quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Falácias de Elias Soares Debulhadas




Um vídeo do Pr. Elias Soares, inimigo da doutrina bíblica reformada me foi enviado


https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=gzKBa8nxIV4


Examinadas todas as suas proposições, verifica-se que nenhuma delas se sustenta. Daí, escrevermos este artigo, em defesa da fé reformada. Acompanhe a debulhação de cada um de seus 'argumentos':



1º Argumento: “De acordo com a teologia calvinista, ehhh, Deus ele não permitiu o mal, mas ele decretou o mal. Mas não somente isso. Deus decretou todos os nossos pecados. Então, perceba, que na perspectiva calvinista, Deus decretou todos os nossos pecados. Traduzindo. Aquele pecado que você ainda vai cometer, ele já foi decretado por Deus; e os que você cometeu, também foram decretados por Deus. Então, elenque aí o tipo de pecado que você quiser. Todos eles, segundo essa visão calvinista, Foram todos decretados por Deus.”


Resposta: (a)Se as Escrituras dizem que “mas do Senhor procede toda a determinação”(Pv 16:33), elas estão dizendo que o Senhor decretou todas as ações de suas criaturas, sejam boas ou más. O substantivo hebraico masculino מִשְׁמָּט(mishpat), de acordo com o Léxico Hebraico do Antigo Testamento de Drivers, Browns e Briggs, tem aqui o sentido de “ato de decidir um caso pertence ao Senhor, proveniente dEle”. Ou seja, todas as decisões ou determinações nas criaturas, pertencem ao Senhor, e são provenientes dEle. Aliás, o próprio Armínio também defendeu isso, quando disse:


“Nesta definição de Providência Divina, eu de forma alguma a privo de qualquer partícula daquelas propriedades que concordam ou pertencem a ela; mas eu declaro que ela preserva, regula, governa e dirige todas as coisas e que NADA NO MUNDO ACONTECE ACIDENTALMENTE OU POR ACASO. Além disto, eu coloco em sujeição à Providência Divina tanto o livre-arbítrio quanto até mesmo as ações de uma criatura racional, DE MODO QUE NADA PODE SER FEITO SEM A VONTADE DE DEUS, NEM MESMO AS COISAS QUE SÃO FEITAS EM OPOSIÇÃO A ELA, somente devemos observar uma distinção entre as boas e as más ações, ao dizer, que 'DEUS TANTO DESEJA E EXECUTA BOAS AÇÕES' quanto que 'Ele apenas livremente permite as que são más'. Além disto ainda, EU PRONTAMENTE ADMITO, QUE ATÉ MESMO TODAS AS AÇÕES, SEJAM QUAIS FOREM, RELATIVAS AO MAL, QUE POSSAM POSSIVELMENTE SER IMAGINADAS OU CRIADAS, PODEM SER ATRIBUÍDAS AO EMPREGO DA DIVINA PROVIDÊNCIA, tendo apenas um cuidado, 'não concluir deste reconhecimento que Deus seja a causa do pecado'"(Declaração de Sentimentos, II).


Elias Soares, não se diga “arminiano”, se não crê, como Armínio, que Deus decretou todas as ações dos homens, sejam elas boas ou até más.


2º Argumento: “Algumas perguntas, levando em consideração essa visão calvinista, eu quero deixar aqui algumas, para ver se esta visão se coadunam com, se ela se coaduna com as verdades que estão aqui explicitadas nas Escrituras. Então veja bem. Antes de tudo, é bom lembrar que Deus ele é misericordioso. A Bíblia diz que Deus é amor. Primeira Epístola de João Capítulo 4, versículo 8. A Bíblia diz que Deus amou o mundo. Outrossim, a Bíblia diz que ao ser tentado, não diga ‘por Deus eu fui tentado, porque de Deus a ninguém tenta e não pode ser tentado pelo mal’. ‘Deus é tão puro de olhos que não pode ver o mal’. Portanto, Deus é boníssimo, Deus é santíssimo; justíssimo, tudo no superlativo absoluto sintético. O caráter de Deus não se coaduna com a prática do mal. E nem mesmo, ehhhhh, com o decreto do mal”


Resposta: (a)Levando em consideração que o Elias Soares se atrapalha com o nosso idioma, não é de se esperar que ele também se atrapalhe com a citação das Escrituras, porque elas não dizem, “porque de Deus a ninguém tenta’, mas “porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”(Tg 1:13). (b)O decreto do mal não aniquila ou macula o caráter de Deus, Por exemplo, Deus decretou que os judeus matassem a Cristo, sem deixar de condenar este pecado(At 2:23; 4:25-28 comp. com At 3:13-15). (b)A Bíblia diz que Deus é amor; contudo, mesmos seus sentimentos são movidos por sua vontade(Rm 9:15-16). (c)Quando a Bíblia diz que 'Deus amou o mundo'(Jo 3:16), mostra que esse "mundo" que foi amado por Deus, passa a ter fé nEle('para que todo aquele que nEle crê'-Jo 3:16), restringindo esse 'mundo' a um grupo seleto de pessoas, visto que o único 'mundo' que foi dotado da fé salvífica, foi o 'mundo' dos eleitos - suas ovelhas(Jo 6:39-40,44-45; At 13:48; Tt 1:1), enquanto o outro grupo de pessoas, composto apenas de não eleitos, representa o 'mundo' que "não o conheceu"(Jo 1:10), que é privado de receber o Espírito Santo(Jo 14:16-17), e que, por não pertencer ao 'mundo' de suas ovelhas, é privado de 'crer' nEle(Jo 10:27). (d)Na expressão "Deus não pode ser tentado pelo mal"(Tg 1:13), o adjetivo grego "ἀπείραστος"(apeirastos), traduzido aqui por 'não pode ser tentado', de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento, de Edward Robinson, significa literalmente "não provado, não tentado, incapaz de ser tentado", o que nada tem a ver com o fato dEle poder decretar o pecado ou o mal. (e)Já, na expressão "e a ninguém tenta"(Tg 1:13), o verbo grego "πειράζω"(peirazó), aqui traduzido por 'tenta', de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, tem o sentido de "tentar as virtudes, seduzir, instigar a pecar". Sim, Deus, como um Ser absolutamente santo em sua natureza, não seduz e nem instiga(estimula) ninguém ao pecado, visto que pelo contexto, "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência"(Tg 1:14). (f)Quanto a expressão "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal"(Hb 1:13), o texto não nega que Deus possa decretar o mal ou o pecado dos homens. O verbo hebraico רָאָה(raah), que aparece aqui traduzido por "ver", de acordo com o Léxico Hebraico do Antigo Testamento, de Drivers, Brown e Briggs, tem o sentido de "persistir em ver". A ideia é de que Deus não suporta contemplar o mal, sem que sua justiça seja aplicada, como no caso do bezerro de ouro, feito pelos judeus infiéis,quando Deus não suportou um só dia de iniquidade, matando três mil pessoas(Ex 32:21-28). Mas isso não quer dizer que Ele não possa decretar o pecado dos homens, ao mesmo tempo que os condena pelo próprio pecado que Ele mesmo decretou que eles cometessem(At 2:23; 4:27-28 comp. com At 3:13-15). Isso mostra o quanto Ele não pode suportar contemplar o mal, sem deixar de puní-lo ou condená-lo.



