domingo, 18 de fevereiro de 2018

Sabelianismo(Unicismo, Modalismo) - uma heresia antiga que ainda hoje sobrevive!





Em um de meus últimos debates com católicos romanos, onde com a ajuda da graça de Deus, desmontávamos constantemente os argumentos papistas, me vi cercado de vários companheiros, lutando contra Roma, ao meu lado. A grande maioria, me parecia toda professante na doutrina da Triunidade ou Trindade de Deus. Mas tive uma desagradável surpresa. Um deles, se revelara já lá no debate como “sabeliano”, adepto do sabelianismo. Mas o que seria “sabelianismo”? O "Dicionário de Teologia", de Grenz, Guretzki e Nordling, diz:


“HERESIA TRINITÁRIA do século III, cujo nome deriva de Sabélio, PARA QUEM O DEUS ÚNICO SE REVELOU SUECESSIVAMENTE NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, PRIMEIRO COMO PAI(CRIADOR E LEGISLADOR). DEPOIS COMO FILHO (REDENTOR) E FINALMENTE COMO O ESPÍRITO SANTO (SUSTENTADOR, DOADOR DA GRAÇA). ASSIM, PARA SABÉLIO HAVIA APENAS UMA PESSOA DIVINA, NÃO TRÊS, como afirma o trinitarismo clássico cristão”(p.119)


No final do 1º século a Igreja travou forte batalha apologética contra o gnosticismo. Quem mais se destacou foi o Apóstolo João, como pode notar através de suas cartas e do Evangelho que escreveu o qual foi o último dos quatro Evangelhos e cujo propósito foi justamente combater a doutrina dos nicolaítas. A Igreja batalhou pela fé que uma vez foi dada aos santos e saiu vitoriosa. Mas, de resto, ficou os ebionitas de onde surgiram os monarquianistas modais, que criam num Deus de unidade absoluta (yachidh) e que se manifesta de diferentes modos. Também conhecidos como modalistas ou sabelianistas, pois o Bispo Sabélio foi quem mais se destacou na pregação desta heresia. Em 263 A.D., Dionísio de Alexandria enfrentou o próprio Sabélio, derrotando o sabelianismo. Em 1913 John Schepp fundou a seita “Só Jesus” trazendo à tona esta mentira hoje conhecida como unicismo. Daí veio a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, A Palavra Original e o grupo “Voz da Verdade” da Igreja Voz da Verdade, entre outros. O unicismo não faz parte do movimento evangélico, pois nega uma doutrina fundamental do cristianismo: A Santíssima Trindade.


Quando Teófilo de Antioquia, criou a expressão “Trinitas”, que significa Trindade, ele não estava criando a doutrina da Santíssima Trindade, pois esta doutrina é bíblica e está provada no contexto bíblico desde o Pentateuco que data de cerca de 1400 a. C. e em toda a Bíblia.


Os maiores grupos o melhores conhecidos que compõem o movimento Pentecostal Unicista são:


.Igreja Apostólica da Fé em Cristo Jesus
.Igreja Pentecostal Unida do Brasil
.Igreja Pentecostal da Fé Apostólica
.Igreja Evangélica Cristo Vive (Miguel Angelo)
.Igreja Cristo é Vida(Carlos Magno)
.Igreja Mundial do Senhor Jesus Cristo


Outros grupos independentes que também crêem na unicidade de Deus, como por exemplo, a Igreja Voz da Verdade, Tabernáculo da Fé, Igreja de Deus do Sétimo Dia, etc.


PRIMEIRA PARTE: O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO PESSOAS?


Pra se chegar a esta resposta ou entendimento, faz-se míster entender a definição de “pessoa”:


“UMA PESSOA É UM SER social DOTADO DE SENSIBILIDADE, COM INTELIGÊNCIA E VONTADE propriamente humanas”.


https://conceito.de/pessoa


Claro, que essa definição foi dada para uma pessoa humana. Mas, analogicamente falando, pode ser usada, para se falar do Pai, Filho e Espírito Santo, como pessoas;


Então, os atributos que atribuem a personalidade a um ser são (a)Os sentimentos(sensibilidade), inteligência(intelecto, sabedoria, conhecimento) e vontade. Nesse sentido, se os homens, que são “imagem e semelhança”(Gn 1:26), possuem esses atributos, o mesmo Deus triúno que os fez, também é detentor destes atributos que importam em personalidade, o que o torna um ser tri-pessoal:


