quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Cinco Perguntas Que Qualquer Protestante Pode Responder Com a Bíblia na Mão!





Breves Respostas As Cinco Perguntas e Argumentos Romanistas do Professor Carlos Ramalhete, que aparecem em sites católicos romanos, como esse:

https://www.veritatis.com.br/5-perguntas-a-que-nenhum-protestante-consegue-responder/


(1)”1 - Por favor, diga-me uma razão para aceitar a Bíblia que um muçulmano não poderia usar para considerar o Corão inspirado por Deus.

R - Os católicos aceitam a Bíblia como Palavra de Deus porque a Igreja que Cristo fundou e confiou a São Pedro (Mt 16,18), e que é a Coluna e Firmamento da Verdade (1Tim 3,15), diz que a Bíblia é Palavra de Deus. Como dizia Santo Agostinho, "creio nos Evangelhos porque a Santa Madre Igreja me diz para crer neles".


Resposta: (a)Um verdadeiro cristão(um protestante)aceita a Bíblia como Palavra de Deus, não porque a Igreja Cristã diz que ela é, mas porque Deus, por seu Espírito, diz que ela o é(1 Co 2:12-14). (b)A Igreja é chamada de ‘coluna e firmeza da verdade’, porque ela sustenta(mantém, preserva) com firmeza a verdade. Todavia, segundo Cristo e Paulo, a Igreja é alicerçada sobre as Escrituras, não as Escrituras sobre Igreja(Jo 17:17; Ef 2:20) (c)A alegada frase de Agostinho, tem que ser interpretada pelo contexto. Ei-la na íntegra:

“Vamos ver então o que Maniqueu me ensina; e, particularmente, vamos examinar o tratado que ele chama de 'A Epístola Fundamental', no qual quase tudo o que você acredita está contido. Pois naquela época infeliz em que lemos, estávamos esclarecidos sobre sua opinião. A epístola começa assim: - 'Maniqueu, um apóstolo de Jesus Cristo, pela providência de Deus Pai. Estas são palavras salutares da fonte perene e viva'. Agora, se você, por favor, dá atenção ao meu pedido. Eu não acredito que Maniqueu seja um apóstolo de Cristo. Eu te imploro. Não fique enfurecido e comece a me amaldiçoar. Pois você sabe que é minha regra não crer em nenhuma das suas declarações sem consideração. Por isso pergunto, quem é esse maniqueu? Você vai responder, 'um apóstolo de Cristo'. Eu não creio nisso. Agora você está sem saber o que dizer ou fazer; pois você prometeu dar conhecimento da verdade, e aqui está me forçando a crer no que não tenho conhecimento. Talvez você leia o evangelho para mim e tente encontrar um testemunho de Maniqueu. Mas se você se encontrar com uma pessoa que ainda não crê no evangelho, como você responderia a ela se ela dissesse: Eu não acredito? De minha parte, eu não deveria crer no evangelho a não ser comovido pela autoridade da Igreja Católica. Então, quando aqueles em cuja autoridade eu consenti em crer no evangelho me dizem para não crer em Maniqueu, como posso consentir? Faça sua escolha. Se você disser: Creia nos católicos: o conselho deles para mim é não crer em você; de modo que, crendo neles, estou impedido de crer em você - Se você disser: Não creia nos católicos: você não pode usar o evangelho de maneira justa para me trazer à fé em Maniqueu; pois foi no comando dos católicos que eu crí no evangelho: - Novamente, se você disser: Você estava certo em crer nos católicos quando eles pregavam o evangelho, mas errado em crer nos vitupérios de Maniqueu: você me acha tolo para crer ou não crer como você gosta ou não gosta, sem qualquer razão? É, portanto, mais justo e seguro para mim, em uma instância ter posto fé nos católicos, para não ir até você, até que, em vez de me deixar crer, você me faça entender algo da maneira mais clara e aberta. Para me convencer, então, você deve deixar de lado o evangelho. Se você guardar o evangelho, eu ficarei com aqueles que me mandaram crer no evangelho; e, em obediência a eles, não vou crer em você de jeito nenhum. Mas, se por acaso você conseguir encontrar no evangelho um testemunho incontestável do apostolado de Maniqueu, enfraquecerás minha consideração pela autoridade dos católicos que me pediram para não crer em ti; e o efeito disso será que eu não serei mais capaz de crer no evangelho, pois foi através dos católicos que obtive minha fé nele; e assim, tudo o que você trouxer do evangelho não terá mais peso algum para mim”(Contra a Epístola Fundamental de Maniqueu, V:6)


A frase usada pelos romanistas, é citada fora do contexto. Quando Agostinho diz “eu não deveria crer no evangelho a não ser comovido pela autoridade da Igreja Católica”, em primeiro lugar, ele está contrastando dois tipos de evangelho – um falso, o de Maniqueu; e o verdadeiro, o pregado pela Igreja. A frase de Agostinho diz: “De minha parte, eu não deveria crer no evangelho a não ser comovido pela autoridade da Igreja Católica”. Ele está mencionando crer no evangelho, comovido pela autoridade da igreja, não, comovido pela Igreja Católica. A primeira coisa que vemos, é que ele menciona a igreja católica, não a igreja católica romana. Ele está falando da igreja universal, não de uma igreja local(romana), com sede mundial. Em segundo lugar, ele diz que crê no evangelho pela AUTORIDADE da igreja universal. Quem deu a autoridade à igreja universal, ou de onde vem essa autoridade? Por etapas. (i)Quando Agostinho diz: “De minha parte, eu não deveria crer no evangelho a não ser comovido pela autoridade da Igreja Católica”, está aludindo a fé que seria derivada da pregação do evangelho, como diz Paulo: “E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”(Rm 10:14). Esta fé é adquirida pela pregação das Escrituras(2 Tm 3:15-17), e a pregação das Escrituras foi conferida por Cristo a Igreja Apostólica(Mc 16:15; At 1:8), não a igreja romana. E é justamente isso que Agostinho estava querendo dizer – Eu crí no Evangelho, porque a Igreja Universal o pregou para mim:


“Se você disser: Não acredite nos católicos: VOCÊ NÃO PODE USAR O EVANGELHO DE MANEIRA JUSTA PARA ME TRAZER A FÉ em Maniqueu; POIS FOI NO COMANDO DOS CATÓLICOS QUE EU CRÍ NO EVANGELHO


“Se você guardar o evangelho, EU FICAREI COM AQUELES QUE ME ORDENARAM A CRER NO EVANGELHO


(2)”2 - Por favor, diga-me porquê você aceita apenas uma parte da Bíblia (afinal, a lista de livros que compõem o Novo e o Antigo Testamento foi determinada ao mesmo tempo - aliás,  junto com o título de Mãe de Deus para Nossa Senhora - e você aceita apenas parte do Antigo Testamento), e com que autoridade você o faz.

R - Os católicos aceitam a Bíblia em sua íntegra porque a lista de livros que a compõem foi definida pela Igreja em 397 d.C., sob a autoridade do Sucessor de Pedro Papa São Dâmaso I.”

Resposta: (a)Nós, protestantes, não aceitamos aqueles livros que foram reprovados pelos judeus(como Flávio Josefo [Contra Apionem]), como apócrifos, e que foram colocados na Bíblia romanista, como livros canônicos, apenas em 1547. No caso dos apócrifos do AT, há várias evidências de sua falta de canonicidade:


(i)Eles nunca fizeram parte do Canon Hebreu

(ii)Eles nunca foram citados no AT, nem no NT

(iii)Flávio Josefo os omite em seus escritos

(iv)Nenhum deles reclama inspiração divina para si(Um deles nega-a veementemente - 1 Macabeus 2:31; 15:39)

(v)Eles contém erros históricos, geográficos e cronológicos(Ex. Judite 1:5, afirma que Nabucodonozor era rei da Assíria, enquanto os Profetas afirmam que ele foi rei da Babilônia – Dn 1:1)

(vi)Seus ensinos são contrários as Escrituras, de maneira geral(Ex:O livro de Tobias ensina a prática do vodu(feitiçaria)(6:8,19-21; 8:2-3; 11:4,7-11).  Já o Livro de Eclesiástico ensina que os mortos podem conversar com os vivos(46:23). Se assemelham muito ao Alcorão, que além da negação da Trindade, ainda ensina que Lucífer deveria adorar Adão. Esses ensinos do Alcorão, o descredenciam como 'Palavra de Deus', assim como vários ensinos dos apócrifos os descredenciam como Palavra de Deus.

(vii)Não passam de mito e lenda(Ex: O livro de Tobias mostra também um anjo mentindo, dizendo ser filho de uma pessoa humana[5:18]).

(ix)Seu nível moral e espiritual é muito baixo(Ex: o Livro de Eclesiástico recomenda a falta de amor ao próximo[12:6])

(x)Jesus não os cita

(xi)Os escritores sagrados do NT não os citam.

(xii)Os Pais da Igreja não se referem a eles como fonte de inspiração divina.

(xiii)Eles foram escritos muito tempo após o fechamento do Canon do AT(O historiador judeu Flávio Josefo em seu livro "Contra Apionen", declara que o registro divino cessou 400 anos antes de Cristo com o livro de Malaquias. Os próprios apócrifos compartilham dessa opinião, pois um deles fala do "tempo em que os profetas cessaram de aparecer entre os judeus", e olha com esperança para o tempo em que "um profeta confiável viesse a aparecer". Lemos isto em 1 Macabeus 9:27; 14:41)

(b)Com relação aos livros que foram introduzidos entre os canônicos do NT, afirmamos a mesma coisa no tocante aos livros do AT. Deus afirmou que a preservação de toda a sua palavra, integralmente pura(palavra por palavra, vírgula por vírgula, jota por jota, til por til) seria feito por Ele mesmo(Mt 4:4; 5:18; 24:35). Sim, Ele confiou a guarda, preservação, transmissão de seus oráculos ao seu povo judeu crente(Rm 3:32), não aos católicos romanos. Se dependêssemos dos romanistas, para sabermos quais são os livros realmente inspirados, estaríamos perdidos, pois a própria ‘Tradição’ e o Magistério Eclesiástico da Igreja Romana entram em flagrante contradição nesse assunto. Por exemplo, Jerônimo(340-420), um dos representantes da 'Tradição' romanista, e um dos 'padres' da Igreja e teólogo, o primeiro tradutor da Bíblia, foi contra os apócrifos. Em seu  "Prologus Galeatus",  ele nega a canonicidade dos apócrifos(aceitos pela igreja romana), dizendo:


"Este prólogo, como vanguarda (principium) com capacete das Escrituras, pode ser aplicado a todos os Livros que traduzimos do Hebraico para o Latim, de tal maneira que possamos saber que tudo quanto é separado destes deve ser colocado entre os Apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus, filho de Siraque, e Judite eTobias e o Pastor (supõe-se que seja o Pastor de Hermas), não fazem parte do cânon. Descobri o Primeiro Livro de Macabeus em Hebraico; o Segundo foi escrito em Grego, conforme testifica sua própria linguagem".