3º Argumento: “Agora, se o mundo calvinista, pensa diferente, então eu vou deixar aqui doze perguntas, ok? Vamos lá”


Resposta: Não é o mundo calvinista que pensa diferente, mas é o mundo arminiano, que negando o próprio ensino de Armínio, rejeita a crença de que Deus decretou todas as ações más de suas criaturas. Aliás, os modernos “arminianos” discordam não só de Armínio, mas de diversas outras autoridades arminianas, que como ele, também afirmaram que Deus decretou as ações más de suas criaturas, como se segue:


"Isto descobre uma mente verdadeiramente nobre: não só perdoa e esquece, MAS TAMBÉM DESEJA QUE AQUELES QUE O INJURIARAM ESQUEÇAM O MAL QUE FIZERAM, para que não sofram por causa disso; E com profunda piedade ATRIBUI TUDO À PROVIDENCIA DE DEUS"(Adam Clark [1760-1762], Com. de Gn 45:5)

"Quatro vezes ele repete este pensamento, QUE A MÃO DE DEUS TENHA DIRIGIDO TODO ESTE ASSUNTO. Ele vê a maravilhosa Providência nela agora, e deseja que todos a vejam"(Daniel Wheldon [1808-1885], Com. de Gn 45:5).

"Pois é o propósito de Paulo traçar a origem da santa Igreja de volta a Deus, o Poderoso Governador de todas as coisas. Daí não se segue que os eventos físicos e volições livres funcionem da mesma forma. No primeiro, A ENERGIA IMANENTE DE DEUS ORIGINA E DIRIGE TODA A AÇÃO POR TAL UNIFORMIDADE que nos assume o aspecto da lei necessária; Mas no agente livre Deus fornece a energia para a ação, enquanto é a própria propriedade da liberdade do agente que internamente - na área de sua liberdade - DIRIGINDO SUAS PRÓPRIAS AÇÕES. NO ENTANTO, ESTAS AÇÕES LIVRES SÃO PRERROGATIVAS DA SABEDORIA INFINITA TOMANDO EM SEU PLANO, E TRABALHANDO DE ACORDO COM O SEU PRÓPRIO CONSELHO PARA SEUS FINS GLORIOSOS"(Daniel Whedon, Ministro Metodista, Com. de Ef 1:11)

"Em tais casos, o destino é um recurso em direção a Deus, E ELE DISPÕE DELE DE ACORDO COM A SUA BONDADE, MISERICÓRDIA E VERDADE. O RESULTADO, PORTANTO, NÃO PODE SER FORTUITO"(Adam Clark, Com. de Pv 16:33)

"TODO JULGAMENTO OU DECISÃO DELE, É DO SENHOR. O RESULTADO FOI CONSIDERADO COMO UMA DECISÃO DIVINA"(Daniel Whedon, Com. de Pv 16:33)

"O evento, embora casual para os homens, É DIRIGIDO PELA PROVIDÊNCIA DE DEUS"(John Wesley[1703-1791], Ministro Metodista, Com. de Pv 16:33)

"Tentando obter orientação ou orientação ou para determinar, eles lançam sortes. Mas a direção real, A ORDENAÇÃO DA COISA VEM DE DEUS"(Charles W. Smith [1927-2013], Ministro Pentecostal, Com. de Pv 16:33)

"Em grande parte deve ser considerado em três aspectos; Ou, mais propriamente, eles são de três tipos distintos. Um tipo é votação civil, de uso geral nos estados para evitar intrigas e parcialidades; Outro é um apelo supersticioso à divindade imaginária, Chance ou Fortuna; E HÁ UMA TERCEIRA, QUE É UMA REFERÊNCIA DO EVENTO PARA O CÉU, PELA DIREÇÃO E DECRETO DE DEUS. Do segundo, ou apenas repreensível, a revelação é inteiramente inocente; Porque era costumeiro para o povo judeu referir todos os eventos a Deus, somente e imediatamente; E RECONHECIDAMENTE A SORTE DO JUDEUS E CRISTÃOS ERA DEVIDA AO DECRETO DIVINO"(Thomas Coke[1747-1814], Ministro Metodista, Com. de Pv 16:33)

"Em outras palavras, A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA PÚBLICA PELO MAGISTRADO É UMA ORDENANÇA DE DEUS; NELA AS ESCALAS SÃO MANTIDAS OU DEVEM SER MANTIDAS POR UMA MÃO FIRME E IMPARCIAL; E devemos nos submeter a ela por causa do Senhor, e ver sua autoridade na do magistrado(Rm 13: 1; 1 Pd 2:13). A observação da justiça no comércio entre homem e homem é também uma designação divina. Ele ensinou aos homens a discrição para fazer escalas e pesos, para o ajuste de direito exatamente entre comprador e vendedor, que nem poderia ser injustiçado. E todas as outras invenções úteis, para a preservação do direito, são dele. Ele também designou, por sua lei, que os homens sejam justos; É, portanto, uma grande afronta a ele, e ao seu governo, falsificar, e assim fazer o erro sob a cor e pretensão de fazer o que é direito, que é a maldade no lugar do juízo"(Joseph Benson[1748-1821], Ministro Metodista, Com. de Ef 1:11)

"José revela que Deus muitas vezes sobrepõe soberanamente a sua providência E CONTROLA AS MÁS AÇÕES DOS SERES HUMANOS A FIM DE EXECUTAR A SUA VONTADE"(Bíblia de Estudo Pentecostal, Nota sobre Gn 45:5)

"DEUS TINHA USADO OS ASSÍRIOS PARA CASTIGAR SEU POVO que enveredara pela impiedade"(Bíblia de Estudo Pentecostal, Nota sobre Is 10:5)

"Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más ações do próximo, EMBORA ELE POSSA SOBERANAMENTE CONTROLAR TAIS AÇÕES, DE TAL MANEIRA QUE SEJA CUMPRIDA SUA A SUA VONTADE. SEGUNDO O TESTEMUNHO DE JOSÉ, DEUS ESTAVA AGINDO ATRAVÉS DOS DELITOS DE SEUS IRMÃOS, PARA A PRESERVAÇÃO DA VIDA"(Bíblia de Estudo Pentecostal, p.106)


4º Argumento: “Então, se Deus, de acordo com os calvinistas, decretou todos os nossos pecados, primeira pergunta: ‘Por que pregar contra o pecado? Isso não seria lutar contra a vontade de Deus? Uma vez que os decretos de Deus estão alicerçados na vontade soberana de Deus, na vontade agradável, perfeita e decretiva de Deus, então por que lutar contra o pecado, ficar pregando contra o pecado? Eu vejo aí um paradoxo”.


