novo o homem que queria reformar a nossa fé, a nossa moral e as nossas liberdades’, diziam eles. E assim no ano de 1540, foi resolvido pelo Conselho dos Duzentos que, com o fim de promover a glória de Deus, se procurassem todos os meios para que Calvino voltasse como pregador"(História do Cristianismo, pp.253,254).

Claudionor Correa de Andrade, ministro arminiano pentecostal, declara:

“Conhecido como o grande sistematizador dos postulados cristãos, Calvino ostentava como texto-áureo de seu labor teológico esta oração latina 'Sola Scriptura'. Tendo em vista este princípio(Somente a Escritura), Calvino pode ser considerado um teólogo essencialmente bíblico"(Dicionário Teológico, edição de 1996, p.65).

O teólogo metodista arminiano David S. Schaff, declara:

Os comentários de Calvino são um monumento de exposição crítica dos livros bíblicos”(Nossa Crença e a de Nossos Pais, p.56).

Por fim, o próprio James Armínio, disse de Calvino:

“Depois da leitura das Escrituras, e mais do que qualquer outra coisa, eu recomendo a leitura dos Comentários de Calvino. Pois afirmo que na interpretação das Escrituras Calvino é incomparável, e que seus Comentários são mais valiosos do que qualquer coisa que nos tenha sido legada nos escritos dos paistanto assim que atribuo a ele um certo espírito de profecia no qual ele se encontra em uma posição distinta acima de outros, acima da maioria, na verdade, acima de todos"(Carta escrita a Sebastian Egbertsz, publicada em P. van Limborch e C. Hartsoeker, Praestantium ac Eruditorum Virorum Epistolae Ecclesiasticae et Theologicae [Amsterdam, 1704], nº 101).

O maioral dos arminianos, John Wesley, disse do reformador:

Acredito que Calvino foi um grande instrumento de Deus, e que ele era um homem sábio e piedoso”(Algumas observações sobre a Defesa do prefácio da Edição de Edinburgo’; The Works of the Rev. John Wesley, p.117).

Fica claro a grande diferença entre João Calvino, um homem extremamente douto, que deixou um legado, que influenciou mentes, gerações e a teologia do mundo inteiro, e um anão teológico, que não trouxe nenhuma contribuição relevante para a história do Cristianismo nacional, e tampouco, para a mundial.

Agora, é muita incoerência falar mal de Calvino, enquanto os próprios arminianos se utilizam de uma tradução da Bíblia, feita por um calvinista - João Ferreira de Almeida, como no caso da atual 'Convenção Batista Brasileira'; da Bíblia de Estudo Pentecostal da CPAD. A própria 'Bíblia Apologética de Estudo', que foi elaborada pela maioria arminiana do antigo ICP, também endossa o calvinista Almeida. Perguntem ao Martinez que tradução da Bíblia ele usa!(Risos)

Com isso, resolvemos postar aqui alguns de seus mais ridículos e jocosos argumentos em um debate, onde foi linchado pelo Pr. Marcos Granconato. O conteúdo pode ser encontrado no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=XgNUhwEMaxQ&t=951s

Pr. Marcos Granconato deu aula de Bíblia e de teologia pra um neófito!

1º Argumento:“Sabe, pastor Héber, eu tenho assistido o seu programa. E eu observo que nós temos aqui calvinismos e não calvinismo. Calvinismos no plural. Bom, então eu observo que várias pessoas que vem a esse programa para falar de calvinismo; eh, eles têm o seu próprio calvinismo. Eles criaram, engendraram, manipularam e fizeram seu próprio calvinismo. Cada um expressa do melhor jeito possível, pra tentar se virar com os ensinos de João Calvino. João Calvino é um peso, penso seu, para esses teólogos ou para alguns deles, porque eles tem que tentar fazer uma junção, entre o que a filosofia moderna e atém a teologia mais apurada tem os tempos de hoje, com o que João Calvino escreveu no passado. Então, é importante, que o telespectador entenda que existe um calvinismo de João Calvino; e existem os calvinistas. Que criam seus calvinismos; e muitos deles já estiveram aqui e apresentam esses tipos de calvinismo. Outra coisa que eu observei também, é que muitos arminianos, bons arminianos, que estiveram aqui, ele não leram as Institutas. Eu fiz questão até de trazer as minhas. Estão aqui de meu lado. Eu li as Institutas. Eu li João Calvino. Então, a crítica que eu pretendo fazê-la, não é pessoal, é doutrinal, e é sobre o que João Calvino ensinou, no seu tempo, na sua condição, com a sua teologia; e o seu porque obviamente. E é claro que por mais que você tanta, tente, compatibilizar, eh, que Deus decreta ação do diabo e que o próprio Deus não tem culpa, né; vai deixar, por exemplo, se você ler Nietzsche; ele eescreveu ‘O Anticristo’; vai deixar Nietzsche furioso. Por que? Porque é uma questão lógica. Se Deus decreta, Deus é responsável. Se Deus é responsável, ele é o autor do pecado. João Wesley chegou a essa conclusão. Vários outros teólogos, desde a antiguidade. O Concílio de Orange já havia chegado a essa conclusão. E é interessante observar que isto é uma questão bíblica. Eu li a Bíblia duas vezes sozinho, sem teologia, e eu sempre entendi que Deus nunca poderia ser responsável pelas coisas erradas que acontecem em minha vida. Eu é que tomei escolhas erradas. É você que toma suas escolhas equivocadas, e isso te leva a um problema, a um beco sem saída. Com relação ao diabo, são muitas vezes nós que damos legalidade pra ele agir na nossa vida. Não é porque Deus decretou, porque Deus ordenou, porque Deus mandou. Esse é o ponto de vista básico, não só arminiano, mas de várias visões teológicas, eh, inclusive luterana. Os luteranos também tem pouquinho dessa, desse víeis, embora Lutero tenha dito que o diabo é o diabo de Deus, mas ele tem esse víeis também. Então é uma questão que a gente quer abordar aqui, é isso; porque não há como fugirmos da realidade. A gente tem de aceitar. Cada, cada... religião tem de aceitar o seu profeta. E os calvinistas; não estou aqui falando do pastor propriamente dito. Mas os calvinistas tem de assumir João Calvino, ou dizer que não são calvinistas, ou dizer que não são calvinistas, qualquer outra coisa. Porque se você é calvinista, você tem que aceitar o seu profeta, que se chama João Calvino... Eu sou arminiano wesleiano. Meu víeis é mais pro lado do wesleianismo”(A partir do minuto 15:35)

Refutação: (1)O ‘apologeta’ do CACP acusa os outros daquilo que ele mesmo faz; porque ele crê em vários arminianismos, porque ele mesmo criou seu próprio arminianismo. Primeiro, porque ele nega a própria Escritura, que diz : “mas do Senhor procede toda a determinação”(Pv 16:33), ela está dizendo que o Senhor decretou todas as ações de suas criaturas, sejam boas ou más. O substantivo hebraico masculino מִשְׁמָּט(mishpat), de acordo com o Léxico Hebraico do Antigo Testamento de Drivers, Browns e Briggs, tem aqui o sentido de “ato de decidir um caso pertencente ao Senhor, proveniente dEle”. Ou seja, todas as decisões ou determinações nas criaturas, pertencem ao Senhor, e são provenientes dEle.

(2)Reformados são confessionais. Suas crenças são baseadas nas Escrituras, e expostas em seus símbolos de fé. Não é a opinião de Calvino que determina suas crenças, e em alguns casos, eles divergem de Calvino, justamente porque não o têm como alguém inspirado, isto é, canônico, infalível, mas apenas iluminado.

(3)Emitir um decreto não é a mesma coisa que executar um decreto. O apologeta do ‘CACP’, sofre de deficiência cognitiva. Por exemplo, Deus decretou que Herodes, Pilatos, os judeus e os gentios matassem Cristo, sem deixar de considerá-los como agentes livres, responsáveis e culpados por este pecado(At 2:23; 3:13-15; 4:27-28).

(4)Tudo que ocorre conosco, é resultado do decreto de Deus(At 4:27-28), isto é, “do Senhor procede toda a determinação”(Pv 16:33)

(5)Com isso, ele cria seu próprio arminianismo, que não é nem de Armínio, nem de Wesley, mas dele próprio. Não é de Armínio, porque o próprio Armínio disse:

Nada no mundo acontece acidentalmente ou por acaso. Além disto, eu coloco em sujeição à Providência Divina tanto o livre-arbítrio quanto até mesmo as ações de uma criatura racional, de modo que nada pode ser feito sem a vontade de Deus, nem mesmo as coisas que são feitas em oposição a ela, somente devemos observar uma distinção entre as boas e as más ações, ao dizer, que 'Deus tanto deseja e executa boas ações' quanto que 'Ele apenas livremente permite as que são más'. Além disso, ainda, eu prontamente admito, que até mesmo todas as ações, sejam quais forem, relativas ao mal, que possam possivelmente ser imaginadas, podem ser atribuídas ao emprego da divina providência, tendo apenas um cuidado, 'não concluir deste reconhecimento que Deus seja a causa do pecado'"(Declaração de Sentimentos, II).

Não é de Wesley, porque o próprio Wesley disse:

“Assim Joseph faz aqui. Seus irmãos não precisavam temer que ele se vingasse deles de um dano que a providênia de Deus havia feito para tirar vantagem tanto dele quanto de sua família”(Nota sobre Gn 45:5)

E outros arminianos seguem este parecer de Wesley, afirmando:

“Foi a sofredora Providência de Deus: ‘Você realmente pensou mal contra mim’,como ele diz em outro lugar; mas Deus, que pode fazer com que as piores intenções produzam as melhores consequências para o mundo em geral, e para a sua Igreja em particular, sofreu isso para sempre, para provocar, por esse meio, a preservação da vida de muitas pessoas”(Joseph Benson[1748-1821], Ministro Metodista Wesleiano, Com de Gn 45:5)

E mais outros arminianos wesleianos depõem contra o ‘apologeta’ do CACP, no que tange a questão dos decretos de Deus envolvendo suas criaturas[homens e Satanás]:

E reconhecidamente a sorte dos judeus e cristãos era devida ao decreto divino"(Thomas Coke[1747-1814], Ministro Metodista Wesleiano, Com. de Pv 16:33)

“Assim, o Senhor envia um espírito mentiroso para executar um julgamento divino, assim como enviou espíritos malígnos para perturbar[1 Sm 16:14] e causar a destruição de Abimeleque[Jz 9:23]. Portanto, foi algo mais do que uma mera permissão da parte de Deus. De acordo com as Escrituras, Jeová muitas vezes usa os espíritos iníquos como agentes para realizar certos julgamentos divinos, e não apenas permite a sua obra por uma questão de simples tolerância”(Daniel Whedon[1808-1885], Ministro Metodista Wesleiano, Com. de 1 Re 22:22)

(6)O Sínodo de Orange segundo a "Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã", foi endossado como pensamento oficial da Igreja Católica Romana:

"O debate a respeito do semipelagianismo continuou século VI adentro, quando Cesário de Arles convocou o Sínodo de Orange[529]. Ali, Cesário conseguiu dogmatizar vários princípios contra os semipelagianos. Ao assim fazer, porém, o Sínodo não aceitou integralmente a doutrina da graça segundo Agostinho, especialmente o seu conceito de graça divina que opera irresistivelmente nos predestinados. Em 531, Bonifácio II aprovou os atos deste Concílio, dando-lhe, assim, autoridade ecumênica"(p.379)

Devido a esse fato, o Sínodo de Orange, segundo Henry Bettenson, ministro anglicano, é “uma reação do semipelagianismo”(Documentos da Igreja Cristã, p.114).Brinley R. Rees[1919-2004], falecido teólogo arminiano wesleiano, diz que os pelagianos e semipelagianos foram quem contestaram o conceito agostiniano de graça, que envolvia a dupla predestinação:

“A teoria da predestinação deste último [Agostinho], ou, como alguns compreendem, a dupla predestinação, que estava intimamente ligada e, em alguns aspectos, indispensável à sua doutrina da graça, era anátema para Pelágio e seus associados, e a resistência a ela pelos monges de Hadrumetum e, um pouco mais tarde, os do sul da Gália [os semipelagianos] mostraram que Pelágio estava certo em questioná-la”("Pelágio: Vida e Cartas"[Boydell & Brewer Ltd, New York, EUA], 1998, p.99)

O que o Martinez vai dizer diante da afirmação de que o "papa" Bonifácio II aprovou o Sinodo de Orange?(Risos). E o que ele vai dizer quando souber que Pelágio e os semipelagianos foram inimigos da dupla predestinação, crida e ensinada por Agostinho?[risos]

(7)Se considerarmos a questão dos eternos decretos de Deus, entenderemos que todas as ações das criaturas de Deus são resultado, não de suas escolhas, mas das escolhas de Deus. Se fossem resultado das nossas escolhas, Deus teria dado oportunidade àqueles antigos pagãos falecidos de Tiro, Sidom e Sodoma, que Deus previu que creriam em Cristo, caso vissem os milagres de Cristo(Mt 11:20-24). Deus previu que eles creriam em Cristo, caso vissem os milagres de Cristo, mas não lhes deu a oportunidade de verem os milagres de Cristo, crerem e se arrependerem. O que determina nossas ações não são nossas próprias ações ou decisões, mas as ações soberanas de Deus. É como disse Paulo:

“Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, idto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer”(Rm 9:15-18)

Assim, tudo que concerne ao nosso futuro [incluindo nossas obras], dependem da vontade soberana de Deus:

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas”(Ef 2:10)

“O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo:Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra, e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles e a sua carga se desvie dos seus ombros. Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações.Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás? “(Is 14:24-27)

As Escrituras não dizem que “o que tem de acontecer, acontece’, mas sim que “aquilo que está determinado será feito”(Dn 11:36) , isto é, tudo aquilo que Deus decretou e propôs, isso ocorrerá.