E no seu "Prefácio dos Livros de Salomão", Jerônimo diz:


"E assim da mesma maneira pela qual a igreja lê Judite e Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois livros úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja".


Com base em Jerônimo, um dos representantes da ‘Tradição’ da Igreja Romana, a igreja da época aceitou tanto entre as Escrituras Hebraicas, livros não canônicos como Tobias, Judite, Eclesiástico, I e II Macabeus, Sabedoria; e entre as Escrituras Gregas, O Pastor de Hermas, mesmo apesar de saber que não eram canônicos. Sabia que nenhum deles era canônico, mas ainda assim afirmavam(na palavra de Jerônimo) que eram “úteis para a edificação do povo”. Atanásio(295-373), considerado pelos papistas como representante da ‘Tradição’ romanista, chega a dizer que o livro de Ester não é inspirado, como os apócrifos do AT(Sabedoria, Eclesiástico, Judite, e Tobias), bem como aos apócrifos do NT(O Didaché e o Pastor), mas que, contudo, este livro (Ester) e todos os demais livros não inspirados deveriam ser lidos pelos que “desejam instrução na palavra da piedade”(Epístola 39, v.7). O Didaché e o ‘Pastor’ de Hermas, tem idéias contrárias as Escrituras. O Didaché nega a ressurreição de todos os mortos(16:7), e o “Pastor” de Hermas afirma que “o Filho é o Espírito Santo”(58), afirmando em outro lugar que o Espírito Santo se encarnou(O Pastor, 59), dando margem ao sabelianismo, e, portanto,. negando a distinção das pessoas da Trindade. Então, segundo Atanásio, representante da ‘Tradição’ romanista, o Didaché e o Pastor deveriam ser lidos pelos que “desejam instrução na palavra da piedade”. Não querem os papistas recomendar a leitura de obras antitrinitarianas para “instrução” de seus paroquianos? Como fica agora a situação da igreja romana, se sua ‘Tradição’ diz que Ester não é canônico, ao mesmo tempo que recomenda que livros não canônicos deveriam ser lidos pelos que “desejam instrução na palavra da piedade”?


Como um livro pode ser útil para edificação dos cristãos, sem ser canônico(inspirado por Deus)? Paulo nega isso(2 Tm 3:15-17). A afirmação de que “Os católicos aceitam a Bíblia em sua íntegra porque a lista de livros que a compõem foi definida pela Igreja em 397 d.C., sob a autoridade do Sucessor de Pedro Papa, São Dâmaso I”, é falaciosa, pois o Concílio de Laodicéia, 367 d.C(60º Cânon) e o Concílio de Calcedônia, 451 d.C(15º Artigo, 1º Cânon) rejeitaram os livros apócrifos incorporados pela igreja romana em sua bíblia, no AT. Já o 3º Concílio de Cartago, 397 d.C, exclui Baruque e os livros de I e II Macabeus(47º Cânon) Nesse caso, ao negarem a canonicidade destes livros, estes dois concílios não reconheceram nem se submeteram a autoridade do bispo de Roma, Damaso I. Aliás, se a opinião do bispo de Roma serve como opinião a ser tida como infalível, verdadeira e para ser defendida por todos os católicos, então  Gregório I(590-604), em sua obra  “Moralia in Job”(19:34), que afirmou que 1 Macabeus é um dos “livros não canônicos”, deveria ter a sua opinião acatada por todos os católicos romanos, devendo eles, em submissão a este 'papa' Gregório I, rejeitarem os apócrifos. A qual dos papas, os romanistas devem reconhecer como infalível e representante oficial da igreja romana – Damaso I(que aceitou todos os apócrifos no AT) ou Gregório I, que negou canonicidade de vários apócrifos?

Outros representantes da 'Tradição' da Igreja Romana também rejeitam a canonicidade dos apócrifos, como se segue:

a. Melito de Sardes, bispo da Igreja de Sardes, em 177 d.C, em sua "Epístola a Onésimo", rejeita os apócrifos(Citado por Eusébio de Cesaréia, 'Historia Eclesiástica', 4:26).

b. Orígenes(185-254), teólogo da Igreja, em sua "Exposição do Salmo 1", rejeita os apócrifos(Citado por Eusébio de Cesaréia, 'Historia Eclesiástica', 6:25).

c. Atanásio(295-373) bispo de Alexandria, rejeita os apócrifos(Epístola 39, vv.4,7), embora não tenha negado o livro de Baruc.

d. Cirilo de Jerusalém(350-386), bispo de Jerusalém, rejeita os apócrifos(Leitura Catequética, 4:33,35)

e. Hilário de Poitiers(300-368) bispo de Pictavium, nega os apócrifos(Tractatus Super Psalmus, 15).

f. Gregório Nazianzeno(330-390), teólogo e arcebispo de Constantinopla, rejeita os apócrifos, em sua obras "Ex Ejus Poematibus".

g. Rufino exclui os apócrifos(Comentário ao Credo dos Apóstolos, 36).

