quinta-feira, 23 de março de 2017

A Inconsistência do Uso do Véu entre as Modernas Igrejas Cristãs




(1)Um exame do Capítulo 11 de 1 Coríntios.

a. Paulo diz que os corintios deveriam guardar os "preceitos" que ele lhes entregou(1 Co 11:2). "Preceitos", aqui, no texto grego παραδόσεις (paradoseis), que segundo J.H. Thayer, significa "injunções particulares da instrução de Paulo"(Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament, p.481). Eram preceitos apóstólicos de ordem particular, não 'geral', exatamente como o mandamento que proíbia as igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, comer sangue e carne sufocada(At 15:19-20,28-29), abolido posteriormente por Paulo(1 Co 10:25-27). Sob essa perspectiva, entendemos que o preceito apostólico era de ordem particular, portanto, restrito a uma comunidade em particular. .

b. A recomendação feita para o uso do véu, se restringe as mulheres casadas(1 Co 11:3,7-12), excluindo virgens, viúvas e divorciadas. O verbo grego "εἴδω"(eidō)aqui traduzido por "saibas", é aqui é usado, de acordo com a Chave Linguística do Novo Testamento Grego, de F. Rienceker e C. Rogers para transmitir a ideia de que "o homem é a orígem do ser da mulher"(pp.312-313), mostrando que o texto está falando especificamente da mulher casada, já que a alusão aqui é a Eva, mulher de Adão. Caso isso fosse um mandamento para a igreja universal em todas as épocas, introduziria um costume restrito a um grupo de mulheres apenas, o que contraria o próprio ensino de Paulo, que diz:

"Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; NÃO HÁ MACHO OU FÊMEA; PORQUE TODOS VÓS SOIS UM em Cristo Jesus"(Gl 3:28).

E esse ensino ou suposta prática também contrariaria Tg 2:1, que diz:

"Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, EM ACEPÇÃO DE PESSOAS"(Tg 2:1)

c. 1 Co 11:4 diz: "Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça"(ACF).

Isso tomado ao pé da letra (como fazem os defensores do moderno uso do véu), significaria que um cristão que fosse policial militar, vigilante, cozinheiro, piloto de avião, operário da construção civil, que estivesse orando dentro do horário de trabalho, estaria praticando desonra. Então ninguém nessas profissões poderia orar no ambiente de trabalho, mesmo que estivesse evangelizando alguém, e esse alguém fosse convertido por Deus naquela hora, mediante sua pregação do evangelho.

Uma vez que o termo grego παραδόσεις(paradoseis), que segundo J.H. Thayer, significa "injunções particulares da instrução de Paulo"(Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament, p.481). Eram preceitos apóstólicos de ordem particular, não 'geral', que Paulo adotou ali. Nesse sentido, concordando com Thayer, a Bíblia de Estudo de Genebra[1591], em seu "Comentário de 1 Co 11:4, reconhece

"PARECE, QUE ESTA ERA UMA LEI PÚBLICA QUE SERVE APENAS PARA A CIRCUNSTANCIA DO TEMPO QUE PAULO VIVEU"

d.1 Co 11:5 diz: "Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada"(ACF)

Isso tomado ao pé da letra (como fazem os defensores do moderno uso do véu), faria com que todas as mulheres que não estiverem cobertas com o véu, não podem orar, cantar, profetizar, nem ler a Bíblia. Da mesma forma, significaria que uma mulher cristã que fosse policial militar, vigilante(com seu chapéu), cozinheira (com seu gorro) estaria proibida de orar no ambiente de trabalho, mesmo que estivesse evangelizando alguém, e esse alguém fosse convertido por Deus naquela hora, mediante sua pregação do evangelho.

O ajetivo grego "ἀκατακάλυπτος"(akatakalyptos), aqui traduzdo por "descoberta", de acordo a Chave Linguística do Novo Testamento Grego, de F. Rienecker e C. Rogers, está ligada a um costume judaico aplicado a mulheres casadas, da comunidade judaica de Tarso, de onde Paulo era oriundo:

"Para uma mulher judaica aparecer fora de casa com a cabeça descoberta era vergonhoso, e seu marido poderia divorciar-se. O sentido judaico da cobertura sobre a cabeça indicava o estilo especial de penteado que ela deveria usar, que consistia de um coque. As mulheres de Tarso tinham de ter a sua face coberta quando apareciam na rua. Este era um costume antigo que foi retido em Tarso(p.313)

A expressão "porque é como se estivesse rapada", remonta a cultura judaica, onde uma mulher acusada de adultério, tinha sua cabeça raspada:

"Então o sacerdote apresentará a mulher perante o Senhor, e descobrirá a cabeça da mulher"(Nm 5:18)

O termo hebraico וּפָרַע֙(ūp̄āra), aqui traduzido por "descobrirá", de acordo com o Léxico Hebraico do AT de Brown, Drivers e Brigss, significa literalmente "desvincular, ESTAR VAZIA, DESOCUPADA".

