segunda-feira, 5 de abril de 2021

Supralapsarianismo, consenso das Escrituras, dos Reformadores e dos Símbolos de Fé Reformados!

Basicamente, entre as igrejas reformadas, no tocante a doutrina da ordem dos decretos há apenas duas correntes; o supralapsarianismo e o inflarapsarianismo. A primeira (o que nós defendemos aqui) ensina que a ordem dos decretos se resume a:(a)Eleição; (b)Criação, e (c)Queda. Sobre a segunda visão, o inflarapsariano Rev. Samuel Falcão resume:

A ordem de seus decretos, segundo essa teoria, seria a seguinte: (a)Criar; (b)Permitir a Queda; (c)Eleger alguns, do meio da massa de pessoas perdidas, para a salvação, e deixar o restante para sofrer o justo castigo de seus pecados”(Escolhidos em Cristo, p.152).

(a)A posição escriturística é absolutamente supralapsariana.

Vários textos do NT, concernente a ordem dos decretos, alude a posição supralapsariana. Um dos textos mais claros é Ef 1:4-. que diz:

Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”(ACF).

A ordem dos decretos aqui é:

(i)Eleição(‘Como também nos elegeu nele’). (ii)Criação(‘antes da fundação do mundo’) e (iii)Queda(‘para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor’).

Assim, temos, primeiro, a Eleição; segundo, a Criação; e terceiro, a queda, visto que santidade pressupõe a queda, visto a santidade significar a salvação do domínio do pecado(Rm 6:4; 1 Pd 1:14-16).

Em outro lugar, Paulo repete a mesma visão supralapsoriana, quando diz:

“Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?”(Rm 9:20-24)

Aqui, novamente temos, primeiro, a Eleição(‘Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou...’); segundo, a Criação(‘para da mesma massa fazer um vaso para honra….’); terceiro, a Queda(‘nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada...’), visto que a chamada(ou vocação) é para a salvação(2 Tm 2:9-10), e salvação pressupõe pecado, por pressupor a salvação do pecado(Mt 1:21), e o amor por aqueles que são chamados, é um amor direcionado a pecadores(Rm 5:6).

Ainda, novamente Paulo, repete a mesma ideia em outro lugar, afirmando:

“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos; E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho”(2 Tm 1:9-10)

Aqui, mais uma vez, temos, primeiro, a Eleição, e Criação(‘e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos’); e ‘Queda’(‘E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho’), visto que a graça que nos foi dada na eternidade visava levar a Jesus a trazer o livramento dos efeitos do pecado – a morte e a corrupção, aos quais Jesus veio para abolir. Assim, a vocação de Paulo ao apostolado é precedida da eleição eterna: 'não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos’). Não há nenhuma chance de acharmos aqui uma única vírgula em prol do infralapsarianismo.

E outra vez, Paulo traz a mesma ideia, quando diz:

“Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia”(Rm 9:11-15)

Mais outra vez, aqui temos, primeiro, a eleição, antecedendo o tempo(‘para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras’), pois o texto diz “Porque, não tendo eles ainda nascido’(Rm 9:11); depois temos a Queda(‘não por causa das obras, mas por aquele que chama’), e a vocação ou chamada é feita salvificamente a pecadores(Rm 9:24-26; 8:30; 2 Tm 2:9,10; 1 Ts 4:7; 2 Ts 2:14; Gl 1:13-15; 1 Pd 2:9; 1 Co 1:24). A frase "Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)"(Rm 9:11) destrói todas as pretensões dos infralapsarianos, pois não só mostra que a eleição de Jacó e a reprovação de Esaú foram atos divinos precedentes a Criação, bem como foram atos que não foram feitos com base na prévia contemplação das ações [boas ou más], mas apenas baseados na vontade de Deus. Isso mostra que Deus decretou eleger, não pela prévia e eterna contemplação do pecado de Adão['não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal' - Rm 9:11), mas apenas de acordo com a vontade e o prazer absolutos dEle['para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama - Rm 9:11]. A interpretação infra importa na introdução da eterna contemplação [isto é, previsão] da obra da criatura caída, introduzindo condicionalidade no eterno decreto de Deus, contrariando a CFW, que diz:

"Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições"(III:2).

Não tenho a menor dúvida de que o infralapsarianismo é uma introdução do arminianismo dentro da visão reformada da ordem dos decretos

Em Gl 1:15-16, lemos:

“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue”(ACF).

O verbo grego “ἀφορίζω”(aforizō), aqui traduzido por “separou”, de acordo com o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, tem o significado de “escolher”(p.141). Aqui, a ordem dos decretos é claramente supralapsariana, mas uma vez que o decreto da eleição de Paulo precede à sua conversão (que pressupõe a queda), bem como precede sua chamada para a pregação do evangelho da salvação(‘revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios’). Não temos nenhuma evidência da visão infra no NT.

Por fim, Paulo também nos diz:

“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo”(2 Ts 2:13-14).

A ordem dos decretos é muito clara aqui: (a)Eleição(‘por vos ter Deus elegido’); (b)Criação(‘desde o princípio’); (c)Queda(‘em santificação do Espírito, e fé da verdade’). Por “santificação’ e ‘fé’, se pressupõe realmente a queda, uma vez que ambas são concedidas dentro do tempo ao pecador eleito(1 Pd 1:14-16; 1 Co 1:30; Tt 1:1-3).

Em Rm 8:29-30, lemos:

"Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou"(ACF).

A ordem dos decretos também é muito clara aqui: (a)Eleição('os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho'); (b)Criação('E aos que predestinou a estes também chamou') e Queda('e aos que chamou a estes também justificou'). O verbo grego "προγινώσκω"(proginōskō), aqui traduzido por 'dantes conheceu", de acordo com 'A Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego', de W. .Haubeck e H. V. Siebenthal, significa literalmente "escolher/eleger de antemão"(p.970). Aqui, todos os verbos estão no aoristo e "o aoristo fala de Deus que vê o fim desde o início, e em cujo decreto e propósito todos os eventos futuros são abrangidos"(F. Rienecker e C. Rogers, Chave Linguística do Novo Testamento Grego, p.270). Uma vez que o aoristo determina uma ação terminada no passado, isto é, uma vez que o aoristo determina que todas estas coisas foram determinadas como já ocorridas ou terminadas na mente de Deus, segue-se que a eleição e a predestinação precedem a criação e a queda, uma vez que precedem a vocação, a justificação e a glorificação, que serão ocorridas dentro do tempo(Jo 6:37,39-40; 10:16,27-29; Mc 16:15; 1 Co 15:22-26; Fl 3:20-21; 1 Ts 4:15-17). J. Louw e E. Nida afirmam que "προγινώσκω"(proginōskō) se refere literalmente à "aqueles que ele havia escolhido de antemão, estes ele já havia decidido que se tornariam como o seu Filho"(Léxico Grego Português do Novo Testamento, Baseado nos Domínios Semânticos, p.325). Na eterna e decretiva mente de Deus, primeiramente, temos (a)A eleição; (b)A Criação; e por fim. (c)A Queda. Note. Primeiro, ele elege de antemão[na eternidade]; depois de eleger e predestinar, ele chama salvíficamente e justifica[absolve da condenação do pecado]. Se ele chama salvificamente, a alusão aqui é a pregação do Evangelho, dentro do tempo(Jo 10:16,27; At 13:48; Tt 1:1), e portanto, uma alusão a Criação, já que é a criaturas humanas que o Evangelho deve ser pregado(Mc 16:15); e, posteriormente, estas pessoas a quem o Evangelho será pregado, ouvindo-o [crendo neste evangelho], serão justificadas [absolvidas da condenação do pecado], e aqui, temos uma alusão a Queda, já que apenas criaturas caídas podem ser absolvidas da condenação do pecado ('nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores' - Gl 2:17)

Em Rm 9:21-24, lemos:

"Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?"(ACF)