Resposta: (a)A vontade decretiva(oculta, secreta, não revelada) de Deus, que predeterminou que os judeus matassem a Cristo(At 2:23; 4:25-28), não anulou sua vontade revelada(as Escrituras)ao homem, que condenou os judeus por este pecado, através das pregações dos apóstolos(At 2:23; 3:13-15; 1 Ts 2:14-15).A própria vontade decretiva de Deus que predeterminara que Judas traísse Cristo(Sl 41:9 [Jo 13:18]; Sl 69:25[At 1:20]), não anulou a sua vontade revelada(as Escrituras), que condenou Judas por esse pecado e por outros(Mt 26:24; 27:3-4; Lc 22:48; Jo 12:4-6; 19:11; At 1:16-18,25).


5º Argumento: “Segunda pergunta: ‘Por que Jesus mandou orar ao Pai, dizendo o seguinte: Não nos deixe cair em tentação?’. Como assim? Mas não é Ele que quer que você caia? Não foi Ele que decretou os seus pecados? Por que orar pra ele, dizendo: ‘Não nos deixe cair’, se é Ele que quer que você caia? Percebeu a incoerência? Até mesmo na oração do Pai nosso aqui em Mt cap.6, versículos 9 até o 13 em diante”


Resposta: (a)O texto não diz: ‘Não nos deixes cair em pecado’, mas “Não nos deixes cair em tentação”. A tentação não é em si a concretização do pecado, mas a possibilidade do pecado. Existem coisas nas Escrituras, que embora previstas como possibilidades, nunca vieram a serem realizadas, por não estarem incluídas nos decretos de Deus, como o arrependimento dos antigos e falecidos habitantes de Tiro, Sidom, Sodoma e Gomorra, mediante a manifestação dos milagres de Jesus(Mt 11:20-24). (b)O substantivo grego πειρασμός(peirasmos ), de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento, de J. H. Thayer, que aparece em Mt 6:13 como ‘tentação”, tem o sentido de “um experimento, tentativa, prova”; se referindo mais especificamente a Mt 6:13 como “uma condição das coisas, ou um estado mental, pelo qual somos atraídos ao pecado, ou a um lapso da fé e da santidade”. Tentação, não é portanto um pecado, mas a possibilidade de pecar. Sendo uma possibilidade de pecar, não se trata exatamente do próprio pecado, e nesse caso, a tentação do pecado pode, pelo próprio Deus, ser impedida de recair sobre um filho de Deus:


“...e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la”(Gn 20:6).


(b)Mas o argumento arminiano, também pode ser usado contra o arminiano. Se Deus já sabe de antemão o que você vai falar, pedir ou necessitar(Sl 139:4; Mt 6:8), então para que orar? Se Deus já sabe de antemão quem vai crer e quem não vai crer nEle(Jo 6:64), para quê pregar o Evangelho? Se Jesus já sabia de antemão que Judas o trairia(Jo 6:64), então para que Jesus condenar seu próprio ato de traição?(Lc 22:48). Se Deus já sabe de antemão quem vai crêr e quem não vai crer(Jo 6:64), então para que pregarmos o evangelho aos homens, ou orarmos a Deus pedindo a salvação deles, como Paulo fez?(At 16:14; 30-31; Rm 10:1). E podemos ir mais além, para mostrarmos a futilidade do argumentos do Elias Soares:


“Se vou morrer hoje, não adianta comer, porque de qualquer modo vou morrer. Nem necessito comer, se ainda vou viver muitos anos, porque de qualquer modo viverei. Portanto, não comerei. Se sei que daqui a algumas horas, eu ficarei sujo, de que me adiantará tomar banho agora?. De que me adiantará eu escovar os dentes, se eu sei que dentro de algumas horas, após eu comer, eles voltarão a ficar sujos? Não escovarei os dentes”.


(c)Mas, uma coisa nos chama a atenção nesta expressão do texto (da ARA, tradução que não recomendamos). Ela revela a possibilidade de Deus poder deixar que membros de sua igreja visível caiam na tentação do pecado. Isto está subentendido na expressão “Não nos deixe cair em tentação”. Isso ocorreu com os filhos de Eli:


“Não, filhos meus, porque não é boa esta fama que ouço; fazeis transgredir o povo do Senhor. Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o Senhor, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor os queria matar”(1 Sm 2:24-25).


Deus deixaria de ser santo, justo e bom, por não impedir que membros de sua igreja visível caiam na tentação do pecado?


6º Argumento: “Por que Deus disse. Olha só. Porque, se eles estão corretos, por que Deus diz para sermos santos, porque Ele é santo? Afinal de conta, não é o pecado que atenta contra a santidade de Deus e a nossa santidade? Ora, se Deus decretou o pecado, então Deus diz então pra ser santos lá na 1ª de Pedro, cap.1 versículo 15 e 16? E aí? E ainda. Hebreus capítulo 12, versículo 14: ‘Ehhh… Segui a paz com todos e a santificação. Esta já é a quarta pergunta. Por que seguir a santificação? Eh? Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor’. Sem o que? Sem a santificação. Ora, mas se Deus decretou o pecado, e nós então vamos viver em pecado, como é que você vai se santificar? Se você não vai se santificar, como é que você vai ver a Deus? Não é uma incoerência?”