(1)Vontade

(i)O Pai tem vontade(Mt 6:9,10; Rm 8:18,19)
(ii)O Filho tem vontade(Jo 6:38; 17:24)
(iii)O Espírito Santo tem vontade(At 16:6-7; 1 Co 12:11)


Quem tem vontade é “alguém”(alguma pessoa), não algo:


“Mas, se ALGUÉM QUISER alguém quiser ser...”(1 Co 11:16)


(2)Sentimentos


O Pai tem sentimento:


(i)Amor(1 Jo 2:15)
(ii)Ira(Ap 14:10)
(iii)Tristeza(Gn 6:5)
(iv)Alegria(Dt 30:9)


(b)O Filho tem sentimentos:


(i)Amor(Gl 2:20)
(ii)Tristeza(Jo 11:35)
(iii)Ira(Ap 14:10)
(iv)Alegria(Lc 10:21)


(c)O Espírito Santo tem sentimentos:


(i)Amor(Rm 15:30)
(ii)Tristeza(Ef 4:30)
(iii)Ira(Is 63:10)



Amor, ira, tristeza, alegria, são sentimentos que só alguém(alguma pessoa) pode possuir, não uma função ou um papel:



“Mas, se ALGUÉM AMA a Deus...”(1 Co 8:3)

“...TODO O HOMEM seja pronto para ouvir, tardio para falar, TARDIO PARA SE IRAR”(Tg 1:19)

“Mas ELE, pesaroso desta palavra, retirou-se TRISTE; porque possuía muitas propriedades”(Mc 10:22)

“E voltaram OS SETENTA COM ALEGRIA, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam”(Lc 10:17)


(d)O Pai tem intelecto;


“Está escrito nos profetas: E serão todos ENSINADOS POR DEUS. Portanto, todo aquele que DO PAI OUVIU E APRENDEU vem a mim”(Jo 6:45)


(e)O Filho tem intelecto:


“Mas, no meio da festa subiu Jesus ao templo, E ENSINAVA”(Jo 7:14)


(f)O Espírito Santo tem intelecto:

Mas aquele Consolador, O ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, ESSE VOS ENSINARÁ TODAS AS COISAS, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”(Jo 14:26)


Quem tem intelecto é uma pessoa, não um título ou função:


“Se ALGUÉM ENSINA...”(1 Tm 6:3)


Logo, ao serem dotadas de vontade, intelecto e sentimentos, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, são pessoas.


SEGUNDA PARTE: SE O PAI, O FILHO E O ESPÍRTO SANTO SÃO PESSOAS, QUE TIPO DE PESSOAS SÃO ELES?


A Bíblia defende explicitamente que o Pai, o Filho e o Espírito Santo coexistem como três pessoa dentro da Divindade(1 Jo 5:7), significando que o Pai é Deus(Ef 1:3), o Filho é Deus(Jo 20:28) e o Espírito Santo é Deus(At 5:3-4), e que estas três pessoas são um só e o mesmo Deus, o que implica dizer, a Trindade. Esse conceito da pluralidade dentro da Divindade aparece abundantemente no VT(Gn 1:26; 3:22; 11:5-9; Is 6:8)


TERCEIRA PARTE: A TRINDADE PROVADA NA BÍBLIA


(1)A Trindade de Deus em Dt 6:4


A palavra “único” é a palavra hebraica דאֶחָ(echad) é usada muitas vezes no AT, para designar “uma unidade composta ou coletiva”. É um substantivo que pode demonstrar unidade, ao mesmo tempo que pode demonstrar se tratar de uma unidade composta de mais de uma entidade. Vejamos alguns exemplos:


(a)”E foi a tarde e a manhã, o dia PRIMEIRO”(Gn 1:5).


“Primeiro” aqui é a palavra hebraica דאֶחָ(echad). Aquele primeiro dia consistiu em luz e trevas – manhã e tarde.



(b)” Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos UMA carne”(Gn 2:24).



Deus recomendou que marido e mulher a tornarem-se os dois “uma carne”. “Uma” aqui é a palavra hebraica דאֶחָ(echad). Será que Adão e Eva se tornaram uma só pessoa?