Todo o texto contraria a visão infralapsariana:

(i)O substantivo grego "φύραμα"(phyrama), aqui traduzido por "massa", de acordo com Thayer, significa literalmente "barro". (ii)Paulo está dizendo que Deus tem autoridade sobre o 'barro', para dele 'fazer um vaso para honra e outro para desonra'. O verbo grego "ποιέω"(poieō), aqui traduzido por 'fazer", de acordo com Thayer, tem em Rm 9:21 o sentido de "fazer uma coisa de algo". A referência aqui é ao fato de Deus trazer a existência física todos os eleitos e réprobos, e aponta para Ele como Aquele que trouxe a existência 'um vaso para honra'[o eleito] e 'outro para desonra'[o réprobo]. Na ordem dos decretos, temos aqui a Criação. O eleito e o réprobo já são criados, isto é, já são concebidos, nascem e vêem a este mundo como 'um vaso para honra e outro para desonra'[v.21]. Mas, a Criação, não aparece aqui como o primeiro dos decretos, mas como um dos decretos subsequentes ao decreto anterior, que é o da eleição. Porque se os eleitos e réprobos são respectivamente criados 'um vaso para honra e outro para desonra', seus destinos antecedem a sua criação. E é isso que Paulo deixa bem claro, quando menciona as duas expressões: "os vasos da ira, preparados para a perdição"[v.22] e "nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou"[v.23]. No v.22, o verbo grego "καταρτίζω"(katartizō), aqui traduzido por "preparados", de acordo com F. Rienecker e C. Rogers, significa literalmente "deixar pronto"(Chave Linguística do Novo Testamento Grego, p.272). Robinson reza-o por "formar"(Léxico Grego do Novo Testamento, p.486). F. W. Gingrich e F. W. Danker, reza-o por "fazer, criar"(Léxico do Novo Testamento Grego, p.112). William Mounce reza-o por pronto"(Léxico Analítico do Novo Testamento Grego, p.348), e W. Haubeck e H. V. Siebenthal rezam o verbo grego "καταρτίζω"(katartizō), por "confeccionar, criar"(Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego, p.975). Assim, uma tradução igualmente literal dessa expressão, seria "nos vasos da ira, deixados prontos para a perdição", ou "nos vasos da ira, formados para a perdição", ou "nos vasos da ira, feitos para a perdição", ou "nos vasos da ira, criados para a perdição", ou ainda "nos vasos de ira, confeccionados para a perdição". Assim, o réprobo, o não eleito, já foi criado ou deixado, de antemão, pronto para a perdição.

Da mesma forma, no v.23, na expressão "nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou"(ACF), o verbo grego "προετοιμάζω"(proetoimazō), aqui traduzido por "que para glória já dantes preparou", de acordo com Thayer, significa literalmente "para quem ele designou a glória de antemão (isto é, desde a eternidade), e, conseqüentemente, tornou-os aptos para recebê-la". Robinson reza "προετοιμάζω"(proetoimazō), por "estabelecer ou ordenar de antemão, predestinar"(Léxico Grego do Novo Testamento, p.778). William D. Mounce reza "προετοιμάζω"(proetoimazō), por "designar ou ordenar de antemão"(Léxico Analítico Grego do Novo Testamento, p.513). De formas que uma tradução literal deste texto, seria "nos vasos de misericórdia, para quem ele designou a glória desde a eternidade", ou "nos vasos de misericórdia, para quem ele ordenou de antemão", ou "nos vasos de misericórdia, para quem ele predestinou de atemão". Assim, o eleito, foi designado, ordenado ou predestinado desde toda a eternidade. Sua eleição ou predestinação antecederam sua salvação. O substantivo grego "δόξα"(doxa), aqui traduzido por "glória", de acordo com Thayer, se refere literalmente "a gloriosa condição de bem-aventurança para a qual é designado e prometido que os verdadeiros cristãos entrarão após o retorno de seu Salvador do céu". Assim, quando temos a menção de que o eleito, foi designado, ordenado ou predestinado desde toda a eternidade. Sua eleição ou predestinação antecederam sua salvação da presença do pecado (isto é - sua glorificação); e se sua eleição ou predestinação antecederam sua salvação da presença do pecado, precedeu sua criação [nascimento] e pecado. Vários comentaristas reformados [dentre eles, alguns peritos em grego], tem entendido assim esse texto:

"No final de Romanos 9:23, devemos inserir alguma cláusula como 'Ele reservou para eles a Sua glória', a fim de tornar a frase estritamente gramatical"(Charles J. Ellicott[1819–1905]. Ministro Anglicano, Com de Rm 9:22)

"Significa perdição, ruína final; por qual agência as pessoas mencionadas foram habilitadas para isso, Paulo não diz; o que ele diz é que, preparados para tal condenação como eles são, Deus os suportou com muita paciência, de modo que pelo menos eles não podem dizer: Por que você critica?"(William R.Nicoll [1851-1923], Ministtro Presbiteriano, Com de Rm 9:22)

"vasos de ira preparados para a destruição; são considerados vasos e, portanto, não são mais considerados no barro, na massa e no monte da criatura, mas como criaturas formadas, feitas e trazidas à existência; e, portanto, para serem usados como instrumentos nas mãos de Deus, para servir aos seus fins e propósitos e, portanto, chamados de 'vasos'; e não apenas isso, mas 'vasos de ira', criaturas pecadoras caídas e, portanto, merecedoras da ira de Deus e objetos de sua justiça vingativa, em quem ele pode justamente exibir sua ira e vingança: portanto, eles podem ser chamados, sendo como vasos cheios de sua ira; como tais, aqueles que são os instrumentos e executores de sua ira são chamados, em Is 13:5, כלי זעמו, 'vasos de sua ira'(John Gill[1697-1771], Ministro Batista, Com de Rm 9:23)

"Portanto, novamente, podemos dizer com Paulo, que alguns homens são feitos por Deus, o Criador, para a destruição"(Bíblia de Estudo de Genbra[1591], Com de Rm 9:23)

"Deus, com o propósito de manifestar Sua ira e tornar conhecido Seu poder (o que Ele poderia fazer), suportado com muitos vasos de longanimidade de ira formados[preparados, criados completos e prontos] para a destruição"(Henry Alford[1810-1871], Ministro Anglicano e Perito em Grego)

"Por outro lado, o que pode ser dito contra isso, se Ele proceder em misericórdia com os outros, manifestando assim as riquezas de Sua glória, ou Sua gloriosa graça, visto que são vasos de misericórdia, os quais, por Sua eleição soberana desde a eternidade, e a santificação de Seu Espírito no tempo, Ele havia previamente preparado para a glória? A soma da resposta do apóstolo aqui é que o grande objetivo de Deus, tanto na eleição quanto na reprovação dos homens, é aquele que é supremo para todas as coisas na criação do universo, ou seja, Sua própria glória"(Robert Haldane [1772-1854), Ministro Presbiteriano, Com de Rm 9:22-23)

"Mas tal interpretação, que exigiria que o contraste fosse muito mais fortemente marcado do que pelo mero δὲ, está em desacordo com a retenção na sequência do σκεύη figurativo e sua preparação; porque é daí evidente que o que Paulo havia dito anteriormente sobre a liberdade de Deus para preparar homens de caráter e destinos diferentes como vasos de oleiro, ele de forma alguma pretendeu cancelar, como se Deus não tivesse feito isso"[Heinrich A. W. Meyer[1800-1873], Ministro Luterano, Com de Rm 9:22].

