terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A piada do momento: O membro da igreja visível que cometer suicídio não pode ser considerado eleito e salvo!




Nos dias de Julho de 2017, o fato que se tornou manchete nos grupos cristãos, foi a grande aversão que o Dr. Augustus Nicodemos e o Pr. Franklin Ferreira sofreram de arminianos e de reformados, devido a posição reformada de ambos, no sentido de que o suicídio é um pecado, mas não separa o cristão do amor salvifico de Deus, uma visão absolutamente bíblica, em consonância com Rm 8:35-39. De fato, nem "a espada"(que possa ser usada contra qualquer cristão), "nem a morte"(pouco importando de que modo ela seja aplicada), "nem alguma criatura"(seja esta, nós ou qualquer outro ser visível ou invisível) pode afastar o cristão do amor salvifico de Deus!(Rm 8:35-39).

Geralmente, o argumento deles (os opositores de ANL e FF) é que, com a morte do cristão suicida, não há como o mesmo pedir perdão, e como tal, este não pode ser salvo. Se esquecem que o arrependimento é um resultado da salvação, não a causa da salvação (2 Tm 2:25).

Para eles, o suicida não pode ser considerado eleito e salvo, por causa da impossibilidade de confessar os pecados. Mas aqueles que de repente esquecem de confessar seus pecados, e morrem subitamente, são "des-eleitos" e "des-salvos"? Aqueles, que cometem um certo pecado, no exato momento, passam mal, entram em coma, e morrem, deixam de ser salvos e eleitos? Por exemplo, os recém nascidos e doentes mentais, membros da família do pacto, da Igreja, que morrem, estando sem condições próprias para o arrependimento e confissão dos pecados, são 'des-eleitos". e "des-salvos"? Na realidade, sob esse argumento medíocre, está a velha ideia romanista-arminiana da eleição e salvação baseadas nas boas obras, numa total negação de Rm 11:5-6; Ef 2:8,9. Deus não precisa de nossa ajuda nem para nos salvar, nem para nos manter salvos. Ele nos salvou e nos salvará até o fim, sozinho (Is 63:5; Fl 1:6; 2 Tm 1:12). A doença do sinergismo tem acometido até os "reformados". O "Soli Deo Glória" parece que é so um discurso, não uma prática.Não somos salvos pelo ato de nosso arrependimento, mas pela graça de Deus, mediante a fé(Ef 2:8-9).Nenhuma obra nossa nos salva(Ef 2:9)

a. Um filho de Deus pode se suicidar e ainda ser salvo?

Claro que pode. Sansão, um dos membros da galeria dos heróis da fé (Hb 11:32), com ajuda da força divina, derrubou as colunas do templo de Dagon, e matou, em primeiro lugar a si mesmo, e depois os filisteus(Jz 16:28-31). Certamente, ao declarar que a primeira pessoa a morrer, seria ele("Morra eu com os filisteus" - Jz 16:30), ele nos remete a Ez 18:4,19-20,26; 33:12,18, onde vemos que o justo é punido diretamente por causa de seu pecado, e a pena é a morte física (Ez 18:13; 33:6). Sansão, devido ao seu pecado de casamento misto com Dalila(Jz 14:1-4), atraiu sobre si a ira de Deus, trazendo sobre si todos os vexames que antecederam sua morte(Jz 16:21-27) e, naturalmente, a própria morte (Jz 16:28-31).

A expressão de Sansão - "Morra eu com os filisteus'(Jz 16:30) -, mostra que Sansão desejava realmente morrer. Ele já arquitetara isso, quando pediu para ser levado até as colunas do templo(Jz 16:26), onde orou a Deus, pedindo forças pra morrer, juntamente com seus inimigos. Não tenho nenhuma dúvida de que Sansão estava depressivo por dois motivos. O primeiro por ter consciência de seu pecado de casamento misto. O segundo, pelas humilhações e vexames que ele sofreu antes de morrer(Jz 16:23-27). Não resta nenhuma dúvida de que seu desejo de morrer era um sentimento oriundo de sua depressão, compartilhado por outros personagens do AT, que desejavam morrer:

a. Jacó (Gn 37:34-35)
b. Moisés (Ex 32:32)
c. Elias(1 Re 19:4)
d. Jó (Jó 3:1-13)
e.Jonas(Jn 4:1-3).