(c)”Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como UM de nós...”(Gn 3:22), Lembrando que a serpente tinha dito que Adão e Eva seriam como Deus, sabendo o bem e o mal...”(Gn 2:5). “Um” aqui é a palavra hebraica דאֶחָ(echad); Será que Deus era apenas uma única pessoa? Não, pois o substantivo hebraico דאֶחָ(echad) é usado aqui, para se falar do próprio Deus, para designar uma unidade composta por mais de uma entidade – “UM DE NÓS”. Deus não disse: ‘Eis que o homem é como EU”, mas como “UM DE NÓS”. A quem ele se referia como “nós”?


(d)Em Gn 11:6, lemos:



“E o Senhor disse: Eis que o povo é UM, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer”.



“Um” aqui é a palavra hebraica דאֶחָ(echad), e fala em “o povo”. O termo hebraico עַ֤ם(am), aqui traduzido por "povo", de acordo com o Léxico Hebraico do AT de Driver, Briggs e Brown, significa “TRIBOS, NAÇÃO, POVOS EM GERAL”. Então, várias tribos, nações, povos, são consideradas como coletivamente “uma só” ou “um só”.


(e)Em Gn 42:19, lemos:


"Se sois homens de retidão, que fique UM de vossos irmãos preso...".


"Um" aqui, é é a palavra hebraica דאֶחָ(echad), mostrando uma unidade composta de mais de uma entidade.


(f)Em 1 Sm 26:15, lemos:


"Porque UM do povo veio para destruir o rei, teu senhor..."


"Um" aqui, é a palavra hebraica דאֶחָ(echad), mostrando uma unidade composta de mais de uma entidade.

(g)Em Ed 2:64, lemos:


"TODA esta congregação junta foi de quarenta e dois mil trezentos e sessenta".


"Toda" aqui, é a palavra hebraica דאֶחָ(echad), mostrando uma unidade composta de mais de uma entidade.


Nestes textos por mim citados, a mesma palavra hebraica que ocorre em Dt 6:4 também ocorre nos demais textos: a palavra 'echad', que nesses textos, em hebraico, significa unidade composta ou coletiva. É um substantivo coletivo, em outras palavras, um substantivo que demonstra unidade, ao mesmo tempo que se trata de uma unidade que contêm várias entidades. Agora se o texto de Dt 6:4 quisesse dizer que Deus é uma única pessoa, se usaria logicamente e unicamente a palavra hebraica 'yachid', que significa literalmente 'unidade absoluta': um e somente um, uma unidade composta de uma única entidade, como em Gn 22:2. Alí, a palavra 'único' é 'yachid', pois havia apenas um filho de Abraão que Deus reconhecia: Isaque. Ele era o filho da promessa - não havia outro. Nesse sentido, pois 'yachid' estabelece singularidade absoluta: um e somente um; uma unidade composta de uma única entidade, como nos seguintes textos: Sl 22:20; Jz 11:34; Jr 6:26; Am 8:10; Zc 12:10. Mas note, que o escritor sagrado mão se esmera de repetir exclusivamente o uso de yachid, para se referir a Deus como "único".



Selig Newman, em seu "Léxico Hebraico Inglês: Contendo Todas as Palavras do Antigo Testamento”, afirma que a palavra hebraica דאֶחָ(echad), que aparece em Dt 6:4 como se referindo a "UNIDADE DE DEUS"(pp.15,16), é a mesma usada para designar a unidade composta em Nm 13:2, se referindo a "UM" homem de cada tribo; e da mesma forma, nas mesmas pp.15-16, afirma que a expressão "UM de nós"(Gn 3:22), onde a unidade de Deus (pelo termo 'um'[echad]) é dita como composta, é a mesma palavra hebraica דאֶחָ(echad), que, segundo ele, é aplicada a Deus em Dt 6:4, e usada em Nm 13:2, significando "JUNTOS".




(2)A Trindade de Deus no nome אֱלֹהִ֔ים(Elohim)



Em Gn 1:26, lemos:


“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”.


O termo “Deus” aqui é אֱלֹהִ֔ים(Elohim), e o rabino Shimeon Ben Joachi, disse sobre אֱלֹהִ֔ים(Elohim):


“Observai o mistério da palavra Elohim; ENCERRA TRÊS GRAUS, TRÊS PARTES; CADA UMA DESTAS PARTES É DISTINTA, E É UMA POR SI MESMA, E NÃO OBSTANTE SÃO INSEPARÁVEIS UMA DA OUTRA; ESTÃO UNIDAS JUNTAMENTE E FORMAM UM SÓ TODO”(Comentário sobre a sexta seção do Levítico)


O valor dessa afirmação, reside no fato de ser esse rabino o mais famoso de Israel, depois de Akiva, e por se tratar de uma autoridade monoteísta conhecida dentro do primeiro século da era cristã.
.