"Deus suportou esses vasos de ira com muita paciência, como fez com o velho mundo antes do dilúvio, Faraó, antes de cortá-lo e Sodoma antes de destruí-la. Esses incrédulos toleram a luz que odeiam e os meios de graça que desprezam. Os vasos de misericórdia recebem sua misericórdia, amor e graça, não porque sejam melhores ou mais sábios do que os outros ou porque os mereçam, mas porque Deus escolheu revelar sua graça neles e torná-los objetos de sua misericórdia desde a eternidade"(Henry Mahan, Ministro Batista, Com de Rm 9:22-23)

"Os vasos de honra devem ser os próprios vasos de misericórdia desde a eternidade"(Matthew Henry[1662-1714], Ministro Pesbiteriano, Com de Rm 9:23)

Portanto, fica evidente que Rm 9:21-24 contraria a visão infralapsariana. Em Rm 11:2, lemos "Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu"(ACF). Aqui, temos o verbo grego "προγινώσκω"(proginōskō), que segundo o Léxico do Novo Testamento Grego, de F. W. Gingrich e F. W. Danker, significa literalmente "escolher de antemão"(p.175). William D. Mounce reza "προγινώσκω"(proginōskō), por "apontar como objeto de privilégios futuros"(Léxico Analítico do Novo Testamento Grego, p.512). W. Haubeck e H. V. Siebenthal rezam o verbo grego "προγινώσκω"(proginōskō)," por "escolher/eleger de antemão"(Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego, p.978). Assim, temos aqui a ordem dos decretos como (a)Eleição; e (b)Criação e (c)Queda, já que a idéia de privilégios futuros vai incluir a redenção dos pecados, já que, por exemplo, William D. Mounce, quando alude a ideia de pirivlégios futuros, cita Rm 8:29('Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho' - ACF). No AT, temos textos semelhantes, como Is 49:1, onde lemos:

O SENHOR me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome”(ACF).

O verbo hebraico “קָרָא"(qara)aqui traduzido por “chamar”, de acordo com o The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon, significa “eleger”(p.896). A ideia é de que a eleição precede ao nascimento(que subentende ‘Criação’, conforme At 17:30). Esse parece ser também o sentido de Jr 1:4-5, quando lemos:

“Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta”(ACF).

A ideia novamente remota ao entendimento de que Deus elegeu Jeremias antes da sua criação. Nesse caso, temos novamente a evidência que a eleição precede a criação.

(b)A opinião dos Reformadores.

(i)Martinho Lutero[1483-1546], diz:

“Considero isto suficientemente firmado a partir daquele único dito de Cristo em Mt 25:34, que citei a pouco: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo’. De que modo poderiam merecer aquilo que já lhes pertence e lhes está preparado antes mesmo de serem criados?. Assim podemos dizer, com maior correção, que o reino de Deus merece, antes, a nós, seus possuidores; e devemos colocar o mérito lá ondde eles colocam o prêmio e o prêmio lá onde colocam o mérito. Pois o reino não está sendo preparado, mas está preparado; os filhos, porém, são preparados para o reino, não preparam o reino; isto é: o reino merece os filhos, e não os filhos o reino, pois Cristo diz: 'Ide, malditos, para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos'[Mt 25:41]"('Da Vontade Cativa' [1525 d.C], Martinho Lutero, Obras Selecionadas, volume 4, p.111).

Aqui Lutero coloca a ordem dos decretos: (a)Eleição('De que modo poderiam merecer aquilo que já lhes pertence e lhes está preparado antes mesmo de serem criados?'); (b)Criação('De que modo poderiam merecer aquilo que já lhes pertence e lhes está preparado antes mesmo de serem criados?') e (c)Queda('o reino merece os filhos, e não os filhos o reino').

"Jacó foi amado por Deus por ter sido eleito, e obteve misericórdia porque assim aprouve a Deus desde a eternidade. Foi exatamente isso que ele disse a Moisés: 'Terei misericórdia', etc[Ex 33:19]. Após ter feito essas afirmações, ele, de imediato e com a máxima habilidade, complementa, comoo consequência do que foi dito, que é tão somente devido ao Deus misericordioso que alguém é amado ou se torna justo, visto que, em geral, todos fazem igualmente parte da massa de perdidos e ninguém é justo diante de Deus se Ele não tiver misericórdia"([Comentário de Romanos 9:17], Martinho Lutero, Obras Selecionadas, Volume 8, p.319)

Aqui, Lutero apresenta a ordem dos decretos: (a)Eleição('Jacó foi amado por Deus por ter sido eleito'; 'obteve misericórdia porque assim aprouve a Deus desde a eternidade'); (b)Criação('Foi exatamente isso que ele disse a Moisés:Terei misericórdia') e (c)Queda('que é tão somente devido ao Deus misericordioso que alguém é amado ou se torna justo, visto que, em geral, todos fazem igualmente parte da massa de perdidos')

(ii)João Calvino[1509-1564], diz:

"Chamamos predestinação o eterno decreto de Deus pelo qual houve por bem determinar o que acerca de cada homem quis que acontecesse. Pois ele não quis criar a todos em igual condição; ao contrário, preordenou a uns a vida eterna; a outros, a condenação eterna. Portanto, como cada um foi criado para um ou outro desses dois destinos, assim dizemos que um foi predestinado ou para a vida, ou para a morte"(Institutas da Religião Cristã, III; 25:5)

Essa frase de Calvino, não pode ter outra interpretação do que a supralapsariana, pois a predestinação é chamada de 'decreto', ou 'preordenação', que visa 'criar' pessoas para a vida ou a morte eterna. Logo, aqui, a predestinação precede a Criação e a vida eterna [que pressupõe a salvação da condenação eterna do pecado]. Na visão de Calvino, em seu conceito de eleição eterna, eleitos já nascem criados para a vida; e réprobos, para a morte eterna.

O Dr.John Forbes[1802-1899], Ministro Presbiteriano Escocês, em sua obra "Predestinação e Livre-arbítrio e a Confissão de Westminster, Com a Explanação de Rm IX", publicada em 1878, comentando a fala acima de Calvino, diz:

"Calvino ignora totalmente este ensino da liberdade vigiada. De modo geral, independentemente do que as criaturas devam escolher ou fazer no exercício de seu livre arbítrio, ele faz Deus determinar de antemão, de sua vontade absoluta, o destino final de cada uma. 'Predestinação', diz ele, 'é o decreto eterno de Deus, pelo qual Ele determinou consigo mesmo o que deveria ser feito com cada homem. Pois não são criados em termos iguais; mas para alguns deles a vida eterna é predeterminada, e para outros a condenação eterna. Portanto, conforme cada um foi criado para um ou outro desses dois fins, dizemos que ele foi predestinado para a vida ou a morte'[Institutas, III; 25:5]. Ele faz com que a soberania de Deus se intrometa no interior de Sua justiça. Isso é supralapsarianismo puro - uma ordenação, sem consideração a qualquer coisa que os próprios homens fariam ou escolheriam, alguns, como Jacó, para a vida eterna, e outros, como Esaú 'para desonra e ira', 'não por seus pecados', mas de acordo com a vontade e o prazer absolutos de Deus"(p.54)

(iii)Teoodoro de Beza[1509-1605], em sua obra "Da Predestinação Cristã"(1582 d.C), diz:

"Paulo ... alude à criação de Adão, e sobe até o propósito eterno de Deus, que, antes de criar a humanidade, decretou por sua própria vontade e prazer, manifestar sua glória, tanto na salvação de alguns que ele conhecia, em uma forma de misericórdia, e na destruição de outros, a quem ele também conhecia, em julgamento. E, na verdade, a menos que julguemos ser esse o caso, Deus ficará gravemente ferido; porque ele não será suficientemente sábio, quando primeiro cria os homens, e os considera corruptos, e então indica para qual propósito ele os criou: nem suficientemente poderoso, se quando ele assumiu um propósito concernente a eles, ele é impedido por outro, de modo que ele não obtém o que ele desejou suficientemente constante, se voluntariamente e livremente ele toma um novo propósito, depois que sua obra for corrompida".