Mas também, que se diga e que se creia, que apesar de Sansão ter tirado a sua vida, seu ato representava o ato de alguém que estava dando a sua própria vida pelo seu povo, ao mesmo tempo que, ao tirar a sua vida e morrer, ele também derrota seus inimigos. Por isso (dar a sua vida pelo seu povo e derrotar [aniquilar] seus inimigos na sua morte), ele é identificado como um antítipo de Jesus Cristo, que através de sua morte, deu sua vida pelo seu povo(Mt 1:21; Jo 10:11,14) e aniquilou Satanás e derrotou todos os outros demônios e inimigos seus(Hb 2:14; Cl 2:14-15).

Aqueles que, inrustidos com o espírito papista da visão de pecado venial e mortal, e também inrustidos com o espírito do cripto-arminianismo, como a querer indireta (ou até diretamente) situar a eleição, regeneração, salvação e perseverança às obras, além de negarem, estuprando, alegorizando ou fazendo vistas grossas diante do texto, afirmam que Sansão, ao derrubar sobre si as colunas, e morrer, cometeu ato heróico, exatamente como aquela pessoa a quem um fazendeiro irado pergunta ao seu caseiro onde está seu revólver (pois quer matar uma pessoa), e seu caseiro, mesmo sabendo onde está a arma, mente, dizendo que não sabe, ou afirma que outra pessoa da família de seu patrão pegou a arma, fazendo tudo pra evitar que seu patrão cometa uma loucura, matando alguém. Mas, assim como mentira é mentira em qualquer situação, suicídio é suicídio em qualquer situação, pouco importando o motivo para a sua prática. Mas, o grande intuito daqueles que estupram, alegorizam ou fazem vistas grossas ao texto, é negar que Sansão realmente cometeu o suicídio.

b. A Igreja Antiga afirma que, quem se matou, dentre os filhos de Deus, como Sansão, não pode ser arrolado no grupo dos condenados ao inferno

(1)Tertuliano(160-230), aludindo ao caso da mártir Lucrécia, que preferindo tirar a própria vida, do que ser violada pelos seus perseguidores, afirma que seu ato de suicídio foi um ato de martírio:

“Mas, por outro lado, deixe o espírito expor claramente diante de si mesmo e da carne, como essas coisas, embora muito dolorosas, ainda foram suportadas com calma por muitos - e até mesmo desejadas com avidez por causa de fama e glória; e isto não só no caso dos homens, mas também das mulheres, para que vós, ó santas mulheres, sejais dignas do vosso sexo. Levaria muito tempo para enumerar um a um os homens que, por vontade própria, puseram fim a si mesmos. Quanto às mulheres, há um caso famoso em mãos: a violada Lucrécia, na presença de seus parentes, enfiou a faca em si mesma, para que ela pudesse ter glória por sua castidade”(Sobre os Mártires, 4)

(2)Ambrósio de Milão(337-397), em seu livro “De Virginibus Ad Marcellinam Sororem Sua Libri Tres”, aludindo a Pelagia, diz:

“À medida que me aproximo do fim do meu discurso, você faz uma boa sugestão, santa irmã, para que eu aborde o que devemos pensar sobre os méritos daqueles que se lançaram de uma altura ou se afogaram em um rio, para que não caissem nas mãos dos perseguidores, visto que a Sagrada Escritura proíbe o cristão de impor as mãos sobre si mesmo. E, de fato, no que diz respeito às virgens colocadas na necessidade de preservar sua pureza, temos uma resposta clara, visto que existe um exemplo de martírio.