(8)Quanto aos luteranos, Paul E Kretzmann, um deles, disse:

“Não importa o que os poderosos atribuam tolamente a si mesmos em termos de autoridade absoluta, existe alguém cujo governo dirige até mesmo as ações de acordo com sua vontade”(Com de Pv 21:1)

“A sorte é lançada no colo, aparentemente ao acaso; mas toda a disposição disso é do Senhor, a decisão cabe a Ele, pois mesmo aqueles eventos que nos parecem mais fortuitos e sujeitos apenas ao acaso são ordenados e governados por Deus”(Com de Pv 16:33)

“Então Deus enviou um espírito malígno entre Abimeleque e os homens de Siquém, semeando entre eles as sementes da discórdia e da traição; e os homens de Siquém agiram traiçoeiramente com Abimeleque, rebelaram-se contra ele”(Com de Jz 9:23)

O Dr. John Theodore Mueller(1885-1967], teólogo luterano, em sua obra "Dogmática Cristã", diz:

"O ato da providência divina inclui a conservaçao de todas as criaturas, não só no que se refere à sua existência[At 17:20; Cl 1:17], mas também às suas atividades[Mt 5:45; At 14:17; Sl 104:10-30]. Em outras palavras, as criaturas não só têm sua existência em Deus, como também por Ele exercem as suas funções"(pp.193-194)

"Ainda assim assim, a pergunta fica de pé: 'De que modo Deus coopera nas más ações que realmente ocorrem? Por uma parte, não podemos dizer que tais atos se pratiquem sem Deus, porque isso viria a negar a sua co-participação divina[ateísmo]; por outra parte, contudo, não devemos atribuir semelhantes atos a Deus, porque são de má qualidade[panteísmno]. A co-participação divina não faz de Deus autor nem cúmplice das más ações"(Ibidem, p.195)

"É preciso que se mantenha energicamente a doutrina de que somente o ser humano é responsável por seus maus atos, muito embora Deus tenha neles participação à base da Escritura, bem como da consciência"(Ibidem, p.196)

"Por conseguinte, foi necessário que se efetuassem a traição, condenação e morte de Cristo, uma vez que, desde a eternidade, Deus deliberara por seu gracioso plano de salvação, que tudo isso haveria de acontecer[At 4:27-28]. Contudo, nem Judas nem Pilatos foram coagidos por Deus a perpetrar os crimes mediante os quais o Salvador foi entregue à morte[Lc 22:21-23; Mt 26:24; Jo 19:2]"(Ibidem, p.197)

O Dr. Edward Koehler(1875-1951), teólogo luterano, em sua obra "Sumário da Doutrina Cristã", declara:

"Duas pessoas podem realizar fisicamente o mesmo ato, mas esse ato moralmente não precisa ser o mesmo. Um toma uma nota de cinco reais e a guarda, e é honesto, porque o dinheiro lhe pertence. Outro faz a mesma coisa e é ladrão, porque sabe que o dinheiro pertence a outra pessoa. Em ambos os casos, há concurso divino na realização do ato físico. Também o ladrão não poderia mover a mão sem o concurso de Deus. Mas Deus absolutamente não tem parte na pecaminosidade do ato, pois Ele não tem prazer na iniquidade[Sl 5:4]. Deus coopera na parte física do ato mau, mas não na depravação moral do ato. Por que Deus não deixa de cooperar na realização física de atos que moralmente contrariam sua vontade? Não sabemos"(p.40)

A Fórmula de Concórdia('Declaração SólidaDa eterna presciência e eleição de Deus’ - 1577), confissão de fé luterana, diz:

Até o mal que o ser humano pratica está sujeito a seu controle e deve servir a seus propósitos: fez uso da traição de Judas e do assassínio judicial de Cristo para levar a efeito seu plano redentor[cf também Gn 50:20]. Determina até onde podem ir os ímpios, regulando e limitando os resultados de suias ações de modo tal, que no fim, tudo deve contribuir para o bem de seus filhos. E sua praescientia, isto é, presciência, também observa a ordem dela nos atos ou obras ímpias, de sorte que Deus determina ao mal, que ele não quer, limite e medida, até onde deve ir e por quanto tempo deve durar, quando e como ele o quer obstaculizar e castigar. Pois o Senhor Deus governa a tudo isso de tal maneira, que tem de redundar em honra ao seu nome divino e salvação de seus eleitos, devendo os ímpios, por isso, ficar reduzidos a confusão”(XI:9)

(9)Lutero, disse:

"Pois Adão não foi criado para permanecer eternamente nesta vida física, mas haveria de passar da vida e da comida física para a vida espiritual"(Comentário de Gênesis 3:23)

Assim acontece que Faraó não pode evitar seu endurecimento assim como tampouco pode evitar a ação da onipotência divina e a aversão ou a maldade de sua vontade...[‘Da Vontade Cativa, 1525 d.C)

“Se Deus tinha presciência de que Judas haveria de ser o traidor, Judas tornou-se o traidor necessariamente. e não estava na mão de Judas ou de qualquer outra criatura agir de outro modo ou mudar a vontade, embora tenha feito o que fez por vontade própria, e não forçado; todavia, e esse querer era uma obra de Deus movida por sua onipotência assim como também todas as outras...[Ibidem]

2º Argumento: A partir do minuto 28:23, o “apologeta” do CACP, ‘responde’ ao Pr. Marcos Granconato:

Bom, se Deus tivesse criado o diabo, nós não teríamos como isentar Deus. Se ele criou o diabo, ele realmente é culpado; ele realmente é co-autor. A Suzana Wesley disse o seguinte. Ela falou uma frase muito forte: ‘Se Deus manipula o diabo, Deus tem menor caráter que o próprio Lucífer, que o próprio diabo. Porque se Deus é manipulador, então ele tem menos caráter que a criatura com quem ele trabalha. Nós sabemos que quem paga pra matar alguém é muito mais mau do que quem matou. Quem foi matar, precisava do dinheiro, desesperado. Pegou o dinheiro, foi lá e matou. Mas quem manipulou, quem arquitetou o plano foi outra pessoa, foi o autor intelectual da coisa. Mas olha que interessante como a Palavra de Deus é maravilhosa e simples. Deus não criou o diabo; Deus não criou Satanás. Deus criou uma criatura santa, uma criatura perfeita. Quando você vai em Ez 28 do 11 em diante, Isaías 14, e você vai ver os textos que a teologia calvinista usa inclusive pra definir a queda de Lucífer, o anjo de luz, lá nós vamos ver em Ezequiel, que ele era uma criatura perfeita, que ele era uma criatura importante, inclusive tem um texto lá em Ezequiel, que fala assim, que, eh, Lucífer, o anjo de luz, era o anjo da guarda; o ano que guarda. Guarda o quê, se ainda não houve, se não havia queda? No original hebraico, a idéia ali é aquele que conduz, aí você vai vendo as obras dos tambores, fala o texto. Então, a Bíblia vai mostra nesse, nesse texto de Ezequiel, que os teólogos concordam com isso, que Lucífer ou esse anjo de luz, tinha ali a missão de conduzir os demais anjos, que foram criados para o louvor do Senhor, em adoração a Deus. Então foi esse ser que Deus criou, o ser perfeito, um ser santo, um ser angelical, e a Bíblia fala em Eclesiastes, inclusive porque Deus , quando fez o homem também, o fez perfeito. Deus não fez nada imperfeito. A imperfeição vai justamente decorrer do fato da liberdade que Deus deu a esses seres, né? Se eu fosse citar aqui um filósofo da antiguidade, que é Heráclito, ele vai dizer o seguinte, que o contraste foi importante para nós sabermos o que era o bem e o mal. Se não houvesse o contraste, talvez esse filósofo estivesse certo. Se nós não soubéssemos o que é o mal, talvez não conheceríamos adequadamente o bem talvez seja por isso. Mas, um fato, pastor Héber, que Deus, o Senhor, não criou um anjo mau, nem o Diabo, nem Satanás, ele criou um anjo de luz”.

Refutação: (1)A Bíblia diz que Deus usou Satanás, em seu propósito de provar Jó, culminando na morte do gado, empregados e filhos de Jó(Jó 1:12-19). Deus usou Satanás para provar Jó novamente, colocando lepra nele(Jó 2:1-7). Deus usou um espírito maligno para atormentar a Saul(1 Sm 16:14-16; 19:9), Deus decretou que um espírito maligno fosse enviado, induzindo pessoas a se levantarem contra Abimeleque(Jz 9:23-24), para que ele fosse morto e pagasse por seus crimes(Jz 9:24,53-56). Deus colocou um espírito de mentira(um demônio) na boca dos profetas de Acabe(1 Re 22:19-23; 2 Cr 18:18-22). Deus usou demônios para causar mal e destruição aos egípcios(Sl 78:49). Deus teve menor caráter que Satanás e outros demônios, por utilizá-los em seu propósito santo? Quem vai responder a essas perguntas – Suzana Wesley ou Martinez?

(2)Quando o diabo estava entrando em Judas, Jesus disse-lhe: “o que fazes, faze-o depressa”(Jo 13:27). Quando Jesus ordenou para que essa criatura ímpia cometesse o mal de maneira rápida, Jesus teve menos caráter que ela? Quem vai responder a essas perguntas – Suzana Wesley ou Martinez?

(3)Is 14 4 Ez 28, fala em Satanás personificado em reis ímpios. Todavia, em nenhum desses textos, Deus nega que seus decretos possam incluir e atingir Satanás, tampouco nega que tudo que acontece, acontece, por causa de seu decreto ou vontade, mas o confirma:

O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra, e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles e a sua carga se desvie dos seus ombros. Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?“(Is 14:24-27)

Os reformados não crêem que ‘o que tem de acontecer, acontece’, mas sim que o que Deus decretou e propôs, isso acontecerá. A Bíblia não diz “o que tem de acontecer, acontece’, mas “aquilo que está determinado será feito”(Dn 11:36). Reformados não adoram um deus metereologista, que olha os satélites, pra ver o tempo, e a partir disso, toma uma decisão. Reformados adoram um Deus que determinou tudo que iria acontecer no tempo(Is 46:10)e que contempla suas criaturas como carimbos de sua vontade, ao invés de ser carimbo das decisões das mesmas. Os arminianos adoram um deusinho, com ‘d’ minúsculo. Reformados um Deus com ‘d’ grande.