De acordo a Chave Linguística do Novo Testamento Grego, de F. Rienecker e C. Rogers, a prática da mulher estar com a cabeça descoberta, está ligada a um costume judaico, e era indicação de que ela era adúltera, e recebia mesmo tratamento de uma meretriz: "Uma mulher com a cabeça rapada era especialmente horrenda. Em Chipre uma mulher acusada de adultério devia ter seu cabelo cortado e era considerada uma meretriz"(p.313). Da mesma forma também se refere ao cuidado que Paulo tinha para que essas corintianas não fossem confundidas com adúlteras ou meretrizes. Lá ficava o único anfiteatro (uma construção romana) da Grécia com capacidade para mais de 20.000 pessoas. Naqueles dias, havia um culto a uma deusa chamada Afrodite, que era tida como a deusa da fertilidade. E nesses cultos havia a presença de prostitutas culturais, que tinham relações sexuais durante a cerimônia. A maioria delas tinha a cabeça raspada. O seu templo abrigava mais de 1000 prostitutas.

A "Bíblia King James Atualizada", em seu "Comentário de 1 Co 11:6", diz:

"O costume oriental dos homens de descobrirem suas cabeças ao entrar em um local religioso ou sinagoga, e das mulheres cobrirem suas cabeças como símbolo de honra a seus maridos era muito anterior a Paulo(Gn 3:16). Esse dado cultural era tão forte QUE COSTUMAVA-SE RAPAR A CABEÇA DAS PROSTITUTAS E MULHERES PEGAS EM ADULTÉRIO COMO SINAL PÚBLICO DE DESONRA".

Por isso, a meu ver, a declaração de Paulo em 1 Co 11:5("Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada"), não pode ser entendida como uma afirmação direta ou explícita do apóstolo, mas como indireta e implícita. Porque se, segundo ele, "o cabelo lhe foi dado em lugar de véu"(1 Co 11:15), literalmente falando, a mulher que ainda ora sem véu, não desonra a sua cabeça, nem está como se estivesse rapada, pois ela continua com o seu "véu natural" - seu cabelo. Evidentemente, a afirmação de Paulo, como bom judeu, dizia respeito ao costume cultural judeu-grego, no sentido, de não se confundir nenhuma corintiana com uma adúltera ou com uma prostituta, e isso reveste sua recomendação de um caráter meramente local e temporal.

e. 1 Co 11:6, diz: "Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu"

Isso tomado ao pé da letra (como fazem os defensores do moderno uso do véu) faria que com que virgens, viúvas e divorciadas não rapassem a cabeça, uma vez que a recomendação é feita às casadas(1 Co 11:3,7-12). As virgens, viúvas e divorciadas dentro das igrejas dos defensores do uso moderno do véu, raparam as suas cabeças ou estão usando também o véu?

Ademais, Paulo aqui, repetindo certamente o mesmo motivo da questão anterior. Ele estava se referindo a beleza da mulher corintiana, como algo que atrapalhava aquele culto, atraindo a atenção dos homens daquela congregação, despertando sua luxúria, como defendeu Calvino. Era assim que as prostitutas da cidade faziam. Elas despertavam a atenção dos homens com a sua beleza, e despertavam neles a sua lascívia. Paulo não queria que as corintianas se assemelhassem de maneira alguma àquelas prostitutas.

Por isso, que Gordon H. Clark (1902-1985), em seu "Comentário de 1 Corintios 11:7", disse:

"Agora enquanto é obvio que os corintios tomavam a falta de um véu COMO SENDO UM SINAL DE UMA PROSTITUTA, E QUE ELES PODERIAM RASPAR A CABEÇA DE UMA ADÚLTERA COMO CENSURA PÚBLICA".

f. 1 Co 11:7 diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem"

Os puritanos, policiais militares, vigilantes, cozinheiros, pilotos de avião, operários da construção civil, garis, marcados com o uso de chapéis, durante seus trabalhos religiosos e seculares, deixaram ou deixam de ser "imagem e glória de Deus"?

O termo grego δόξα(doxa), traduzido aqui por "glória", de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, se refere "a majestade do governante divino". As mulheres cristãs que hoje não usam o véu, não refletem a majestade do governo divino? Elas não crêem que Deus é soberano?

g. 1 Co 11:13 diz: "Julgai ENTRE VÓS MESMOS: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?"(ACF).

Paulo faz alusão aqui a um problema local ou geral? Note que ele não diz: "JULGAMOS ENTRE NÓS...". Portanto, ele alude apenas a questão de Corinto, porque era ali que ocorria o problema, que segundo Calvino (Comentário de 1 Co 11:6), consistia nas mulheres com suas enormes cabeleiras, aparecendo em público para exibirem sua beleza, para serem atraentes aos homens e despertar sua luxúria. Era, portanto, algo local.

h.1 Co 11: 10, diz "Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos"(ACF)

O termo grego ἐξουσίαν(exousian), aqui traduzido por "poderio", de acordo com o Léxico Grego de J. H. Thayer, se refere a "um sinal da autoridade do marido sobre sua esposa". As mulheres casadas que hoje não usam o véu, estão com isso literalmente negando a autoridade de seus maridos sobre elas?