Santa Pelagia viveu antigamente em Antioquia, tendo cerca de quinze anos, irmã de virgens e virgem. Ela se trancou em casa ao primeiro som de perseguição, vendo-se cercada por aqueles que lhe roubariam a fé e a pureza, na ausência de sua mãe e irmãs, sem qualquer defesa, mas ainda mais cheia de Deus. 'O que devemos fazer, a menos que', diz ela para si mesma, 'tu, uma cativa da virgindade, pense? Desejo e temo morrer, pois não encontro a morte, mas a procuro. Vamos morrer se nos for permitido, ou se eles não permitirem, ainda assim vamos morrer. Deus não se ofende com um remédio contra o mal, e a fé permite o ato. Na verdade, se pensarmos no real sentido da palavra, como pode o voluntário ser violência? É mais violência querer morrer e não poder. E não tememos nenhuma dificuldade. Pois quem há que deseja morrer e não é capaz de fazê-lo, quando há tantos caminhos fáceis para a morte? Pois agora posso me precipitar sobre os altares sacrílegos e derrubá-los, e apagar com meu sangue os fogos acesos. Não tenho medo de que minha mão direita possa falhar em desferir o golpe, ou que meu peito pode encolher de dor. Não deixarei nenhum pecado à minha carne. Não temo que falte uma espada. Posso morrer com minhas próprias armas, posso morrer sem a ajuda de um carrasco, no seio de minha mãe'.

Diz-se que ela adornou a cabeça e vestiu um vestido de noiva, para que se pudesse dizer que ela estava indo para um noivo, não para a morte. Mas quando os odiosos perseguidores viram que haviam perdido a presa de sua castidade, começaram a procurar sua mãe e irmãs. Mas elas, por uma fuga espiritual, já detinham o campo da castidade, quando, como de um lado, perseguidores subitamente ameaçou-as e, por outro, a fuga foi interrompida por um rio impetuoso, disseram elas: 'o que tememos? Veja a água, o que nos impede de ser batizados? E este é o batismo pelo qual os pecados são perdoados e os reinos são buscados. Este é um batismo após o qual ninguém peca. Que a água nos receba, que costuma se regenerar. Deixe a água nos receber, que faz virgens. Deixe a água nos recebe, que abra o céu, protege os fracos, esconde a morte, faz mártires. Rogamos a Ti, Deus, Criador de todas as coisas, que a água não espalhe nossos corpos, privados do fôlego da vida; que a morte não separe nossas exéquias, cujas vidas o afeto sempre uniu; mas que nossa constância seja uma, nossa morte uma, e nosso sepultamento também seja um'.

Ditas estas palavras, e tendo cingido ligeiramente o peito do vestido, para ocultar a sua modéstia sem impedir os seus passos, de mãos dadas como para conduzir uma dança, avançaram para o meio do leito do rio, dirigindo os seus passos para onde a corrente era mais violenta e a profundidade mais abrupta. Ninguém recuou, ninguém parou de ir, ninguém tentou onde colocar seus passos, elas estavam ansiosas apenas quando sentiam o chão, tristes quando a água era rasa e alegres quando era funda. Podia-se ver a mãe piedosa apertando o punho, regozijando-se em suas promessas, com medo de uma queda para que nem mesmo o riacho levasse suas filhas dela. ‘Essas vítimas, ó Cristo’, disse ela, ‘ofereço como guias de castidade, guias em minha jornada e companheiros de meus sofrimentos’.

Mas quem teria motivos para se perguntar que elas tiveram tal constância enquanto vivas, visto que mesmo mortas elas preservariam a posição de seus corpos firmes? A água não desnudou seus cadáveres, nem o curso rápido do rio os fez rolar. Além disso, a santa mãe, embora sem sensação, ainda manteve seu abraço amoroso, e segurou o nó sagrado que ela havia amarrado, e não soltou seu domínio na morte, para que aquela que pagou sua dívida com a religião pudesse morrer deixando sua piedade como seu herdeiro. Para aqueles que ela juntou a si mesma para o martírio, ela reivindicou até o túmulo.

Mas por que usar exemplos de pessoas de outra raça para você, minha irmã, a quem a inspiração da castidade hereditária ensinou por descendência de um ancestral martirizado? Pois de onde você aprendeu quem não tinha com quem aprender, morando no campo, sem companheira virgem, instruída por nenhum professor? Você desempenhou o papel de então não de um discípulo, pois isso não pode ser feito sem ensinamento, mas de um herdeiro de virtude.