Resposta: Deus, em sua vontade decretiva(secreta, oculta, não revelada) predeterminou o pecado do casamento misto de Sansão(Jz 14:1-4), quando em sua vontade revelada ele condenou o casamento misto(Gn 28:6; Ed 10:10-14,17-19; 1 Re 11:1-2). Deixou Deus de ser santo, por decretar que Sansão se casasse com Dalila? E deixou Sansão de ser um santo de Deus, por Deus haver decretado que ele se casasse com Dalila? Não, pois seu nome figura entre os heróis de fé(Hb 11:32-34). Por haver sido predeterminado por Deus pra casar com a ímpia Dalila, deixou Sansão de ser um santo de Deus, sendo rejeitado por Ele até a morte? Não, pois ainda orou a Deus, obtendo dEle a resposta, para destruir seus inimigos(Jz 16:28-30). Da mesma forma, tampouco Deus deixou de ser santo, por em sua vontade decretiva ter predeterminado que Sansão casasse com uma ímpia, uma vez que em sua vontade revelada Ele mesmo condenou esse casamento. A vontade decretiva de Deus não anula sua vontade revelada.


7º Argumento: “Quinta Pergunta: Por que João escreveu, dizendo: ‘Estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis’. Como assim, escrevendo para que nós não pequemos, uma vez que está decretado que eu tenho de pecar? Vamos correndo um pouquinho. Por que Tiago disse a que toda a boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, dizendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação?’, conforme está em Tg 1:17? Incoerência também. Com essa assertiva; com essa afirmação calvinista. Ainda mais. Por que Isaías disse: ‘os nossos pecados fazem separação entre nós e o nosso Deus’? Olha só. Is 59:1 e 2. Diz que os nossos pecados nos separam de Deus. Deus porventura quer que fiquemos separados dEle, se Ele então decretou o pecado? Então, veja, que não se sustenta essa afirmação calvinista?”


Resposta: (a)João está aludindo a vontade revelada de Deus – as Escrituras – que recomendam que não pequemos(Is 1:16). Mas sua vontade revelada não anula sua vontade decretiva(oculta, secreta, a não revelada), que revela, nos próprios escritos de João, que Deus decretou os pecados dos homens(Jo 13:21-31; 19:10-11; 17:13-17). (b)Tg 1:17 não nega a vontade decretiva de Deus, tampouco que Ele decretou os pecados dos homens, mas apenas se limita em dizer que Deus é imutável. Por acaso, Deus deixou de ser Deus, Santo, Justo e Reto, quando decretou que Judas traísse Cristo(Sl 41:9 [Jo 13:18]; Sl 69:25[At 1:20]), condenando, em sua vontade revelada(as Escrituras) o próprio Judas por esse pecado e por outros(Mt 26:24; 27:3-4; Lc 22:48; Jo 12:4-6; 19:11; At 1:16-18,25), e quando decretou que os judeus matassem Cristo(At 2:23; 4:27-28), condenando-os, em sua vontade revelada(as Escrituras), e também através das pregações dos apóstolos?(At 2:23; 3:13-15; 1 Ts 2:14-15). (c)O próprio Tiago, ao afirmar que Deus, de antemão, escolheu alguns homens para serem ricos na fé(Tg 2:5), não está absolutamente afirmando que os demais foram de antemão preordenados para a incredulidade? E a incredulidade não é um pecado? Deixou Deus de ser Imutável, Santo e Justo, por preordenar de antemão pessoas ao pecado da incredulidade? (d)Is 59:1-2 aludem a vontade revelada de Deus – as Escrituras – que condenam o pecado do homem(Is 1:16). O próprio livro de Isaías deixa claro que Deus predeterminou todas as ações do homem, incluindo as más, quando afirmando do pagão Ciro, que usado por Deus, espalharia juízo, destruição, morte e mal sobre os inimigos de Israel(Is 45:1-2,7). Aliás, Is 45:7 diz:

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas”.

O adjetivo hebraico רַע(ra), aqui traduzido por “mal”, de acordo com o Léxico Hebraico do Antigo Testamento de Drivers, Brown e Briggs, tem o significado de ‘mal, angústia e adversidade”, além de se referir às “ações” de natureza pecaminosa(Dt 13:11; 17:3-5; 19:20; Ne 13:17; Jr 3:5; 23:22; Sl 64:6; Ec 5:1; 8:3; 1 Sm 2:23-24; 2 Re 17:11,13; 1 Re 13:33; 2 Cr 7:14; Ez 20:44; 33:11; 36:31; Zc 1:4; Ed 9:13; Ne 9:35).


8º Argumento: “Ainda mais. Oitava: Por que Jesus disse que o Diabo peca desde o princípio e que ele é o pai do pecado, ou seja, da mentira; ele nunca se firmou na verdade. Ele sempre vive pecando. E o Diabo é o pai da mentira. Ora. Afinal de contas, quando dio que Deus decretou o pecado, quem é que tá sendo o pai da mentira? Quem é que tá sendo o originador do mal, do pecado? Então, percebam a agressão; a acinte contra o caráter de Deus, que esta confissão calvinista faz”


Resposta: (a)Quando afirmamos que Deus decretou o pecado, estamos afirmando que Ele emitiu um decreto na eternidade, visto que a eleição para a salvação e santidade fora decretada antes da criação do mundo(Ef 1:4; 2 Ts 2:13), e considerando que ‘salvação’ e ‘santidade’ pressupõem o pecado(Mt 1:21; 1 Pe 1:14-15), obviamente ao decretar a eleição para a salvação e santidade, Deus também decretou o pecado, ao ponto de Cristo ser considerado como um Cordeiro substitutivo ainda antes da fundação do mundo(2 Tm 1:9-10; 1 Pd 1:19-20; Ap 13:8). (b)O decreto do pecado, emitido dentro da eternidade, após o decreto da eleição e da criação, foi executado dentro do tempo, por Lúcifer, nos céus(Is 14:12-14; Ez 28:14-16; Ap 12:7-10; Jo 8:44; Ap 9:1-2,11 comp. com Jo 10:10) e por Adão e Eva, na Terra(Gn 3:11-13,17; Jó 31:33; Os 6:7; Rm 5:12,14-19; 1 Co 15:22; 1 Tm 2:13-14; Is 43:27). Deus não é o autor do pecado, mas o autor dos autores do pecado – Lúcifer, Adão e Eva. (c)Que o fato de Deus haver decretado as ações más dos homens não o torna autor do pecado, o afirma o próprio Armínio, dizendo:


“Nesta definição de Providência Divina, eu de forma alguma a privo de qualquer partícula daquelas propriedades que concordam ou pertencem a ela; mas eu declaro que ela preserva, regula, governa e dirige todas as coisas e que NADA NO MUNDO ACONTECE ACIDENTALMENTE OU POR ACASO. Além disto, eu coloco em sujeição à Providência Divina tanto o livre-arbítrio quanto até mesmo as ações de uma criatura racional, de modo que nada pode ser feito sem a vontade de Deus, nem mesmo as que são feitas em oposição a ela , somente devemos observar uma distinção entre as boas e as más ações, ao dizer, que 'DEUS TANTO DESEJA E EXECUTA BOAS AÇÕES' quanto que 'Ele apenas livremente permite as que são más'. Além disto ainda, EU PRONTAMENTE ADMITO, QUE ATÉ MESMO TODAS AS AÇÕES, SEJAM QUAIS FOREM, RELATIVAS AO MAL, QUE POSSAM POSSIVELMENTE SER IMAGINADAS OU CRIADAS, PODEM SER ATRIBUÍDAS AO EMPREGO DA DIVINA PROVIDÊNCIA, tendo apenas um cuidado, 'não concluir deste reconhecimento que Deus seja a causa do pecado'"(Declaração de Sentimentos, II).


