sábado, 1 de fevereiro de 2020

O engodo arminiano pentecostal da AD - II(Eleição Condicional, Expiação Ilimitada e Graça Resistivel)



Há três anos atrás, as Assembleias de Deus, publicaram sua "Declaração de Fé", na qual constam declarações contrárias as doutrinas bíblicas reformadas da eleição incondicional, expiação limitada e graça Irresistível, declarações estas que refutaremos abaixo:





a. O texto de 1 Tm 2:4, pelo contexto, se entende que, nenhuma classe social está excluída do plano salvífico de Deus:

"... orações, intercessões, e ações de graças POR TODOS OS HOMENS. PELOS REIS, E POR TODOS OS QUE ESTÃO EM EMINENCIA... Porque isto é bom e agradável diante de Deus... Que quer que todos os homens se salvem...."(1 Tm 2:1-4)

Logo, no dizer de Paulo, não só os cidadãos comuns, mas também seus governantes (reis e demais autoridades), foram contemplados no plano salvifico de Deus.

b. O texto de Tt 2:11, lido pelo contexto, mostra que nenhuma classe social foi excluída de ser atingida e alcançada pela graça salvifica. Idosos, idosas, moças casadas, crianças, maridos, jovens, empregados e patrões foram contemplados e atingidos por esta graça salvifica (Tt 2:1-10).

c. Jo 3:16-17 não fala que todos podem crer, mas que o amor salvifico de Deus por este "mundo"('Deus amou o mundo') o levará a ter fé ('para que todo aquele que nele crê'), e uma fé que o impedirá de perecer('todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna'). Todos os homens, sem exceção, foram dotados de uma fé que os impediram de perecer? Não, não foram. Logo, Cristo não morreu por todos os homens sem exceção. E logo, nem todos os homens sem exceção, fazem parte desse "mundo" que Deus tanto amou.

O que se entende, em Jo 3:16 é que Deus não amou apenas uma nação (Israel), mas todas as nações - "o mundo", dando o seu Filho para morrer por elas.

d. O texto de At 17:30, lido pelo contexto, mostra que Paulo estava dentro de Atenas (At 17:15-17), anunciando o Evangelho aos judeus, gregos e outros estrangeiros (At 17:17-22). Por "todos os homens" se entenda "judeus e gentios"(gregos e outros estrangeiros), e pela expressão "em todo o lugar", se entenda 'todos os lugares de Atenas", pois naquele momento era às pessoas desse lugar que Paulo estava pregando o Evangelho(At 17:22-23)

A própria Harpa Cristã, afirma que o amor salvifico de Deus, contemplava, não todos os homens, mas aqueles que em seu amor eterno, lhe pertenciam , seus eleitos:

"Só mesmo o tão profundo amor,
Do nosso bendito Deus,
Mandava ao mundo de horror,
O Seu Filho, PRA SALVAR OS SEUS"(475:4)

e. A eleição ou predestinação, é incondicional. Fomos eleitos para "a obediência"(1 Pd 1:2), não por causa da obediência. A presciência de Deus refere-se as pessoas eleitas (Am 3:2; Rm 11:2), não as obras destas pessoas (1 Pd 1:2).

Fomos eleitos, não porque seríamos santos e irrepreensíveis (perseverantes), mas para que fossemos santos e irrepreensíveis (Ef 1:4). A santidade e perseverança, são consequência da eleição, não suas causas.

A fé é uma consequência da eleição, não sua causa (At 13:48). Jesus disse: "Mas vós não credes, PORQUE NÃO SOIS DAS MINHAS OVELHAS"(Jo 10:26). Ele não disse: "Não sois das minhas ovelhas, PORQUE NÃO CREDES". A eleição determina a fé, não a fé a eleição. Como diz a Harpa Cristã:

"Fomos nós PREDESTINADOS,
PARA CRERMOS EM JESUS"(236:3)

Se a fé, arrependimento e perseveranca fossem a causa da eleição, Deus teria teria oferecido uma oportunidade as cidades pagãs de Tiro, Sidom e Sodoma, as quais, conforme Jesus disse (Mt 11:29-24), teriam se arrependido, se tivessem presenciado seus milagres. Deus previu que elas se arrependeriam, e, apesar disso, não lhes elegeu, nem predestinou, nem tampouco concedeu uma oportunidade de verem as obras de Cristo e se arrependerem.