Pois como poderia acontecer que o santo Sotheris não deveria ter sido o originador de seu propósito, quem é um ancestral de sua raça? Que, em época de perseguição, levada às alturas do sofrimento pelos insultos dos escravos, deu ao carrasco até o rosto, que geralmente está livre de ferimentos quando todo o corpo é torturado, e antes contempla do que sofre tormentos; tão corajosa e paciente que, quando ela ofereceu suas bochechas ternas à punição, o carrasco falhou em golpear antes que o mártir cedesse sob os ferimentos. Ela não moveu o rosto, não virou o rosto, não soltou um gemido ou uma lágrima. Por fim, quando ela superou outros tipos de punição, ela encontrou a espada que ela desejava”(VII:32-39)

(3)Crisóstomo[347-407], em seu “Sermão sobre a Virgem Pelágia”, mostra que “ela arrebatou-se”, alegando, no caso dela, que “o suicídio é a vitória sobre os inimigos de Deus e sobre o próprio Diabo”.

(4)Agostinho(354-430), afirma que "Sansão, também, que derrubou juntamente o templo sobre si e seus inimigos, é justificado apenas por este motivo, que o Espírito que operou maravilhas por ele lhe deu instruções secretas para fazer isso"(A Cidade de Deus, Livro 1, Capítulo XXI). Todavia, no capítulo seguinte, se contradizendo, ele diz:

"Mais uma vez, diz-se que muitos se mataram para evitar que um imnimigo o fizesse. Mas não estamos perguntando se isso foi feito, mas se deveria ter sido feito. O bom senso deve ser preferido até mesmo aos exemplos, e de fato os exemplos se harmonizam com a voz da razão, mas nem todos os exemplos, mas apenas aqueles que se distinguem por sua piedade we são proporcionalmente dignos de imitação. Para o suicídio não podemos citar o exemplo dos patriarcas, profetas ou apóstolos; ainda que nosso Senhor Jesus Cristo, quando os aconselhou a fugir de cidade em cidade se fossem perseguidos, poderia muito bem ter aprovado a ocasião para aconselhã-los a colocar as mãos violentas sobre si mesmos e assim escapar de seus perseguidores. Mas visto que Ele não fez isso, nem propôs esse modo de partir desta vida, embora Ele estivesse se dirigindo a Seus próprios amigos para quem Ele havia prometido preparar mansões eternas, é óbvio que tais exemplos são produzidos pelas 'nações que se esquecem de Deus', não dão garantia de imitação aos adoradores do único Deus verdadeiro"(A Cidade de Deus, I:22).

(c)Os Escolásticos

Tomás de Aquino(1229-1345), afirma que "Sansão se matou"(Suma Teológica, Parte II, Q.64, Art.5, Obj.4)

(d)Os Reformadores não consideravam crentes suicidas como falsos cristãos!

1.Martinho Lutero(1483-1546), contrariando a opinião da igreja romana, sepultou um membro da igreja de Wittenberg, que se suicidou, em um cemitério cristão. Em "Conversas sobre a Mesa", Lutero diz:

"Não tenho a opinião de que os suicidas devam ser condenados. Minha razão é que eles não desejam se matar, mas são vencidos pelo poder do diabo. Eles são como um homem que é assassinado na floresta por um ladrão. No entanto, isso não deve ser ensinado às pessoas comuns para que não seja dada a Satanás a oportunidade de causar a matança, e eu recomendo que o costume popular seja rigorosamente seguido, segundo o qual o cadáver não é transportado para além do limiar, etc. Tais pessoas não morrem por livre escolha ou por lei, mas nosso Senhor Deus os liquidará como ele executa uma pessoa por meio de um ladrão. Os magistrados devem tratá-los com bastante rigor, embora não esteja claro que suas almas sejam condenadas. No entanto, são exemplos pelos quais nosso Senhor Deus deseja mostrar que o diabo é poderoso e também que devemos ser diligentes na oração. Mas por esses exemplos, não temeríamos a Deus. Portanto, ele deve nos ensinar por aqui"(07/04/1532)

Fica claro que o reformador alemão condenava a prática do suicídio como prova de falta de temor a Deus, embora, ele não afirme que um cristão suicida, irá pro inferno. Contudo, reafirma sua condenação a prática do suicídio, afirmando:

"Os teóricos donatistas vangloriavam-se muito da fé, da vida e da continência, também da autoxeiria., da morte imposta a si mesmos ou entre si. Pois, quando dois se encontravam de manhã cedo, depois da saudação, imediatamente acrescentavam: 'Mata-me'. Se um recusava, o outro se suicidava, lançando-se num precipício. Essas atitudes eram muito comuns entre eles, mas a verdade não estava neles. Pois Agostinho, ao escrever contra eles, diz que, para o martírio, requerem-se uma causa e uma punição. Ele lança fora a jactância deles"(Comentário de 1 João 3:2)

2.João Calvino(1509-1564), em seu "Relatório sobre o Suicídio de Jean Vachat", recomendou que Vachat, (membro da igreja de Genebra, que, estando em depressão, devido a uma doença terrível [asma], tentou o suicídio, se apunhalando com a espada, e ficando ainda vivo por alguns dias, mas morrendo depois, devido as complicações dos ferimento, agravadas com a asma), fosse sepultado no cemitério cristão de Genebra.