Daí, vem a pergunta: Pr. Elias Soares, o senhor é arminiano? Não, porque não defende este postulado de Armínio. Portanto, não pode se dizer arminiano, nem se identificar como seguidor de Armínio, sem violação do 9º mandamento(Ex 20:16).


Ademais, é evidente que, em sua vontade decretiva(secreta, oculta, não revelada):


(i)Deus decretou que José fosse vendido por seus irmãos(Gn 45:5,7-8)

(ii)Deus decretou que Sansão se casasse com a ímpia Dalila(Jz 14:1-4), ainda que em sua vontade revelada, Ele condenasse o casamento misto(Gn 28:6; Ed 10:10-14,17-19; 1 Re 11:1-2)

(iii)Deus decretou que um espírito maligno atormentasse a Saul(1 Sm 16:14-16; 19:9), ainda que em sua vontade revelada, os demônios estejam designados de antemão como reservados para a condenação eterna(Mt 8:28; 25:41)

(iv)Deus decretou que um espírito maligno fosse enviado, induzindo pessoas a se levantarem contra Abimeleque(Jz 9:23-24), para que ele fosse morto e pagasse por seus crimes(Jz 9:24,53-56), ainda que em sua vontade revelada condenasse o homicídio(Ex 20:13), além de que também ainda que em sua vontade revelada, os demônios estejam designados de antemão como reservados para a condenação eterna(Mt 8:28; 25:41)

(iv)Deus decretou que um espírito de mentira(um demônio)fosse colocado na boca dos profetas de Acabe(1 Re 22:19-23; 2 Cr 18:18-22), ainda que em sua vontade revelada, condenasse a mentira(Ex 20:16), ainda que em sua vontade revelada, os demônios estejam designados de antemão como reservados para a condenação eterna(Mt 8:28; 25:41)

(v)Deus decretou que demônios fossem usados para causar mal e destruição aos egípcios(Sl 78:49), ainda que em sua vontade revelada, os demônios estejam designados de antemão como reservados para a condenação eterna(Mt 8:28; 25:41)

(vi)Deus decretou que Satanás matasse todos os filhos de Jó, os seus servos, o seu gado(Jó 1:6-19), e lhe ferisse com lepra(Jó 2:1-7), ainda que em sua vontade revelada, todo mal que Jó sofreu, foi atribuído a Deus(Jó 2:8-10), apesar de vermos em sua vontade revelada, que Satanás e os seus anjos estejam designados de antemão como reservados para a condenação eterna(Mt 8:28; 25:41; Ap 20:10).

(vii)Deus decretou que as mulheres de Davi cometessem adultério contra ele(2 Sm 12:9-11 comp. com 2 Sm 16:22), ainda que em sua vontade revelada, Ele condenasse o adultério(Ex 20:14; Dt 22:22).

(ix)Deus decretou que os apóstolos fossem proibidos de anunciarem o Evangelho na Ásia e na Bitínia(Jo 16:6-7), ainda que em sua vontade revelada, a não pregação do Evangelho fosse um pecado(1 Co 9:16)

(x)Deus decretou que os réprobos recebam a operação do erro e creiam na mentira(2 Ts 2:9-11), ainda que sua vontade revelada revele que seu juízo recairá sobre aqueles que crêem na mentira e a praticam(Ap 21:8; 22:15)

(xi)Deus decretou que os reis réprobos dêem seus reinos ao Anticristo(Ap 17:12-17), ainda que em sua vontade revelada todos esses reis serão castigados eternamente por causa dessa atitude pecaminosa(Ap 19:19-21)

(xii)Decretou que os povos pagãos fossem privados de sua mensagem de arrependimento, descrita em suas Escrituras do AT(Sl 147:19-20)

(xiii)Decretou que os pagãos andassem no pecado(At 14:16)

(xiv)Decretou que certos homens vivessem em imoralidade sexual(Rm 1:24)

(xv)Deus decretou que o seu povo fosse envergonhado(Os 4:7)

(xvi)Deus decretou que o coração de Faraó fosse endurecido, fazendo com que ele não deixasse Israel sair do Egito, para adorá-lo no deserto(Ex 9:12; 10:20; 11:10; 14:8), ainda que em sua vontade revelada, Faraó foi um agente livre, ao endurecer seu coração contra Israel(Ex 7:13,22; 8:15,19; 9:35), ainda que, apesar de Deus decretar o pecado do endurecimento do coração de Faraó, o puniu por este mesmo pecado que Ele decretou que Faraó cometesse, afogando Faraó no Mar Vermelho(Sl 136:15). Sim, Ele levantou Faraó, para que cometesse essas iniquidades, afim de ser glorificado, ao destruí-lo posteriormente(Rm 9:17-18).


9º Argumento: “Nona Pergunta: ‘Por que João disse que aquele que vive na prática do pecado, não é nascido de Deus?’. Ora, se Deus decretou todos os pecados, e aqueles que você vai, ainda vai e irá cometer, então você não é nascido de Deus, vivendo na prática do pecado. Mais uma incoerência”