Aqui temos a ordem dos decretos segundo Beza: (i)Eleição('antes de criar a humanidade, manifestar sua glória, tanto na salvação de alguns que ele conhecia'); (ii)Criação('manifestar sua glória, tanto na salvação de alguns que ele conhecia', e (iii)Queda('porque ele não será suficientemente sábio, quando primeiro cria os homens, e os considera corruptos, e então indica para qual propósito ele os criou').

(iv)Jerome Zanchius[1516-1590], em sua obra "Predestinação Absoluta", diz:.

"Vemos, então, que a vontade livre, imparcial e soberana de Deus é a raiz desta árvore da vida, que produz tantos ramos gloriosos e produz frutos tão salutares: Ele, portanto, amou os eleitos e ordenou-os à vida porque Ele quis; de acordo com a do apóstolo, 'tendo-nos predestinado, segundo a boa vontade da sua vontade'(Ef 1:5). Então, em seguida, após a aliança de Deus com Seu povo e as promessas a eles, vem o mérito infinito da justiça e expiação de Cristo, pois fomos escolhidos para a salvação Nele como membros de Seu corpo místico e, por meio Dele, como nosso Fiador e Substituto, por cuja obediência vicária à lei moral e submissão à sua maldição e penalidade, todos nós, cujos nomes estão no livro da vida, nunca devemos incorrer no ódio divino ou ser punidos por nossos pecados, mas continuar para a eternidade, como éramos desde eternidade, herdeiros de Deus e có- herdeiros com Cristo. Mas ainda assim a graça e o favor divino (e Deus estende aqueles a quem Ele quer) devem ser considerados como o que deu origem ao glorioso esquema da redenção, de acordo com o que nosso próprio Senhor nos ensina: 'Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito'[Jo 3:16], etc, e o do apóstolo, 'Nisto se manifestou o amor de Deus por nós, porque Ele enviou Seu Filho unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver através Ele "(1 Jo 4:9)..

Aqui Zanchius apresenta a ordem dos decretos(i)Eleição('amou os eleitos e ordenou-os à vida porque Ele quis'; 'como éramos desde eternidade, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo'); (ii)Criação('pós a aliança de Deus com Seu povo e as promessas a eles') e (iii)Queda('Então, em seguida, após a aliança de Deus com Seu povo e as promessas a eles, vem o mérito infinito da justiça e expiação de Cristo')...

(v)Heinrich Bullinger[1504-1575], diz:..

"E a predestinação de Deus é o decreto eterno de Deus, por meio do qual ele ordenou salvar ou destruir os homens; um fim mais certo de vida e morte sendo designado para eles... Eis que Deus nos escolheu; e ele nos escolheu antes que os fundamentos do mundo fossem lançados; sim, ele nos escolheu para sermos irrepreensíveis, isto é, para sermos herdeiros da vida eterna; porém, em Cristo, por e por Cristo ele nos escolheu. E ainda mais claro: ele 'nos predestinou', disse ele, 'para nos adotar como seus filhos', mas por Cristo; e isso também ele fez livremente, com o intuito de que, para sua graça divina, glória pudesse ser concedida... Mantenhamos bem impresso em nosso peito que Deus nos escolheu em Cristo, e por sua causa nos predestinou para a vida; e que, portanto, ele dá e aumenta a fé voltada para Cristo naqueles que a pedem; e que é ele quem o coloca em nossos corações. Pois todas as coisas que tendem à nossa salvação vêm da graça de Deus; nada é nosso senão reprovação e vergonha"(As Décadas, 4ª Década, 4º Sermão)...

Aqui, Bullinger apresenta a ordem dos decretos: (i)Eleição('E a predestinação de Deus é o decreto eterno de Deus'); (ii)Criação('e ele nos escolheu antes que os fundamentos do mundo fossem lançados'; e (iii)Queda('ele nos escolheu para sermos irrepreensíveis')..

(c)A posição majoritária dos símbolos reformados é supralapsariana:

(1)O Catecismo de Calvino[1536], declara:

“Portanto, reconheçamos os eleitos como vasos de sua misericórdia; os réprobos os vasos de sua ira, mas uma ira justa de fato. Por outro lado, não tentemos penetrar no próprio céu e compreender o que Deus da eternidade decretou para nós, a fim de garantir a certeza de nossa salvação (algo que geralmente acontece com muitas pessoas). Esse pensamento só pode nos irritar com uma miserável ansiedade e dificuldades. Antes, contentemo-nos com o testemunho com o qual o Senhor confirmou amplamente essa certeza para nós. Todos os que antes da fundação do mundo foram predeterminados para a vida foram escolhidos em Cristo; portanto, é nele que o juramento de nossa eleição é apresentado a nós. Pois o que buscamos na elação, exceto que possamos compartilhá-la na vida eterna?”(XIII[Eleição e Predestinação]).

Esta confissão mostra que o decreto eterno de Deus contempla: (a)A Eleição(‘Todos os que antes da fundação do mundo foram predeterminados para a vida foram escolhidos em Cristo’); (b)(Criação)(‘Todos os que antes da fundação do mundo foram predeterminados para a vida foram escolhidos em Cristo’); e (c)Queda(‘Todos os que antes da fundação do mundo foram predeterminados para a vida foram escolhidos em Cristo’), e a vida eterna pressupõe o livramento da morte eterna, que pressupõe a ira de Deus(Jo 3:36), e essa ira pressupõe o pecado, que gerou um estado de queda e miséria(Ef 2:1-3)

(2)O Catecismo da Igreja de Genebra[1537], diz:

"Porque a todos os que Deus elegeu, os torna justos e os reforma para santidade e inocência de vida, para que neles resplandeça sua glória"(Resp. Perg. nº 96)

Esta confissão mostra a ordem dos decretos de Deuis: (a)Eleição('Porque a todos os que Deus elegeu'); (b)Criação('os torna justos', numa referência a aplicação da morte de Cristo a criaturas caídas) e (c)Queda('e os reforma para santidade e inocência de vida').

(3)A Confissão de Fé da Congregação de Glastombury[1551], declara:

“Mas, em verdade, nosso Deus, rico em misericórdia, teve compaixão do homem assim caído, e deu o Seu Filho unigênito para trazer socorro a tanta miséria e libertar o homem dessa maldição, libertá-lo da escravidão de Satanás e reconciliando-o consigo mesmo, de acordo com o decreto de sua própria vontade, já determinado antes da fundação do mundo: para que todos quantos recebessem seu evangelho pudessem ser gerados novamente como filhos de adoção do Deus eterno, e possam entrar com Seu próprio Filho na herança da vida imortal do Reino celestial”(1ª Parte; IV; ‘Pecado Original ou Corrupção no Homem’).

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘de acordo com o decreto de sua própria vontade, já determinado antes da fundação do mundo’); (b)Criação(‘de acordo com o decreto de sua própria vontade, já determinado antes da fundação do mundo...’), e (c)Queda(‘já determinado antes da fundação do mundo: para que todos quantos recebessem seu evangelho pudessem ser gerados novamente como filhos de adoção do Deus eterno’), e o novo nascimento pressupõe a queda(Jo 3:3,5; Ef 2:1).

(4)O Consensus Genevensis[1552] declara:

“Eu respondo que três coisas estão aqui para serem consideradas: 1. Que a eterna predestinação de Deus, pela qual Ele decretou, antes da Queda de Adão, o que deveria ocorrer em toda a raça humana e em cada indivíduo dela, foi inalteravelmente fixa e determinada. 2. O próprio Adão, devido ao seu afastamento de Deus, foi merecidamente designado para a morte eterna. 3. E, finalmente, que na pessoa de Adão, assim caída e perdida, toda a sua prole também foi eternamente condenada; mas tão eternamente condenada que Deus considera digno a honroso a Sua adoção de todos aqueles a quem Ele livremente escolheu”.