Jean Vachat, apesar de ter sido atendido pelo médico, e ter ainda no leito de morte, sido exortado por Calvino, morreu ao meio dia. Segundo a autópsia da época, Vachat poderia ter sobrevivido, se não tivesse enfraquecido pela asma que sofreu e que estava por trás de seu ato desesperado. A misericórdia de Calvino, assim como outros exemplos semelhantes, tendem a mostrar que o Protestantismo era "muito liberal na sua prática de sepultamento de suicidas", como afirma a Enciclopédia do Protestantismo, citada por Coram/Mekkey. Uma declaração do companheiro de Calvino, Matthieu de Geneston (um colega de ministério) nos "Arquivos do Estado de Genebra"(16º Processo)revela que Jean Vachat sofria terrivelmente e desejava suicidar-se para acabar com sua agonia. O documento, uma carta, datada de 23/01/1545, é de grande interesse em mostrar o lado compassivo de Calvino, que evitou denunciar Vachat às autoridades como 'criminoso'(pois o suicídio era considerado crime hediondo naquela época, punível com a pena capital, a pena de morte) e ofereceu-lhe a possibilidade de arrependimento e perdão divino. Na carta, Calvino diz:

"'Asseguro que teu irmão tendo pedido uma faca ao criado, enfiou-a para dentro do estômago: implorando-me que eu fosse até lá. Fui lá: e encontrei nosso companheiro M. Matthieu de Genestons no caminho. Tendo chegado ao cenáculo, onde o dito Jean Vachat estava, dei-lhe muitas advertências. Depois perguntei-lhe quem o levou a fazer tal insulto ao seu corpo. Ele me respondeu por se comparar demais. Eu o lembrei disso por várias razões, pois o Diabo o havia seduzido e levado. Depois das reprovações, perguntei-lhe se não se arrependia de ter ofendido assim a Deus, e ter sido derrotado em tais sensações. Ele me diz que 'sim'. E ele repetiu isso para mim duas vezes".

Nas palavras de Calvino, reprovação ao membro de sua igreja, que tentou suicídio, mas nenhuma condenaçãp pastoral a Jean Vachat, como "réprobo", "não eleito" ou "irregenerado". Muito diferente da postura dos modernos reformados de hoje, não?

(e)Os Símbolos de Fé

O Catecismo Maior de Westminster (1648), feito por 151 teólogos (anglicanos, congregacionais e presbiterianos, e dentre eles, vários puritanos), diz:

"P.136. Quais os pecados proibidos no sexto mandamento? R. Os pecados proibidos no sexto mandamento são tirar de qualquer modo a nossa vida ou dos outros, exceto em caso de justiça pública, guerra legítima ou defesa necessária...".

(f)Os Puritanos

Samuel Miller(1769-1850), ministro presbiteriano, em seu sermão "O Suicídio", declara:

"É possível que um filho de Deus esteja tão afastado e sob o poder do desarranjo mental, para se jogar no precipício na presença de seu Pai. Eu acredito que algumas instâncias desse tipo as vezes ocorrem. E, em caso afirmativo, sobre a salvação de tais pessoas, nenhuma dúvida pode ser deixada de lado".

(g)A opinião de várias autoridades cristãs:

"Se a pessoa que cometeu suicídio em algum momento aceitou a morte de Cristo na cruz como pagamento de sua divida pecaminosa, ele é perdoada"(Charles Stanley, Ministro Batista, Manual para a vida cristã, p.49).

A Convenção Batista do Sul dos EUA(Calvinista), em uma resolução de 11,12/06/2013, afirmou que os crentes que se suicidam, "são eleitos e não podem ser separados do amor de Deus".