. Note, que a ideia do texto original grego, era das mulheres casadas usaram o véu, não de todas as mulheres de Corinto o usarem. Nesse sentido, diferentemente dos defensores do moderno uso do véu, quando apelam para o argumento da criação. Paulo não estava enfatizando o aspecto externo da cerimônia (o uso do véu), mas aquilo que isto representava, isto é, autoridade do homem sobre a mulher. É isso que ele enfatiza desde o início deste capítulo, quando diz:

"MAS QUERO QUE SAIBAIS QUE Cristo é a cabeça de todo o homem, E O HOMEM A CABEÇA DA MULHER; e Deus a cabeça de Cristo"(1 Co 11:3 ACF).

Calvino, em seu "Comentário de 1 Corintios 11:10", diz:

"No termo 'poder' há um exemplo de metonímia, posto que ele quer exibir um emblema por meio do qual a mulher declara que ela se encontra sob o poder de seu esposo; e tal emblema está na cobertura, seja um manto, um véu OU QUALQUER OUTRA COBERTURA"

Veja que Calvino está afirmando que o uso da cobertura explícito em 1 Co 11:10, se refere a mulher casada, não a qualquer tipo de mulher da Igreja de Corinto (virgens, solteiras ou viúvas). Nesse caso, a mulher casada que, usasse um chapéu, não estaria deixando de mostrar que é sujeita a seu marido, estaria? Então, por que os modernos defensores do uso do véu, não dão um chapéu para suas esposas usarem no templo?

Assim, mais uma vez se confirma que Paulo de Tarso, estava falando de uma prática que era restrita às corintinianas casadas, e não a todas as mulheres de Corinto.

i. 1 Co 11:15 diz: "Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu"(ACF)

Se o cabelo foi dado em lugar do véu, então o uso do véu, torna-se desnecessário. Nesse caso, por que então Paulo recomenda o uso do véu apenas entre as mulheres casadas? Simples demais, para que elas não fossem confundidas com as prostitutas da cidade,ou com adúlteras, ou mulheres pagãs.

j. 1 Co 11:7-12 apresenta, dentre outros exemplos (além das tradições) o exemplo da criação, como recomendação para a sujeição da mulher cristã corintiana ao homem cristão corintiano, simbolizado no uso do véu. Todavia, se o argumento do uso da criação serve para obrigar todas as mulheres cristãs a usarem o véu, também serve para proibir todos os homens cristãos de usarem, em qualquer época da humanidade pós-apostólica, durante um ato religioso, o uso de qualquer cobertura para a cabeça, sejam chapéis, gorros. Nesse caso, um cristão que fosse policial militar, vigilante, cozinheiro, piloto de avião, operário da construção civil, gari, que estivesse orando dentro do horário de trabalho, estaria praticando desonra. Da mesma forma, significaria que uma mulher cristã que fosse policial militar, vigilante(com seu chapéu), cozinheira (com seu gorro) estaria proibida de orar no ambiente de trabalho, mesmo que estivesse evangelizando alguém, e esse alguém fosse convertido por Deus naquela hora, mediante sua pregação do evangelho.

l.1 Co 11:6 diz: "Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu".

O termo grego κατακαλύπτω (katakalyptesthō), traduzido por "que ponha o véu", segundo o Léxico Grego de no NT de J. H. Thayer, significa "velar OU COBRIR-SE". De formas que Paulo estava dizendo literalmente "seja coberta", o que não inclui literalmente ou explicitamente o uso do véu, aqui nesse texto.

m. 1 Co 11:16, diz: "Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus"(1 Co 11:16)

O defensor do moderno uso do véu diz que a referência é o reconhecimento da prática do uso do véu. Mas, o contexto mostra que a alusão direta a essa frase, diz respeito meramente a não se discutir o entendimento sobre as diferenças com relação a questão dos cabelos do homem e a mulher:

"Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu"(1 Co 11:14,15)

Paulo diz aqui que não se discute que é honroso a mulher ter cabelos longos, enquanto isso é desonroso para o homem. Evidentemente, a expressão "nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus", alude a esta questão, porque nem todas as igrejas no mundo são adeptas dessa prática - ter o homem cabelo longo e não ter a mulher cabelo longo.

A expressão "não temos tal costume, nem as igrejas de Deus", não pode dizer respeito ao uso do véu, porque a mesma nunca teve importância no Ocidente, senão no Oriente. Se formos interpretar esse texto com os óculos dos defensores do moderno uso do véu, teríamos que afirmar que no Ocidente não existiam igrejas de Cristo, como também em outros continentes, como na América do Sul, onde a IPB aboliu o uso do véu. O Rev. Josué A. de Oliveira, ministro da IPB, diz:

"NOSSO INTUITO É PROVAR QUE A MULHER NÃO PRECISA ESTAR VELADA NOS ATOS DE CULTO EM SUA IGREJA. Deus, ao fazê-la, dotou-a, de um véu natural e ornamental, a sua cabeleira. O cabelo da mulher, além de ser ornamento fascinante, é símbolo de poderio, isto é, da autoridade que o marido exerce sobre ela. de acordo com a Bíblia, no Velho e Novo Testamento"(A Mulher nos Planos de Deus, Casa Editora Presbiteriana, 1989, p.86).