f. O texto de Mt 23:37 diz que a Jerusalém Sacerdotal (fariseus e escribas) não desejava que os seus liderados (o povo judeu disperso) fossem ajuntados sob a vontade messiânica, perseguindo e matando os profetas e outros enviados de Deus. Jesus não estava dizendo que queria ajuntar os escribas e fariseus e que eles não quiseram. Isso seria um argumento a favor da resistibilidade da graça divina. Mas, não foi isso que Jesus disse. O que Ele mostra é que os fariseus e escribas se opuseram a chamada externa do Espírito (a pregação da mensagem do arrependimento), matando os pregadores dessa mensagem, para impedir que os judeus dispersos fossem alcançados por essa mensagem. Segundo Jesus, o trabalho dos escribas e fariseus se restringia a, em qualquer lugar, tornar o povo judeu "filho do inferno"(Mt 23:15).

g. O texto de Lc 7:30 não menciona uma rejeição a alguma chamada do Espírito.. Mostra apenas que os escribas e fariseus, como membros da igreja visível judaica, se recusaram a ser batizados por João, porque não criam que ele era profeta de Deus (Lc 7:31-33), nem criam na sua mensagem da vinda do Messias, que enaltecia Jesus(Mt 3:11-12; Mc 1:7-8; Lc 3:16-17; Jo 1:26-34). Em suma, como não cumpriam os pré-requisitos para o batismo de João, isto é, o arrependimento e confissão de pecados(Mt 3:2,6), eles se recusaram ser batizados, por realmente não apresentarem nenhuma evidência de arrependimento (Mt 3:7-8).

h. O texto de At 7:51, pelo contexto, mostra que a resistência foi a chamada externa do Espírito(a pregação de Estevão): "...eles...TAPARAM OS OUVIDOS"(At 7:57).

i. O texto de Hb 10:29, pelo contexto, está falando dos inimigos de Deus (Hb 20:27). Fazer "agravo" (ofensa, injúria, afronta)ao Espírito da graça, aqui no texto, não trata de uma rejeição ou resistência a alguma chamada interna do Espírito. Pelo contexto, ofender o Espírito da graça é abandonar a Igreja e de boa vontade viver no pecado (Hb 10:25-26).

j. O texto de Gn 6:3 deve ser entendido no sentido da chamada externa do Espírito. Deus simplesmente está dizendo que não ia insistir com a pregação de Noé para sempre, pois já havia deliberado destruir o homem no dilúvio (Gn 6:6-17)

Mesmo a Harpa Cristã, não nega que o amor salvifico, seja irresistível:

"Hoje é o dia aprazível,
Vem a Jesus, teu Salvador,
O SEU AMOR É IRRESISTÍVEL"(238:4)

l. A regeneração precede a fé (1 Jo 5:1), uma vez que é um fruto do Espírito (Gl 5:22). O texto de Ef 2:8 diz que a graça que antecede a fé, gera a salvação ("PELA GRAÇA SOIS SALVOS"), e que isso é externado e evidenciado pela fé ('POR MEIO DA FÉ') e que esta fé não tem a sua origem no próprio homem, mas em Deus ("E ISTO NÃO VEM DE VÓS, MAS É DOM DE DEUS"). De fato, segundo Ef 2:8 e At 14:27; 18:27, no homem, o antecedente e causa da fé é a graça, de formas que o único autor da fé salvífica do homem é o próprio Deus (Fl 1:29; Hb. 12:2, Jo 6:29).

O texto de Mc 16:16 mostra que a fé ("quem crer") e o ato de perseverança nesta fé, através da observância do batismo ("e for batizado"), é uma evidência de quem, dentro do tempo, será reconhecido ou tido como salvo. Outra interpretação possível no texto é que o mesmo está afirmando que quem crer e perseverar (representado no ato do batismo) até o fim, alcançará a salvação final (a glorificação).

O texto de Rm 10:9, pelo seu contexto(Rm 19:10), mostra que a fé e a confissão de fé são evidências de quem foi salvo.

Assim, não encontramos consistência nos argumentos usados no documento de fé das Assembleias de Deus.

Assim, como herdeiros da Reforma, repudiamos a crença da AD, contrária a expiação limitada, eleição incondicional e graça Irresistível.

Sola Deo Gloria!

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