Resposta: (a)Uma coisa é dizermos que Deus decretou os pecados dos eleitos. Outra bem diferente é dizermos que Ele decretou que seus eleitos vivam em pecado, o que é negado em Ef 1:4; 2:10;1 Pd 1:2, onde é dito que os eleitos foram predestinados a viverem em santidade. Deus decretou que Sansão se casasse com a ímpia Dalila(Jz 14:1-4), mas não que vivesse para sempre em jugo desigual com ela, tirando tanto a vida de Sansão, quanto a dela(Jz 16:28-30). O mesmo pode-se dizer dos irmãos de José, que embora, na vontade decretiva de Deus, cometeram o pecado de vender José(Gn 45:5,7,8), essa ação não foi contínua na vida deles, uma vez que eles se arrependeram desse pecado(Gn 45:5). O texto de 1 Jo 3:9, o verbo grego ποιέω(poieó), traduzido por “pecar”, de acordo Strong, se refere “a uma forma prolongada”, o que W.Haubeck e H. Siebenthal, em sua “Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego", rezam por “continuar a pecar, constantemente”. Em outras palavras, João está dizendo que o regenerado não vive uma vida continua na prática do pecado (como Paulo já tinha dito, ao falar da santificação do cristão[Rm 6:14]), o que nada tem a ver com o fato de Deus ter-lhe decretado os pecados. Nesse sentido, entendemos que quando as Escrituras afirmam que Deus decretou o pecado da incredulidade de seus eleitos em Israel, essa incredulidade não seria perpétua, mas temporal, sendo removida pelo próprio Deus que provocou esse endurecimento em seus corações(Jo 12:39-40). Dizer que Deus decretou os pecados dos eleitos(Jo 12:39-40), não significa que Ele tivesse decretado que todos eles vivessem uma vida contínua e ininterrupta no pecado, porque apesar de Deus haver-lhe decretado as más ações, também decretou suas boas ações(Ef 2:10; 1 Pd 1:2; Ez 36:27), o que indicaria que quando Deus decretou os pecados dos eleitos e regenerados, o fez de uma maneira temporal, uma vez que também decretou-lhes as boas ações.


10º Argumento: “Décima pergunta: ‘Por que Jesus veio para desfazer as obras do diabo, de acordo com Hebreus capítulo 2, 13 e 14. Por que Ele veio desfazer, se é a vontade do Pai que as obras permaneçam? Uma vez que na confissão calvinista, afirma-se que nós, que Deus decretou os nossos pecados, e os pecados são as obras do diabo. Agora Jesus veio desfazer aquilo que o Pai quer que seja feito. Gente, que incoerência”


Resposta: As Escrituras não dizem em lugar algum de Hb 2:13-14 que todas as nossas obras pecaminosas, são as obras do diabo, mas que Jesus, por sua morte “aniquilou” o diabo. O verbo grego aqui traduzido por “aniquilar”, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, é “καταργέω(katargeó), que segundo Robinson, significa “tornar ineficaz, inútil, arruinar; tornar sem efeito, infrutífero; reduzir a nada; fazer cessar, anular, pôr fim, abolir”, indicando que no tocante aos eleitos, por sua morte na cruz, o diabo não tem nenhum poder para destruí-los internamente.


Da mesma forma, tampouco as Escrituras dizem que o pecado de Adão e Eva, no Éden, foi uma obra de autoria do diabo, mas que Adão e Eva foram os autores do pecado no Éden(Gn 3:11-13,17). Paulo diz que o pecado foi introduzido no planeta Terra por Adão(Rm 5:13), não pelo Diabo. Quando o pecado estava alastrado sobre a Terra, na época de Noé(Gn 6:11), Deus responsabilizou o homem pelo avanço avassalador do pecado sobre a Terra(Gn 6:5-7,12), não os anjos caídos. Aliás, ainda que Satanás tivesse tentado Eva, fazendo-a sucumbir, com Adão, sob o pecado(Gn 3:1-6), o responsável pela entrada do pecado no planeta Terra, para Deus, é o homem(Gn 3:11-13,17), não o Diabo.


O substantivo grego ἔργον(ergon), que é traduzido aqui por “obras”, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, além de significar primariamente “trabalho”, se refere aqui ao “poder” do diabo; significando que Jesus veio para destruir o seu poder. Isso bate com o que afirmamos sobre Hb 2:14.


11º Argumento: “Por que Jesus é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo? Ora, não deveria tirar nesse caso. Porque se Deus decretou, é a vontade soberana dEle. Agora, envia o Filho para desfazer aquilo que ele quer que seja feito? Meu Deus, vamos, vamos pensar um pouquinho”


Resposta: (a)O verbo grego αἴρω(airó), traduzido em Jo 1:29 por “tira”, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, significa literalmente “tirar o pecado de alguém, ou seja, a penalidade do pecado, fazendo expiação ou reparação”. O sentido é de que, pelos méritos de Cristo, que tomou sobre si os nossos pecados, pagando por nós, em nosso lugar, a penalidade por eles, somos declarados inocentes(Cl 1:22), e não podemos mais sermos condenados(Rm 5:9-10). Como filhos de Deus, justificados pelos méritos de Cristo, e cobertos pelo seu sangue expiador, Deus não vê mais nenhum pecado em nós, embora Ele os contemple em nós, como filhos de Adão(Rm 5:12). O fato de Deus decretar todos os pecados dos eleitos, não anula seu decreto da eleição para a salvação de todos estes predestinados, uma vez que o decreto da eleição para a salvação(2 Ts 2:13; 2 Tm 1:9-10), precede os decretos da Criação e da Queda(Ef 1:4), e se a salvação pressupõe ‘pecado’(Mt 1:21), e se houve o decreto da eleição para a salvação e santidade, logo também houve posteriormente a este decreto, o decreto da queda, para que o decreto da eleição para a salvação fosse aplicado dentro do tempo sobre os eleitos que foram encontrados dentro do tempo, caídos em Adão(Ef 1:4-7. Jo 10:11; 1 Pd 1:2; 2 Tm 2:10).


Como já dissemos, Deus decretou todos os pecados dos eleitos, mas não de uma forma em que Ele os predestinasse a viverem imutavelmente impenitentes no pecado. Assim, reafirmamos, que, nesse sentido, entendemos que quando as Escrituras afirmam que Deus decretou o pecado da incredulidade de seus eleitos em Israel, essa incredulidade não seria perpétua, mas temporal, sendo removida pelo próprio Deus que provocou esse endurecimento em seus corações(Jo 12:39-40).