Eu mesmo nunca tive ciência de uma igreja reformada que defenda o uso do véu. Geralmente, o costume ocorre entre arminianos ou pentecostais.Mas se existisse uma igreja que se diz reformada, mantendo esse costume, eu diria que ela errou.

Digo tranquilamente que a recomendação do uso do véu na igreja de Corinto, como uma herança e antigo costume judeu, foi como já dissemos, um costume restrito a sua época e local, não transmitido as demais igrejas de sua época, uma vez que a recomendação de Paulo, se restringiu apenas àquela igreja.

Leon Morris [1914-1985], em seu "Comentário de 1 Co 11:16", diz:

"Nós podemos sustentar muito bem que a aceitação plena do princípio por detrás deste capítulo NÃO REQUER QUE NAS TERRAS OCIDENTAIS DO SÉCULO VINTE AS MULHERES DEVAM NOVAMENTE USAR VÉUS PARA ORAR".

A recomendação de tal prática inexiste nas demais igrejas, nem foi repetida pelos demais apóstolos, em suas epístolas universais, nem no Apocalípse, onde se menciona as cartas as igrejas da Asia. É patente o seu uso restrito àquela igreja, simplesmente para que as cristãs corintianas não fossem confundidas com prostitutas, lésbicas, cortesãs ou outras mulheres pagãs daquela época, conforme testemunho de vários eruditos cristãos

(2)Dois pesos e duas medidas dos modernos defensores do uso do véu - escolher um ensino de um apóstolo como prática normativa atual da Igreja, enquanto rejeita outros ensinos e práticas dele

Ensinamos claramennte que o uso do véu, recomendando pelo apóstolo Paulo, era um mandamento local(1 Co 11:13), temporal, cultural{como a saudação com ósculo santo; não comer sangue e carne sufucada), e sendo baseado na ordem da Criação, era expressamente restrito às mulheres casadas de Corinto(1 Co 11:2-3,7-12), justificando a expressão "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo"(1 Co 11:3). Os modernos defensores do uso do véu, deveriam com base no mesmo argumento do 'mandamento do apóstolo', também endossar outras práticas:

(i)Não comer sangue e carne sufucada(At 15:19-20,28-29)

(ii)Saudar com ósculo santo(1 Co 16:20; Rm 16:16; 2 Co 13:12; 1 Pe 5:14)

(iii)Lavar os pés dos santos(Jo 13:14; 1 Tm 5:10)

(iv)Não orar com a cabeça descoberta(1 Co 11:4-5). Policiais militares, cozinheiros, garis, que usam cobertura em seus ofícios, que são parentes dos defensores do moderno uso do veu, são exortados por eles e não orarem, enquanto trabalham? E o que dizer dos reformadores e puritanos, que oravam com a cabeça coberta? Desonraram todos eles a sua cabeça, ou o preceito de Paulo era restrito aos coríntios?.

(v)Mandar seus presbíteros ungirem com óleo todos os crentes doentes(Tg 5:14-15)

(vi)Confessar as nossas culpas aos irmãos(Tg 5:10)

(vii)Mandar suas mulheres os chamarem de 'senhor'(1 Pe 3:5-6)

(viii)Circuncidar alguém por causa dos judeus(At 16:1-3)

Se você usar algums desses argumentos para eles, pode notar que vão dizer que algumas dessas práticas eram locais, particulares e temporais [por ex: não comer sangue; carne sufucada; presbíteros das igrejas ungirem todos os doentes com óleo, a mulheres chamarem o marido de 'senhor']. Mas qual é o critério que usam para dizer isso, se estas coisas, como o uso da cobertura, também eram preceitos ensinados pelos apóstolos e um [lavar os pés dos santos] ensinado por Cristo? Dois pesos e duas medidas? Isso pode, aquilo não, se convém a sua visão particular de piedade cristã? Quer dizer que a tua visão particular de piedade cristã [na defesa do uso da cobertura] é mais piedosa do que a visão de outros proeminentes cristãos, que discordam dela? É você, mais piedoso do que eles? Mas com base em que, você é mais piedoso do que eles?

(3)As Escrituras não mostram o uso do véu como uma prática eclesiástica perpétua e universal

Note que no idumentário do vestuário feminino das crentes de Corinto, constava o uso do véu(1 Co 11:5-6,10,13). Mas, quando Paulo escreve a Timóteo sobre o idumentário feminino, no culto, proíbe que a mulher exerça o ensino, e quando menciona o uso do vestuário feminino, cita a ordem da Criação, mas não menciona o uso do véu(1 Tm 2:9-10). Pedro faz o mesmo(1 Pe 3:1-6). E quando Paulo menciona como as mulheres deveriam ser tratadas dentro da Igreja, não menciona o uso do véu(1 Tm 3:11; 5:2-16; Tt 2:3-5)). Tiago também menciona o uso do vestuário dentro da Igreja(Tg 2:1-3), mas sem fazer nenhuma menção do uso do véu. O interessante, é que, ao mencionar as mulheres, em outras de suas epístolas, não menciona o uso do véu(Ef 5:22-24,28; Cl 3:18-19; Tt 2:1-5). Se o uso do véu fosse uma cerimônia universal dentro da Igreja, uma prática não local, não-cultural e não temporal, teria sido citado como prática e ensino de todos os apóstolos, como ocorreu com o batismo(At 2:38,41; 8:12; 9:18; 10:47-48; 16:15,33-34; 22:15; Rm 6:4; 1 Co 1:16; Ef 4:5; Cl 2:12; 1 Pe 3:21) e a Ceia(At 2:42; 20:7; 1 Co 10:16; 11:23-29). Em outros lugares, os apóstolos, em suas epístolas gerais e universais, citam várias mulheres(2 Tm 1:5; Rm 16:1-15; Fl 4:2; Cl 4:15; Fm 2; 2 Jo 1,13), mas não fazem nenhuma menção do uso do véu para as mesmas.