Interessante, é que um dos livros sagrados do primitivo judáismo, o Zohar, o livro judeu de comentários do Pentateuco, faz o seguinte comentário sobre Dt 6:4, afirmando:


“Por que há necessidade de MENCIONAR O NOME DE DEUS TRÊS VEZES NESTE VERSO? O PRIMEIRO JEOVÁ É O PAI ENCIMA; O SEGUNDO É O TRONCO DE JESSÉ, O MESSIAS, o qual virá dentro da família de Jessé, por Davi, E O TERCEIRO É O CAMINHO QUE É POR BAIXO OU O ESPÍRITO SANTO), E ESTES TRÊS SÃO UM”



Isso posto, torna evidente, que todas as vezes que אֱלֹהִ֔ים(Elohim) é usado em Gn 1, principalmente em Gn 1:26, não está falando de uma Divindade que é composta apenas de uma única entidade, uma vez que a Bíblia mostra que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem:


I – O Pai criou o homem(Is 64:8)
II- O Filho criou o homem(Jo 1:10)
III.O Espírito Santo criou o homem(Jó 33:4)


A Divindade não estava falando com os anjos, convidando-os a criarem o homem à suas imagens. A Bíblia diz, falando do único Deus:


"E ADORAI AQUELE QUE FEZ O CÉU, E A TERRA, E O MAR, E AS FONTES DAS ÁGUAS"(Ap 16:7).


Se os anjos tivessem sido chamados por Deus, para criarem o homem, teríamos que adorá-los, mas vemos várias vezes que os anjos recusaram adoração(Ap 19:10; 22:8-9), mostrando que apenas Deus deve ser adorado, e as pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo são reconhecidas e tidas pelos cristãos como Deus(Ef 1:3; Jo 20:28; At 5:3-4). E é a esse Deus Triuno, Criador do homem, que adoramos.


Definitivamente, quem estava com o Pai no ato da Criação? O Filho e o Espírito Santo:


"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.ELE ESTAVA NO PRINCÍPIO COM DEUS.

.
TODAS AS COISAS FORAM FEITAS POR ELE, E SEM ELE NADA DO QUE FOI FEITO SE FEZ ... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do UNIGÊNITO DO PAI, cheio de graça e de verdade"(Jo 1:1-3)


"Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias PELO FILHO,


A quem constituiu herdeiro de tudo, POR QUEM FEZ TAMBÉM O MUNDO"(Hb 1:1,2


"PELO SEU ESPÍRITO ORNOU OS CÉUS; a sua mão formou a serpente enroscadiça"(Jó 26:13)


No princípio criou Deus o céu e a terra.


E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; E O ESPÍRITO DE DEUS SE MOVIA SOBRE A FACE DAS ÁGUAS"(Gn 1:1,2)


"ENVIAS O TEU ESPÍRITO, E SÃO CRIADOS, e assim renovas a face da terra"(Sl 104:30)


Como já dissemos, isso posto, torna evidente, que todas as vezes que אֱלֹהִ֔ים(Elohim) é usado em Gn 1, principalmente em Gn 1:26, não está falando de uma Divindade que é composta apenas de uma única entidade, mas, de mais de uma única entidade.


Por exemplo. Baal é chamado de אֱלֹהִ֔ים(Elohim)(Jz 6:31), mas naquela época, Baal não era adorado como uma única entidade, mas como três entidades – Baal-Berite(Jz 8:33), Baal –Peor(Nm 25:3; Dt 4:3; Sl 106:28; Os 6:10) e Baal Zebube(2 Re 1:2). Demônios(vários espíritos maus) são chamados de “אֱלֹהִ֔ים”(Elohim)(Dt 32:17). Em Zc 12:8, lemos:


“Naquele dia o Senhor protegerá OS HABITANTES DE JERUSALÉM; e o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, E A CASA DE DAVI SERÁ COMO DEUS, como o anjo do Senhor diante deles”


Na expressão “e a casa de Davi será como Deus”, o termo “Deus” é “אֱלֹהִ֔ים(Elohim), e o termo “Elohim”, dentro do contexto se refere a mais de uma pessoa, na realidade, a uma cidade inteira - OS HABITANTES DE JERUSALÉM – chamados de “a Casa de Davi”.