"Uma pessoa que cometeu suicídio perdeu-se totalmente e eternamente? R. Definitivamente não!"(Charles W. Smith, Ministro Pentecostal, Respostas Para Hoje, pp.88,89)

"Uma perspectiva cristã sobre o suicídio começa com a afirmação da fé de que nada, inclusive o suicídio, nos separa do amor de Deus"(Igreja Metodista Unidade dos EUA, Livro de Disciplina, 2016)

"As pessoas que se mataram não podem ser julgadas absolutamente sem o pleno conhecimento dos fatos (incluindo aqueles que envolvem a psique da pessoa) e não devem ser condenadas ou desprezados por causa do fim"(Câmara dos Bispos da Igreja Anglicana. da América, 14.02.1996)

"É possível uma pessoa cometer suicídio e ser verdadeiramente salva? R. Na realidade, esta é uma pergunta que só Deus pode responder. Digamos que seria de fato raro uma pessoa salva tirar a própria vida. Ela poderia estar tão confusa e desequilibrada pela tentação de Satanás ou tão perturbada por um disrúrbio mental ou emocional, que num momento de loucura chegasse a se matar. No entanto, isto é algo que é melhor deixar nas mãos de Deus"(Leonard R. V. Horn, Ministro Prsbiteriano, Estudos no Breve Catecismo de Westminster, p.129).

g. A opinião dos comentaristas

"Isso foi suicídio, mas diferia do suicídio no sentido estrito, pois seu propósito realmente não era se matar, mas matar o máximo de filisteus que pudesse. Há um sentido em que Sansão era como homens-bomba modernos. O envolvimento é claramente pecado, o pecado do auto-assassinato. No entanto, estamos errados ao considerarmos isso como o pecado imperdoável"(David Guzik, Ministro Presbiteriano, Com de Jz 16:30)

"E ele se inclinou com todas as suas forcas, puxando as colunas para baixo dele. E a casa caiu sobre os senhores e sobre todas as pessoas que ali estavam, e derrubou todo o templo que caiu sobre si mesmo"(Paul E. Kretzmann, Ministro Luterano, Com de Jz 16:30)

"Ele morreu como um suicída cego, mas arrastou mil filisteus"(Paul Holwick, ministro da Ledgewood Baptist Church[EUA], Com de Jz 16:30)

"Ele se dedicou a morte, não por desespero, nem por vaidade, como alguns pagãos"(John Trapp[1601-1669], Ministro Anglicano e Puritano, Com de Jz 16:30)

“Sua morte não foi planejada ou procurada, exceto porque seria a consequência inevitável de seu grande esforço. Sua oração deve ter sido uma exclamação silenciosa e, desde que foi revelada ao historiador, aprovada e aceita por Deus”(Robert Jamieson[1802-1880], Andrew Robert Fausset[1821-1910] e David Brown[1803-1897], Ministros Anglicanos, Com de Jz 16:30)

O sacrifício de Cristo não foi desse tipo. Não foi sob a influência de nenhum desejo cego de desistir de Sua vida, mas primeiro sob a pressão de uma suprema necessidade providencial, depois em renúncia à vida terrena por um fim divino bem visto e pessoalmente abraçado, a reconciliação do homem com Deus, a apresentação de uma propiciação pelos pecados do mundo para isso foi que Ele morreu. Ele quis ser nosso Salvador; tendo assim escolhido, Ele se curvou ao fardo que foi colocado sobre Ele”(Archibald T. Robertson[1863-1964], Ministro Batista, Com de Jz 16:30)

Então ele se curvou, e uma terrível catástrofe se seguiu quando a casa desabou e ele e a vasta multidão de filisteus foram mortos e enterrados nas ruínas”(Arno C. Gaebelein [1861-1945], Ministro Metodista, Com de Jaz 16:30)

“Sansão só pode realizar o maior feito de sua vida por meios que trouxessem a morte para ele mesmo”(Pulpit Commentary Homiletics., Com de Jz 16:30)

“Em sua morte, ele compensou parte do que não conseguiu fazer em sua vida. Ele teve que aprender que sua própria morte era o segredo de sua força”(Ger de Koning, Com de Jz 16:30)