12º Argumento: “E por último, eu pergunto: ‘Se o Calvinismo então está certo, ao afirmar que Deus decretou todos os nossos pecados, por que lá em 1ª de Jo 3:8 diz: ‘Aquele que vive pecando é do diabo’?. O que vive na prática do pecado, é do diabo. E muitas outras perguntas eu poderia tecê-las aqui, mas estas bastam para provar a incongruência, a incoerência, o anacronismo, o acinte desta perspectiva calvinista. Dessa afirmação, que não logra êxito frente a verdade das Escrituras Sagradas. Portanto, meu amigo, se você está aí namorando o calvinismo, em nome de Jesus, abra mão disso. Continue confessando aquilo que a Bíblia diz: Que Deus, Ele, permitiu a Queda. Ele permite por conta do livre arbítrio que Ele na sua soberania, concedeu ao homem, lá no Jardim do Éden. Capítulo 2, versículos 16 e 17 de Gênesis. Portanto, Deus permite, mas não, Deus, não é a vontade de Deus. Deus não decreta. Deus não se coaduna com o mal. Deus não está de braços dados com o pecado, porque Deus é ‘Kadosh, Kadosh, Kadosh’, Santo, Santo, Santo. Eh. Afirmar que Deus, Ele, decretou o mal, decretou o pecado, é você contrariar todas as verdades que estão apresentadas na Bíblia Sagrada, nas Escrituras Sagradas. Que Deus o abençoe em nome do Senhor Jesus. Que você possa reavaliar melhor os seus conceitos, e perceber que isso daqui não tem sustentação bíblica – afirmar que Deus decretou o mal. Deus os abençoe em nome do Senhor Jesus Cristo. Até o próximo vídeo, querendo Deus. Se Deus quiser”


Resposta: (a)No texto de 1 Jo 3:8(‘Quem comete o pecado é do diabo’), se usa o mesmo verbo grego ποιέω(poieó), para ‘cometer”, que é usado em 1 Jo 3:9(‘Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado’), e o sentido do texto grego original de 1 Jo 3:9(ἁμαρτίαν οὐ ποιεῖ), que segundo o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, quando significa “fazer”, “expressa uma ação como continuada completa; aquilo que alguém faz repetida, continuada ou habitualmente”. Segundo o Léxico Grego-Português Baseado nos Domínios Semânticos, de J. Louw e E. Nida, a expressão de 1 Jo 3:9(que é correlata a 1 Jo 3:8), significa literalmente “todo aquele que é nascido de Deus não continua pecando”. O termo grego “ἁμαρτάνειν’, que aparece em 1 Jo 3:9, também de acordo W.Haubeck e H. Siebenthal, em sua “Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego", significa “continuar a pecar, constantemente”. Em outras palavras, João está dizendo que o regenerado não vive uma vida continua na prática do pecado (como Paulo já tinha dito, ao falar da santificação do cristão[Rm 6:14]), o que nada tem a ver com a negação de que Deus possa ter-lhe decretado os pecados, da mesma forma que está dizendo em 1 Jo 3:8, que quem vive uma vida contínua na prática do pecado, pertence ao diabo, o que não diz respeito a nenhum dos eleitos e regenerados, mesmo quando seus pecados foram decretados por Deus, incluindo a temporalidade do pecado(Jo 12:39-40). Nesse sentido, entendemos que quando as Escrituras afirmam que Deus decretou o pecado da incredulidade de seus eleitos em Israel, essa incredulidade não seria perpétua, mas temporal, sendo removida pelo próprio Deus que provocou esse endurecimento em seus corações(Jo 12:39-40). Dizer que Deus decretou os pecados dos eleitos(Jo 12:39-40), não significa que Ele tivesse decretado que todos eles vivessem uma vida contínua e ininterrupta no pecado, porque apesar de Deus haver-lhe decretado as más ações, também decretou suas boas ações(Ef 2:10; 1 Pd 1:2; Ez 36:27), o que indicaria que quando Deus decretou os pecados dos eleitos e regenerados, o fez de uma maneira temporal, uma vez que também decretou-lhes as boas ações. Isso, por si só, desmonta o argumento falacioso do Pr. Elias Soares.


(b)Pr. Elias Soares, se você afirma estar namorando com o arminianismo de Armínio(que disse que todas as ações más dos homens foram decretadas por Deus), deveria crer como Arminio, e como outras diversas outras autoridades, que como ele, também afirmaram que Deus decretou as ações más de suas criaturas, como se segue:

"Isto descobre uma mente verdadeiramente nobre: não só perdoa e esquece, MAS TAMBÉM DESEJA QUE AQUELES QUE O INJURIARAM ESQUEÇAM O MAL QUE FIZERAM, para que não sofram por causa disso; E com profunda piedade ATRIBUI TUDO À PROVIDENCIA DE DEUS"(Adam Clark [1760-1762], Com. de Gn 45:5)

"Quatro vezes ele repete este pensamento, QUE A MÃO DE DEUS TENHA DIRIGIDO TODO ESTE ASSUNTO. Ele vê a maravilhosa Providência nela agora, e deseja que todos a vejam"(Daniel Wheldon[1808-1885], Com. de Gn 45:5).

"Pois é o propósito de Paulo traçar a origem da santa Igreja de volta a Deus, o Poderoso Governador de todas as coisas. Daí não se segue que os eventos físicos e volições livres funcionem da mesma forma. No primeiro, A ENERGIA IMANENTE DE DEUS ORIGINA E DIRIGE TODA A AÇÃO POR TAL UNIFORMIDADE que nos assume o aspecto da lei necessária; Mas no agente livre Deus fornece a energia para a ação, enquanto é a própria propriedade da liberdade do agente que internamente - na área de sua liberdade - DIRIGINDO SUAS PRÓPRIAS AÇÕES. NO ENTANTO, ESTAS AÇÕES LIVRES SÃO PRERROGATIVAS DA SABEDORIA INFINITA TOMANDO EM SEU PLANO, E TRABALHANDO DE ACORDO COM O SEU PRÓPRIO CONSELHO PARA SEUS FINS GLORIOSOS"(Daniel Whedon, Ministro Metodista, Com. de Ef 1:11)

"Em tais casos, o destino é um recurso em direção a Deus, E ELE DISPÕE DELE DE ACORDO COM A SUA BONDADE, MISERICÓRDIA E VERDADE. O RESULTADO, PORTANTO, NÃO PODE SER FORTUITO"(Adam Clark, Com. de Pv 16:33)

"TODO JULGAMENTO OU DECISÃO DELE, É DO SENHOR. O RESULTADO FOI CONSIDERADO COMO UMA DECISÃO DIVINA"(Daniel Whedon, Com. de Pv 16:33)

"O evento, embora casual para os homens, É DIRIGIDO PELA PROVIDÊNCIA DE DEUS"(John Wesley[1703-1791], Ministro Metodista, Com. de Pv 16:33)

"Tentando obter orientação ou orientação ou para determinar, eles lançam sortes. Mas a direção real, A ORDENAÇÃO DA COISA VEM DE DEUS"(Charles W. Smith [1927-2013], Ministro Pentecostal, Com. de Pv 16:33)