(4)As Escrituras não dizem que anjos e homens têm livre arbítrio em um sentido absoluto. Anjos e homens não podem escolher tudo que quiserem e realizá-lo. Há limites para todas as criaturas(Gn 20:6; 1 Sm 2:25;m Jó 1:12; 2:6; Mt 8:28-32; 24:24; At 16:6-7; 1 Tm 2:15-16; Tg 4:13-15)

3º Argumento: “Eh, sou teólogo de EBD. Graças a Deus. Sou teólogo de EBD, graças a Deus. Eu dou aula. EBD é uma escola muito importante. EBF também é importante. É, nas crianças também são importantes. Eu queria dizer, pastor Granconato, primeiro, eu to, conheci hoje aqui. Quero tratar ele muito bem. Não tenho nada contra pessoalmente. Não tem a intenção de lhe ofender. Não estou aqui pra ofender ninguém. Mas, em três minutos não dá pra discorrer um tema desses, que já foram escritos tantos livros, e eu até citei Heráclito, né? Mas tudo bem. A gente deixa isso pra lá. Heráclito, ele deve saber que trata da questão do bem e do mal também. Minha pergunta, pastor, e eu citei Ez 28, Is 14, porque João Calvino fala que fala do diabo. Mas vamos lá. Minha pergunta: ‘Apesar de muitos calvinistas utilizar o termo ‘permissão’, para as ações do diabo, João Calvino disse: ‘Não devemos recorrer a idéia de permissão de Deus’. Isto está na Instituta, Volume 1, edição com notas, pagina 138. Para Calvino, tudo que acontece, está relacionado ao decreto de Deus. Então, quando o Diabo age, Deus estaria ali agindo sua perfeita vontade? É a vontade plena de Deus , quando o diabo mata, rouba, destrói, quando o diabo aniquila, é a perfeita vontade de Deus? E essa questão da ‘permissão’, por que os calvinistas usam, é, termos como ‘o Diabo foi permitido agir dessa maneira’, quando Calvino disse que não deveríamos recorrer a idéia de permissão, mas sim ao decreto de Deus?”(A partir do minuto 34:44)

Refutação: (3.1)O ‘apologeta’ do CACP disse no debate que não estava lá pra ofender ninguém, mas em seus vídeos, ofende a honra de Agostinho e Calvino. O óleo de peroba sumiu dos supermercados de todo o Brasil.

(3.2)Em lugar algum de Is 14 Calvino interpreta aqueles textos com referência a Satanás. Em seu “Comentário de Is 14:12”, Calvino diz:

A exposição desta passagem, que alguns fizeram, como se referisse a Satanás, surgiu da ignorância; pois o contexto mostra claramente que estas declarações devem ser entendidas em referência ao rei dos babilônicos. Mas quando passagens das Escrituras são escolhidas aleatoriamente e nenhuma atenção é dada ao contexto, não precisamos nos admirar que erros desse tipo surjam frequentemente. No entanto, foi um exemplo de ignorância muito grosseira imaginar que Lucífer era o rei dos demônios e que o profeta lhe deu esse nome. Mas como estas invenções não têm qualquer probabilidade, Deixemo-las passar por fábulas inúteis”.

Veja que o Martinez não sabe nada de Calvino.

(3.3)A frase “Não devemos recorrer a idéia de permissão de Deus”, não existe nas Institutas, Volume 1. Eis as citações sobre o uso do termo ‘permissão’, por Calvino, embora com a afirmação que tudo que Deus permite, ele o faz porque antes decretou ou determinou:

“Quanto, porém, diz respeito à discórdia e luta que dissemos existir de Satanás com Deus, entretanto assim importa admitir que isto permanece estabelecido: Que aquele nada pode fazer, a não ser que Deus o queira e consinta. Ora, lemos na história de Jó que aquele se apresenta diante de Deus para receber ordens, nem mesmo ousa aventurar-se a encetar alguma ação maligna, a não ser que a permissão seja impetrada[Jó 1.6; 2.1]”(I; 14:16)

“Conseqüentemente, quando dizemos que Satanás resiste a Deus e que as obras daquele são contrárias às obras deste, estamos afirmando, a um tempo, que esta incompatibilidade e este conflito dependem da permissão de Deus. Não estou falando agora em relação à vontade de Satanás, nem tampouco em referência a seu intento, mas apenas com respeito a sua maneira de atuar. Ora, uma vez que o Diabo é ímpio por natureza, está mui longe de ser propenso a obedecer à vontade divina; ao contrário, ele se inclina à contumácia e à rebelião”(I; 14:17)

“Em suma, Agostinho ensina reiteradamente que, se algo é deixado à sorte, o mundo revolve ao léu. E visto que ele estabelece em outro lugar que tudo se processa em parte pelo livre-arbítrio do homem, em parte pela providência de Deus, contudo pouco depois deixa bastante claro que os homens estão sujeitos a esta, e são por ela governados, uma vez ser sustentado o princípio de que nada há mais absurdo do que alguma coisa acontecer sem que Deus om ordene, pois doutra sorte aconteceria às cegas. Razão pela qual até exclui a contingência que depende do arbítrio dos homens, asseverando, ainda mais claramente logo depois, que não se deve buscar qual é a causa da vontade de Deus. Quantas vezes, porém, é por ele feita menção do termo permissão, como se deva entender que isso se evidenciará perfeitamente de uma passagem onde ele prova que a vontade de Deus é a suprema e primeira causa de todas as coisas, já que nada acontece a não ser por sua determinação ou permissão. Certamente, ele não imagina Deus a repousar em ociosa torre de observação, enquanto se dispõe a permitir algo, quando intervém uma, por assim dizer, vontade presente, de qualquer modo não se poderia declarar como causa“(I; 16:8)

“De igual modo, também, se mune de cuidado em governar todas as criaturas para o bem e segurança dos seus, e até mesmo o próprio Diabo, a quem vemos não ousar nada intentar contra Jó, sem sua permissão e mandado[Jó 1.12]”(I; 17:7)

“Firmado por esta convicção, sua jornada que, em certo lugar [1Ts 2.18], dissera haver sido impedida por Satanás, em outro [1Co 16.7] Paulo a fixa na permissão de Deus. Se apenas dissesse que o obstáculo fora de Satanás, teria parecido conferir-lhe excessivo poder, como se estivesse em sua mão contrariar até mesmo os próprios desígnios de Deus. Mas agora, quando a Deus estatui como árbitro, de cuja permissão dependem todos os caminhos, ao mesmo tempo evidencia que Satanás, seja o que for que articule, nada pode efetuar a não ser por seu arbítrio”(I: 17:11)

“Parece-lhes absurdo que, pela vontade e determinação de Deus, seja feito cego um homem que, a seguir, haverá de sofrer as penas de sua cegueira. Dessa forma evadem-se tergiversando que isso se dá apenas pela permissão de Deus, entretanto não por sua vontade. Mas é Deus mesmo que, ao declarar abertamente que ele é quem o faz, repele e condena tal subterfúgio.

Que os homens não fazem coisa alguma sem que tacitamente Deus lhes dê permissão, e que nada podem deliberar senão o que ele de antemão determinou em si mesmo, e o que ordenou em seu conselho secreto, se prova à luz de testemunhos inumeráveis e claros. O que do Salmo [115.3] citamos anteriormente – ‘Deus faz tudo quanto lhe apraz’ –, é certo que se aplica a todas as ações dos homens. Se, como aqui se diz, Deus é o árbitro real das guerras e da paz, e isto sem qualquer exceção, quem ousará dizer que, desconhecendo-o ele ou mantendo-se passivo, são os homens a elas arrojados, ao acaso, como por um cego impulso?”(I; 18:1)

“Portanto, seja o que for que os homens maquinem, ou o próprio Satanás, entretanto Deus retém o timão, de sorte que lhes dirija os propósitos no sentido de executarem seus juízos. Deus quer que o pérfido rei Acabe seja enganado; para esse fim oferece seus préstimos ao Diabo. Por isso é enviado com um mandado definido: que seja um espírito mentiroso na boca de todos os profetas [1Rs 22.20-23]. Se a obcecação e insânia de Acabe é o juízo de Deus, desvanece-se o constructo imaginário da permissão absoluta, pois seria ridículo que o juiz permitisse o que queria que fosse feito, contudo não o decretasse e não determinasse a execução aos serventuários”(I; 18:1)

“Aqueles que são ao menos medianamente versados nas Escrituras vêem que, para alcançar a brevidade, menciono apenas uns poucos exemplos dentre muitos, dos quais, no entanto, se faz mais do que evidente que dizem coisas sem nexo e pronunciam absurdos esses que no lugar da providência de Deus colocam a permissão absoluta, como se, assentado em uma guarita, aguardasse ele eventos fortuitos, e assim do arbítrio dos homens dependessem seus juízos”(I; 18:1)

“Nada, porém, mais claro se pode desejar que isto: tantas vezes declara que ele cega o entendimento dos homens e os fere de vertigem [Dt 28.21], embriaga-os de um espírito de torpor, lhes infunde loucura [Rm 1.28], endurece o coração [Ex 14.17, passim]. Muitos, porém, lançam estes fatos à conta da permissão, como se, ao rejeitar aos réprobos, Deus os deixasse entregues a Satanás para que os cegasse. Todavia, uma vez que o Espírito Santo declara expressamente que cegueira e insânia são infligidas pelo justo juízo de Deus[Rm 1.20-24], essa solução se torna muitíssimo frívola”(I; 18:2)

“Está escrito que ele endureceu o coração de faraó [Ex 9.12]; de igual modo, que o fez pesado [Ex 10.1] e o enrijeceu [Ex 10.20, 27; 11.10; 14.8]. Alguns contornam essas formas de expressão através de sutileza insípida, porquanto nessas referências a vontade de Deus é posta como a causa do endurecimento, enquanto em outro lugar [Ex 8.15, 32; 9.34] se diz que o próprio faraó havia endurecido o coração. Como se, na verdade, se bem que de modos diversos, não se harmonizem perfeitamente bem entre si estes dois fatos: que o homem, quando é acionado por Deus, contudo ele, ao mesmo tempo, está também agindo. Eu, porém, lanço contra eles o que objetam, porque, se endurecer denotar permissão absoluta, o próprio impulso da contumácia não estará propriamente em Faraó, com efeito, Quão diluído e insípido seria interpretar assim, como se Faraó apenas se deixasse endurecer! Acresce que de antemão a Escritura corta a asa a tais subterfúgios: ‘Mas eu’, diz Deus, ‘lhe endurecerei o coração’[Ex 4.21]”(I; 18:2)

(3.4)A Bíblia diz que Deus usou Satanás, em seu propósito de provar Jó, culminando na morte do gado, empregados e filhos de Jó(Jó 1:12-19). A demagogia e hipocrisia arminiana, no caso de Jó, é gritante, pois não só é dito que Deus deu autoridade a Satanás para ele matar, por exemplo, com fogo, as ovelhas e os empregados de Jó(Jó 1:12-16), como isso foi chamado de “fogo de Deus”(Jó 1:16)

(3.5)John Wesley[1703-1791], ministro metodista, em sua “Nota sobre Jó 1:19”, diz:

Aqui estava outra prova do príncipe das potestades do ar. Que mal ele não poderia fazer com este tremendo agente, se ele não estivesse constantemente sob o controle do todo poderoso!”.

(3.6)Arno C. Gaebelein [1861-1945], Ministro Metodista, em seu “Comentário de Jó 1:6-22”, diz:

Deve-se observar cuidadosamente aqui que a fonte de todas essas relações não são as acusações de Satanás, mas o próprio Deus. Deus sabia o que Seu servo Jó precisava, e Ele mesmo apresenta seu caso e coloca tudo em ação. Se Ele exige de Satanás que ele tenha considerado Seu servo Jó, é porque Ele mesmo o fez. Satanás é apenas um instrumentom ignorante, embora sutil, para realizar os propósitos da graça de Deus”.

(3.7)Gary Everest, ministro arminiano, em seu “Comentário de Jó 1:21”, diz:

“Portanto, esta afirmação está correta no sentido de que Deus usou Satanás como um instrumento para trazer destruição e perda a vida de Jó”.

- Deus usou Satanás para provar Jó novamente, colocando lepra nele(Jó 2:1-7).

- Deus usou um espírito maligno para atormentar a Saul(1 Sm 16:14-16; 19:9).

(3.8)Adam Clark [1760-1762], ministro metodista, sobre 1 Sm 16:14, diz:

O espírito malígno foi imediatamente enviado pelo Senhor ou teve permissão para vir”.

(3.9)James B. Coffman[1905-2006] , ministro arminiano, diz, em seu “Comentário de 1 Sm 16:14”, diz:

O que quer que tenha acontecido com Saul, foi a vontade de Deus”.

(3.11)Charles W. Smith[1927-2013], ministro pentecostal arminiano, em seu “Comentário de 1 Sm 16:14”, diz

“Mas estou convencido de que, de uma forma única e incomum, Satanás está realmente servindo a Deus. Ele está servindo aos propósitos de Deus”.