h. Anfilóquio(+ 395), bispo de Icônio, rejeita os apócrifos(Jambos a Seleuco, 251 a 319).

i. Epifânio(+ 402 d.C), bispo de Salamina, rejeita os apócrifos em sua obra "De Menseris Et Ponderiibus".

j. Agostinho(354-430), bispo de Hipona, rejeita os apócrifos(A Cidade de Deus, 18:36).

l. Junílio(527-565) exclui Judite, Sabedoria e Macabeus(Instituta Regularia Divinae Legis, 1:3).

m. João Damasceno(675-749), teólogo, exclui os apócrifos(Uma Exposição da fé Ortodoxa, 4:17).

o. Isidoro de Sevilha(580-636), exclui os apócrifos(Liber de Officis).

p. Leôncio de Bizancio(485-543), teólogo do século VI, excluiu os apócrifos(De Sectis).


No caso, como pode a Tradição da Igreja Romana ser uma fonte de revelação divina, entrando em contradição com o 'Magistério Eclesiástico'(o 'papa Dâmaso I'), que é outra fonte de revelação divina? No caso, quando estes representantes da 'Tradição' negam a canonicidade dos apócrifos, estão com isso não reconhecendo a autoridade do 'papa' Damaso I? No caso, Deus não está se submetendo a Si mesmo?


O que é fato, é que mesmo entre as fontes de revelação divina da igreja romana, é negada a supremacia e primazia do bispo de Roma. O concílio de Constança em 1415 declarou o concílio superior ao papa, com efeito, dizendo: 'Qualquer um, de qualquer condição e dignidadeincluída a papal, é obrigado a obedecer-lhe...' (Concílio de Constança, Sess. IV). Recordamos que este concílio depôs três papas, a saber, João XXIII, Gregório XII e Bento XIII)


Além de um representante do Magistério Eclesiástico(O Concílio de Constança) negar a primazia e supremacia do bispo de Roma, até a própria ‘Tradição’ romanista também nega-a, uma vez que Cipriano(200-258), em sua “Epístola a Firmiliano”, falando com referência ao bispo de Roma(Estevão) comparando-o a Judas Iscariotes, disse:


“..certamente Estêvão não fez nada que mereça bondade e gratidão. Pois Judas não pode ser considerado digno por sua perfídia e traição, com as quais ele tratou com maldade o Salvador. Mas deixem passar estas coisas que foram feitas por Estêvão para o presente, para que, ao lembrarmos de sua audácia e orgulho, tragamos uma tristeza mais duradoura sobre nós mesmos das coisas que ele tem feito perversamenteE como Estevão e aqueles que concordam com ele sustentam que o afastamento dos pecados  e o segundo nascimento podem resultar do batismo de hereges… O que, então, diremos sobre o batismo desta mulher, pelo qual um demônio mais perverso batizou por meio de uma mulher? Estevão e os que concordam com ele aprovam isso também, especialmente quando nem o símbolo da Trindade, nem o interrogatório legítimo e eclesiástico lhe faltavam?… Estêvão, que anuncia que ele mantém por sucessão o trono de Pedro, é movido sem zelo contra os hereges…  E, no entanto, Estevão não tem vergonha de sustentar tal apoio em oposição à Igreja, e por manter os hereges para dividir a irmandade e, além disso, chamar a Cipriano um falso cristo e um falso apóstolo, e um obreiro fraudulento’”(74:2-3,8,17,26)


Eusébio de Cesaréia(263-340), bispo de Cesaréia, afirma que a opinião de todos os bispos da Ásia, foi contrária a opinião de Vitor, bispo de Roma, que queria desligar da comunhão as igrejas da Ásia(História Eclesiástica, V:24). Tertuliano(160-230), chama o bispo de Roma de “diabo em Roma”(Contra Práxeas, 1).


(c)Quanto ao título ‘mãe de Deus’, dado pelo Concílio de Éfeso(431), isso não justifica a idéía da crença dos livros do AT-NT serem inseridos dentro das Escrituras, como algo devido aos esforços da igreja romana. O título ‘mãe de Deus’, que era um título honorífico, dado a Maria, mas para exaltação de Cristo(por causa dos nestorianos, que afirmavam que o ser gerado no ventre de Maria, era apenas homem, não Deus), não dela. O título é honorífico, não literal, pois segundo as Escrituras, Jesus, como Deus, teve Pai, mas não teve mãe(Hb 7:3), e como homem, teve mãe, mas não teve pai(Hb 7:3). Aliás, mesmo a ‘Tradição’ da Igreja Romana tem negado que este título dado a Maria, deva ser entendido num sentido literal, uma vez que a natureza divina de Cristo não foi repassada a Ele por Maria, mas Ele compartilha eternamente da natureza divina com o Pai. Santo Agostinho(354-430), representante da  “Tradição”  e da Igreja Católica, chegou a dizer:


“Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus e Homem: não tem Mãe como Deus, mas sim como homem”(Tratado Sobre o Evangelho de João, VIII).

"Cristo foi gerado unicamente de Deus, sem uma mãe; de uma mãe humana, sem um pai. Ele, o Senhor do Céu e da Terra, nasceu de uma mulher, Sua mãe. Ele é também, certamente, o Senhor de Maria.

Sendo o Criador do Céu e da Terra, Ele é Criador de Maria. Mas, segundo São Paulo, 'nascido de uma mulher', ele é filho de Maria. O mesmo que é Senhor de Maria é o filho de Maria. O grande Criador de Maria nasceu de Maria"(Sermão sobre João 8; 8-9).


