quinta-feira, 23 de março de 2017

Arminianos que realmente nunca foram seguidores de Armínio!!!



Ciro Sanches Zibordi, um dos ministros das Assembléias de Deus, com relação a questão do dia do Senhor e de sua guarda, afirma:

"NÓS NÃO PRECISAMOS GUARDAR O DOMINGO! À semelhança da igreja do primeiro século, nós temos a tradição de nos reunirmos no domingo (At 20.7; Mc 16.2,9; 1 Co 16:2; Ap 1.10). QUEM guarda o sábado OU O DOMINGO EM LUGAR DO SÁBADO, COMO SE ISSO FOSSE UM MANDAMENTO DE DEUS, ESTÁ ABRAÇANDO O LEGALISMO"

http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apologetica-crista/78/o-cristao-deve-guardar-o-sabado-ou-o-domingo.html


"Mas o domingo nunca teve para as igrejas cristãs o mesmo peso que o sábado tinha para os israelitas".

E no blog "Teologia Pentecostal", lemos:

"O domingo é celebrado como dia do Senhor desde a primitiva igreja (ex. Atos 20.7, I Co 16.2),MAS NÃO DEVE SER UMA ESPÉCIE DE ‘SÁBADO CRISTÃO’'"

http://www.teologiapentecostal.com/2011/12/o-sabado-um-esboco.html

E em outro blog arminiano, lemos:

“Quanto ao sábado, não há no Novo Testamento a determinação como em Êxodo 20.8: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar". Todas as referências que você diz ter encontrado são exposições narrativas, NÃO SÃO NORMATIVAS. Isto é, são informações que alguém ou alguns personagens bíblicos iam ao templo neste dia, E NÃO UMA ORDENANÇA PARA QUE EU, VOCÊ, E OS CRISTÃOS EM GERAL FAÇAM ISSO. E ISSO TANTO VALE AO SÁBADO QUANTO AO DOMINGO”


http://belverede.blogspot.com.br/2014/02/sabado-ou-domingo-dia-para-santificar-ao-Senhor.html


Eis os delírios arminianos nesse sentido:

(a)A guarda do domingo não é uma necessidade

(b)A guarda do domingo é só uma tradição

(c)Guardar o domingo como ‘o sábado cristão’ é legalismo

(d)O domingo não é o sábado cristão

(e)Os textos no NT que mencionam os primitivos cristãos costumeiramente se reunindo no domingo, para a realização de cultos, sacramentos e ofertas, são apenas descritivos, mas não normativos

Nossas Considerações

(a)Com relação ao princípio da guarda de um dia da semana, prescrito no AT (Ex 20:8-11), lembramos que a guarda específica do sábado judeu, foi abolida, mas não o seu princípio, que é separar um dia específico para culto ao Senhor, uma vez que no NT, os apóstolos administravam os sacramentos (batismo e ceia), e separavam as ofertas aos domingos(At 2:1,41; 20.7; I Co 16.1,2). Será que fizeram ou fariam isso de modo aleatório, por decisão e opinião própria, de acordo com alguma circunstância alheia à Palavra de Deus? Em At 1:2, está dito que Cristo não subiu aos céus, sem antes ter dado mandamentos aos apóstolos. E quando Paulo ordena que os cristãos façam coletas no primeiro dia da semana, isto implica incontestavelmente em uma reunião dos cristãos, uma vez que não pode haver coleta sem um ajuntamento qualquer. Ao ordenar que os cristãos entreguem as coletas no dia de domingo, Paulo está ordenando que os cristãos se reúnam no dia de domingo. Logo, a guarda do domingo, nasceu e subsistiu, não como uma mera tradição religiosa, mas como uma prática baseada no mandamento de Deus, evidenciado na ordem apostólica.

(b).Paulo, condena a guarda do sábado (Cl 2:14-17), mas recomenda a reunião dos cristãos no dia de domingo(1 Co 16:1-2). E nada que Paulo recomendou como doutrina ou prática era opinião particular dele, mas era, segundo ele, uma determinação do próprio Senhor:

“E se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, RECONHEÇA QUE AS COISAS QUE VOS ESCREVO SÃO MANDAMENTOS DO SENHOR”(1 Co 14:37).

“PORQUE EU RECEBÍ DO SENHOR O QUE TAMBÉM VOS ENSINEI...”(1 Co 11:23).

“As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, MAS COM AS PALAVRAS QUE O ESPÍRITO SANTO ENSINA, comparando as coisas espirituais com as espirituais”(1 Co 2:13).

