quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A falácia do CACP: Armínio ensinou a perda da salvação!




(1)Em um falacioso artigo do CACP, intitulado ‘ARMÍNIO E A POSSIBILIDADE DE PERDA DA SALVAÇÃO”, os vemos, tentando distorcer conceitos de um teólogo falecido. Diz o falacioso CACP:


“Leiamos Armínio por ele mesmo:


“Jesus Cristo, também pelo seu Espírito Santo, as auxilia [as pessoas salvas] em todas as tentações que enfrentam, e lhes proporciona o pronto socorro de sua mão; também entendo que Cristo as guarda não as deixando cair, desde que tenham se preparado para a batalha, implorando a sua ajuda, e não querendo vencer por suas próprias forças” (As Obras de Armínio, vol. 1, p. 232)”(CACP)


Resposta: Aqui em lugar algum se ensina a possibilidade da perda da salvação. Veja a citação completa:


“Meus sentimentos a respeito da perseverança dos santos são que: aqueles que tem têm sido enxertados em Cristo pela fé, e tem, dessa forma, sido feitos participantes do seu dom de vida pelo Espírito, possuem poderes espirituais suficientes para lutar contra Satanás, o pecado, o mundo e sua própria carne, E OBTÉM VITÓRIA SOBRE ESTES INIMIGOS. Contudo, não sem a assistência da graça do Espírito Santo. Jesus Cristo também, pelo seu Espírito, os auxilia em todas as tentações e lhes dá prontamente a sua mão; e providencia para que eles mantenham-se preparados para a peleja, implorando a sua ajuda... CRISTO PRESERVA-OS DA QUEDA... ASSIM NÃO É POSSÍVEL QUE ELES, POR NENHUMA DAS DISSIMULAÇÕES OU PODERES DE SATÃ, SEJAM TRAGADOS DAS MÃOS DE CRISTO, DE ACORDO COM ESTA MÁXIMA - Jo 10.28: ‘Ninguém as arrebatará da minha mão'... Embora EU AQUI, ABERTA E SINCERAMENTE AFIRME QUE NUNCA ENSINEI QUE UM VERDADEIRO CRENTE POSSA TOTAL OU FINALMENTE CAIR DA FÉ E PERECER...”(Declaração de Sentimentos V)


http://wesley.nnu.edu/arminianism/the-works-of-james-arminius/volume-1/arminius-theological-sentiments/



“(…) embora seja verdade que aquele que pedir [em oração] pode ser confirmado contra as tentações, e pode não cair, ainda assim é possível que ele possa não pedir e, desse modo, não receber aquela força, de modo que a deserção [da Igreja, o Corpo de Cristo] aconteça. Daí surge a constante necessidade de oração (...)” (vol. 3, p. 458, 459)"(CACP)



Resposta: O texto fala que um cristão pode sair da igreja visível, não que ele possa perder a salvação, o que é bem diferente. Davi e Salomão se desviaram, mas jamais final e definitivamente. Na p.469, do mesmo volume, Arminio explica isso, e reafirma a crença na perseverança dos santos:



"Tampouco está declarado, por Cristo, em Mateus 24:24, que os eleitos não podem se afastar de Cristo, MAS QUE ELES NÃO PODEM SER ENGANADOS, E COM ISSO SE QUER DIZER QUE, EMBORA O PODER DO ENGANO SEJA GRANDE, AINDA ASSIM NÃO É GRANDE A PONTO DE SEDUZIR OS ELEITOS, O QUE SERVE DE CONSOLAÇÃO PARA OS ELEITOS, contra o poder e os artifícios de falsos Cristos e falsos profetas".