(4)O TESTEMUNHO DOS COMENTARISTAS DAS ESCRITURAS:

"O primeiro argumento tirado do senso comum do homem, portanto como a natureza ensina às mulheres que é desonesto para elas IR PARA FORA COM A CABEÇA DESCOBERTA, visto que foram dados a elas copiosos e longos cabelos, que elas podem de maneira alguma fazer questão de cortá-lo"(Bíblia de Genebra [1591]Comentário de 1 Co 11:5)

"Foi, além disso, um costume entre as mulheres antigas, e que foi estritamente intimados PELAS LEIS TRADICIONAIS DOS JUDEUS, que uma mulher não deve aparecer em público, a menos que ela estivesse coberta"(Albert Barnes [1798-1870], Ministro Presbiteriano, Comentário de 1 Co 11:5)

"...E PORQUE ERA UM COSTUME, TANTO ENTRE OS GREGOS E ROMANOS, E ENTRE OS JUDEUS UMA LEI EXPRESSA, que nenhuma mulher deve ser vista no exterior sem um véu.. Esta foi, e é, um costume comum por todo o leste, E NINGUÉM, MAS PROSTITUTAS PÚBLICAS IAM SEM VÉU. E se uma mulher deve aparecer em público sem véu, ela desonra sua cabeça - o marido. E ela deve aparecer como para aquelas mulheres que tiveram o cabelo arrancado como o castigo de prostituição ou adultério.."(Adam Clark[1760-1832], Ministro Metodista, Comentário de 1 Co 11:5)

"... de forma semelhante, PELOS COSTUMES DA SOCIEDADE, que a mulher deve ser velado em público, em sinal de modéstia e subordinação"(Jacob Abbott [1803- 1879]John Abbott[1805-1877], Ministros Congregacionais, com de 1 Co 11:5)

"...supor que Paulo aqui significava 'manto' ou 'véu' ou qualquer coisa É IMPORTAR PARA ESSE TEXTO O QUE NÃO EXISTE NELE. Vimos que ele estava falando de "hair" em 1 Coríntios 11: 4; e isso é exatamente o que ele está falando aqui. 'NÃO COMPLETAMENTE COBERTO', então, se referem à conduta vergonhosa das mulheres de Corinto em corte seu cabelo, SEGUNDO O NOTÓRIO COSTUME DAS PROSTITUTAS CORINTIANAS; que, se elas fizeram isso, era exatamente o mesmo tipo de desgraça como se tivessem raspado suas cabeças"(James Burton Coffman[1906-2006], Comentário de 1 Co 11:5)

"...Pode parecer estranho de quem as mulheres de Corinto tivessem tomado este costume, JÁ QUE AS MULHERES JUDIAS NÃO FORAM AUTORIZADAS A IREM PARA AS RUAS, OU EM QUALQUER LUGAR PUBLICO. ERA UMA LEI JUDAICA, QUE NÃO DEVESSEM SAIR EM NENHUM LUGAR DESCOBERTAS"(John Gill[1697-1771], Ministro Batista, Comentário de 1 Co 11:5)

"...o que o apóstolo aqui O reflete acima, é as mulheres de entrar em assembléias públicas com os cabelos soltos para baixo, e não decentemente enrolados de modo a fazer uma cobertura para a cabeça; que, dizem, FOI A PRÁTICA DESSAS BESTIAIS SACERDOTISAS DE BACO, que, como pessoas frenéticas, realizado esses ritos religiosos pretensamente COM O SEU CABELO SOLTO, e foram chamados manades, porque se comportaram mais como pessoas loucas do que tal como estavam no uso real de sua razão: algo como que, o mais provável é, algumas mulheres na igreja cristã em Corinto foram afetadas, CONTRA O QUAL O APÓSTOLO ARGUE AQUI"(Matthew Poole[1624-1679], Ministro Congregacional Puritano, Comentário de 1 Co 11:5)

"Ele não aqui condenar o ato, mas a quebra de costume que traria reprovação. Uma mulher condenada por adultério tinha rapado o cabelo (Is 7:20). O código de Justiniano prescrito raspar a cabeça por uma adúltera a quem o marido se recusou a receber depois de dois anos. PAULO NÃO DIZIA ÀS MULHERES CORINTIANAS A SE COLOCAREM NO MESMO NÍVEL DAS CORTESÃS"(Archibald T. Robertson[1863-1934], Ministro Batista, Comentário de 1 Co 11:5)