(c).Portanto, se reunir no dia de domingo, para entregar as ofertas, é mandamento do próprio Senhor. E da mesma forma, Lucas mostra que o dia de domingo é o dia onde os cristãos se “ajuntam”, isto é, se reúnem, para celebrar a ceia do Senhor(At 20:7). Notem que antes de se reunir para celebrar a ceia do Senhor no dia de domingo, Paulo estava em Troas “sete dias”(At 20:6), mas somente após o fim destes sete dias, é que ele vem para celebrar a Ceia, exatamente no primeiro dia após o fim dos sete dias, após o fim do sábado, isto é, no domingo. Notem que o sábado não foi mencionado, e que a Ceia foi celebrada no dia de domingo. Notem que antes de partir para ir celebrar a Ceia do Senhor, no domingo, Paulo havia dito que lhes havia ensinado “TODO O CONSELHO DE DEUS”(At 20:27). E o que é fato é que todos os escritores pós-apostólicos entenderam que a igreja apostólica defendia a guarda do domingo, como se segue:

(1) O Didachê(90 d.C), documento dos primeiros tempos da Igreja:

“Reunindo-vos NO DIA DO SENHOR, parti o pão e daí graças, para que o vosso sacrifício seja puro”(1041).

Obs.: O Didachê usa a expressão: “he Hemera Kuriachê” , “Dia do Senhor”, a mesma usada em Ap. 1. 10, sempre traduzida para o latim por “Dies Domini” = Domingo. Aliás, em Ap 1:10, a expressão “κυριακός”, que em diversas versões da Bíblia é traduzida como ‘dia do Senhor’, de acordo com o Léxico do Novo Testamento Grego-Português, de F. Wilbur Gingrich - Frederick W. Danker, significa literalmente ‘DOMINGO”(p..122)

(2)Inácio de Antioquia(30-107), em “Epístola aos Magnésios”, declara:

"O cristão, deixando a velha ordem, já não guarda o Sábado, SENÃO O DOMINGO, dia em que também amanheceu nossa vida por graça do Senhor emérito de sua morte”(9:1).

(3) A Epístola de Barnabé(120 d. C), declara:

“NÓS CELEBRAMOS O OITAVO DIA COM REGOZIJO, no qual Jesus ressuscitou da morte, e após ter aparecido, subiu aos céus”(15:9).

(4)Justino de Roma(89-165), em sua “Primeira Apologia”(150 d.C), declara:

“E, NO DIA CHAMADO DOMINGO, todos, quer das cidades quer dos campos, reunem-se em um lugar; lêem as memórias dos apóstolos e dos profetas; trazem pão e vinho; dando graças, o presidente ora e o povo responde: Amém. TODOS NÓS FAZEMOS REUNIÕES COMUNITÁRIAS AOS DOMINGOS, porque é o primeiro dia da semana no qual Deus formou o mundo; E PORQUE JESUS CRISTO, NESSE DIA, RESSUSCITOU DOS MORTOS. Pois ele foi crucificado no dia que precedeu o de Saturno (Sábado), e, no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do sol, tendo aparecido aos seus discípulos e apóstolos, ensinou-lhes estas coisas que nós também submetemos à vossa consideração”(67).

(6)Dionísio, bispo de Corinto, em seu “Comentário as Epístolas de Paulo”(170 d.C), declara:

“Passamos por este SANTO DIA DO SENHOR, em que lemos sua carta, a partir da leitura constante de que seremos capaz de desenhar admoestação, mesmo a partir da leitura da antiga que você nos enviou por escrito através de Clemente”.

(d).Os símbolos de fé das igrejas cristãs definem o domingo como o sábado cristão

1.A Segunda Confissão Helvética(1566), declara:

“Por isso vemos que nas igrejas antigas não havia apenas certas horas da semana destinadas às reuniões, mas que também O DIA DO SENHOR, DESDE O TEMPO DOS APÓSTOLOS, FOI SEPARADO para as mesmas, e para o santo repouso, prática essa, acertadamente preservada por nossas igrejas para fins de culto e serviço de amor”(XXIV).

2.A Confissão de Fé de Westminster(1643-1649), símbolo de fé presbiteriano, declara:

“Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, DIA QUE NA ESCRITURA É CHAMADO DOMINGO, OU DIA DO SENHOR, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão(Ex 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18.)

Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia”(Ex 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Is 58:13)”(21:7-8).

3.A Confissão de Fé Batista de 1689, declara:

“Por instituição divina, é uma lei universal da natureza que uma proporção de tempo seja separada para a adoração a Deus. Por isso, em sua Palavra - através de um mandamento explícito, perpétuo e moral, válido para todos os homens, em todas as eras - Deus determinou que um dia em cada sete lhe seja santificado, como dia de descanso. Desde o começo do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia era o último da semana; E, DESDE A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, FOI MUDADO PARA O PRIMEIRO DIA DE SEMANA, QUE É CHAMADO ‘DIA DO SENHOR’. A GUARDA DESSE DIA COMO SÁBADO CRISTÃO DEVE CONTINUAR ATÉ O FIM DO MUNDO, pois foi abolida a observância do último dia da semana.