"Se alguém afirma que levando em consideração o fato de terem sido eleitos não é possível que os crentes, finalmente, venham a cair e se manter longe da salvação, porque Deus decretou salvá-los – eu respondo que o decreto sobre ser guardado não tira a possibilidade da condenação, mas remove a condenação em si. (…) é impossível que os crentes, desde que permaneçam fiéis, venham a perder a salvação. Porque se isso fosse possível, o poder que Deus decidiu empregar para salvar os crentes seria vencido. Por outro lado, se os crentes apostatarem da fé e se tornarem incrédulos, é impossível que eles não se desviem da salvação, ou seja, desde que continuem incrédulos” (vol. 1, p. 257, 258)"(CACP)



Resposta: (a)Arminio está citando a opinião dos doutores da época (sem nomear a que agremiação religiosa pertenceram), não propriamente a sua. Veja o texto completo, sem as "truncações" do CACP:



"ELES DIZEM 'que é possível que essas pessoas venham a cair, se a sua natureza, que está inclinada a lapsos e deserções, e se as tentações do mundo e de Satanás forem as únicas circunstâncias levadas em consideração; MAS ELAS NÃO VÃO CAIR, FINALMENTE, PORQUE DEUS VAI TRAZER SEUS ESCOLHIDOS DE VOLTA A SI MESMO, ANTES DO FINAL DE SUAS VIDAS. Se alguém afirma que levando em consideração o fato de terem sido eleitos não é possível que os crentes, finalmente, venham a cair e se manter longe da salvação, porque Deus decretou salvá-los - eu respondo que o decreto sobre ser guardado não tira a possibilidade de condenação, MAS REMOVE A CONDENAÇÃO EM SI. Pois 'ser realmente salvo' e 'a possibilidade de não ser salvo' são duas coisas que não são contrárias uma à outra, mas estão em perfeito acordo"(Obras de Arminio,. Volume 1, pp.257,258)



Com base nessa frases, subentende-se que:


(a)Armínio está citando supostamente a opinião de, segundo ele (sem citar nomes), de doutores da época, sem nomear sua agremiação religiosa.


(b)Essa tradução da CPAD("é impossível que os crentes, desde que permaneçam fiéis, venham a perder a salvação") é outra tradução fraudulenta, pois o texto em inglês, diz: "it being impossible for believers, as long as they remain believers, to decline from salvation", que significa: "Sendo impossível aos crentes, enquanto permanecerem crentes, decaírem da salvação". A CPAD traduziu "believers" na primeira sentença por "crentes", e na segunda, por "fiéis", para colocar na boca de Armínio a crença na salvação pelas obras ou perseverança dos homens. Outra coisa. O verbo inglês "decline", não significa "perder", mas "declinar" ou "decair". VEJAM NOVAMENTE A ASTÚCIA DA TURMA DA CPAD, para fomentar na boca de Arminio o dogma da perda da salvação.


(c)Essa outra tradução da CPAD("Por outro lado, se os crentes apostatarem da fé e se tornarem incrédulos, é impossível que eles não se desviem da salvação, ou seja, desde que continuem incrédulos") é outra piedosa adaptação e introdução na marra da crença da perda da salvação par dentro da boca de Armínio. O texto em inglês, diz:


"On the other hand, if believers fall away from the faith and become unbelievers, it is impossible for them to do otherwise than decline from salvation, that is, provided they still continue unbelievers".


A tradução desse texto é:


"Por outro lado, se os crentes se afastam da fé e se tornam incrédulos, é impossível para eles fazer outra coisa senão declinar da salvação, isto é, desde que continuem descrentes".


Novamente a CPAD "traduz" o verbo inglês "decline", por "perder", o que já mostramos ser falso e fraudulento. Mas note-se que Arminio não está afirmando nada, mas apenas interpretando e dizendo qual seria a posição daqueles doutores da época, (ainda que admitindo que se a hipótese da perseverança for um fato, isso implicaria em se entender que os eleitos não podem cair) e isso se nota pela sua explicação:



"PORTANTO, QUER ESSA HIPÓTESE SEJA UM FATO, QUER NÃO, ESTE ENUNCIADO NÃO PODE SER EXPRESSO COM PRECISÃO. PORQUE, SE ESTA HIPÓTESE (SUA PERSEVERANÇA NA FÉ) FOR UM FATO, ELES NÃO PODERÃO DECLINAR; mas se não for um fato, eles não poderão fazer outra coisa senão declinar"(Obras de Arminio, Volume 1, p.238)