(3.12)Arno C. Gaebelein [1861-1945], ministro metodista, em seu “Comentário de 1 Sm 16:14”, diz:

Um espírito malígno vindo do Senhor começou a perturbar Saul depois que o Espírito do Senhor se afastou dele”.

- Deus enviou um espírito malígno, induzindo pessoas a se levantarem contra Abimeleque(Jz 9:23-24), para que ele fosse morto e pagasse por seus crimes(Jz 9:24,53-56).

(3.13)James B. Coffman[1905-2006], ministro arminiano, em seu “Comentário de Jz 9:24”, diz:

Todos os fenômenos sobreanturais e inexplicáveis nas Sagradas Escrituras são atribuídos a Yahweh, seja de bem estar ou de desgraça, mas nunca de forma a exculpar o culpado ou a imputar o mal moral a Yahweh”.

(3.14)Arno C. Gaebelein[1861-1945], ministro metodista, em seu “Comentário de Jz 9:24”, diz:

Foi Deus quem enviou um espírito malígno entre Abimeleque e os homens de Siquém”.

- Deus colocou um espírito de mentira(um demônio) na boca dos profetas de Acabe(1 Re 22:19-23; 2 Cr 18:18-22).

- Deus usou demônios para causar mal e destruição aos egípcios(Sl 78:49).

(3.15)Joseph Benson[1749-1821], ministro metodista, em seu “Comentário do Salmo 78:49”, diz:

“O leitor deve observar que ‘algumas das pragas egípcias foram especificadas nos versículos anteriores, outras delas são aqui reunidas, e afirma-se que toda a cena foi uma demonstração completa de ira e vingança, Executada contra os opressores da Igreja por anjos, agentes ou mensageiros maus; se, por esta expressão, entendemos os instrumentos materiais do desprazer divino, ou os anjos empregados como ministros da vingança, ou o verdadeiro aparecimento de espíritos malígnos, experimentados para atormentar os ímpios neste mundo, como certamente farão no próximo".

(3.16)Arthur S. Peake[1865-1929], ministro metodista, em seu “Comentário de Salmo 78:49”, diz:

Aqui o salmista acrescenta algo à história contada em Êxodo. Obando de anjos maus’ e a praga geral não são mencionados em nenhum outro lugar da Bíblia”.

(3.17)John Wesley[1703-1791], ministro metodista, em sua “Nota sobre Sl 78:49”, diz:

Anjos mausa quem Deus usou na criação dessas pragas”.

(3.18)Joseph Sutcliff[1762-1856], ministro metodista, em seu “Comentário de Sl 78:49”, diz:

Enviando anjos maus entre eles, para destruir os primogênitos dos egípcios; mas eles não tinham poder para tocar as famílias onde o sangue da aliança foi aspergido”.

(3.19)O Dr. John Theodore Mueller(1885-1967), teólogo luterano, diz:

"As Escrituras ensinam que Deus se serve dos anjos maus para punir os ímpios por motivo de sua rejeição da verdade[2 Ts 2:11-2] e para provar os fiéis"(2 Co 12:7]"(p205)

(3.20) Dr. Edward Koehler(1875-1951), teólogo luterano, em sua obra "Sumário da Doutrina Cristã", diz:

"Todavia, este espíritos ímpios estão sujeitos ao supremo domínio e controle de Deus e não podem ir além do que ele permite que façam[Jó 1:12; 2:6]. E não prevalecerão contra a Igreja[Mt 16:18; Rm 16:20], mas devem servir aos propósitos de Deus, provando os piedosos, como Deus lhes permitiu fizessem a Jó, e punindo os ímpios[Sl 78-49]"(p.45)

Existiu alguma outra vontade fora da vontade de Deus, que o moveu a tomar essas atitudes? Se os arminianos ou o Martinez responderem “sim”, estão afirmando que o próprio Deus não tem livre arbítrio em sentido absoluto, e estarão ensinando ou afirmando que existe alguma força ou vontade maior e acima da força e vontade de Deus. Mas as Escrituras dizem que não existe ninguém maior do que Deus: “Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por Si mesmo”(Hb 6:13)

Quando o diabo estava entrando em Judas, Jesus disse-lhe: “o que fazes, faze-o depressa”(Jo 13:27). Quando Jesus ordenou para que essa criatura ímpia cometesse o mal de maneira rápida, deixou ele de fazer a vontade de Deus, ou será que a sua atitude não correspondia a perfeita vontade de Deus?

O próprio John Wesley reconheceu que todas esses males causados por Satanás e outros demônios sobre homens bons ou maus, ocorreram segundo a vontade de Deus:

Eles morreramn por um vento levantado pelos demônios, mas que se considerou ser a mão imediata de Deus”(Nota sobre Jó 1:19)

4º Argumento: Novamente o ‘apologeta’ do CACP, a partir do minuto 39:48, passa a ‘responder’ o Pr. Marcos Granconato:

O site do CACP.br lá nós temos mais tempo, né, está respondido todas estas questões. Ma eu penso assim. Os calvinistas precisam assumir João Calvino. Ou assumem João Calvino, ou não assumem João Calvino. Ou aceitam o que João Calvino disse ou não aceitam. É uma coisa que têm de ser resolvida. Não pode ficar desse jeito, esse entrave. Quando interessa., interessa. Quando não interessa, não interessa. Uma vez eu entrevistei o Inricristo. Eu fui lá em Brasília entrevistar ele. E aí eu falava: ‘Oô, Inri, isso aqui, a Bíblia diz isso; Não, isso ta errado. Oô Inri, isso aqui’; “Ah, isso ta certo’. Eu disse: ‘Ah, quando interessa, ta certo; quando não interessa, tá errado’. Ele falou: ‘Claro, meu filho, a palavra é minha’. Então, as vezes, os calvinistas agem como Deus da Palavra, no sentido de querer manipular a própria Palavra. Olha, Calvino disse que não é permissivo. É decreto. Quando acontece alguma coisa, é decreto. O texto que o pastor acabou de citar, nós vamos ver pelo texto também, você pode até verificar no original e e mesmo traduzido na tradução que ele acabou de ler, você vê que o espírito enganador quis enganar. Ele quis. E assim foi permitido. Agora, permissão na Bíblia, é uma coisa. Decreto é outra. Eu vou ler daqui a pouco um texto de João Calvino aqui e nós vamos observar que a coisa é muito séria. Como é que Deus pode decretar as ações do diabo, e não ser co-autor das suas artimanhas, das suas maldades? Como é que eu posso chegar diante, e outra coisa, a Palavra de Deus não dá base pra isso. A Palavra de Deus é muito clara, com relação a vontade. Isaías 14 deixa claro. Satanás fala: ‘Eu subirei, eu me assentarei, eu me colocarei’. Ali você vê o livre arbítrio do diabo. Você vê o livre arbítrio, aliás, do anjo de luz ainda, né, querendo fazer o mal, querendo subjugar o próprio Deus. Então, a Bíblia, ela é singela, é simples, objetiva, clara. E eu não entendo que os arminianos não respondam a... acú... a situação toda perfeitamente. Eu entendo que respondem. Não tem todas as respostas. Mas o arminianismo responde de uma maneira muito mais positiva, muito mais abrangente, muito mais amorosa, muito mais clara a questão toda. E no arminianismo wesleiano nós vamos encontrar Deus sendo realmente isento do mal, e sendo das autorias das coisas que o inimigo faz. Agora, no calvinismo, nós vamos encontrar essa falha grave, aonde o diabo é o braço do próprio Deus, fazendo o mal, destruindo, matando e roubando”.

Refutação: (4.1)1 Sm 16:14-16; 19:9; Jó 1:12 e 1 Re 22:20-22 são citados pelo Pr. MC e qual é a resposta do ‘apologeta’ do CACP: ‘O site’ do CACP, Inricristo. Antes ele já citou Heráclito! É pra rir!

(4.2)Já foi provado lá acima, que quando Calvino diz que Deus permite uma coisa, ele só o faz porque antes a decretou, isto é, a determinou:

“Aqueles que são ao menos medianamente versados nas Escrituras vêem que, para alcançar a brevidade, menciono apenas uns poucos exemplos dentre muitos, dos quais, no entanto, se faz mais do que evidente que dizem coisas sem nexo e pronunciam absurdos esses que no lugar da providência de Deus colocam a permissão absoluta, como se, assentado em uma guarita, aguardasse ele eventos fortuitos, e assim do arbítrio dos homens dependessem seus juízos”(Institutas, I; 18:1)

No dizer de Calvino, quando alguém quer dizer que uma coisa acontece apenas porque Deus permite, ela faz de Deus um guarda, que na guarida, passivo, espera acontecer algo, para somente depois disso, tomar alguma atitude. Os escritores bíblicos dizem que Deus decretou todas as ações de suas criaturas(Pv 16:33)

(4.3)O texto de 1 Re 22:22 diz que o espírito enganador diz “eu sairei e serei um espírito de mentira”. Isso define o desejo daquele espírito maligno, não sua ação propriamente dita. O desejo do espírito maligno só se tornou realidade, quando Deus não apenas garantiu que ele lograria êxito em seu ato de induzir, enganar e mentir, como também determinou que ele fosse e fizesse exatamente daquela maneira: -induzisse e mentisse: “Tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim”(1 Re 22:22). É a vontade de Deus que determina a realização do acontecimento, não o desejo da criatura, como reconheceu Daniel Whedon, ministro metodista arminiano:

“Assim, O Senhor envia um espírito mentiroso para executar um julgamento divino, assim como enviou espíritos malígnos para perturbar Saul[1 Sm 16:14] e causar a destruição de Abimeleque[Jz 9:23]. Portanto, foi algo mais do que uma mera permissão da parte de Deus. De acordo com as Escrituras, Jeová muitas vezes usa os espíritos iníquos como agentes para realizar certos julgamentos divinos, e não apenas permite a sua obra por uma questão de simples tolerância”(Com. de1 Re 22:22)

Joseph Benson[1748-1821], ministro metodista, em seu “Comentário de 1 Re 22:20-22”, diz:

Mas esta é uma representação simbólica, para signficar que o Senhor resolveu fazer com que Acabe fosse enganado e perecesse em Ramote-Gileade, e não em qualquer outro lugar; para que aquele que pecaminosamente permitiu que Ben-Hadade escapasse, pudesse ser punido por Ben-Hadade”.

E em seu “Comentário de 1 Re 22:22”, ele diz:

“Arranjos perversos procedem de homens e espíritos iníquos; mas o fato deles prevalecerem e terem eficácia é devido a mão de Deus, que dirige e ordena quando e onde eles surgirão, e qual será o resultado deles”.

(4.4)Daniel Whedon e Joseph Benson, arminianos wesleianos, dizem que no caso de 1 Re 22:20-22, Deus, por vontade própria, enviou espíritos malignos, para fazerem sua vontade. Eles fizeram do Diabo o braço do próprio Deus, Martinez?

(4.5)Preste atenção no argumento do Martinez: "Agora, permissão na Bíblia, é uma coisa. Decreto é outra. Eu vou ler daqui a pouco um texto de João Calvino aqui e nós vamos observar que a coisa é muito séria. Como é que Deus pode decretar as ações do diabo, e não ser co-autor das suas artimanhas, das suas maldades?".

Ele está dizendo que tudo o que acontece, acontece por Deus permitir, sem decretar. Mas 2 Sm 12:11-12 desmente Martinez, afirmando:

"Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol"(ACF)

Aqui é o próprio Deus afirmando que em sua vontade decretiva, determinou que as mulheres de Davi se deitariam com um de seus próprios parentes. Note as expressões de Deus: "suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti", "as darei a teu próximo", "eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol". Não se trata de mera permissão, como se Deus deixasse que acontecesse, mas de decreto, de determinação, onde Deus mesmo determinou que acontecesse. Mas há outro texto - Amós 3:6 -, onde lemos:

"Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?"(ACF)

O contexto desse verso vai falar em um contexto de uma catástrofe que viria sobre Israel, onde o mesmo seria atacado por inimigos vizinhos(Am 3:7-11). É a mesma coisa de Is 45:7, onde ele diz:

"Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas"(ACF)

Ainda que Is 45:7, trate de uma calamidade que Deus faria cair sobre Israel, por meio de Ciro(Is 45:1-6), evidentemente se entende que todos os assassinatos que Ciro cometeria contra Israel seriam resultado do decreto de Deus, que criaria esse mal, ao invés de meramente permití-lo, como imaginam os arminianos.

Arminianos não conhecem as Escrituras.