"Em grande parte deve ser considerado em três aspectos; Ou, mais propriamente, eles são de três tipos distintos. Um tipo é votação civil, de uso geral nos estados para evitar intrigas e parcialidades; Outro é um apelo supersticioso à divindade imaginária, Chance ou Fortuna; E HÁ UMA TERCEIRA, QUE É UMA REFERÊNCIA DO EVENTO PARA O CÉU, PELA DIREÇÃO E DECRETO DE DEUS. Do segundo, ou apenas repreensível, a revelação é inteiramente inocente; Porque era costumeiro para o povo judeu referir todos os eventos a Deus, somente e imediatamente; E RECONHECIDAMENTE A SORTE DO JUDEUS E CRISTÃOS ERA DEVIDA AO DECRETO DIVINO"(Thomas Coke[1747-1814], Ministro Metodista, Com. de Pv 16:33)

"Em outras palavras, A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA PÚBLICA PELO MAGISTRADO É UMA ORDENANÇA DE DEUS; NELA AS ESCALAS SÃO MANTIDAS OU DEVEM SER MANTIDAS POR UMA MÃO FIRME E IMPARCIAL; E devemos nos submeter a ela por causa do Senhor, e ver sua autoridade na do magistrado(Rm 13: 1; 1 Pd 2:13). A observação da justiça no comércio entre homem e homem é também uma designação divina. Ele ensinou aos homens a discrição para fazer escalas e pesos, para o ajuste de direito exatamente entre comprador e vendedor, que nem poderia ser injustiçado. E todas as outras invenções úteis, para a preservação do direito, são dele. Ele também designou, por sua lei, que os homens sejam justos; É, portanto, uma grande afronta a ele, e ao seu governo, falsificar, e assim fazer o erro sob a cor e pretensão de fazer o que é direito, que é a maldade no lugar do juízo"(Joseph Benson[1748-1821], Ministro Metodista, Com. de Ef 1:11)

"José revela que Deus muitas vezes sobrepõe soberanamente a sua providência E CONTROLA AS MÁS AÇÕES DOS SERES HUMANOS A FIM DE EXECUTAR A SUA VONTADE"(Bíblia de Estudo Pentecostal, Nota sobre Gn 45:5)

"DEUS TINHA USADO OS ASSÍRIOS PARA CASTIGAR SEU POVO que enveredara pela impiedade"(Bíblia de Estudo Pentecostal, Nota sobre Is 10:5)

"Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más ações do próximo, EMBORA ELE POSSA SOBERANAMENTE CONTROLAR TAIS AÇÕES, DE TAL MANEIRA QUE SEJA CUMPRIDA SUA A SUA VONTADE. SEGUNDO O TESTEMUNHO DE JOSÉ, DEUS ESTAVA AGINDO ATRAVÉS DOS DELITOS DE SEUS IRMÃOS, PARA A PRESERVAÇÃO DA VIDA"(Bíblia de Estudo Pentecostal, p.106)



Nesse caso, Arminio, e todas estas outras autoridades arminianas, eram portadores de incongruência, a incoerência, o anacronismo, acinte?


(c)Deus não era um mero expectador dos eventos do Éden, para meramente ‘permitir’ a queda, mas o Ser Divino e Soberano, que desde a eternidade, ao decretar primariamente a eleição para a salvação e santidade(2 Ts 2:13; Ef 1:4; 1 Pd 1:2), decreta o pecado, já que salvação e santidade pressupõem o pecado(Mt 1:21; 1 Pd 1:14-15), e foi justamente por isso, que desde a eternidade, Cristo, “ainda antes da fundação do mundo”(1 Pd 1:20), foi conhecido como “um cordeiro imaculado e incontaminado”(1 Pd 1:19).


(d)Embora Ele decretando a queda de Adão e Eva(Is 45:7; Ef 1:4; Ef 1:4; 1 Pd 1:19-20), isso não tornaria Adão e Eva irresponsáveis por seu pecado no Éden, onde caíram como agentes livres(Gn 3:11-13,17; Rm 5:12)


(e)Adão e Eva foram agentes livres, quando caíram no Éden(Gn 3:11-13,17; 1 Tm 2:14). Mas Adão e Eva não possuíam nenhum livre arbítrio, no sentido de frustrarem o eterno decreto da queda(Is 45:7; Ef 1:4; Ef 1:4; 1 Pd 1:19-20), optando por não comerem.


(f)Elias Soares, quando Armínio e outros eruditos arminianos citados por mim, ensinaram que Deus decreta todas as ações más do homem, estavam afirmando que Deus coaduna com o mal e está de braços dados com o pecado? Elias Soares, quando Armínio e outros eruditos arminianos citados por mim, ensinaram que Deus decreta todas as ações más do homem, estavam afirmando que Deus não é santo? Elias Soares, quando Armínio e outros eruditos arminianos citados por mim, ensinaram que Deus decreta todas as ações más do homem, estavam contrariando todas as verdades apresentadas nas Escrituras? Elias Soares, quando Armínio e outros eruditos arminianos citados por mim, ensinaram que Deus decreta todas as ações más do homem, estavam ensinando algo sem sustentação bíblica?


(g)Elias Soares, sua própria fala depõe contra você e sua falsa crença: "Até o próximo vídeo, querendo Deus. Se Deus quiser". Ora, ora... se as ações dos homens não são determinadas pela vontade divina, por que então a sua fala - 'Até o próximo vídeo, querendo Deus. Se Deus quiser'?. Ora, se Deus tem que querer que algo aconteça com relação aos homens, logo o acontecimento de qualquer coisa ligada ao homem, depende previamente e soberanamente de sua vontade, e não da vontade da criatura('livre arbítrio'). Se você fosse um arminiano coerente com seu falso ensino que nega o pré-determinismo divino, você teria que dizer:

"Até o próximo vídeo, querendo eu. Se eu quiser".


Essa sua frase é a prova de que vocês, 'arminianos', não crêem de fato no livre arbítrio do homem caído. Porque se você de fato cresse no livre arbítrio do homem, você deveria dizer: "Até o próximo vídeo, querendo eu. Se eu quiser". Isso mostra que todas as ações do homem são produtos da prévia e soberana vontade de Deus, sejam estas ações boas ou más; porque se é pela vontade de Deus que você faça um vídeo, e se nesse vídeo, você ensinar mentiras, você estará pecando, sendo o seu pecado preordenado antecipadamente por Deus, uma vez que será a vontade de Deus a causa da criação de teu vídeo.



(f)Elias Soares, você está em pecado, negando as verdades das Escrituras. Esperamos que aprouva a Deus te conceder verdadeiro arrependimento por teu pecado de lutar contra a verdade, pois como disse Paulo:


Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade”(2 Co 13:8)


Elias Soares, se quiser continuar enxugando gelo, lutando contra as Escrituras, você vai continuar dando com os burros nágua!.


Jailson Serafim.



Nenhum comentário:

Postar um comentário