Note, que, aqui, a CPAD traduz “decline” por “declinar”, enquanto no outro lugar, traduziu capciosamente por “perder”. Não dá pra confiar mesmo na CPAD”;



“É possível que um cristão fiel caia em algum pecado mortal, e disso Davi parece ser um exemplo. Portanto, ele pode cair em um momento tal que, se estivesse, então, prestes a morrer, estaria condenado” (vol. 1, p. 355)"(CACP)



Resposta: (a)"Pecado mortal" e "estaria condenado" se fundem aqui como uma mesma coisa. E é fácil explicar isso. É o caso de 1 Jo 5:16, que mostra que pessoas que pecaram para a morte não vão escapar da destruição do corpo, de formas que não adianta orar por elas. O caso do homem que se deitou com sua madrasta ilustra isso. Ele foi "condenado a morte" por Paulo, embora não estivesse excluído da salvação(1 Co 5:5). O sentido dado por ele (Armínio) a expressão "estaria condenado" é explicado no parágrafo anterior, omitido propositalmente pelo CACP:


"Porque Deus exige uma fé verdadeira, e para a nossa capacidade de exercê-la. Ele infunde o que é habitual, e, portanto, uma vez que a fé verdadeira não coexiste com o pecado mortal, aquele que cai no pecado mortal poderá ser condenado".


O que ele diz aqui é que você não poderá continuar exercendo sua fé, se cair no pecado mortal, porque você não escapará do castigo de Deus - você será condenado, não podendo mais exercer sua fé nesse mundo, porque você vai morrer. E "condenação" no NT, nem sempre tem o sentido de "castigo eterno". Por exemplo, em 1 Tm 5:12, se fala na "condenação" das viúvas, e essa palavra, no texto grego (krima), desse verso, tem um sentido ligado a sentença e punição como consequência, julgamento e condenação do erro. Essa mesma palavra grega aparece em 1 Co 11:29, no mesmo sentido de ligado a julgamento e condenação do erro. Por isso, quando Paulo menciona "Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem"(1 Co 11:30), o verbo grego aqui traduzido por "dormem" - κοιμάω (koimaó), segundo o Léxico Grego de Thayer, se refere a "MORRER". Então, "a condenação", ali, seria a morte física ou poderia até ser privado de receber parte de seu galardão nos céus. Portanto, no dizer de Armínio, se o homem cometeu “pecado mortal”, cometeu pecado para a morte, será “condenado” exatamente à própria morte.



“(…) basta que ele saiba que não declinará da fé por nenhuma força de satanás, do pecado e do mundo, e por nenhuma inclinação ou fraqueza da sua própria carne, a menos que ele, voluntariamente, ceda à tentação, e negligencie a busca de sua própria salvação de uma maneira consciente” (vol. 2, p. 434, 435)"


"“…[a opinião] que afirma que é possível que os fiéis percam a fé sempre teve mais apoiadores na igreja de Cristo que aquela que nega a possibilidade de que isso ocorra” (Vol. 2, p. 434)(CACP)



Resposta: Essa frase acima, não representa a opinião do próprio Arminio, mas um conjunto de artigos e idéias a serem examinados. O título deste escrito de Arminio, nessas páginas, é "CERTOS ARTIGOS QUE DEVEM SER DILIGENTEMENTE EXAMINADOS E PONDERADOS".