O dia do descanso é santificado ao Senhor quando os homens preparam devidamente os seus corações para esse dia e põe em ordem os seus afazeres corriqueiros, de antemão; quando não apenas obedecem a um descanso consagrado, durante o dia todo, de seus próprios trabalhos, palavras e pensamentos, concernentes a ocupações seculares e recreações, mas também ocupam o tempo todo em exercício de adoração a Deus, seja em particular ou em público, e deveres de necessidade e de misericórdia”(21:7-8).

4.A Declaração de Fé e Ordem de Savoy(1655)(Congregacional), declara:

“Como faz parte da lei da natureza que, em geral uma proporção de tempo seja separada para o culto a Deus, assim também, em sua Palavra, mediante uma ordenança positiva, moral e perene, e que obriga a todos os homens, em todas as épocas, Deus particularmente designou um dia em sete para um Sábado que lhe seja santificado; o qual, desde o princípio do mundo até à ressurreição de Cristo, foi o último dia da semana; E DESDE A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, FOI SUBSTITUÍDO PELO PRIMEIRO DIA DA SEMANA, QUE NA ESCRITURA SE CHAMA DIA DO SENHOR, E DEVERÁ CONTINUAR ATÉ AO FIM DO MUNDO COMO O SÁBADO, a observação do último dia da semana sendo agora abolida.

Este Sábado é, pois, santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado seus corações, e de antemão ordenado seus afazeres comuns, não só observam, durante todo o dia, um santo repouso de suas próprias obras, palavras, e pensamentos acerca de seus empreendimentos e recreações seculares, mas também ocupam todo o seu tempo nos exercícios públicos e particulares do culto ao Senhor, bem como nos deveres de necessidade e misericórdia”(21:7-8)

(e).A proposital menção do domingo como “o dia do Senhor”(Ap 1:10) mostra que o Senhor queria que esse dia fosse destacado entre os demais, como o dia de culto a Ele. Este fato, rente ao fato de os apóstolos administrarem os sacramentos (batismo e ceia), e separarem as ofertas aos domingos(At 2:1,41; 20.7; I Co 16.1,2), mostra que todos esses textos não eram meramente descritivos, mas normativos para toda a Igreja.

(f) O posicionamento dos cristãos pós-apostólicos [pais da igreja] e dos símbolos de fé cristãos, mostram que a guarda do domingo teve peso entre os primitivos cristãos.

(g).James Armínio desqualifica os arminianos

Em seu “Debate 72”, ele declara:

“Essa razão que foi obtida do exemplo de Deus, que descansou no sétimo dia (isto é, quando a criação foi concluída), perdurou até o momento da nova criação e, portanto, quando cessou, ou, pelo menos, quando uma segunda razão foi acrescentada a ela, pela nova criação, NÃO FOI MOTIVO DE ADMIRAÇÃO QUE OS APÓSTOLOS MUDASSEM O DIA, PARA O DIA SEGUINTE, EM QUE OCORREU A RESSURREIÇÃO DE CRISTO...

Porém, a benção e a santificação de Deus são entendidas como transferidas do Sábado PARA O DIA DO SENHOR; porque toda a santificação, que diz respeito à nova terra, é aperfeiçoada em Jesus Cristo, que é, verdadeiramente, o Santo dos santos, no qual todas as coisas são santificadas para sempre.

Porque a razão pela qual Deus, posteriormente, persuadiu o povo a observar o sábado, foi um sinal entre Ele e o seu povo, de que Ele se engajaria no ato de santificá-los, isto pode ser adequado, igualmente, aos tempos do Novo Testamento, E PODE PERSUADIR OS HOMENS À OBSERVÂNCIA DO NOVO SÁBADO.

CASO ALGUÉM VENHA SUPOR QUE O DIA DO SENHOR NÃO DEVA, DE FORMA ALGUMA, SER DISTINTO DOS DEMAIS DIAS DA SEMANA OU SE ESTA PESSOA MUDAR O DIA DO SENHOR PARA OUTRO DIA, COMO SEGUNDA OU TERÇA FEIRA, COM O PROPÓSITO DE DECLARAR A LIBERDADE EVANGÉLICA, OPINAMOS QUE ESSA PESSOA DEVE, PELO MENOS SER CONSIDERADA CISMÁTICA NA IGREJA DE DEUS”(AS OBRAS DE ARMÍNIO, Volume 2, pp.168,169).

De formas, que, para Armínio, não só o domingo é o dia do Senhor, separado para culto, mas, que, para ele, qualquer pessoa que acha que ‘qualquer dia’ pode ser “o dia do Senhor”, não passa de um cismático dentro da Igreja. A pergunta é... esses arminianos acima citados podem, com autoridade, dizer: “sou arminiano”? Para Armínio, todos eles não passam de “cismáticos”. Impressionante... arminianos que não são arminianos!?

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