5º Argumento:E a partir do minuto 45:46, em “resposta” ao uso dos mesmos textos de 2 Co 12:7-9; 1 Sm 16:14, o ‘apologeta’ do CACP, diz:

Até parece que o pastor ta contra Deus, né? Tá falando com uma veemência. Como Deus faz isso?! A pergunta é umas perguntas, mas, as vezes que o pastor coloca, parece que ele ta perguntando próprio Deus. Talvez seja até uma dúvida do coração mesmo, que o pastor tenha. Bom, em primeiro lugar, o texto de Coríntios, que ele citou, é só continuar lendo o texto. O mensageiro esbofeteava Paulo, ele vai falar, são os falsos irmãos, eram os fariseus , os saduceus. Tá no contexto exegético. É só ler o texto. É... é só o senhor ler o texto. Tá lá escrito. Ele vai falar. Os falsos irmãos, os falsos obreiros, dos heb.. dos fariseus, dos saduceus, dos religiosos judeus. E esse espinho de Satanás, que são falsos irmãos, muitos pastores passam por isso na igreja, né? Quantas vezes o pastor ora: ‘Meu Deus, me livra daquelas pessoas que me perseguem na Igreja. Muitos pastores falam isso, reclamam disso, mas eu acho que isso é uma experiência que Deus quer que nós tenhamos. E Deus não vai livrar, livrar-nos dessa situação. Nós vamos passar por isso. Nós vamos ter que enfrentar isso. Então, ah... é claro que existem outras interpretações do texto de Paulo em Coríntios. Mas, a maior parte dos teólogos vão dizer que o espinho na carne de Paulo ali eram os falsos irmãos, a perseguição que ele passava, toda essa circunstância contextual que ele vivia, e o senhor sabe que não foi fácil, Paulo. Paulo foi apedrejado, PAULO FOI MORTO, PAULO RESSSUSCITOU, Paulo sofreu muito, ou ele foi tido como morto, né? Ele passou por uma situação, por várias situações bastantes complexas. Com relação ao texto do Velho Testamento, o arminianismo wesleiano responde com a palavra ‘permissão’. Sempre permissão. E é. Porque o foco nessa palavra, pastor, Héber; porque é muito muito muito diferente ‘eu permitir’ alguém de fazer alguma coisa; e eu decretar que alguém faça alguma coisa. É muito diferente. Há uma, há uma... enorme distância entre as duas palavras. E que nós observamos aí, que o pastor até citou muito bem que o próprio João Calvino as vezes tenta intercambiá-las, mas isso é pra engodar quem está lendo, quem tá ouvindo, porque é diferente as palavras. Quando eu decreto alguma coisa, eu quero aquilo, eu mandei fazer. Quando eu permito, é diferente. Eu apenas deixei que acontecesse, e nós entendemos que muitas vezes o mal age na vida das pessoas, porque o próprio homem acaba dando liberdade para que o maligno ataque. A Bíblia fala ‘se permanecermos na luz, o maligno não ataca. Se permanecermos na verdade, que João vai dizer, o maligno não ataca. Mas, quando saímos da verdade, quando saímos do princípio bíblico, nós abrimos brecha e aí o inimigo ataca”.

Refutação: (5.1)É interessante notar que o ‘apologeta’ arminiano faz uma falsa dicotomia com relação ao ‘espinho”[NO SINGULAR] e mensageiro [NO SINGULAR] de Satanás, dizendo que o mensageiro “são os falsos irmãos, eram os fariseus , os saduceus, os falsos obreiros, os religiosos judeus”. Mas Paulo fala num único ESPINHO, e num único MENSAGEIRO.

(5.2)O texto de grego em 2 Co 12:7 usa o substantivo grego “ἄγγελος”(angelos), que segundo o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, publicado pela arminiana Casa Publicadora das Assembléias de Deus no Brasil, se refere literalmente “anjos do diabo, ou de Satanás”. O “Dicionário do Grego do Novo Testamento”, do padre Carlo Rusconi, diz que “ἄγγελος”(angelos), se refere a um “mensageiro mau, de Satanás”. John Wesley[1703-1791], ministro metodista, em sua “Nota sobre 2 Co 12:7”, diz:

“Um mensageiro ou anjo de Satanás para me esbofetear”.

Joseph Sutcliff[1762-1856], ministro metodista, em seu “Comentário de 2 Co 12:7”, diz:

“E isso parece concordar com o mensageiro ou anjo de Satanás em esbofeteá-lo. O anjo mau continuamente o censurava por suas enfermidades, magnificando sua fraqueza, e ordenando-lhe que se retirasse trabalhos e sofrimentos tão severos, acrescentando que ele não estava apto para lutar com turbas e tumultos, ou com tristezas e problemas na igreja, e um mundo de inimigos externos”.

(5.3)Eu não sabia que Paulo tinha morrido e ressuscitado. O Pastor Marcos Granconato bateu forte demais! Rsrsrs

(5.4)As Escrituras ensinam que Deus determinou todas as coisas(Ef 1:11), incluindo as ações boas ou más de suas criaturas, (Gn 45:4-8; Jz 14:1-4; Pv 16:33; 21:1; Mt 26:23-24; Jo 17:12; At 2:23; 4:27-28; Ef 2:10; Fl 2:13; ). Nos ensinam as mesmas que Deus nada pode permitir, sem que antes o tenha decretado ou desejado(Is 14:24-27). As palavras de Paulo são bem claras, quando diz que “conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”(Ef 1:11) Nesse sentido, Adam Clark[1760-1832], ministro metodista, em seu “Comentário de Ef 1:11”, diz:

“Portanto, não havia nada de fortuito no esquema cristão, tudo era resultado de conselhos e desígnios infinitos”.

(5.5)Definitivamente, existe uma grande diferença entre o deus adorado pelo ‘apologeta’ do CACP e o Deus das Escrituras. O deus arminiano fica sentado na cadeira, igual a um vigilante noturno, esperando que alguém invada o seu território, e somente depois da ação desse alguém, é que toma alguma decisão. O Deus das Escrituras é bem diferente. Ele determina todas as coisas(Pv 16:4,33; Is 46:10; Gn 45:4-8; Jz 14:1-4; Mt 26:23-24; Jo 17:12; At 2:23; 4:27-28; Ef 2:10; Fl 2:13; Ap 13:8; 17:8)

(5.6)Note o argumento do Martinez: "Quando eu decreto alguma coisa, eu quero aquilo, eu mandei fazer. Quando eu permito, é diferente. Eu apenas deixei que acontecesse". Ele está dizendo que tudo o que acontece, acontece por Deus permitir, sem decretar. Mas 2 Sm 12:11-12 desmente Martinez, afirmando:

"Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol"(ACF)

Aqui é o próprio Deus afirmando que em sua vontade decretiva, determinou que as mulheres de Davi se deitariam com um de seus próprios parentes. Note as expressões de Deus: "suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti", "as darei a teu próximo", "eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol". Não se trata de mera permissão, como se Deus deixasse que acontecesse, mas de decreto, de determinação, onde Deus mesmo determinou que acontecesse. Mas há outro texto - Amós 3:6 -, onde lemos:

"Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?"(ACF)

O contexto desse verso vai falar em um contexto de uma catástrofe que viria sobre Israel, onde o mesmo seria atacado por inimigos vizinhos(Am 3:7-11). É a mesma coisa de Is 45:7, onde ele diz:

"Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas"(ACF)

Ainda que Is 45:7, trate de uma calamidade que Deus faria cair sobre Israel, por meio de Ciro(Is 45:1-6), evidentemente se entende que todos os assassinatos que Ciro cometeria contra Israel seriam resultado do decreto de Deus, que criaria esse mal, ao invés de meramente permití-lo, como imaginam os arminianos.

Arminianos não conhecem as Escrituras.

6º Argumento. No minuto 52:04, o ‘apologeta’ do CACP, diz:

Em primeiro lugar, eh... é difícil a gente ter de falar de um tema tão abrangente, com tão pouco tempo, né? É um tema muito abrangente, tá certo? E é bastante complexo. Então eu vou tentar aqui me deter no... no tema, e não nas provocações. Rh, eu não posso, inclusive até por uma questão de ética; nós somos da mesma Ordem; eu provocar e desrespeitar o meu colega. Mas a questão que nós elaboramos aqui é a seguinte. Se o Diabo só faz o que Deus determina, então pra que Jesus, que sempre fez a vontade do Pai, se manifestou? Ai eu cito o texto de 1 João 3:8 = ‘Para isto o Filho de Deus se manifestou, para desfazer as obras do diabo”. Olha, Jesus contra a vontade de Deus, ta vendo, pastor? ...Se o Diabo só faz o que Deus determina, então, pra que Jesus, que sempre fez a vontade do Pai, se manifestou? Vai lutar contra o próprio Pai?“

Refutação: (6.1)Pegando carona no argumento do Pr. Marcos Granconato, podemos fazer a mesma coisa, perguntando ao ‘apologeta’ do CACP:

- Se Deus condenava o casamento misto(Gn 28:6; Ed 10:10-14,17-19; 1 Re 11:1-2), então pra que Ele decretou que Sansão se casasse com Dalila?(Jz 14:14). Qual é a lógica disso?

- Se Deus condenava o homicídio(Ex 20:13), então pra que ele enviou um espírito maligno, induzindo pessoas a se levantarem contra Abimeleque(Jz 9:23-24), para que ele fosse morto?(Jz 9:24,53-56). Qual é a lógica disso?

- Se Deus condenava o homicídio(Ex 20:13), então pra que ele decretou que Herodes, Pilatos, os judeus e gentios matassem Jesus Cristo?(At 2:23; 4:27-28). Qual é a lógica disso?

- Se Deus condenava a mentira(Ex 20:16; Ap 21:8), então pra que ele decretou que um espírito de mentira(um demônio)fosse colocado na boca dos profetas de Acabe?(1 Re 22:19-23; 2 Cr 18:18-22). Qual é a lógica disso?

- Se Deus condenava o adultério(Ex 20:14; Dt 22:22), então pra que decretou que as mulheres de Davi cometessem adultério contra ele?(2 Sm 12:9-11 comp. com 2 Sm 16:22). Qual é a lógica disso?

- Se Deus condenava a não pregação do Evangelho(1 Co 9:16), então pra que decretou que os apóstolos fossem proibidos de anunciarem o Evangelho na Ásia e na Bitínia?(Jo 16:6-7). Qual é a lógica disso?

- Se Deus afogaria Faraó no Mar Vermelho por este perseguir o povo de Israel(Sl 136:15), então pra que decretou que este endurecesse seu coração, não deixando seu povo sair do Egito?( Ex 9:12; 10:20; 11:10; 14:8).Qual é a lógica disso?

- Se Jesus sabia de antemão que Judas o trairia(Jo 6:64; At 1:16), e se Deus puniria Judas por essa futura traição(Mt 26:23-24), então pra que Jesus o escolheu para ser seu discípulo?(Jo 6:70-71). Qual é a lógica disso?