"O que seria um sinal ou de tristeza ou de desgraça. O corte do cabelo é usado por Isaías como uma figura de toda a destruição de um povo por castigo divino(Is 7:20) Entre os judeus, uma mulher condenada por adultério tinha o cabelo rapado, com a fórmula: 'Porque você partiu, a partir da maneira das filhas de Israel, que vão com a sua cabeça coberta, portanto, que se abateu sobre ti que tens escolhido'.Segundo Tácito, entre os alemães adúltera foi levado da casa de seu marido com a cabeça raspada; e o código de Justiniano prescrito esta penalidade para uma adúltera, que, no termo de dois anos, o marido se recusou a receber novamente. PAULO DENOTA QUE UMA MULHER QUE ORA OU PROFETIZA DESCOBERTA, SE COLOCA PUBLICAMENTE EM UM NÍVEL COM UMA CORTESÃ"(Marvin R. Vincent [1834-1922], Ministro Anglicano, Comentário de 1 Co 11:5)

"A cobertura da cabeça como um sinal de modéstia feminina antes que o homem ERA UM PONTO RÍGIDO PARA COM OS JUDEUS...É CLARO QUE O APÓSTOLO NOS DIAS DE HOJE NÃO CONSIDERARIA A TOUCA COMO POSSUINDO QUALQUER SIGNIFICADO RELIGIOSO. As mulheres agora se sentam ou ficam diante dos homens com cabeças descobertas, não só no círculo social, mas em grandes assembléias; NEM É QUALQUER OBRIGAÇÃO RELIGIOSA QUE A OBRIGA A USAR UM CHAPÉU NA IGREJA, OU A PROÍBE DE FALAR OU ORAR COM UMA TOUCA EXTERNA"(Daniel Wheldon [1808-1885], Ministro Metodista Comentário de 1 Co 11:5)

"Raspar a cabeça de uma mulher foi usado como um sinal de que ela era uma adúltera. Foi também o costume de, nesse dia, uma cortesã, a tosquiar seu cabelo. Uma mulher inclinando-se tão baixo que ao ela sair sem cobertura no culto público poderia muito bem rapar todo o cabelo E ASSUMIR A APARÊNCIA DE UMA CORTESÃ OU ADULTERA, DE ACORDO COM PAULO(1 Co 11:5-6)"(Gary Hampton, Ministro Metodista, Comentário de 1 Co 11:5)

"O véu para cobrir as mulheres teriam sido de uso Oriental, algo familiarizado com as mulheres gregas de Corinto... A partir desses dois versículos, podemos concluir que o penteado de uma mulher no primeiro século submeteu a certas imagens em sua sociedade. Por exemplo, uma senhora adulta com a cabeça raspada significar que ela era solteira, independente OU POSSIVELMENTE, UMA DAS MUITAS PROSTITUTAS DO TEMPLO QUE VIVIAM NA CIDADE DE CORINTO .

Claro que, com a influência das culturas ocidentais nas sociedades africanas através da mídia, a questão do corte de cabelo começa a perder o seu significado. Da mesma forma, é evidente que Paul estava se dirigindo a uma sociedade grega com visões mistas sobre o comprimento do cabelo de uma mulher, E ISSO DEVIDO À INFLUENCIA DE CULTURAS EXTERNAS. Assim, Paulo dá aos Coríntios algumas opções em como gerir o seu penteado de uma forma piedosa, sem comprometer os seus valores cristãos.

Paulo parece estar dizendo que de forma semelhante é uma vergonha para uma mulher estar descoberta na vida pública, é uma vergonha para uma mulher estar descoberta na adoração"(Gary H. Everett, Ministro Batista, Comentário de 1 Co 11:5)

"Assim, PAULO ESTÁ LIDANDO COM UMA SITUAÇÃO CULTURAL, QUANDO ELE ABORDA AQUI O ASSUNTO DA COBERTURA DE CABEÇAS, OU DE VÉUS"(Charles W. Smith [1927-2013], Ministro Pentecostal, Comentário de 1 Co 11:5)

"A QUESTÃO DE USAR UM VÉU NÃO É DE IMPORTÂNCIA. NÃO USAR UMA COBERTURA PARA A CABEÇA NESTE PAÍS NÃO TEM A IMPORTÂNCIA QUE TEVE EM CORINTO"(G. Campbell Morgan[1863-1945], Comentário de 1 Co 11:5)

"Tendo uma cabeça de mulher tosquiada ou rapada significava coisas diferentes em diferentes culturas. NA LEI JUDAICA, ERA A MARCA DE ADULTÉRIO. NO MUNDO GREGO, PODERIA SER A MARCA DE UMA PROSTITUTA OU LÉSBICA"(David Guzik, Ministro Presbiteriano, Comentário de 1 Co 11:5)

"PAULO NÃO ESTÁ DIZENDO QUE TODAS AS MULHERES CRISTÃS, EM TODAS AS ÉPOCAS, DEVEM COBRIR A CABEÇA DURANTE O CULTO"(Bíblia de Estudo de Genebra [IPB], Comentário de 1 Co 11:5)

"No versículo 15, o apóstolo, ainda falando sobre a mulher, EXPLICA QUE, EM TERMOS DO NT, O VÉU DEU LUGAR AO CABELO"(Bíblia de Estudo Pentecostal, [Nota sobre 1 Co 11:10], p.1752).