“É verdade, ele não pode fazer o que pretende fazer sem perder a própria vida; mas ele viveu apenas para conquistar. A vitória é mais do que a vida. Falar aqui de suicídio é totalmente inadequado. Ele não se matou quando mergulhou na mais profunda desonra. Ele é grande demais para um suicídio covarde; pois é uma espécie de fuga, e os heróis não fogem. Não: o cego percebe que o momento presente oferece uma ocasião para a vitória, e aproveita-se dela. Não é como se ele tivesse se matado se tivesse escapado. Ele sabia que se sua ação fosse bem sucedida, ele não poderia escapar”(Johann P. Lange[1802-1884], Teólogo Calvinista, Com de Jz 16:30)

“Ele estava inconsciente da perda de sua força, mas parece tê-la sentido voltando aos seus músculos; então ele segura os dois pilares com suas mãos poderosas; a multidão vê que a pausa para respirar acabou e se prepara para assistir aos novos feitos. Talvez possamos supor que suas últimas palavras foram gritadas em voz alta: 'Deixe-me morrer com os filisteus!' e antes que eles tenham sido capturados pela multidão, ele se balança para trás por um momento, e então, com um empurrão desesperado para a frente, derruba os dois suportes, e a coisa toda se precipita para uma ruína hedionda em meio a gritos, maldições e gemidos. Mas Sansão jaz quieto sob as ruínas, satisfeito por morrer por tal causa”(Alexander Maclaren[1826-1910], Ministro Batista, Com de Jza 16:30)

“Nem seria amargo pra si, ou um auto-assassino, nele; pois não era sua própria vida que ele visava, embora ele tivesse muitos motivos para se cansar dela, mas a vida dos inimigos de Israel, para a qual ele corajosamente renunciou à sua própria, sem considerar isso caro para ele, então para que ele possa terminar seu curso com honra”(Matthew Henry[1662-1714], Ministro Presbiteriano, Com de Jz 16:30)

“’Deixe-me morrer com os filisteus’,isto é, estou alegre em morrer, então posso apenas contribuir com qualquer coisa para a vindicação da glória de Deus, aqui pisoteada, e para a libertação do povo de Deus. Isso não é exemplo nem encorajamento para aqueles que perversamente se matam; pois Sansão não desejou nem obteve sua própria morte voluntariamente, mas apenas por mera força e necessidade, porque ele desejava e por seu ofício era obrigado a buscar a destruição desses inimigos e blasfemadores de Deus e opressores de seu povo; que nessas circunstâncias ele não poderia efetuar sem sua própria morte: e seu caso não era muito diferente do deles, que no calor da batalha correu até a boca do canhão, ou outro perigo evidente e certo de morte, para executar um desígnio sobre o inimigo; ou deles, que vão em um navio de fogo para destruir os melhores navios do inimigo, embora certamente pereçam na empresa”(Matthew Poole[1624-1679], Ministro Congregacional, Com de Jz 16:30)

"Ele disse ao jovem que o estava conduzindo: 'Leve-me até as colunas que sustentam este lugar'. E o menino inocentemente o levou até os pilares que sustentavam o templo. Ele segurou em seu braço direito e esquerdo os dois pilares principais que sustentam o edifício. Ele disse: 'Deus, eu quero que os filisteus sejam vingados pelos olhos que eles arrancaram'. E pela fé ele começou a puxar e o Espírito de Deus veio sobre Sansão e ele juntou aquelas colunas. O templo do deus Dagon caiu com os filisteus amontoados nele e três mil deles foram esmagados até a morte. E Sansão jazia morto sob os filisteus esmagados"(Charles W. Smith[1927-2013], Ministro da Igreja do Evangelho Quadrangular, Com de Jz 16:30).

Verdade seja dita. Apesar da grande maioria desses comentaristas admitirem que Sansão prefigurou o Senhor Jesus Cristo, ainda assim, não negaram que Sansão foi o agente ativo em sua própria morte.

Na realidade, reconheço que a postura do Dr. Augustus [embora não concorde com algumas outras posturas dele, como a defesa da pregação esporádica das mulheres e da eleição e salvação de todas as crianças que morrem na infância] e do Pr. Franklin, foi, não encorajar o suicídio, mas destacar que ele não anula a salvação do cristão. A postura de ambos foi encarnar de fato a doutrina da perseverança dos santos, como algo oriundo apenas da graça de Deus, e nesse sentido, tiro meu chapéu pra eles.

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