7º Argumento - A partir do minuto 56:32, o ‘apologeta’ do CACP, diz:

Veja bem. O pastor citou Rm 11. Ele não leu o 2. O capítulo 2 de Romanos falo porque Deus entregou o coração das pessoas para se endurecidas. Lá ta escrito. Quem ta lendo. Quem ta ouvindo aqui, quem tá assistindo o debate, tá percebendo que eu tô tentando responder as perguntas, e eu sei que é difícil respondê-las. Agora, quem tá fugindo das perguntas, não sou eu. Eu to fazendo as perguntas pro pastor. Eu gostaria de uma resposta. Resposta não foi dada. Resposta não está aqui. Ela não foi nem nem uma tentativa de dar a resposta, foi feita. Mas eu queria que quem tá em casa prestasse atenção, porque tem muita gente virando calvinista; prestasse atenção no que você ta virando. A pessoa tem que saber o Deus que ela ta servindo. Eu vou ler o que Calvino falou na Instituta, no caso em pdf, A1.16. Calvino fala assim: ‘Imaginemos por exemplo, um mercador, que havendo entrada em uma zona da mata, com um grupo de homens de confiança, imprudentemente, se desgarra dos companheiros, em seu próprio divagar, seja levado a um covil de salteadores, caia nas mãos dos ladrões, ter os pescoço decapitado, sua morte não fera meramente antevista, não será meramente antevista pelo olho de Deus, mas além disso é estabelecida por seu decreto’. Eu queria saber qual é o pastor calvinista, que chega diante de uma mãe que teve o filho de cinco anos de idade, estuprado, esquartejado, violentado, abusado; aquela mãe que chega diante do pastor e fala: ’Pastor, perdi o meu filho, o ladrão pegou lá, o salteador pegou o meu filho, o estuprador, matou, esquartejou, violentou, fez todo o mal’, e esse pastor vai olhar pra essa mulher e vai falar: ‘Minha senhora, aconteceu tudo isso para o beneplácito de Deus. O Diabo que agiu ali foi a mão de Deus. Deus ficou feliz lá no céu. Sentiu orgulho. Ficou grato com isso que aconteceu’. Eu queria saber qual é o pastor que tem coragem de falar isso, prum uma mãe fragilizada, prum uma mãe que chega diante do pastor, compartilha uma tragédia dessa, se ele vai falar esse tipo de coisa. E eu como apologista, pastor Héber, as vezes eu escuto alguns calvinistas aqui falando, dá até um arrepio na espinha, porque eu... eu combato muitos ateus, eu vou muito pro campo de batalha e a Bíblia manda batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos santos – Judas versículo 3. Deus pede para que nós batalhemos e eu fico assim pensando: ‘Meu Deus, quanta ferramenta esses calvinistas dão pros ateus virem contra nós, os evangélicos, os cristãos, atacarem a nossa fé, não propõe solução, e eu queria te falar uma coisa; eu tenho fé, tenho vontade ainda de escrever uma tese de mestrado sobre o ateísmo que impera na Europa, que hoje é só 5% de europeus que são protestantes, que outrora eram calvinistas. Esse calvinismo que teve um momento ali na Europa que ele na hora do Iluminismo, ele causou tanto ateísmo, tanto ceticismo, e eu acho que o pastor Granconato, se me permitir, deveria tomar cuidado em algumas colocações, porque as pessoas mais frágeis na fé, com certeza, podem ter a sua fé diluída, nesses argumentos, que a meu ver, são argumentos terríveis”.

Refutação: (7.1)O que nós diríamos para as mães dos amalequitas, que tiveram seus filhos de peito, mortos por Saul, em cumprimento a determinação do Senhor?(1 Sm 15:3). O que nós diríamos para as mães das crianças mortas por afogamento, no dilúvio, por ordem de Deus?(Gn 7:21-23). O que nós diríamos para as mães das crianças queimadas vivas em Sodoma e Gomorra, por ordem do Senhor?(Gn 19:24-25). O que nós diríamos para as mães das crianças que foram mortas ao fio da espada em Jericó, por ordem de Deus?(Js 6:21). O que nós diríamos para as mães das crianças que foram mortas entre os amalequitas em todas as suas gerações, por ordem de Deus?(Ex 17:13,14,16; Nm 24:20; Dt 25:29). O que nós diríamos para as mães das crianças que foram mortas em Jerusalém, por ordem do Senhor?(Ez 9:4-5,9). O que nós diríamos para as mães das crianças que foram mortas entre os descendentes de Esaú, por ordem do Senhor?(Ml 1:1-4)

(7.2)A fé cristã não se alicerça em sentimentalismos humanos, mas na visão que as Escrituras Sagradas apresentam sobre Deus. Por exemplo, o que dizer de Deus ter ordenado a morte do filho recém nascido de Davi, como castigo ao pecado do rei, que matou o inocente Urias?(2 Sm 12:9-24).

Como os arminianos, os testemunhas de jeová fazem o uso do apelo ao sentimentalismo como arma de rejeição a doutrina do tormento eterno:

"Que acharia de um genitor que segurasse a mão de seu filho sobre o fogo para castigá-lo por causa de uma transgressão? 'Deus é amor'[1 Jo 4:8]. Será que ele [Deus] faria aquilo que um genitor humano com mente sã não faria? Certamente que não!"(Raciocínios à Base das Escrituras, p.196)

(7.3)O argumento do 'apologeta' do CACP é o mesmo do satanista Anton Szandor Lavey, que diz:

"Qualquer um que pense em Satan como sendo malígno deveria considerar todos os homens, mulheres, crianças e animais que morreram porque era a 'vontade de Deus'"(A Bíblia Satânica, p.25)

(7.4)Sobre a acusação do calvinismo causar ateísmo, o 'apologeta' do CACP, imita o muçulmano Dar Al-Meddina, que em seu livro "Uma Visão Islâmica do Cristianismo", diz:

"Os dogmas irracionais do cristianismo explicam em grande a parte a progressão do ateísmo nas sociedades ocidentais"(p.120)

O Dr. John Theodore Mueller(1885-1967], teólogo luterano, afirma que a afirmação de qualquer coisa que aconteça sem que seja parte da vontade de Deus já é ateísmo:

"Ainda assim assim, a pergunta fica de pé: 'De que modo Deus coopera nas más ações que realmente ocorrem? Por uma parte, não podemos dizer que tais atos se pratiquem sem Deus, porque isso viria a negar a sua co-participação divina[ateísmo]; por outra parte, contudo, não devemos atribuir semelhantes atos a Deus, porque são de má qualidade[panteísmno]. A co-participação divina não faz de Deus autor nem cúmplice das más ações"(Ibidem, p.195)

A afirmação de que o Calvinismo "causou tanto ateísmo, tanto ceticismo", é argumento católico romano, visto que o 'padre' José Gras y Granollers[1834-1918] argumentou isso, para justificar o crescimento do ateísmo na Europa:

"Certamente, e o que é triste, o que o Conde de Montalembert escreve sobre a Inglaterra pode ser afirmado com pequenas diferenças em relação a todas as nações da Europa, nas quais o espírito ateu, racionalista ou protestante domina politicamente, uma vez que o protestantismo, o racionalismo e o ateísmo não são nada mais de três fases do mesmo princípio irreligioso, três elos lógicos na mesma cadeia de negação"(A Fé da Espanha com referência a presença do ateísmo da Europa [Em Espanhol], p.16)

"Depois de ter visto as grandes feridas do pauperismo e do socialismo abertas no corpo social pela inspirada indústria do espírito protestante, feridas que só poderão ser fechadas quando uma economia vigorosamente católica vier pôr ordem no caos das ambições e do egoísmo que exploram anarquicamente o forças do homem e da natureza, vamos dar uma rápida olhada na influência do protestantismo na literatura, nas artes e nos costumes"(Ibidem, p.17)

Etienne Borne, um dos membros do departamento de filosofia da USP, sendo professor de Psicologia e Filosofia nela, e fundador do Partido Democrático Cristão, em seu livro "Ateísmo", diz:

"Sendo o objetivo do presente ensaio fazer uma avaliação crítica do ateísmo contemporâneo, a primeira questão que deve ser levantada diz respeito às suas origens e originalidade. De Marx a Sartre, pode-se demonstrar que o ateísmo deriva, mesmo que - na verdade, especialmente se - os ateus o neguem veementemente, da filosofia de Hegel; mais exatamente, a partir de um ponto particular dessa filosofia"(p.12).

Karl Marx é considerado como pai do ateísmo contemporâneo. Mas que tipo de religioso foi Marx, antes de criar o moderno ateísmo? David Lyon, sociólogo, em sua obra "Karl Marx: Uma Avaliação Cristã de Sua Vida e Pensamento", diz:

"Com a mudança de nome veio o batismo na igreja luterana (embora o catolicismo fosse a religião majoritária), e a transição foi completa. Na verdade, a mudança para o protestantismo fez pouca diferença nas crenças e opiniões atuais que ele defendia. Sua educação secular francesa o deixou sem muita simpatia pela sinagoga e o batismo luterano não o envolveu em nenhuma rotina específica da igreja. Ele foi batizado em 1817 e manteve seu emprego"(p.26)

Rupert Woodfin, em sua obra "Introdução ao Marxismo, Guia Gráfico", diz sobre Marx:

"Ele era judeu e vinha de uma linhagem de rabinos, mas seu pai era advogado. Quando ele tinha seis anos, sua família se converteu ao cristianismo e ele cresceu como luterano"(p.6)

Isaiah Berlin[1909-1997], filósofo e historiador, em sua biografia sobre Karl Marx, disse:

"Ele foi batizado como luterano e casado com uma gentia: ele já havia ajudado a comunidade judaica em Colônia"(Karl Marx, Sua Vida e Ambiente, 1963, p.82)

Assim, Marx, antes de criar o ateismo na Europa, não era membro de uma igreja reformada[calvinista], mas luterana. Assim, mais um argumento falso do Martinez, cai por terra!

Mas, a afirmação do 'apologeta' do CACP, como a de seus irmãos muçulmanos e católicos romanos, é só uma afirmação barata.

(7.5)Eruditos arminianos tem reconhecido que o primitivo arminianismo foi o precursor do ateísmo, como Schmul O. Salem, que disse que "osprecursores do racionalismoforam os Remonstrantes”(Teólogos do Metodismo: Teses, p.21)

(7.6)Com relação ao Iluminismo, o Dr. James T. Dennison Jr, Reitor Acadêmico, Professor de História da Igreja e de Teologia Bíblica do Northwest Theological Seminary, disse:

"Armínio alcançou seu objetivo de um 'terceiro tipo de Reforma' e atenuou o calvinismo das Terras Baixas. Nos bastidores estavam Bento Spinoza e os precursores do Iluminismo. Deve ser reconhecido que o Arminianismo abriu o caminho para esta revolução epistemológica"(Reformed Confessions of the 16º and 17º Centuries In English Translation, Volume 4[1600-1693], p.45)

8º Argumento: A partir do minuto 1:01:34, o ‘apologeta’ do CACP, diz:

São duas perguntas. Primeiro, a do pastor egípcio. Como eu sou arminiano, criança não vai pro inferno. Pro calvinista vai pro inferno. Então, eu poderia dizer... Mas eu poderia dizer o seguinte. Essas crianças estão com Deus, né? Foi recolhida por Deus. Foi recolhida por Deus. Deus tira a vida de quem Ele quer, a hora que ele quer, tirou, permitiu, ou permite, né? Nós acreditamos nisso. Então, eu acredito que há uma resposta para a mãe egípcia, né? Deus recolheu para Si é muito melhor. Deus colheu para si essa criança. Agora, é importante as pessoas saberem que Calvino falou que as crianças que não forem batizadas, que até o pastor não batiza crianças, que inclusive Calvino amaldiçoou os pastores que não batizam crianças, é, ele diz que não serão salvas as crianças não batizadas. Então tem uma resposta pra essas crianças. Agora, Hebreus capítulo 6, pastor Heber, ele fala da apostasia, e nessa apostasia, ele diz que aquele que apostata, não volta atrás. O Diabo apostatou. Os anjos caídos apostaram da sua fé, de seu estado original. Então, obviamente, que esses anjos não voltarão ao seu estado original, porque Hebreus 6 explica bem isso. Até Calvino cita isso. Com relação ao diabo ter livre arbítrio, eu vou citar Calvino. Calvino diz assim: ‘De fato, quando institui que Satanás não persistiu na verdade, implica que outrora ele estivera nela, e quando o faço pai da mentira, dize-lhe isso, que não se faça Deus a falta do qual ele o diabo, mesmo foi a causa’, ou seja, pecado auto-causado. Então, pelo menos antes da queda, eu entendo aqui que Calvino está dizendo que o diabo teve liberdade pra agir. Na Instituta número 1, na página 137, o Calvino vai dizer que o Adão teve livre arbítrio. Então, nós estamos vendo aqui que o diabo provavelmente também pelo que o Calvino está dizendo, tinha esse livre arbítrio antes da queda. Claro, que hoje depois da queda, ele apostatou, ele não vai voltar atrás, e ele decide muitas coisas que ele quer fazer. Obviamente, que a soberania de Deus restringe algumas ações do diabo e o livro de Jó mostra isso. Não quer dizer que por Deus restringir até certo ponto o diabo, ele não é criador de muitas de suas maldades. Ele é e assim ele faz, e assim ele procede

Refutação: (8.1)O pensamento de que crianças pequenas, concebidas e geradas em pecado(Sl 51:5; Gn 8:21), que morrem na infância, ainda sem terem cometido um pecado em estado racional, são inocentes diante de Deus, é um grave erro, pois são todas consideradas pecadoras já desde o ventre de suas mães(Is 48:8; Sl 51:5; 58:3), e se fossem consideradas inocentes diante de Deus, jamais sofreriam morte física(1 Sm 15:1-3; 2 Sm 12:14-19), visto que a morte física é uma herança dos herdeiros do pecado(Rm 5:12,14,17). O entendimento das Escrituras é que não só estas crianças pequenas foram concebidas em pecado(Sl 51:5), mas são consideradas pecadoras desde o ventre de suas mães(Is 48:8; Sl 58:3) e nascem mortas em delitos e pecados, necessitando do novo nascimento(Jo 3:3,5). Jesus nunca disse que todas as crianças sem exceção, quando morrem, vão para o céu. Seu ensino foi que crianças, que eram filhas de pais crentes(Mt 19:13-15), são herdeiras de Seu reino, e ele vai dizer que se trata de crianças que crêem nEle(Mt 18:2-6), não de quaisquer crianças, sem exceção. Isso foi referendado pelo "Hinário Evangélico"(Metodista)(Hino nº 172 - 'Convite às Crianças'), portanto, num hinário arminiano, onde lemos:

"Pais crentes, devotos,

Traziam os filhinhos,

Buscando a benção e oração,

De Cristo - Emanuel,

E com palavras de rigor,

São afastadas do Senhor:

'Levai os meninos! Tira-os daqui'

Mas eis que o bom Mestre,

Com voz mui suave e meiga,

Os pequeninos chama a si,

E aos circunstantes diz:

Sobre eles minhas mãos porei,

Por eles todos orarei,

'Deixai os meninos que venham a mim'”(Estrofes 2 e 3)

A evidência, conforme testemunha o hinário arminiano da Igreja Metodista do Brasil, é que aquelas crianças dos quais 'é o reino dos céus', eram crianças que foram trazidas a Cristo, por pais crentes, não quaisquer crianças indiscriminadamente - filhas de ímpios e filhas de membros do povo da aliança(crentes).