"Paulo não aprovava as mulheres que não usassem o véu em determinadas ocasiões. MUITAS MULHERES DALI PROCURAVAM IMITAR AS SACERDOTISAS PAGÃS em seus oráculos selvagens, que profetizavam com cabeça descoberta"(Russell N. Champlin, [Ministro Batista], Comentário de 1 Co 11:2)

"Esta passagem ilustra o perene problema da relação que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã. PAULO ESCREVEU AQUI DO PONTO DE VISTA DE UM RABINO, COMO REPRESENTANTE DA ANTIGA CULTURA JUDAICA. Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para nós, hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e sobretudo no que tange à nossa idéia acerca da posição da mulher? Este comentador acredita que visto que os costumes sociais mudaram, AS EXIGÊNCIAS DESSE TEXTO TAMBÉM MUDARAM … Acredito que se Paulo tivesse em nossos próprios dias, onde a sociedade não atribui qualquer estigma à ausência do uso do véu pelas mulheres, A QUESTÃO NEM AO MENOS TERIA SIDO ABORDADA”(Russell N. Champlin, [Ministro Batista], Comentário sobre I Co 11:5 - O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Volume V, p,. 171)

(2)A OPINIÃO DOS PAIS DA IGREJA...

Quando disse que não há evidencia histórica para a guarda do uso do véu, mediante os moldes bíblicos de 1 Co 11, falo com certeza. Alguns dos defensores do uso moderno do véu, apelam desesperadamente para Clemente de Alexandria(155-225), Hipólito(170-236), e Tertuliano(160-220),

Estudemos o que estas testemunhas tem a dizer...

a. Clemente de Alexandria(155-225), Em sua obra "O Pedagogo", declara:

"Mulher e homem tem que ir à igreja decentemente vestido, com passo natural, abraçando o silêncio, possuindo amor sincero, puro no corpo, puros de coração, em forma de orar a Deus. Que a mulher observar isso, ainda mais. Que ela seja totalmente coberta, a não ser que aconteça de estar em casa. Por esse estilo de vestido é grave, e protege de ser olhou. E ela nunca vai cair, de modo que coloca diante de seus olhos a modéstia, E SEU XALE, nem ela vai convidar outro para cair em pecado, descobrindo o rosto dela. Pois este é o desejo da Palavra, uma vez que é conveniente para ela orar coberta"(III:11).

Ele menciona o xale, não o véu.

b. Hipólito(170-236), em sua obra "Tradição Apostólica", declara:

"Todas as mulheres devem cobrir a cabeça COM UMA TOALHA DO ALTAR, E NÃO SIMPLESMENTE COM UM PEDAÇO DE LINHO, que não é um véu adequado"(18:5)

Desse texto, deduz-se que: (a)Hipólito não diz que este é um preceito da igreja de Corinto. (b)Esse texto nada tem a ver com 1 Co 11. Lá encontramos alguma recomendação do uso de uma tolha do altar para se cobrir a cabeça? Onde a Bíblia diz que o véu usado pelas mulheres judias do AT, e gregas de Corinto, era feito com uma toalha do altar? Isso me parece um costume eivado de superstição, como se a toalha do altar tivesse um poder mágico, ou fosse um pano sobrenatural. Hipólito não prescreveu o uso do véu, que normalmente era feito de linho.

c. Tertuliano(160-230), em sua obra "Sobre o Manto das Virgens", diz:

"Como virgens não sejam constrangidas a ser cobertas, então não vamos convidar alguns rapazes para serem cobertos. Por que, em parte, reconhecem a definição do apóstolo, como absoluta no que diz respeito a cada homem, sem entrar em cima de dissertações a respeito de porque dele não não ter chamado igualmente o rapaz; mas em parte tergiversamos, embora seja igualmente absoluto no que diz respeito a todas as mulheres? Se houver, ele diz, 'é contencioso, nós não temos tal costume, nem (tem) a Igreja de Deus'. Ele mostra que houve alguma controvérsia sobre este ponto; visto que a extinção do qual ele usa toda a declaração concisa (da linguagem): NÃO DESIGNANDO A VIRGEM, por um lado, a fim de mostrar o que há para haver dúvida sobre sua cobertura; e, por outro lado, NOMEANDO CADA MULHER, enquanto ele teria designado a virgem (tendo a questão sido restrita a ela). ASSIM, TAMBÉM OS PRÓPRIOS CORINTIOS O COMPREENDERAM. NA VERDADE, ATÉ ESSE DIA OS CORÍNTIOS TRATAM SUAS VIRGENS. O QUE OS APÓSTOLOS ENSINARAM, OS SEUS DISCÍPULOS APROVARAM"(VIII).