"“(...) enquanto durar essa continuação e confirmação, os fiéis não parecem deixar de correr o risco de cair. Pois assim como qualquer pessoa pode não estar disposta a ser edificada sobre a pedra, também é possível que o mesmo homem, se começar a ser edificado, caia, resistindo à continuação e confirmação da edificação. (…) praticamente toda a antiguidade é da opinião de que os fiéis podem cair e perecer” (vol. 3, p. 458)"(CACP)


Resposta: (a)Cair, em algum momento de fraqueza, é possível, mas nunca totalmente, mas temporária ou parcialmente, como no caso de Davi, que caiu, mas depois foi restaurado pelo Senhor. (b)Armínio cita a antiguidade, mas não se declara partidário dessa opinião dela. Mas adiante, na parte omitida pelo CACP, ele diz:


"Mas as passagens dos patriarcas que o senhor apresenta tratam da fé, no abstrato, QUE É INABAL,ÁVEL E IMUTÁVEL, OU A RESPEITO DOS FIÉIS PREDESTINADOS, A QUEM DEUS DECIDIU CONCEDER A PERSEVERANÇA, que sempre devem ser distinguidos, segundo a opinião dos patriarcas e, em especial, de Agostinho, daqueles que são fiéis e justos, conforme a justiça atual".


O texto inglês menciona "Fathers"(Pais), mas a CPAD traduz "Patriarcas". Porque a CPAD quer omitir a menção dos Pais da Igreja? "Patriarcas" não é um termo mais próprio para falar em Abraão, Isaque e Jacó?



"“(…) enquanto a semente de Deus estiver em uma pessoa, ela não peca para a morte, mas é possível que a semente, propriamente dita, por sua própria culpa e negligência [do crente], seja removida de seu coração e assim a sua primeira criação, à imagem de Deus, foi perdida, também a segunda transmissão pode ser perdida (…) o pecado reinante não pode subsistir com a graça do Espírito Santo. Também é verdade que o pecado não reina no regenerado, pois, antes que isso possa acontecer, é necessário que ele rejeite a graça do Espírito Santo, que mortifica o pecado e restringe o seu poder” (vol. 3, p. 460, 467)"(CACP)


Resposta: (a)Não confio nessa tradução da CPAD. O texto inglês diz:


" but it is possible that the seed itself should, by his own fault and negligence, be removed from his heart..."


A palavra inglesa "removed" tem o significado de "afastado", "distanciado", "separado"
http://michaelis.uol.com.br/busca?id=QxEWe


Outra frase do texto em inglês, reza:


“so the second communication of it may be lost. I admit, however, that this argument is the strongest of those which have been hitherto referred to”


Essa palavra inglesa “communication”, tem entre seus significado “ligação, relação, informação, notificação, participação. intercâmbio, intercurso, relações, mensagem, aviso, transmissão”
http://michaelis.uol.com.br/busca?id=PxLzO

De modos que uma tradução melhor, rezaria: “também a segunda ligação (ou ‘relação’, ‘ligação’, ‘intercurso’[trato entre pessoas ]) pode ser perdida”.


De modos que na expressão “mas é possível que a semente, propriamente dita, por sua própria culpa e negligência [do crente], seja removida (ou na tradução coerente do ponto de vista d Armínio = "afastada", "distanciada", "separada de seu coração”), Arminio está simplesmente querendo dizer que a semente de Deus, isto é sua palavra(1 Pd 1:23), pode ser retirada, afastada, distanciada, separada de seu coração, e isso está longe de favorecer o dogma arminiano da perda da salvação, pois apenas indicaria que um cristão, pela queda em certo pecado, se afaste da Palavra de Deus.


“Romanos 6 também é uma exortação do apóstolo aos fiéis, para que não mais vivam em pecado, porque, em Cristo, estão mortos para o pecado. Esta advertência aos cristãos seria em vão, se não fosse possível que eles vivessem em pecado, mesmo depois de sua libertação do seu domínio” (vol. 3, p. 460)”(CACP)


Resposta: (a)Essa afirmação não prova que Armínio está afirmando o dogma da perda da salvação. Os cristãos podem, por um certo tempo, ficarem caídos em um certo pecado, mas depois são devidamente restaurados, e voltam ao caminho do Senhor. O exemplo disso foi Davi(2 Sm 12:9,13)e Pedro(Mt 26:69-75 comp. com Jo 21:15-20; Lc 22:31-32). Os cristãos podem ficar certo tempo em uma certa prática do pecado, mas não para sempre nela:


“Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra... Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos”(Sl 119:71).