“Observarei apenas que quando Paulo testifica que somos feitos participantes da adoção divina, porque fomos escolhidos antes da fundação do mundo. Ora, o que há inexplicável ou perplexo nesta doutrina e em sua conexão? Pois quando o apóstolo ensina, no mesmo contexto, primeiro que aqueles que foram escolhidos por Deus, depois foram chamados de acordo com Seu propósito, ele harmoniza lindamente, se não me engano, a certeza da nossa fé com o decreto imutável da eleição de Deus”(Ibidem).

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como: (a)Eleição(‘Que a eterna predestinação de Deus, pela qual Ele decretou, antes da Queda de Adão’/porque fomos escolhidos antes da fundação do mundo’/ Pois quando o apóstolo ensina, no mesmo contexto, primeiro que aqueles que foram escolhidos por Deus...’); (b)Criação, e Queda(‘Que a eterna predestinação de Deus, pela qual Ele decretou, antes da Queda de Adão’; ‘porque fomos escolhidos antes da fundação do mundo’).

(5)Os 42 Artigos de Fé da Igreja da Inglaterra[1552/1553], afirmam:

A predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual (antes que as fundações do mundo fossem lançadas) Ele decretou eternamente, por Seu próprio julgamento, secreto para nós, libertar da maldição e condenação aqueles a quem Ele escolheu da humanidade; e trazê-los para a salvação eterna por Cristo, como vasos feitos para honra”(XVII)

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘A predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus’); (b)Criação)(‘pelo qual [antes que as fundações do mundo fossem lançadas] Ele decretou eternamente’); (c)Queda(‘Ele decretou eternamente, por Seu próprio julgamento, secreto para nós, libertar da maldição e condenação aqueles a quem Ele escolheu da humanidade’; e ‘maldição’ e ‘condenação’ pressupõem queda e pecado(Gn 3:17; Rm 3:9-14; Gl 3:13; 2 Pd 2:14).

(6)A Confissão de Fé Belga[1561], declara:.

"Cremos que Deus, quando o pecado do primeiro homem lançou Adão e toda a sua descendência na perdição mostrou-se como Ele é, a saber: misericordioso e justo. Misericordioso, porque Ele livra e salva da perdição aqueles que Ele em seu eterno e imutável conselho, somente pela bondade, elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor, sem levar em consideração obra alguma deles. Justo, porque Ele deixa os demais na queda e perdição, em que eles mesmos se lançaram"(XVI).

Esta Confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição('Ele em seu eterno e imutável conselho, somente pela bondade, elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor'), (b)Criação('porque Ele livra e salva da perdição aqueles que Ele em seu eterno e imutável conselho, somente pela bondade, elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor, sem levar em consideração obra alguma deles') e (c)Queda('porque Ele livra e salva da perdição aqueles...')..

(7)A Confissão de Fé Católica Húngara[1562], declara:

“A presciência de Deus traz consigo a necessidade em primeiro lugar naquelas coisas que dependem unicamente da vontade, ordenação e decreto de Deus. As causas para a existência destes estão em Deus, e o decreto da predestinação de Deus de que eles existem é imutável. Essas coisas devem necessariamente são de certa maneira, a eleição, criação, vocação, justificação, ressurreição”(‘A priori, as Causas da Eleição e Justificação Foram Determinadas em Deus, fora do homem’)

“Primeiro, por causa do decreto de Deus, porque o Senhor decretou nos salvar gratuitamente (Rm 4; Hb 12). Além disso, porque o fim da eleição, criação e justificação, isto é, a vida eterna para louvor da glória de Deus, é dado como um presente e se atribui a Deus, não aos nossos méritos (Rm 3: 5, 6,8; Ef 1: 2). A glória e honra devidas são atribuídas à graça de Deus”(‘Por que a salvação é dada gratuitamente?’(Ibidem)

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como: (a)Eleição(‘e o decreto da predestinação de Deus de que eles existem é imutável. Essas coisas devem necessariamente são de certa maneira, a eleição, criação, chamado, justificação, ressurreição'/’como imutavelmente os elegeu em Cristo antes da criação’); (b)Criação(‘e o decreto da predestinação de Deus de que eles existem é imutável.Essas coisas devem necessariamente são de certa maneira, a eleição, criação, chamado, justificação, ressurreição’/’como imutavelmente os elegeu em Cristo antes da criação’); e (c)Queda(‘e o decreto da predestinação de Deus de que eles existem é imutável. Essas coisas devem necessariamente são de certa maneira, a eleição, criação, chamado, justificação, ressurreição’), e justificação pressupõe ‘queda e pecado’(Rm 5:9).

(8)O Catecismo de Heidelberg[1563], diz:

"O que você crê sobre 'a santa igreja universal de Cristo'? R. Creio que o Filho de Deus reúne, protege e conserva, dentre todo o gênero humano, sua comunidade eleita para a vida eterna. Isto Ele fez por seu Espírito e sua Palavra, na unidade da verdadeira fe, desde o princípio do mundo até o fim. Creio que sou membro vivo dessa igreja, agora e para sempre"(Resp. Perg. Nº 54)

Ursinus aqui apresenta a ordem dos decretos como: (a)Eleição('sua comunidade eleita para a vida eterna'); (b)Criação('Creio que o Filho de Deus reúne, protege e conserva, dentre todo o gênero humano') e (c)Queda('Isto Ele fez por seu Espírito e sua Palavra').

(9)Os 39 Artigos de Fé da Igreja da Inglaterra[1562/1563], declaram:

A predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual (antes da fundação do mundo) Ele decretou eternamente por Seu conselho, secreto para nós, libertar da maldição e condenação aqueles que Ele escolheu em Cristo da humanidade, e trazê-los por Cristo à salvação eterna, como vasos feitos para honra”(XVII)

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘A predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus’); (b)Criação)(‘pelo qual [antes que as fundações do mundo fossem lançadas'] Ele decretou eternamente’); (c)Queda(‘Ele decretou eternamente, por Seu próprio julgamento, secreto para nós, libertar da maldição e condenação aqueles a quem Ele escolheu da humanidade’; e ‘maldição’ e ‘condenação’ pressupõem queda e pecado(Gn 3:17; Rm 3:9-14; Gl 3:13; 2 Pd 2:14).

(10)A Confissão de Fé de Tarcal[1562] e Torda[1563], declara:

“Tudo o que restou, portanto, foi que todos os homens deveriam cair em perdição; mas o Senhor, que não é somente muito justo, mas também muito misericordioso, através de Sua infinita sabedoria, decretou desde a eternidade como converteria toda a sua maldade à glória de Seu nome, isto é, em parte à declaração de Sua infinita bondade naqueles cuja salvação Ele decretara desde a eternidade para ilustrar Sua glória; e em parte na declaração de Seu poder e ira na justa condenação dos vasos preparados para perdição”(2ª Parte, XVI).

“Alguns homens obtêm vida eterna e salvação, outros, morte eterna e miséria; mas isso é para a glória de Deus, como as Escrituras provam. Portanto, embora nada aconteça por acaso, nem Deus nunca mude Seu plano, é claro que Deus não apenas providenciou de antemão, mas também decretou desde a eternidade que Ele criaria a raça humana para revelar Sua glória, salvando alguns por graça através de Sua misericórdia, e condenando alguns por Seu justo julgamento”(Ibidem, 3ª Parte, VI).