Ambrósio de Milão(337-397), diz:


Sem mãe segundo a divindade, porque ele foi gerado por Deus. Sem pai, segundo a encarnação, porque ele nasceu de uma virgem”(Sobre os Mistérios, 46) 


"Deus, que em Sua Divina Geração não tinha mãe, nasceu da Virgem Maria, sem pai; gerado antes dos tempos apenas pelo Pai, unicamente nascido neste tempo da Virgem, e certamente não poderia ter início de dias visto que Ele existia no princípio”(Epístola a Limenius, Bispo de Vercellae, 63:49)


Teodoreto[393-466], bispo de Ciro, disse:


"Ele era sem pai no tocante a Sua humanidade; porque como homem Ele nasceu apenas de uma mãe. E Ele é sem mãe como Deus, pois Ele foi gerado desde a eternidade apenas pelo Pai”(Epístola 151)


Metódio[+311 d.C], bispo de Olimpo, na Lícia, e posteriormente de Tiro, disse:


"Ela gerou seu primogênito Filho, o unigênito Filho de Deus, aquele que, nos céus, resplandeceu como o Unigênito, sem mãe, da substância de seu Pai e preservou a virgindade. de sua unidade natural indivisa e inseparável”(Sobre a Oração de Simeão e Ana, III).



Interessante, que até a própria igreja romana reconhece que o título 'mãe de Deus', não encontra respaldo na Bíblia, visto que o 'Índice Doutrinal da Bíblia Sagrada', da Editora Ave Maria(Edição Claretiana, 2005, São Paulo, SP, 2005), diz:


"Embora a Sagrada Escritura não diga que Maria é mãe de Deus, afirma expressamente que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e que Maria é sua mãe. Portanto, segue-se que ela é a mãe de Deus"(p.1588).


O argumento da bíblia romanista, se usado em um outro exemplo, como usado acima, vai implicar não só na negação da divindade de Cristo, como de sua impecabilidade e nascimento virginal:


"Embora a Sagrada Escritura não diga que Davi é o pai de Jesus(Hb 7:3), afirma que Cristo é verdadeiro Deus(Jo 1:1; 20:28; Rm 9:5; 2 Pd 1:1; Tt 2:13) e que Ele é filho de Davi(Mt 1:1; Lc 18:38; Mc 10:47). Portanto, segue-se que Davi é o pai carnal de Jesus".


Agora, indagamos: Faz sentido a interpretação romanista?



(3)”3 - Por favor, diga-me porque a Bíblia teria precisado de quase 1600 anos para ser entendida corretamente, se ela é teoricamente algo que qualquer um pode ler e entender.

R - Os católicos sabemos que a Bíblia não é algo que qualquer um pode ler e entender sem ajuda (2Pd 3,16, At 8,31), e sabemos que Cristo confiou a São Pedro, o primeiro Papa, a tarefa de tomar conta de Seu rebanho, a Igreja (Jo 21,15-17). Nós seguimos o que os Sucessores de Pedro nos transmitem”


Resposta: (a)O texto de 2 Pd 3:16 não está afirmando que algum cristão está impossibilitado de poder entender corretamente as Escrituras, mas menciona ímpios, chamando-os de “indoutos”, “inconstantes”, que torcem as Escrituras “para sua própria perdição”. Contudo, na mesma epístola, Pedro diz:


E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”(2 Pd 1:19)


Se para Pedro, tendo as Escrituras(‘a palavra dos profetas’), a Igreja Universal, não só está firmada sobre elas, mas deve estar atenta a elas, não resta nenhuma dúvida de que Pedro está recomendando o livre exame das Escrituras aos cristãos do mundo todo.


(b)At 8:31 não ensina um princípio, a saber, que a interpretação das Escrituras seja monopólio de alguma autoridade da igreja. Antes ensina que Filipe estava explicando as Escrituras ao eunuco, que ainda não tinha recebido a fé salvífica(At 8:37). Homens naturais, como aquele eunuco, antes de receberem o Espírito Santo, não podem compreender as coisas que são reveladas pelo Espírito Santo(1 Co 2:12-15). Paulo e Lucas ressaltam que os cristãos do NT examinavam as Escrituras livremente, a ponto de submeter o ensino dos apóstolos ao escrutínio das Escrituras:


“Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo”(Ef 3:4).


“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”(At 17:11).


Se a livre leitura ou interpretação das Escrituras fizesse mal à alma humana, Jesus não teria recomendado a livre interpretação das Escrituras, teria?(Jo 5:39). Ademais, os escritores da Bíblia afirmam que a livre interpretação das Escrituras resulta em bençãos espirituais para o cristão!(Sl 1:2-3; 18:8; 119:97-100,105,130; 2 Pd 1:19)

(c)As Escrituras não conferem a Pedro, o título de "Papa'. A palavra “PAPA”, vem da palavra grega “PAPAS’, que quer dizer “PAI”. No latim, essa palavra tem um significado muito especial para a teologia católica, com efeito, ela é formada pela junção das duas palavras latinas: ‘PATER PATRUM’, que em português quer dizer ‘PAI DOS PAIS’. Da palavra “PATER”, a 1ª sílaba é “PA”; no vocábulo “PATRUM”, a 1ª sílaba também é ‘PA’; juntem-se essas duas sílaba e temos o vocábulo ‘PAPA’, que por conseguinte é uma abreviação de ‘PATER PATRUM’: PAI DOS PAIS. Agora me digam: quem é digno de receber o título de ‘Pai dos Pais’? Jesus responde: “E a ninguém na Terra chameis vosso Pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos Céus”(Mt 23:9). Logo, o título de “papa” pertence a Deus Pai. Ademais, há varias evidências nas Escrituras, que negam e vedam a possiblidade de Pedro haver sido um "papa" da igreja cristã:


- Pedro era financeiramente pobre(At 3:6). Os papas são administradores de grandes fortunas. O clérigo José Maria Alegria, da Universidade Gregoriana de Roma, declarou no final de 1972, que o balança financeiro do Vaticano dispunha de um ativo de um bilhão de dólares.