Pelo que vemos, Tertuliano, restringe essa questão aos coríntios, ao mesmo tempo que salienta o que todos nós já sabemos - que a virgem estava excluída da obrigação do uso do véu. Todavia, outros pais da Igreja, falam do assunto, todavia, jamais referendando a opinião dos modernos defensores do uso do véu:

1. Ambrósio(337-397), diz:

"...Não permita que ela se ligue a si mesma com os tipos de pensamentos luxuriosos e lascivos, que ela não nos amarrem em torno de si pelos fechos de reflexão contínua, que ela não volte sua atenção muito frequentemente para a forma de uma prostituta, e que não seja uma donzela com os olhos elevados para a fisionomia da juventude. E se por acaso ela considerou e é pega, quanto mais ela será enredada se ela ficar pasmada com a curiosidade. DEIXE O COSTUME NOS ENSINAR. UMA MULHER COBRE O ROSTO POR ESTA RAZÃO, PARA QUE EM PÚBLICO SUA MODÉSTIA SEJA GUARDADA"(Sobre o Arrependimento, I:14).

Note que a recomendação do uso de uma cobertura, se faz, segundo Ambrósio, para preservar a mulher de ser confundida ou parecida com uma prostituta.

Em outro lugar, diz que o véu natural da mulher, é o seu cabelo:

"E novamente ele diz: Se uma mulher tem cabelo comprido, é uma glória para ela(1 Co 11:13-14) É de acordo com a natureza, UMA VEZ QUE O CABELO É DADO A ELA COMO UM VÉU, POIS É UM VÉU NATURAL"(Sobre os Deveres dos Clérigos,46:232)

2. Juliano de Cilícia(300 d.C), declara:

"Vocês, portanto, que são mulheres cristãs, não sejam como estas. Mas vocês que projetam serem fiéis aos seus próprios maridos, cuidem unicamente de agradá-lo. E QUANDO VOCÊS ESTIVEREM NAS RUAS, CUBRAM AS VOSSAS CABEÇAS; para que assim cobrindo-as, vocês vão evitar serem vistas por pessoas ociosas. Não pinte o rosto, que é obra de Deus; pois não há nenhuma parte de você que quer ornamento, na medida em que todas as coisas que Deus fez são muito boas. Mas o adorno adicionado a lascívia do que já é bom é uma afronta à bondade do Criador. Olhe para baixo QUANDO VOCÊ ANDAR FORA DE CASA, COBRINDO-SE NO MOMENTO EM QUE SE TORNA UMA MULHER"(Constituição Apostólica, I:8).

3. Crisóstomo(349-407), diz:

"Mas temo que tendo assumido o vestido, mas em suas obras algumas das nossas mulheres devem ser encontrados imodesta e de outras formas descobertas. Por conseguinte, também escrevendo a Timóteo Paulo não se contentou com essas coisas, mas acrescentou outras, dizendo que se adornam com traje decoroso, com modéstia e sobriedade; não com tranças, ou com ouro(1 Tm 2:9). Porque, se a pessoa não deve ter a cabeça descoberta, MAS EM TODOS OS LUGARES LEVAR O SÍMBOLO DE AUTORIDADE, muito mais é que isso se torne a exibir o mesmo em nossos atos"(Homília 26 sobre 1 Corintios)

Se observarmos, esses pais interpretam a questão do véu no sentido como realmente era feito na época dos judeus e de Paulo, ou seja, que o uso do véu não se restringia apenas aos templos onde os cristãos se reuniam, mas até mesmo nas ruas, como entendiam os reformadores na Bíblia de Estudo de Genebra(1591) e John Gill. Agora, eu pergunto: Os modernos defensores do uso do véu, também recomendam que suas mães,irmãs e mulheres usem o véu no templo e nas ruas? Oh, quanta hipocrisia - dois pesos e duas medidas!!!

Em outro lugar, ele afirma que nem entre os gregos, esse costume (o uso do véu) era, antes da admoestação de Paulo, seguido:

"Após ter concluído a dissertação sobre todos esses pontos, procede ao ataque a outra falha. Qual? AS MULHERES ORAVAM E PROFETIZAVAM SEM VÉU, COM A CABEÇA DESCOBERTA. Por conseguinte, então, as mulheres profetizavam. Quanto aos homens, que se portavam como filósofos, conservavam cabelos compridos, e cobriam a cabeça ao orarem e profetizarem. Ambas as coisas eram habituais entre os gregos"(Homília 26 Sobre 1 Corintios, 2).

Se a prática do uso do véu tivesse sido já uma prática de Cristo e dos apóstolos que precederam a Paulo, teria sido desnecessário Paulo recomendar-lhes que endossassem tal prática. Isso posto, mostra que a prática foi sim, endossada só naquele momento, a partir de Paulo, ainda que temporariamente, baseada em um antigo costume judeu.

Portanto, por essas e outras razões, dizer que a recomendação do uso do véu (segundo os moldes bíblicos) ultrapassou a igreja de Corinto e a era apostólica, não passa de falácia, primeiro porque não temos evidência escriturística explícita. Segundo, porque não há evidência histórica, como já demonstramos acima, de forma abundante. Assim, não resta nenhuma dúvida que a guarda do uso do véu para os dias de hoje, é uma falácia, e uma invenção puramente humana, despida de qualquer biblicidade. Sola Scriptura, por favor!

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