Esta confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘decretou desde a eternidade como converteria toda a sua maldade à glória de Seu nome'/é claro que Deus não apenas providenciou de antemão, mas também decretou desde a eternidade que Ele criaria a raça humana para revelar Sua glória’; (b)Criação(‘é claro que Deus não apenas providenciou de antemão, mas também decretou desde a eternidade que Ele criaria a raça humana para revelar Sua glória’); e (c)Queda(‘mas também decretou desde a eternidade que Ele criaria a raça humana para revelar Sua glória, salvando alguns por graça através de Sua misericórdia’), e salvação pressupõe pecado(Mt 1:21)

(11)A Segunda Conffissão Helvética[1566], declara:

"Deus nos elegeu pela graça. Deus, desde a eternidade, livremente e movido apenas pela sua graça, sem qualquer respeito humano, predestinou ou elegeu os santos que ele quer salvar em Cristo, segundo a palavra do apóstolo: 'Ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (Ef 1.4); e de novo: '... que nos salvou, e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus'(2 Tm 1:9-10)"

Esta Confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição('Deus, desde a eternidade, livremente e movido apenas pela sua graça, sem qualquer respeito humano, predestinou ou elegeu os santos que ele quer salvar em Cristo); (b)Criação('predestinou ou elegeu os santos') e (c)Queda('predestinou ou elegeu os santos que ele quer salvar em Cristo')

(12)Os Documentos do Sínodo de Debrecen[1567], declaram:

“Ele decretou que deveria ter vida eterna(Ef 1: 3; 2 Tm 1: 2; Rm 8:29). Ele elegeu, criou e nos chamou à vida; novamente, Ele decretou com Adão antes da queda - se você pecar e for desobediente, morrerá eternamente”(‘O Mediador’)

“Como escrevemos muito sobre isso em latim e húngaro, agora apresentaremos um breve resumo. Deus, nosso Pai gracioso, por Sua graça e somente em Si mesmo, em consideração ao amor a Si mesmo, por causa de Seu Filho, reconheceu, elegeu e decretou para a vida eterna aqueles a quem Ele desejava da classe da raça caída dos homens, como vasos feitos para a elevação de Seu louvor, para que possam viver em santidade, verdade, fé e amor ... Eleição é a primeira fonte da graça de Deus e Sua redenção, santa, boa vontade”(Ibidem,’Eleição’).

Esta confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição)(‘Ele elegeu, criou e nos chamou à vida; novamente’); (b)Criação(‘Ele elegeu, criou e nos chamou à vida; novamente’) e (c)Queda(‘Ele elegeu, criou e nos chamou à vida; novamente’). A expressão ‘nos chamou a vida’, pressupõe a regeneração(1 Pd 2:9), e regeneração pressupõe queda(Ef 2:1).

(13)O Sínodo de Szikszó[1568], declara:

“Ou seja, ele elege, predestina, dispõe, cria, salva, chama, justifica, aplica punições aos pecadores, mas não comete atos de culpa”( XVII).

Esta confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como: (a)Eleição(‘Ou seja, ele elege, predestina, dispõe, cria, salva, chama, justifica’). (b)Criação(‘ele elege, predestina, dispõe, cria’) e (c)Queda(‘Ou seja, ele elege, predestina, dispõe, cria, salva, chama, justifica’), e salvação e justificação pressupõem queda e pecado(Mt 1:21; Rm 5:9).

(14)O Consenso de Sandomir[1570], declara:

Pois Deus desde a eternidade predestinou salvar a raça humana caída por meio de Cristo, e declarou este decreto eterno ao mundo através do evangelho”(XIII)

Esta confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como: (a)Eleição(‘Pois Deus desde a eternidade predestinou’); (b)Criação(‘predestinou salvar a raça humana caída’/'e declarou este decreto eterno ao mundo através do evangelho'), e (c)Queda(‘predestinou salvar a raça humana caída’/e declarou este decreto eterno ao mundo através do evangelho).

(15)A Confissão de Fé de La Rochelle[1571] declara:

“Cremos que Ele deixa os outros na mesma corrupção e condenação para demonstrar Sua justiça neles, como nos primeiros, Ele faz brilhar todas as riquezas de Sua misericórdia. Pois estes não são melhores que os outros até que Deus os distingua de acordo com Seu conselho imutável, que Ele decretou em Jesus Cristo antes da criação do mundo”(III:12)

Esta confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como: (a)Eleição(‘até que Deus os distingua de acordo com Seu conselho imutável, que Ele decretou em Jesus Cristo antes da criação do mundo’); (b)Criação(‘até que Deus os distingua de acordo com Seu conselho imutável, que Ele decretou em Jesus Cristo antes da criação do mundo’) e (c)Queda(‘cremos que Ele deixa os outros na mesma corrupção e condenação para demonstrar Sua justiça neles, como nos primeiros, Ele faz brilhar todas as riquezas de Sua misericórdia’). Em outras palavras, os eleitos caídos em pecado são distinguidos dos réprobos no decreto eterno da eleição, quando eles são envolvidos no decreto eterno feito em Jesus Cristo, o que pressupõe a libertação do pecado que Cristo traria sobre eles.

(16)Os Artigos Irlandeses de Religião[1615], declaram:

“A predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus, pelo qual, antes que as fundações do mundos fossem lançadas, Ele eternamente decretou em Seu conselho secreto libertar da maldição e condenação aqueles a quem da humanidade Ele escolheu em Cristo, e trazê-los por Cristo para a salvação eterna, como vasos feitos para honra”(XIII).

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘A predestinação para a vida é o propósito eterno de Deus’); (b)Criação)(‘pelo qual [antes que as fundações do mundo fossem lançadas] Ele decretou eternamente’); (c)Queda(‘Ele decretou eternamente, por Seu próprio julgamento, secreto para nós, libertar da maldição e condenação aqueles a quem Ele escolheu da humanidade’; e ‘maldição’ e ‘condenação’ pressupõem queda e pecado(Gn 3:17; Rm 3:9-14; Gl 3:13; 2 Pd 2:14).

(17)A Confissão de Fé Escocesa[1616], declara:

“Este Deus glorioso, desde toda a eternidade, por Sua sabedoria infinita e conhecimento, que conhecia e decretou todas as coisas que estavam para serem feitas depois; este Deus, antes que a fundação do mundo fossem lançadas, de acordo com o bom prazer de Sua vontade, para o louvor da glória de Sua graça, predestinou e elegeu em Cristo alguns homens e anjos para a felicidade eterna, e outros, Ele fez designar para a eterna condenação, de acordo com o livre conselho de Sua vontade, mais justa e santa, e isso para o louvor e a glória de Sua justiça”.

Esta confissão apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘antes que a fundação do mundo fossem lançadas, de acordo com o bom prazer de Sua vontade, para o louvor da glória de Sua graça, predestinou e elegeu em Cristo alguns homens e anjos para a felicidade eterna’); (b)Criação(‘antes que a fundação do mundo fossem lançadas, de acordo com o bom prazer de Sua vontade, para o louvor da glória de Sua graça’); e(c)Queda(‘predestinou e elegeu em Cristo alguns homens e anjos para a felicidade eterna’), esta eleição para a felicidade eterna, pressupõe queda e pecado, pois os homens são eleitos para serem santos(Ef 1:4), e santidade pressupõe separação de uma vida de pecado(1 Pd 1:14-16)

(18)Os Cânones de Dort[1618-1619], declaram:

“Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano e bom propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição. Os eleitos não são melhores ou mais dignos que os outros, porém envolvidos na mesma miséria dos demais. São escolhidos em Cristo, quem Deus constituiu, desde a eternidade, como Mediador e Cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação. E, para salvá-los por Cristo, Deus decidiu dá-los a Ele e efetivamente chamá-los e atraí-los à sua comunhão por meio da sua Palavra e seu Espírito. Em outras palavras, Ele decidiu dar-lhes verdadeira fé em Cristo, justificá-los, santificá-los, e depois, tendo-os guardado poderosamente na comunhão de seu Filho, glorificá-los finalmente. Deus fez isto para a demonstração de sua misericórdia e para o louvor da riqueza de sua gloriosa graça”(I:7)

Eleição, portanto, é a fonte de todos os bens da salvação, de onde procedem a fé, a santidade e os outros dons da salvação, e finalmente a própria vida eterna como seus frutos. É conforme o testemunho do apóstolo: Ele ‘...nos escolheu...’(não por sermos mas) ‘...para sermos santos e irrepreensíveis perante ele...’(Ef 1:4).”(Ibidem, I:9).