O texto se refere a “alguns meninos”, não todos os meninos sem exceção, mas exclusivamente àqueles que foram levados a Jesus por pais que criam que Jesus era intercessor de seus filhos, diante de Deus.

O texto não fala em cada criança, sem exceção, mas em “alguns meninos”, isto é, em crianças que estavam indo a Jesus(‘Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim’). O verbo grego “ἀφίημι’(aphiēmi), aqui traduzido por “deixai’, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, tem o sentido de “deixar estar”. Jesus está ordenando ‘Deixem estes meninos estarem comigo’, e não impeçam o acesso deles a mim' Cada criança, sem exceção, fora ou pode ser trazido por seus pais a Jesus? Não, porque para que isso aconteça é necessário que seus pais creiam que Jesus possa oferecer a Deus orações por ela. Cada pai humano, sem exceção, foi dotado de fé salvífica em Cristo? Não!(Mt 11:20-26; 13:11; Lc 8:10; Jo 10:16,27; At 13:44, 48; 16:6-7; 2 Ts 3:2; Tt 1:1).

O texto não fala que cada criança, sem exceção, pertence ao reino dos céus(‘porque dos tais é o reino dos céus’). O adjetivo grego “τοιοῦτος”(toioutos), aqui traduzido por “tais”, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, tem o sentido de “tal como esta”. O sentido é de uma criança que fazia parte de um grupo seleto - “alguns meninos”(Mt 19:13), que foi trazida até Jesus por pais que criam que Jesus podia abençoá-la e interceder por ela a Deus(‘Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse’).

O texto não fala que cada criança, sem exceção, pertence ao reino dos céus, mas uma criança como uma daquelas(‘porque dos tais é o reino dos céus’). Ao dizer que aquele grupo seleto de meninos era membro do “reino dos céus”, Jesus assegurava que aquele grupo, não cada menino, sem exceção, era regenerado, pois, segundo Ele, ninguém podia ver ou entrar no reino de Deus, sem antes ter nascido de novo(Jo 3:3,5). Jesus estava afirmando que aquele seleto grupo de meninos(‘alguns meninos’), era composto de meninos que haviam nascido de novo.

Paulo foi muito claro, ao dizer que crianças que fossem filhas apenas de dois pais incrédulos, seriam "imundas"(1 Co 7:14). A promessa de salvação está restrita apenas aos filhos dos crentes(At 2:39; 2 Tm 3:15). Não existe nenhum ensino bíblico dizendo que todas as crianças sem exceção, incluindo os filhos dos incrédulos, serão salvas, caso morram na infância.

Quando vários textos das Escrituras são evocados sobre a questão de crianças [filhos de incrédulos] que morrem na infância, até mesmo os comentaristas arminianos entendem que tais filhos, estão excluídos da salvação. Vejamos alguns casos:

(8.2)As crianças afogadas no dilúvio:

“Mas Noé, pela fé, construiu o barco para salvar sua família. Trouxe a salvação porque ele obedeceu a Deus e Deus o trancou. Nesse ponto, a sorte foi lançada; Noé, sua família inteira, seguros lá dentro. Os demais, do lado de fora, era tarde demais. Isso marcou um dia interessante entre a misericórdia, a graça e a paciência de Deus e agora o julgamento necessário. Pois Deus disse: ‘Meu espírito nem sempre contenderá com o homem’”(Charles W. Smith[1927-2013] Ministro Arminiano, Com de Gn 7)

“Mas quem compõe os incontáveis milhões que ficaram para trás, cujas habitações começam a desaparecer? Pais, esposas, crianças, os doentes, os fracos, os idosos, todos deixados como num navio que está afundando, até que seus gritos não sejam mais ouvidos! Que cena terrível! que devastação é feita na terra! Veja seus habitantes varridos pela vassoura da destruição! Eles são todos cadáveres flutuando nas águas! Que horrível, que surpresa repentina! ao comer e beber, ao construir, ao casar, e no auge da festa nupcial, para ouvir a queda dos elementos, para ver a destruição da natureza e um mundo em dissolução! Em vão choram,em vão sobem, em vão suplicam; todas as avenidas estão fechadas e a fuga é impossível: enquanto Noé, seguro da proteção divina, nada em segurança e dorme em paz. Veja, 1. Quão terrível é cair nas mãos do Deus vivo. Pecador, leia e trema; uma condenação mais terrível te espera, a menos que você se arrependa. 2. Embora os parentes de Noé, ou seus carpinteiros, possam alegar seu sangue ou seu trabalho, isso não lhes garantirá a admissão. Não apenas o trabalho, mas o temperamento é considerado pelo Senhor. Que os ministros tomem cuidado; seu sucesso não é sua segurança! 3. Noé, com sua família, vive sozinho, enquanto o resto do mundo perece sem exceção. 4. Embora Noé viva, ele vive apenas em uma situação melancólica; ao seu redor mares sem costa, e estes se espalham pela desolação. Muitos, sem dúvida, próximos e queridos para ele, estavam entre os mortos;e ele não pode deixar de lamentar o que não pode evitar com sua pregação e orações”(Thomas Coke[1747-1814], Ministro Metodista, Com de Gn 7:21)

O próprio apóstolo Pedro disse que as pessoas que foram afogadas no dilúvio estavam no inferno, e eram espíritos em prisão"(1 Pe 3:19), e que Deus derramou o dilúvio sobre "o mundo dos ímpios"(2 Pe 2:5)

(8.3)As crianças queimadas vivas em Sodoma e Gomorra(Gn 18:31-32 comp. com Gn 19:24-25).

“Para esperar qual seria o acontecimento; e provou que sua oração foi ouvida; e ainda assim Sodoma não foi poupada, porque não havia nela dez pessoas”(Joseph Benson[1749-1821], Ministro Metodista, Com de Gn 18:33)

“Sabendo que na família de seu sobrinho a verdadeira religião era professada e praticada, ele não poderia supor haver menos de dez pessoas justas na cidade, ele não achou mais necessário insistir mais em sua súplica, abandonou suas súplicas, e o Senhor se afastou dele”(Adam Clark[1760-1832], Ministro Metodista, Com de Gn 18:32)

“Uma dedução que deve ser feita desta passagem e que em Sodoma não havia dez justos; pois Deus os julgou e destruiu a cidade na noite seguinte a esta intercessão”(James B. Coffman[1905-2006], Ministro Arminiano, Com de Gn 18:33)

“Mas o princípio é o que eu queria destacar. O Senhor sabe como libertar os justos. Claro, você sabe que eles não encontraram dez. Eles encontraram apenas um homem justo”(Charles W. Smith[1927-2013]. Ministro Arminiano, Com de Gn 18:32)

“Para esperar qual seria o evento; e provou que sua oração foi ouvida, mas Sodoma não foi poupada, porque não havia dez justos nela”(John Wesley[1703-1791], Ministro Metodista, Com de Gn 18:33)

(8.4)Os filhos primogênitos do Egito(Ex 12:21-23,29-30):

“O Profeta Habacuque parece consertar isso como o sentido em que a palavra é usada aqui; por falar das pragas do Egito em geral e da salvação que Deus concedeu ao seu povo, ele diz(Hc 3:13): 'Fizeste a salvação do teu povo - feriste a cabeça (ראש, o chefe, o mais excelente) da casa dos ímpios - de Faraó e dos egípcios”(Adam Clark[1760-1832], Ministro Metodista, Com de Ex 12:29)

“A única proteção e a única salvação eram através do sangue; nenhuma outra esperança, nenhum outro caminho, nenhuma outra salvação, exceto através do sangue aplicado pela fé, porque tinha que ser um passo de fé da parte do povo”(Charles W, Smith[1927-2013], Ministro Pentecostal, Com de Ex 12:1-51).

“Aqui, a significância mística do sangue da cruz, a madeira tingida de sangue aparece. Israel não deveria ser salvo por um messias carnal em Jerusalém, mas pelo Cordeiro morto em figura desde a fundação do mundo”(Arno Gaebelein[1861-1945], Ministro Metodista, Com de Ex 12:1-51)

(8.5)As crianças mortas em Jericó(Js 6:21):

Como este ato foi ordenado pelo próprio Deus, que é o Criador e Juiz de todos os homens, deve ser certo: pois o Juiz de toda a terra não pode cometer erros. Nada que respirasse foi permitido viver, portanto os bois, ovelhas e burros foram destruídos, assim como os habitantes”(Adam Clark[1760-1832], Ministro Metodista, Com de Js 6:21)

“Josué 6:21 Simplesmente designou o massacre como completo: ‘Todo homem, toda mulher, toda criança, todo animal’. O homem moderno, em geral, declarou-se acima de uma destruição como esta, mas a presunção arrogante da humanidade ao fazê-lo é um lamentável mal-entendido sobre POR QUE o próprio Deus ordenou que esta destruição fosse executada em Jericó. O CÂNCER MORAL de Canaã estava, naquele momento, fora de controle, e não havia outro recurso disponível para acabar com as libertinagens e imoralidades perversas de um povo que corria selvagemente, desenfreado, em total rebelião contra o Criador!”(James B. Coffman[1905-2006], Ministro Arminiano, Com de Js 6:21)

“Moisés ordenou-lhes que nas guerras futuras poupassem as mulheres e as crianças, quando atacassem uma cidade[Dt 20:14]. Mas o Senhor, o árbitro da vida e da morte, ordenou que estes fossem destruídos e que todos os cananeus fossem totalmente expulsos”(Joseph Sutcliff[1762-1856], Ministro Metodista, Com de Js 6:21)

No caso das crianças mortas em Jericó, Paulo as inclui como parte de ímpios condenados:

"Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias”(Hb 11:31).

(8.6)As crianças amalequitas mortas:

“’Homem e mulher, criança e criança de peito’. Quem ousa questionar o direito de Deus em infligir tais julgamentos a uma nação má e idólatra? Jeová é governador entre as nações, e para castigar e destruir um povo iníquo ele pode, com igual justiça, usar a pestilência devastadora ou os exércitos de Israel”(Daniel D. Whedon[1808-1885], Ministro Metodista, Com de 1 Sm 15:3)

No caso das crianças amalequitas mortas por ordem do Senhor, se trata de uma eterna e irreversível aversão e ódio divino a todas elas, diante das palavras do Senhor:

"...jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração”(Ex 17:16)

“E vendo os amalequitas, proferiu a sua parábola, e disse: Amaleque é a primeira das nações; porém o seu fim será a destruição”(Nm 24:20)

Como Deus salvou quem ele determinou odiar para todo o sempre, Martinez? O 'apologeta' do CACP quer estreitar a porta larga e alargar a porta estreita!