Mas, pode algum unicista indagar: 'Moisés é chamado de Elohim(Ex 7:1)... Será que existem três Moisés'? Mas pra isso, a resposta é muito simples. Moisés, através do uso de sua vara, abriu o Mar Vermelho, libertando o povo de Israel do jugo do Faraó(Ex 14:16,21), vencendo o inimigo que escravizava o povo eleito de Deus. Faraó, que personificava aqui o Diabo, foi derrotado por Moisés, assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo derrotaram(Cl 1:12,13; 1 Jo 3:8; Mt 12:28; 2 Co 3:17; Rm 8:2) aquele que nos escravizava (Satanás, Ef 2:1-3).Moisés, portanto, tipificava o Deus Triúno, que nos libertou do poder de Satã.



Mesmo no NT, lemos:


“E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos.


E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo... E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.


E, CLAMANDO COM GRANDE VOZ, DISSE: QUE TENHO EU contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? CONJURO-TE por Deus que NÃO ME ATORMENTES.


(Porque lhe dizia: Sai deste homem, ESPÍRITO IMUNDO)


E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o MEU NOME, PORQUE SOMOS MUITOS”(Mc 5:6-9)


Assim, mesmo nesse texto do NT, muitos (demônios) coletivamente falando, são considerados como somente um (‘espírito imundo’ [invés de ‘espíritos imundos’]; ‘clamando com grande voz’[invés de clamaram com grandes vozes], ‘conjuro-te’[invés de ‘conjuramos-te’], ‘não me atormentes’[invés de ‘não nos atormentes], ‘que tenho eu contigo’[invés de ‘que temos nós contigo], ‘meu nome’[invés de ‘nossos nomes’). Aliás, o próprio Jesus admitindo o conceito de unidade coletiva, perguntou-lhes: “Qual é o teu nome?” e disse-lhes: “Sai deste homem, espírito imundo”. O próprio Marcos também admitia esse conceito de unidade coletiva, quando disse:


“PORQUE LHE DIZIA: Sai deste homem, espírito imundo”(Mc 5:8)


Marcos não disse:


“PORQUE DIZIA-LHES: SAIAM DESTE HOMEM, ESPÍRITOS IMUNDOS”.



(3)A Trindade em Gn 1:26-27.



Lemos nesse texto:


“E disse Deus: FAÇAMOS o homem Á NOSSA imagem, conforme A NOSSA semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.



E CRIOU Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus O CRIOU; homem e mulher OS CRIOU”(Gn 1:26,27).



Logo no início desses textos, podemos notar a escolha da palavra “אֱלֹהִ֔ים”(Elohim), como forma de substantivo usado nesse verso; Elohim estava decidido e preparado para criar o homem. Em concordância com essa escolha, foi introduzido o pronome pessoal plural “NÓS” (subtendido no verbo “façamos”) e o adjetivo possessivo plural “NOSSA”(por duas vezes). Os substantivos hebraicos “semelhança” e “imagem” estão ambos no singular, o que indica que as pessoas que estavam falando como inseridas dentro do propósito de criar o homem, eram coletivamente consideradas como um único Deus. Pois elas não mencionarem “semelhanças”, nem “imagens”, o que entendemos, demonstramos e comprovamos se tratar de uma unidade coletiva ou composta. Isso se reforça no verso 27, onde Elohim refere-se a Si mesmo usando pronomes pessoais no singular como “SUA” e “ELE”(ELE, subentendido em “criou”, invés de “criaram”) , caso contrario, os verbos iriam para o plural, o que mostra que ainda que haja mais de uma pessoa no ser desse Deus, o Deus um só.



(4)A Trindade em Gn 11:5-8


Nesse texto, lemos:



“Então DESCEU o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;


E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.


Eia, DESÇAMOS E CONFUNDAMOS ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.


Assim O SENHOR OS ESPALHOU dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade”.