Essa confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação’/Eleição, portanto, é a fonte de todos os bens da salvação’); (b)Criação(‘Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação’) e (c)Queda(‘Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação’)

(19)A Confissão de Fé Batista de 1644, declara:

Deus antes da fundação do mundo, predestinou alguns homens para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, para o louvor e glória da sua graça; havendo destinado e abandonado os demais em seu pecado para sua justa condenação, e para o louvor de seu justo veredicto”(III).

Esta confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Deus antes da fundação do mundo, predestinou alguns homens para a vida eterna’). (b)Criação(‘Deus antes da fundação do mundo, predestinou alguns homens para a vida eterna’) e (c)Queda(‘predestinou alguns homens para a vida eterna’), e vida eterna é concedida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados(Jo 3:36; 5:24; 6:22-23).

(20)O Catecismo Maior[1645], de John Owen[1616-1693], ministro congregacional e puritano, diz:

"P.5. O que é o decreto de eleição? R. O propósito eterno, livre e imutável de Deus, pelo qual em Jesus Cristo ele escolhe para si mesmo quem deseja de toda a humanidade, determinando-se a conceder-lhes, por sua causa, graça aqui e felicidade eterna no futuro, para o louvor de sua glória, por meio da misericórdia".

Aqui, o grande puritano expõe a ordem dos decretos: (a)Eleição('O propósito eterno, livre e imutável de Deus, pelo qual em Jesus Cristo ele escolhe para si mesmo quem deseja'; (b)(Criação)('pelo qual em Jesus Cristo ele escolhe para si mesmo quem deseja de toda a humanidade', e (c)Queda('graça aqui e felicidade eterna no futuro').

(21)A Confissão de Fé de Westminster[1643-1649], declara:

Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa”(III:6)

“Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo”(Ibidem, 6).

Essa confissão de fé apresenta a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida’); (b)Criação(‘Deus antes que fosse o mundo criado’); e (c)Queda(‘escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida’/os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo’), e a vida eterna seria concedida àqueles eleitos que estariam mortos em delitos e pecados(Ef 2:1,10). Por isso, essa Confissão afirma que todos os eleitos que são dentro do tempo, achados (invés de contemplados, como alegoricamente querem interpretar os inflarapsorianos) caídos, são dentro desse mesmo tempo, remidos pelo sangue de Cristo. Quando você lê a confissão em seu texto original, vai entender que a CFW cita 1 Ts 5:9-10; Tt 2:14, para sustentar a afirmação "os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo"(III:6), mostrando se tratar de um evento ['achando-se caídos em Adão'] ocorrido dentro do tempo, não na eternidade(A. A. Hodge, Confissão de Fé de Westminster Comentada, p.106), visto que 1 Ts 5:9-10; Tt 2:14 focaliza esse evento dentro do mesmo tempo da morte de Cristo. Isto é, Cristo os encontrou caídos e os remiu dentro do tempo; e as Escrituras são claras nesse sentido, mostrando que Cristo encontrou as ovelhas caídas em Adão, dentro do tempo, não dentro da eternidade(['E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel' Mt 15:24]; 'As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem'-Jo 10:27]; ['Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas' - 1 Pe 2:25]; ['Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas' - Jo 10:11]; ['E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão' - Mc 14:27]; ['Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor' - Jo 10:16]. A CFW não menciona prévia e eterna contemplação do estado de queda deles, não apresentando nenhum texto bíblico que sequer aponte para esse evento na eternidade. Essa declaração [CFW III:6] mostra que a eleição precede a queda, e que a Crição também precede a Queda, e mostra que a CFW não é infra.

É interessante notar que a CFW, afirma que a divina ordenação [ou decreto] do pecado, precedeu a permissão divina do cometimento do mesmo:

"Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória"(6:1)

Não existe nenhum espaço para a interpretação infralapsariana dentro dos símbolos de Fé de Westminster, muito menos na CFW!

(22)A Confissão de Fé Batista de 1646, declara:

“Sua sabedoria em dispor de todas as coisas, imutabilidade, poder e fidelidade em cumprir Seu decreto: e Deus, antes da fundação do mundo, ordenou alguns homens à vida eterna, através de Jesus Cristo, para louvor e glória de Sua graça; e deixando o resto em seus pecados para sua justa condenação, para louvor de Sua justiça”(III).

Esta Confissão mostra que a ordem dos decretos é (a)Eleição(‘Deus, antes da fundação do mundo, ordenou alguns homens à vida eterna’); (b)Criação(‘Deus, antes da fundação do mundo, ordenou alguns homens à vida eterna’) e (c)Queda(‘Deus, antes da fundação do mundo, ordenou alguns homens à vida eterna’) e vida eterna é concedida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados(Jo 3:36; 5:24; 6:22-23).

(23)O Catecismo Maior de Westminster[1648] declara:

Deus, por um decreto eterno e imutável, unicamente de seu amor e para patentear a sua gloriosa graça, que tinha de ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns anjos para a glória, e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna e os meios para consegui-la; e também, segundo o seu soberano poder e o conselho inescrutável da sua própria vontade (pela qual Ele concede, ou não, os seus favores conforme lhe apraz), deixou e predestinou os mais à desonra e à ira, que lhes serão infligidas por causa dos seus pecados, para patentear a glória da sua justiça”(Resp. Perg. XIII).

Esse Catecismo mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Deus, por um decreto eterno e imutável, unicamente de seu amor e para patentear a sua gloriosa graça, que tinha de ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns anjos para a glória, e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna’); (b)Criação(‘Deus, por um decreto eterno e imutável, unicamente de seu amor e para patentear a sua gloriosa graça, que tinha de ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns anjos para a glória, e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna’); e (c)Queda(‘e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna’) e a vida eterna é concedida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados(Jo 3:36; 5:24; 6:22-23).

(24)O Catecismo Menor de Westminster(1647), declara:

“Pergunta 20. Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria? R. Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para os livrar do estado de pecado e miséria, e trazer a um estado de salvação por meio de um Redentor”.

Esse Catecismo mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade, escolhido’); (b)Criação(‘Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade’), e (c)Queda(‘escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para os livrar do estado de pecado e miséria’).

(25)As Teses de Genebra[1649], declaram:

Homens caídos são objetos da predestinação”(II:1)

A frase explicitamentet está dizendo que Deus predestina[escolhe] homens [criaturas] que são pecadores. A frase é nitidamente supralapsariana.

Esse símbolo reformado mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Homens caídos são objetos da predestinação). Aqui a predestinação é a primeira coisa a ser considerada, dentro de um decreto; (b)Criação(‘Homens caídos...’). Aqui, as criaturas humanas são as coisas posteriores ao decreto da eleição, ao mesmo tempo, que são as criaturas a quem o decreto da predestinação visa; (c)Queda(‘Homens caídos’). Aqui, a queda, o pecado, são vistos como os motivos pelas quais a predestinação é primariamente dirigida a eles.

(26)A Confissão de Fé Valdense[1655], declara:

“Que Deus redime dessa corrupção e condenação as pessoas que Ele escolheu”(XI)

Aqui, esta Confissão mostra que a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Que Deus redime dessa corrupção e condenação as pessoas que Ele escolheu’); (b)Criação(‘Que Deus redime dessa corrupção e condenação as pessoas que Ele escolheu’). Aqui vemos que a eleição precedeu a Criação, pois são ‘pessoas’ que são alvo da escolha soberana de Deus; (e (c)Queda(‘Que Deus redime dessa corrupção e condenação as pessoas que Ele escolheu’). Aqui, aqueles eleitos que foram encontrados por Deus em estado de corrupção e condenação(o que pressupõe a queda – Jo 3:19), são os únicos redimidos deste estado por Deus.

(27)A Declaração de Fé e Ordem de Savoy[1658][Congregacional], declara:

“Aqueles da humanidade que são predestinados à vida, Deus, antes da fundação do mundo ser estabelecida, de acordo com Seu propósito eterno e imutável, e o conselho secreto e o bom prazer de Sua vontade, tem escolhido em Cristo para a glória eterna...”(III:5).

“Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo”(Ibidem, 6).

Esta Confissão mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘de acordo com Seu propósito eterno e imutável, e o conselho secreto e o bom prazer de Sua vontade, tem escolhido em Cristo’). (b)Criação(‘Aqueles da humanidade que são predestinados à vida, Deus, antes da fundação do mundo ser estabelecida’) e (c)Queda(‘os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo’).

(28)A Fórmula Consensus Helvética[1675], declara:

Antes da criação do mundo, Deus decretou em Cristo Jesus, nosso Senhor, de acordo com seu propósito (Ef 3:11), no qual, por mero prazer da própria vontade, sem previsão do mérito das obras ou da fé, para louvor de sua graça gloriosa, eleger alguns da raça humana que se encontram na mesma massa de corrupção e de sangue comum e, portanto, corrompidos pelo pecado, Ele elegeu um número certo e definitivo para ser liderado], em tempo, para a salvação em Cristo, seu Fiador e único Mediador”(IV).

Esta Confissão mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘no qual, por mero prazer da própria vontade, sem previsão do mérito das obras ou da fé, para louvor de sua graça gloriosa, eleger’); (b)Criação(‘Antes da criação do mundo, Deus decretou em Cristo Jesus’/’para louvor de sua graça gloriosa, eleger alguns da raça humana’) e (c)Queda(‘para louvor de sua graça gloriosa, eleger alguns da raça humana que se encontram na mesma massa de corrupção e de sangue comum’).

(29)A Confissão de Fé Batista de 1677, diz:

Aqueles da humanidade que são predestinados à vida, Deus, antes que a fundação do mundo fosse estabelecida, de acordo com Seu propósito eterno e imutável, e o conselho secreto e o bom prazer de Sua vontade, escolheu em Cristo para a glória eterna, segundo Sua mera graça livre em amor”(III:5)

Esta Confissão mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘de acordo com Seu propósito eterno e imutável, e o conselho secreto e o bom prazer de Sua vontade, escolheu’); (b)Criação(‘Deus, antes que a fundação do mundo fosse estabelecida’); (c)Queda(‘Aqueles da humanidade que são predestinados à vida’), e a vida eterna é concedida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados(Jo 3:36; 5:24; 6:22-23). (30)O Catecismo Batista[1693]. declara:

“Deus deixou toda a humanidade perecer no estado de pecado e miséria? R. Tendo Deus, através de sua boa vontade, de toda a eternidade, eleito alguns para a vida eterna (Ef 1: 4-5), entrou em um pacto de graça, para libertá-los do estado de pecado e miséria, e trazê-los para um estado de salvação por um Redentor”(Quest. 23]

Este Catecismo mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘Tendo Deus, através de sua boa vontade, de toda a eternidade, eleito’); (b)Criação(‘entrou em um pacto de graça’)e o pacto é feito entre Criador e criatura; (c)Queda(‘entrou em um pacto de graça, para libertá-los do estado de pecado e miséria, e trazê-los para um estado de salvação por um Redentor”.

(31)A Confissão de Fé da Igreja Metodista Calvinista de Gales[1823], declara:

"Deus, desde a eternidade, depois do conselho de sua própria vontade, e pela manifestação e exaltação de seus atributos gloriosos, decretou tudo o que ele faria no tempo e para a eternidade, na criação, no governo de suas criaturas e na salvação. dos pecadores da raça humana; contudo, para que ele não seja o autor do pecado, nem limita a vontade de sua criatura em suas ações. O decreto de Deus não depende nem da criatura nem da presciência do próprio Deus; pelo contrário, Deus sabe que certas coisas serão, porque ele decretou que elas deveriam ser. O decreto de Deus é infinitamente sábio e perfeitamente justo; eterno, livre, abrangente, secreto, gracioso, santo, bom, imutável e efetivo"(v).

“Deus, desde a eternidade, elegeu e designou Cristo para ser o chefe da aliança, Mediador e Fiador de sua Igreja, para resgatá-la e salvá-la. Deus elegeu também em Cristo uma grande multidão, que nenhum homem pode contar, de toda espécie, língua, povo e nação, para santidade e vida eterna; e designou todos os meios necessários para alcançar esse fim”(XII).

Deus desde a eternidade fez uma aliança ou plano gracioso, ordenado em todas as coisas e com certeza, para a salvação dos homens”(Ibidem, XIII:1).

Esta Confissão mostra que a ordem dos decretos é (a)Eleição(‘Deus elegeu também em Cristo’/Deus, desde a eternidade, depois do conselho de sua própria vontade'); (b)Criação(‘Deus desde a eternidade fez uma aliança ou plano gracioso’/decretou tudo o que ele faria no tempo e para a eternidade, na criação, no governo de suas criaturas e na salvação. dos pecadores da raça humana') e (c)Queda(‘Deus, desde a eternidade, elegeu e designou Cristo para ser o chefe da aliança, Mediador e Fiador de sua Igreja, para resgatá-la e salvá-la’, 'Deus elegeu também em Cristo uma grande multidão, que nenhum homem pode contar, de toda espécie, língua, povo e nação, para santidade e vida eterna’/'decretou tudo o que ele faria no tempo e para a eternidade, na criação, no governo de suas criaturas e na salvação. dos pecadores da raça humana')

(32)A Declaração de Fé da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil[2014], declara:

Aqueles dentre a humanidade que são predestinados para a vida, Deus, antes que fossem lançados os fundamentos do mundo, segundo Seu eterno e imutável propósito, e o secreto conselho e beneplácito de Sua vontade, escolheu em Cristo para a glória eterna, simplesmente por Sua livre graça e amor, sem qualquer previsão de fé ou de boas obras ou de perseverança em qualquer um deles, ou de qualquer outra coisa na criatura, como condições ou causas que a isso o movessem; e tudo para o louvor de Sua gloriosa graça”(III:1).

Esta Confissão mostra a ordem dos decretos como (a)Eleição(‘segundo Seu eterno e imutável propósito, e o secreto conselho e beneplácito de Sua vontade, escolheu’); (b)Criação(‘Deus, antes que fossem lançados os fundamentos do mundo’) e (c)Queda(‘Aqueles dentre a humanidade que são predestinados para a vida’) e a vida eterna é concedida àqueles que estavam mortos em delitos e pecados(Jo 3:36; 5:24; 6:22-23).

Calvinistas infralapsorianos, afirmam estar combatendo a teologia de Armínio. Na verdade, a posição infralapsoriana flerta com a posição de Armínio, que a defendeu('Um Exame do Tratado de William Perkins’, 1a Parte), afirmando:

Eu realmente penso que tanto a criação e a queda precederam todo o ato externo da predestinação, assim como o decreto da criação do homem, a a permissão dessa queda, na mente divina, o decreto da predestinação. Penso, ainda, que provei isso, particularmente, com minhas observações anteriores”(As Obras de Armínio, Volume 3, p.289).

Roger Olson, maioral moderno do arminianismo, nesse ínterim, reconhece que o supralapsarianismo era “o maior adversário de Armínio”(Teologia Arminiana, Mitos e Realidades, p.134).

O Infralapasarianismo é a introdução do arminianismo dentro da visão da ordem dos decretos, a partir do entendimento da emissão de um decreto divino após a previsão da queda do homem, dentro da eternidade. Contraria a CFW, que diz:.

"Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis,Ele não decreta coisa alguma como futura por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições"(3:2)..

No infralapsarianismo, bem como no arminianismo, Deus toma decisões na eternidade, após previamente contemplar de antemão na eternidade, a ação do homem caído.

Você, que é Supralapsariano, pode estar tranquilo - Armínio nunca vai estender sua mão pra você, e lhe chamar de "irmão", porque ele tem você como seu 'maior inimigo'!😒

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