(8.7)As crianças mortas em Jerusalém(Ez 9:4-5,9):

“Matar totalmente velhos e crianças, etc. Não faça distinção de idade ou sexo. Isto foi terrivelmente cumprido, em parte pela espada dos caldeus[2 Cr 36:17] , e em parte pela fome e pestilência, cada uma das quais calamidades varreu multidões”(Joseph Benson[1749-1821], Ministro Metodista, Com de Ez 9:5-7)

Ademais, onde a Bíblia diz que todas as crianças que morrem na infância são eleitas e salvas? Em lugar nenhum. Antes ensina que apenas as crianças que faziam parte da família [crente]da Aliança, é que estavam incluídas como eleitas e salvas(Gn 17:9-14; Is 59:20-21; Mt 19:13-15; At 2:39; 1 Co 7:14; 2 Tm 3:15)

(8.8)Armínio, em sua obra 'Um Exame do Tratado de William Perkins - 2ª Parte', negou que todas as crianças que morrem na infância, são salvas:

"O argumento a respeito dos tolos e das crianças é totalmente pueril. Pois quem ousa negar que muitos tolos e crianças são salvos?"(As Obras de Armínio, Volume 3, p.453).

Nesse sentido, o ‘apologeta’ do CACP criou seu próprio arminianismo.

(8.9)Martinho Lutero(1483-1546), reformador alemão, disse:

Quantos milhares estão no inferno e na condenação eterna que não tem a milésima parte de nossos pecados! Quantas virgens, meninos e outros que nós consideramos inocentes estão ali!”(14 Consolações Para Os Que Sofrem e Estão Onerados [1520], Martinho Lutero, Obras Selecionadas, Volume 2, p.23).

(8.10)A crença de que todas as crianças que morrem na infância são salvas e vão para o céu, é mórmon:

"Ví também que todas as crianças que morrerem antes de chegar a idade da responsabilidade, são salvas no reino celestial"(Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p.104)

"Crianças pequenas que morrem na infância antes de atingir a idade de responsabilidade, herdarão automaticamente o reino celestial"('Profeta' Mórmon Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, Volume 2, p.54)

(8.11)Cadê a frase de Calvino, onde ele diz que crianças não batizadas, não serão salvas? Calvino diz justamente o contrário:

Com isso também se convence do erro aos que condenam à morte eterna todos quantos não são batizados. Suponhamos, pois, que, segundo o postulado desses, que somente aos adultos se deva ministrar o batismo: que dirão suceder à criança que é correta e adequadamente imbuída dos rudimentos da piedade, se, enquanto chega o dia do batismo, contra a expectativa de todos, se vê arrebatada por morte súbita? Clara é a promessa do Senhor: ‘quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida’[Jo 5.24]. Em lugar algum se achará haver ele condenado o ainda não batizado”(Institutas, IV; 16:26).

Agora, por que o "apologeta" arminiano wesleiano não diz nada sobre seu guru - John Wesley, que ensinou a regeneração batismal? Em seu "Tratado Sobre o Batismo"(11.04.1756), Wesley disse:

"Pelo batismo, nós, que éramos por natureza filhos da ira, somos feitos filhos de Deus. E esta regeneração que nossa Igreja em tantos lugares atribui ao batismo é mais do que apenas ser admitido na Igreja, embora comumente conectado com ela, ser enxertado no corpo de Cristo"(The Works of the Reverend John Wesley, A.M, Volume 6, p.15)

(8.12)Agora, por que ele não diz nada de Armínio e John Wesley, que eram pedobatistas?

(8.13)O 'apologeta' tenta jogar o Pr. Marcos Granconato, dizendo, sem provar, que "Calvino amaldiçoou os pastores que não batizam crianças", mas nem prova sua afirmação, e até omite dizer que a liderança arminiana das AD na década de 30, dizia que "os irmãos trouxessem os dizimos ao tesouro da Igreja, porque é um dever de cada crente, e tomassem cuidado, porque muitos crentes já estavam no inferno, por não pagarem os dízimos do Senhor"(Isael de Araujo; Dicionário do Movimento Pentecostal, p.30). Falando em lançar anátemas, a própria Assembléia de Deus em Recife, não resta nenhuma dúvida, o fez para com aqueles que defendem a fé reformada, quando chegou a comparar o Calvinismo ao ateísmo e aos testemunhas de jeová:

Essa característica do sectarismo e exclusivismo religioso pode ser atribuída aos arminianos, incluindo a Assembléia de Deus Pernambuco, visto que em seus estatutos(1986;2003), os membros de outras igrejas não são considerados como verdadeiros cristãos, a ponto do casamento entre assembléistas e não assembleístas ser proibido:

É vedado ao pastor presidente: Celebrar casamento de pessoas que não sejam membros da Igreja”(Reforma do Estatuto da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Recife – PE, 35º Artigo)

É vedado ao pastor presidente: Celebrar casamentos em que pelo menos, um dos nubentes não seja membro da Igreja ou de Assembléia Có-irmã”(Estatuto da AD Recife, 82º Artigo; &3, 2003).

Isto é, para a AD Recife, aqueles que não são assembleístas, não podem ser considerados verdadeiros cristãos, a pónto de que qualquer casamento de um assembleísta com um deles, equivaler a um julgo desigual.

Em outro lugar, a arminiana Convenção Geral das Assembléias de Deus proibiu que seus liderados lessem obras calvinistas, comparando o calvinismo a heresias como a teologia da prosperidade. A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, a maior igreja arminiana de nosso país, durante o Simpósio de Doutrina, ocorrido entre 15-18 de Julho de 1997, por meio de seu Conselho de Doutrina, declara:

Conselho de Doutrina da CGADB, após a realização do Simpósio de Doutrina, vem manifestar as conclusões decorrentes dos exaustivos debates ocorridos naquele período, orientando as Assembleias de Deus ligadas a CGADB, com o seguinte parecer:

Cada liderança, diante de fatos inusitados, procurar orientar a Igreja sobre seus cuidados, e cada crente ofereça a Deus ‘culto racional e com entendimento’, evitando que o misticismo e distorções semelhantes, tão advertidas pelas Escrituras, venham fazer parte da liturgia regular dos nossos cultos. Diante do exposto no item anterior, as lideranças deverão advertir seus liderados, como reprovável e não recomendável adoção dos princípios e livros editados e ligados a:

4.1. Maldição hereditária, que anula o trabalho redentor de Cristo pela humanidade e a responsabilização individual de seus atos.

4.2.A Predestinação, que pretende defender a imutabilidade dos contecimentos, retirando do homem o livre arbítrio em concurso com a graça de Deus....4.3. A teologia da prosperidade... 4.4. O Neo-pentecostalismo.... 4.5...”(Mensageiro da Paz, Abril de 1998, p.2).

9º Argumento: “Então, tá bom. Em primeiro lugar, têm respostas todas as questões que o pastor colocou. Tem respostas. São respondidas. A questão é do céu, a questão do apóstata, isso tem resposta. E eu não disse que o diabo que o diabo não tem livre escolha e o arbítrio. Eu disse que ele tem um arbítrio limitado. Mas ele tem. Mas vamos lá. Vamos lá, meu caro. Isso é bem colocado pelo arminianismo. É... Eh... Tudo bem. Vamos lá. Eh... Você concorda que o Diabo é o adversário de Deus? Tal conclusão não colocaria Deus e o Diabo em pé de igualdade? Isso não seria uma má interpretação da soberania de Deus? É só uma questão que eu estou perguntando. Eu quero até que o pastor corrobore comigo. Eu vou... eu vou corroborar com ele. Porque nós encontramos algumas pessoas exacerbando o poder do diabo na sua própria vida, ou na própria existência. Eh... Têm pessoas que dão ao diabo um poder além da conta, que ele na verdade não tem. Então eu queria que o pastor, eh, respondesse essa questão”(Minuto 1:06:36)

Comentário: (9.1)O argumento do Granconato: “Porque me parece, que nós, os crentes, no céu, não teremos a opção de desobedecer”, na ofensiva contra o livre arbítrio, não teve respostas do ‘apologeta’ do CACP. O camarada disse que o arminianismo tem resposta a todas as questões que o MC levanta, mas não mostrou nenhuma.

(9.2)Se existem pessoas que estão ‘exacerbando o poder do diabo na sua própria vida, ou na própria existência’, essas pessoas são os arminianos. Chegam a ensinar que para o crente existe a possibilidade de “perda da presença de Deus, do poder genuíno do Espírito Santo, da verdadeira mensagem bíblica de salvação e da proteção dos seus membros contra a destruição de Satanás”(Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1983). Chegam ao cúmulo do absurdo de dizer que “mesmo assim na presente história, Deus tem limitado seu poder supremo e domínio sobre o mundo”(Nota sobre 1 Jo 5:19, Ibidem, p.1965). Os arminianos me parecem maniqueístas inrustidos em sua exacerbação do poder do diabo.

10º Argumento: “Bem, a Bíblia é clara. Que nos ensina que nós podemos repreender o diabo. Que Deus nos deu a autoridade. Eu costumo usar aquele exemplo da de uma guarda de trânsito, que uma vez eu vi trabalhando numa rodovia. Ela entrou na frente de uma scânia, e deu com os dedos assim. E aquela Scania tão carregada, tão pesada, então veloz, pisou no freio e estacionou. Ou seja, aquela guarda, aquela policial rodoviária, estava instituída de autoridade, que é a autoridade do Estado. Ela não tinha a força pra segurar a Scania, mas ela tinha autoridade para parar aquela Scania. E o cristão revestido pela graça de Deus, está autorizado a combater o bom combate da fé, a resistir o diabo e ele fugirá de nós. Nós temos essa autoridade. Então, é importante que as pessoas que estão em casa nos assistindo, entendam que o diabo é nosso inimigo; não é inimigo de Deus, porque ele não teve capacidade técnica para sê-lo. Ele foi destituído imediatamente, quando ele pensou qualquer coisa, mas ele é nosso inimigo, e ele tenta nos atacar justamente porque ele quer deformar, agredir ao próprio Deus, à imagem de Deus. Então, nós somos atacados constantemente, mas a Palavra de Deus nos garante que nós temos autoridade, que nós podemos repreender o mal, vivendo uma vida santa, uma vida reta, uma vida direta. Nós podemos combater esse bom combate. E é importante que as pessoas que estão em casa nos assistindo escolha o deus que vai servir, o deus pelo qual você vai invocar, o deus pelo qual você vai viver sua vida diária, o deus que te ama, o Deus que se manifestou para desfazer as obras do diabo, um Deus que se manifestou pra trazer liberdade, graça, virtude sobre a tua vida. E eu quero que você entenda uma coisa. Do século IV pro século V, trouxeram uma doutrina que 90% das religiões mundiais acreditam chamado determinismo, aonde as pessoas nasciam destruídas, nasciam agonizadas, debaixo de uma fardo existencial, que não podia mudar de casta, que não podia mudar de vida, até que apareceu o cristianismo, que mostrou um deus que mudava a nossa sorte, que mudou, que mostrou um deus que quebrava ah os grilhões que nos cativava, que nos deixava cativos, um deus que fazia com que nós podia, poderíamos ser criaturas livres, na graça do Senhor, e esse deus, pastor Héber, que eu prego, que eu acredito, que eu ensino. É esse deus que se manifestou pra trazer vida, e vida em abundância”(minuto 1:10:53)

Comentário: (10.1)Note a expressão: “e é importante que as pessoas que estão em casa nos assistindo escolha o deus que vai servir”. O luciferiano Anton Szandor Lavey, em sua obra “A Bíblia Satânica”, diz:

“Todo homem é um deus se escolher ser um”(p.102)

(10.2)A afirmação de que 90% das religiões são deterministas é fake news. Sequer ele provou isso no debate nem em lugar nenhum.

(10.3)Brinley R. Rees[1919-2004], falecido teólogo arminiano wesleiano, vai nos dizer que tipo de "Cristianismo" havia surgido entre os séculos IV-V, contra o determinismo

A teoria da predestinação deste último [Agostinho], ou, como alguns compreendem, a dupla predestinação, que estava intimamente ligada e, em alguns aspectos, indispensável à sua doutrina da graça, era anátema para Pelágio e seus associados, e a resistência a ela pelos monges de Hadrumetum e, um pouco mais tarde, os do sul da Gália [os semipelagianos] mostraram que Pelágio estava certo em questioná-la”("Pelágio: Vida e Cartas"[Boydell & Brewer Ltd, New York, EUA], 1998, p.99)

É inacreditável, mas é isso que você acabou de ler - um arminiano dizendo que Pelágio tá certo. É esse o 'cristianismo' do apologeta do CACP!