A própria Confissão de Fé de Westminster reconhece isso, afirmando:


“Deus continua a perdoar os pecados dos que são justificados. Embora eles nunca poderão decair do estado de justificação, poderão, contudo, incorrer no paternal desagrado de Deus. E FICAR PRIVADOS DA LUZ DO SEU ROSTO, ATÉ QUE SE HUMILHEM, CONFESSEM SEUS PECADOS E RENOVEM A SUA FÉ E O SEU ARREPENDIMENTO(Mat. 6:12; I João 1:7, 9, e 2:1-2; Luc. 22:32; João 10:28; Sal. 89:31-33; e 32:5)”(XI:5)


O próprio Armínio reconhece isso, na mesma página omitida pelo CACP:


“O fato de que voltem não se faz necessário pela eficácia de seu enxerto em Cristo, EMBORA ESSE RETORNO ACONTECERÁ NAQUELES A QUEM DEUS DECIDIU, PELO DECRETO IMUTÁVEL DE SUA PRÓPRIA PREDESTINAÇÃO, tornar herdeiros da salvação”(Obras de Arminio, Volume 3, p.460, 3º Parágrafo)


“Com base nessa passagens [de escritos de Agostinho], em minha opinião, ficará claro que Agostinho pensava que alguns fiéis, algumas pessoas justificadas e regeneradas, algumas a quem havia sido concedida a fé, esperança e amor, podem apostatar e se perder e, apostatarão e se perderão, com a única exceção dos predestinados” (vol. 3, p. 467)”(CACP)


Resposta: Arminio afirma isso mas não cita extensamente essas passagens de Agostinho. E na realidade, Armínio erra, porque Agostinho nega que a fé salvífica seja concedida aos não eleitos:


“Assim, tanto a fé inicial como a perfeita são dons de Deus. E QUEM NÃO QUISER CONTRADIZER AOS EVIDENTÍSSIMOS TESTEMUNHOS DAS LETRAS SAGRADAS, NÃO DUVIDE QUE ESTE DOM SEJA CONCEDIDO A UNS E NÃO CONCEDIDOS A OUTROS”(A Predestinação dos Santos, IX:16)


““No início da fé em Cristo e da conversão a Deus, o fiel se torna um membro vivo de Cristo. Se ele perseverar na fé de Cristo, e mantiver uma boa consciência, permanecerá como um membro vivo. Mas se ele se tornar idolente, se não tiver cuidado consigo mesmo, se der lugar ao pecado (…) prosseguindo dessa maneira, por fim, ele morre inteiramente e deixa de ser um membro de Cristo” (vol. 3, p. 473)”(CACP)


Resposta: Essas frases (“No início da fé em Cristo e da conversão a Deus, o fiel se torna um membro vivo de Cristo. Se ele perseverar na fé de Cristo, e mantiver uma boa consciência, permanecerá como um membro vivo. Mas se ele se tornar indolente, se não tiver cuidado consigo mesmo, se der lugar ao pecado... prosseguindo dessa maneira, por fim, ele morre inteiramente e deixa de ser um membro de Cristo”) não é diretamente a própria opinião de Armínio, mas é uma citação que ele faz da opinião de outros. Vejamos a citação completa, sem os cortes de nosso oponente:


“O estado do caso, SEGUNDO AQUELES EU ARGUMENTAM CONTRA O SENHOR , É COMO ESSE. No início da fé em Cristo e da conversão a Deus, o fiel se torna um membro vivo de Cristo. Se ele perseverar na fé de Cristo, e mantiver uma boa consciência, permanecerá como um membro vivo. Mas se ele se tornar indolente, se não tiver cuidado consigo mesmo, se der lugar ao pecado, ele se torna, passo a passo, meio-morto. E, prosseguindo dessa maneira, por fim, ele morre inteiramente e deixa de ser um membro de Cristo. O SENHOR DEVERIA TER REFUTADO ESSAS DECLARAÇÕES, que, longe de refutar, o senhor confirma, com as suas afirmações. Na realidade, o senhor tratou desse assunto com menos cuidado do que a dignidade do assunto e a sua própria erudição merecem”(Obras de Armínio, Volume 3, pp.474,475).