- Pedro era casado(Mt 8: 14-15). Os papas são celibatários.


- Pedro foi um homem humilde, pelo que não aceitou ser adorado por Cornélio(At 10:25,26). Os papas frequentemente aceitam a adoração dos homens.


- Pedro não foi infalível em matéria de fé(Gl 2:11-14). Os papas se consideram infalíveis em matéria de fé e de moral.


- Se Pedro tivesse sido papa, a ordem das colunas, conforme narrada por Paulo, seria “Cefas, Tiago e João”, não “Tiago, Cefas e João”(Gl 2:9).


- Se Pedro tivesse sido papa, Paulo não poderia ter dito que não era inferior a nenhum dos apóstolos!(2 Co 11:5). E mais, o próprio Paulo desconhecia completamente qualquer idéia de ser Pedro o cabeça da Igreja, desde que disse também:

Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”(1 Co 3:11).


- Se Pedro tivesse sido papa, não poderia ter sido enviado pelos apóstolos(At 8:14).


- Se Pedro tivesse sido papa, ele mesmo teria feito a nomeação para o substituto de Judas, invés de esperar os apóstolos terem escolhido!(At 1:23-26).


Diferente dos papas, Pedro reconhece ser Cristo “PEDRA VIVA”(1 Pd 2;4), e põe-se Pedro na posição de “presbítero como os demais presbíteros”(1 Pd 5:11). Será que Pedro estava com aminésia, se esquecendo que era "papa"?


Ademais, a própria 'Tradição' da Igreja Romana, nega o 'papado' de Pedro. Crescente, em sua “Epístola do Martírio de Policarpo”(19:2), datada de 150 d.C, diz:


Nosso Senhor Jesus Cristo, o Salvador de nossas almas, guia de nossos corpos, e pastor da Igreja Católica no mundo inteiro".


Tertuliano(160-230), em sua obra “Direito de Prescrição Contra os Hereges”(XIII), diz que “o Espírito Santo é o Vigário de Cristo”.

Pòr fim, o próprio 'Magistério Eclesiástico" da Igreja Romana, nega em si a idéia de um papa, um bispo supremo sobre todos os demais bispos. Gregório I(590-604), bispo de Roma, considerado como um dos papas, em sua “Epístola a Ciríaco”, patriarca de Constantinopla, declarou:


Quem quer que se chame bispo universal, ou tal título cobice, é, por seu orgulho, precursor do Anticristo; porque isto é pretender levantar-se acima dos outros. Quando um patriarca se intitula ‘Bispo Universal’, o título de patriarca sofre incontestável descrédito. Quantas desgraças não devemos esperar entre os sacerdotes se suscitarem tais ambições. Essebisposerá o rei dos orgulhosos"


O historiador católico romano Philip Hughes, falando de Gregório I, diz:

"S. Gregório foi, naqueles anos, o verdadeiro governador de Roma e, num sentido real, ele é o fundador da monarquia papal"(A Popular History of The Catholic Church, 1947, p.75)


Já o jesuíta Felix Campelo, um dos teólogos romanistas, afirma que "o primeiro papa foi Gregório VII"(SUMMA IURIS CANONIC, Roma, 1945, p.271).


(4)”4 - Por favor, explique como alguém pode saber se entendeu a Bíblia corretamente, se ele só pode confiar na Bíblia, e em mais nada; afinal existem cerca de 30.000 seitas protestantes no mundo, cada uma entendendo a Bíblia de maneira diferente e todas achando que estão certas.

R - Os católicos sabemos que é a Igreja que Cristo fundou e confiou a São Pedro (Mt 16,18), e que é a Coluna e Firmamento da Verdade (1Tim 3,15), quem tem a missão de ensinar (Mt 28,19), e que as Escrituras não devem sofrer interpretação particular (2Pd 2,20), pois quem o faz comete erros que o conduzem à perdição (2 Pd 3,16). Assim, sabemos que a explicação feita pela Igreja está certa, e está errada qualquer interpretação diferente desta”


Resposta: (a)Esta falácia das 30.000 seitas protestantes, já foi desmascarada como argumento falso pelo Pr. Yago Martins:

https://www.youtube.com/watch?v=ZR9P4l68pkE


(b)Ademais, uma coisa é dizer que existem 30.000 ou mais de 30.000 igrejas protestantes, outra coisa bem diferente é provar que cada uma destas igrejas é protestante, seguindo literalmente a teologia da Reforma Protestante do Século XVI, em toda a sua inteireza(Soteriologia, Eclesiologia, Pneumatologia, Escatologia, etc). Todavia, ainda que existisse realmente milhares de divisões dentro do Protestantismo, isto não é prova argumentativa contra a livre interpretação das Escrituras, por dois motivos:


(i)Primeiro, porque, segundo Cristo, não é o fato de você não pertencer a um determinado grupo religioso, que prova que você não pertence a Cristo ou a sua Igreja(Mc 9:38-40)


(ii)Porque se as divisões dentro de um grupo religioso provassem que alguém não pertence a Igreja de Cristo, nem que este alguém pode examinar livremente as Escrituras, então a própria igreja romana, com suas várias divisões(como vemos em um vídeo no youtube, citado abaixo por nós),não só não pode ser considerada Igreja de Cristo, como sequer deve ter considerada legítima a sua interpretação das Escrituras:

https://www.youtube.com/watch?v=2Dprc8FV_k0&t=504s



(5)”5 - Por favor, prove usando apenas a Bíblia que ela é o que você considera que ela seja (ou seja, a única fonte de Verdade Revelada, composta pelos livros que você aceita, todos eles e só eles). Claro que todo mundo sabe que a Bíblia é Palavra de Deus, boa para o ensino, etc. e tal, mas por favor, tente provar que ela é a única fonte de Palavra de Deus, composta pelos livros que você aceita, todos eles e só eles.

R - Ao contrário dos protestantes, que acreditam na heresia chamada "Sola Scriptura", segundo a qual apenas a Bíblia é Palavra de Deus, os católicos sabemos que além da Bíblia, que não tem toda a Palavra de Deus e não está completa, (Jo 20,30-31; Jo 21,25; 2Ts 2,14), há ainda a Tradição Oral, também revelada por Deus, que deve ser seguida (2 Ts 2,15; 2Ts 3,6; 2Tm 1,13; 1 Cor 11,2; Gl 1,14, 1Tm 6,20; 2Tm 1,14; 2Tm 2,2, etc.). O próprio São Paulo, em At 20,35, cita palavras de Cristo que não estão em nenhum dos Evangelhos , dizendo aos bispos de Éfeso que eles devem lembrar-se delas. Sabemos ainda que os livros que compõem a Sagrada Escritura são os que a Igreja determinou em 397 d.C., mais de mil anos antes dos primeiros protestantes arrancarem sete livros de suas bíblias em 1517 d.C.”


Resposta: (a)Os textos de Jo 20:30-31; 21:25 não negam a suficiência das Escrituras. O texto diz(com base em Jo 20:31) que embora nem todos os milagres operados por Jesus tivessem sido escritos no Evangelho de João, contudo tudo que foi escrito neste evangelho, é suficiente para levar o homem a ter fé em Cristo, e através desta fé, obter a vida eterna. (b)O texto de 2 Ts 2:15 não nega a suficiência das Escrituras, mas a afirma. Quando Paulo nos manda reter “as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”, pelo próprio texto se refere ao que está escrito(‘seja por palavra, seja por epístola nossa’), uma vez que o contexto mostra que esta “palavra” e esta “epístola” são descritos por Paulo no verso anterior como “nosso evangelho”(v.14). Quando Paulo menciona seu evangelho, a que tipo de fonte ele se refere? A alguma fonte extra-bíblica? Não. Ele, ao mencionar “nosso evangelho”, se refere as Escrituras. Disso podemos inferir quando lemos no capítulo 3, onde ele menciona que existiam irmãos que não estavam andando segundo a ‘a tradição que de nós recebeu’(2 Ts 3:6). De que ele falava? O v.8 diz:


Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós”


E no v.10, diz:


“Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também

E novamente, no v.12, diz:

“A esses tais, porém, mandamos, e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão’.


De onde Paulo tirou essa “tradição”, de que o homem deveria trabalhar, para que pudesse dignamente comer o seu pão? Das Escrituras, que dizem:


No suor do teu rosto comerás o teu pão”(Gn 3:19).


Por isso, ele finaliza sua exortação associando sua palavra oral à palavra escrita, mostrando que a primeira depende e é oriunda de segunda, quando diz:


“Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe”(2 Ts 3:14)


(c)O texto de Gl 1:14, quando Paulo fala nas “tradições de meus pais”, está se referindo, não a costumes ou crenças não prescritas nas Escrituras, mas justamente aquilo que estava no AT. Sua expressão “E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade” já infere isso. Em que se baseava o Judaísmo, exceto na Lei de Deus? Ou em que se baseavam as tradições de seus pais? Ele responde:


Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu”(Fl 3:5)


As tradições de seus pais, se baseavam na Lei de Moisés, isto, nas Escrituras Hebraicas, a própria Palavra de Deus.

(d)O texto de 1 Tm 6:20, na expressão “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado”, pelo contexto, se refere as Escrituras, uma vez que Paulo disse:


“Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade”(1 Tm 6:3)


Onde estavam registradas as sãs palavras de Jesus Cristo, senão nos Evangelhos e em tudo que os evangelistas e Paulo escreviam?(Mt 1:1; Mc 1:1; Cl 1:1-4; At 1:1-4; 1 Co 14:37). Por isso, na mesma epístola, Paulo recomenda:


Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá”(1 Tm 4:3)


(e)O texto de 2 Tm 1:14(‘Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo...’), pelo contexto, se refere a Palavra de Deus:


Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus.”(2 Tm 1:13)

Em que sentido, Timóteo deveria guardar o bom depósito, isto é, conservar o modelo das sãs palavras repassadas a ele por Paulo? Paulo responde a ele:


“Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa… Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”(2 Tm 2:9,15)


(f)O texto de 2 Tm 2:2, de maneira alguma favorece a crença da ‘Tradição Oral’. O texto diz:


“E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”.

Como um homem seria idôneo, na visão de Paulo, para poder ensinar aos outros? Seria meramente repetindo as palavras que ouvira verbalmente de alguém ou seria transmitir essa palavra mediante seu conhecimento das Escrituras? É justamente isso que Paulo quer dizer aqui, principalmente quando diz mais adiante:


“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”(2 Tm 2:15)


Somente aqueles que dominam bem o uso das Escrituras, podem ser considerados um “obreiro que não tem de que se envergonhar”.


(g)Por fim, o texto de 1 Co 11:2 também não favorece a crença da ‘Tradição Oral’ romanista. O que Paulo está querendo dizer, quando afirma: “E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei”(1 Co 11:2). Ele está aludindo as coisas ditas no capítulo anterior, onde ele cita passagens das Escrituras do AT(1 Co 10:1-11). Note as expressões “conforme está escrito”(v.7) e “e estão escritas para aviso nosso”(v.11). Novamente, os preceitos dos quais Paulo fala, estão fundamentados e são oriundos das Escrituras, não de uma mera tradição oral. A desonestidade dos argumentos romanistas, é de estarrecer.


(f)O texto de At 20:35 tampouco apresenta fundamento para a Tradição Oral romanista. O que ocorre ali é o que chamamos de citação de forma reminiscente de um dos textos de Mt 5:42; 10:8; 25:34-35.


(g)Os Protestantes não arrancaram sete livros da Bíblia. Eles só não incluíram os sete livros que não faziam parte do Canon Hebraico, pois se foi a eles que Deus confiou seus oráculos(Rm 3:2), devemos publicar o AT, conforme a lista por eles preservada, de acordo com a divina vontade. Aliás, no mesmo século XVI, onde Roma acrescenta sete livros as Escrituras, o Cardeal Caetano, famoso oponente de Lutero, rejeitou a canonicidade dos apócrifos. Em sua obra "Comentário de Todos os Livros Históricos e Autênticos do Velho Testamento", diz:


"Aqui nós fechamos nossos comentários sobre os livros históricos do Antigo Testamento. Pois o resto(Tobias, Judite e os Livros dos Macabeus) são contados por São Jerônimo como fora dos livros canônicos e são aceitos como apócrifos juntamente com Sabedoria e Eclesiástico. Não vos turbeis, noviço, se em alguma parte encontrardes estes livros incluídos entre os canônicos, quer por sagrados concílios, que por doutores sagrados; pois tanto as palavras dos concílios como dos doutores hão de reduzir-se ao dizer de Jerônimo; e, segundo o seu sentido, aqueles livros, e quaisquer outros semelhantes que haja na Bíblia, não são canônicos, isto é, não são de regras para firmar as coisas que são da fé".


(h)Por fim, provamos que a Bíblia é a única fonte revelação divina, através de vários textos das Escrituras, como Is 8:20; Lc 16:27-31; 1 Co 4:6; 2 Tm 3:15-17; At 20:27 e Ap 22:18,19 =


À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles”(Is 8:20)


“E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,

Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.

Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.

E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.

Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite”(Lc 16:27-31)


“...para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito...”(1 Co 4:6).


Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,

E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.

Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;

Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”(2 Tm 3:14-17)


“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;

E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro”(Ap 22:18,19).


Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”(At 20:27)


“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.


Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”(Gl 1:8-9)


No dizer de todos estes textos, temos a total e irrefutável defesa da Suficiência das Escrituras:


(1)Qualquer palavra, em matéria de doutrina, que não estiver baseado nas Escrituras, e for proferida por alguém, esse alguém é considerado como estando em trevas(Is 8:20)


(2)Nem mesmo um milagre, pode levar a alguém a crer, se as Escrituras não o puderem fazer(Lc 16:27-31)


(3)Temos que permanecer naquilo que aprendemos e do qual fomos inteirados, na direção de que é pelas Escrituras que podemos obter fé em Cristo, e sermos salvos por Ele, além de sermos através delas, ensinados, corrigidos e tornados ‘perfeitamente instruído para toda boa obra’. Se cada Escritura ou toda ela (como diz o texto), é capaz de nos tornar ‘perfeitamente instruído para toda boa obra’, precisamos de alguma outra fonte de revelação divina?(2 Tm 3:14-17)


(4)Se uma vez, tendo as Escrituras em nosso poder, não temos a necessidade de acrescentar, ou tirar nada dEla, é porque todo o seu conteúdo, é suficiente para nós, em matéria de fé e prática(Ap 22:18-19)


(5)Se o Evangelho pregado por Paulo(baseado nas Escrituras – 1 Co 15:1-4) contém ‘todo o conselho de Deus’(At 20:27), qual conselho divino ficou fora das Escrituras, ou pode ser buscado ou encontrado fora delas?


(6)Se nenhum anjo ou líder eclesiástico pode acrescentar nada à revelação dada por Deus através das Escrituras, sob pena de serem amaldiçoados(Gl 1:8-9), então as Escrituras são totalmente suficientes para a fé e prática do cristão, devendo este se contentar com esta Palavra de Deus, como diz o Senhor:


“Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.

Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido”(Js 1:7-8)


SOLA SCRIPTURA!!!











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