Na realidade, a posição de Armínio fica mais clara quando ele afirma que aqueles que abandonam de forma definitiva, a Palavra de Deus, não passa de um crente nominal:


“NADA DISSO PODE, DE MANEIRA NENHUMA, FAZER COM QUE DEUS DEIXE DE AMAR ÀQUELES A QUEM COMEÇOU A AMAR EM CRISTO”(Ibidem, p.465)


Os eruditos metodistas arminianos John McClintock(1814-1870) e James Strong(1822-1894) afirmam que esse ensino de Armínio (perseverança dos santos [uma vez salvo, para sempre salvo]) foi mais tarde modificado por seus seguidores (os remonstrantes), após a sua morte:


“ESTA PROPOSIÇÃO FOI MODIFICADA PELOS SEGUIDORES DE ARMÍNIO PARA DEFENDER A POSSIBILIDADE DE QUEDA DA GRAÇA”(Cyclopedia of Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature, Volume I, p.415).


(2)Bipolaridade de Armínio concernente a doutrina da perseverança dos santos


Em um lugar, ele aparenta ensinar o falso dogma da queda da graça(perda da salvação) ou então ensinar que a salvação do homem depende do mesmo se arrepender de seus pecados ou confessá-los:


"Se Davi tivesse morrido em pleno ato de adultério, teria sido condenado:



SE DAVI TIVESSE MORRIDO NO MESMO INSTANTE EM QUE HAVIA PECADO CONTRA URIAS, POR ADULTÉRIO E ASSASSINATO, TERIA SIDO CONDENADO À PERDIÇÃO ETERNA”(As Obras de Armínio, Volume 2, p.433). Contraria Sl 130:8; Tt 2:13-14.


Em outro lugar de suas obras, lemos:


"1. Pergunta: É possível que os verdadeiros crentes percam a fé de um modo total e final? 2. Alguns deles se afastam da fé, realmente, totalmente e finalmente? 3. A opinião que nega 'que os verdadeiros fiéis e as pessoas regeneradas são ambos capazes de perder a fé ou, na realidade, perdem a fé, totalmente e finalmente' nunca foi, desde os tempos dos apóstolos até a atualidade, considerada pela igreja como uma verdadeira doutrina universal. Tampouco aquela que afirma o contrário jamais foi reconhecida como uma opinião herege, ou melhor, aquela que afirma que é possível que os fiéis percam a fé sempre teve mais apoiadores na igreja de Cristo que aquela que nega a possibilidade de que isto ocorra"(Certos Artigos Que Devem Ser Diligentemente Examinados e Ponderados; As Obras de Armínio, Volume 2, p.434)


Evidentemente, sua opinião foi repudiada pelo Sínodo de Dort(1618-1619 d.C), que disse:


"Deus revelou abundantemente em sua Palavra esta doutrina da perseverança dos verdadeiros crentes e santos, e da certeza dela, para a glória do seu Nome e para a consolação dos piedosos. Ele a imprime nos corações dos crentes, mas a carne não pode entendê-la. Satanás a odeia, o mundo zomba dela, os ignorantes e hipócritas dela abusam, e os heréticos a ela se opõem. A Noiva de Cristo, entretanto, sempre tem-na amado ternamente e defendido constantemente como um tesouro de inestimável valor. Deus, contra quem nenhum plano pode se valer e nenhuma força pode prevalecer, cuidará para que a Igreja possa continuar fazendo isso. Ao único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, sejam a honra e a glória para sempre. Amém!”(Cânones de Dort; Capítulo V, 15).







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