Mais uma vez o pronome pessoal “NÓS”, é empregado (subentendido nos dois verbos ‘desçamos’ e ‘confundamos’). Contudo, isso não significa triteísmo, pois os verbos “descer” e “espalhar” estão ambos no singular (”desceu” e “espalhou”), o que indica que as pessoas que estavam falando como inseridas dentro do propósito de confundir o homem, eram coletivamente consideradas como o Senhor, o único Senhor, caso contrario, os verbos iriam para o plural. Uma vez que estas pessoas dentro da Divindade não mencionarem “desceram”, nem “confundiram”, o que entendemos, demonstramos e comprovamos se tratar de uma unidade coletiva ou composta. Isso se reforça no verso 8, onde יְהוָ֗ה(Yhvh)(Yahweh – o Senhor), refere-se a Si mesmo usando pronomes pessoais no singular como “ELE”(subentendido em “espalhou”, invés de “espalharam”), caso contrário, os verbos iriam para o plural, o que mostra que ainda que haja mais de uma pessoa no ser desse Deus, o Deus um só.



(5)A Trindade em Is 6:8


Nesse texto, lemos:


“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem ENVIAREI, e quem há de IR POR NÓS?”.


Os verbos “enviar” e “ir” estão no singular – ‘enviarei”(o que subentende ser esse Deus a quem Isaías viu, um único Deus), ainda que esse Deus seja descrito como uma unidade composta(“e quem há de ir POR NÓS”). Isto é, quando Deus está falando em enviar alguém, está mencionado em alguém representar essas pessoas que estão dentro da Divindade(“e quem há de ir POR NÓS?”). Deus não disse: “E quem há de ir por mim?”, nem “E quem há de ir por eu?”. Os verbos “enviar” e “ir” estão no singular, indiciando a unidade e unicidade desse Deus, caso contrário, os verbos iriam para o plural, o que mostra que ainda que haja mais de uma pessoa no ser desse Deus, o Deus um só. Interessante, na visão da glória de Deus que Isaías teve, ele diz: “os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”(Is 6:5), não “os Reis, os Senhores dos Exércitos”. No entanto, João afirma que a glória que Isaías viu foi a de Cristo(Jo 12:41), e Paulo afirma que o contato que Isaías teve foi com o Espírito Santo(At 28:25).


(6)A Trindade em 1 Jo 5:7


Nesse texto, lemos:



“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um”.



Com a expressão “e estes três são um”, João não está afirmando que o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo são uma só e a mesma pessoa. O adjetivo grego εἷς(heis), que aparece aqui traduzida por Almeida por “um”, e que é o mesmo adjetivo grego usado por João para designar a unidade composta entre homem e mulher no casamento(Mt 19:5), de acordo com o Dicionário Grego do Novo Testamento das Sociedades Bíblicas Unidas, se refere a “unidade”. Indicando que que o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo estão unidos em mesmo propóito. O Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, afirma que adjetivo grego εἷς(heis),indica “O FIM OU O PROPÓSITO OU PARA O QUE ALGUMA COISA APONTA”, e o contexto de 1 Jo 5:7, aponta que o testemunho da Trindade no céu, ou do ensino de João, aponta para as realidades do novo nascimento, da perseverança e invencibilidade de nossa fé, da crença em Cristo como o Filho de Deus e na sua encarnação(1 Jo 5:1-6). Em suma, pelo contexto posterior a 1 Jo 5:7, o testemunho de Deus Pai no céu, gira principalmente na crença em Cristo como o Filho de Deus, para a obtenção da vida eterna(1 Jo 5:8-11).



O texto de 1 Jo 5:7 não é de forma nenhum acréscimo ao texto sagrado, uma vez que pertence ao texto grego original do NT, sendo encontrado nos seguintes manuscritos gregos: Manuscrito E (Basiliensis)(735 d.C), 629, 61, 918, 2473, 88, 429, 636, 635, 221; sendo encontrado nas primeiras traduções do NT, como a Phesita Siríaca(150 d.C) e a Ítala(157 d.C), o que comprova sua existência no texto grego disponível da época. O texto ainda é citado em lecionários gregos do NT - o 60, o 173 e o lecionário conhecido como "apóstolos", de data considerada como anterior ao 4º século, lecionário esse, pertencente a Igreja Ortodoxa Grega. O texto não é encontrado nos mais antigos manuscritos gregos (o Vaticano [4º Século], e o Sinaítico [5º Século]), que são comprovadamente declarados como corrompidos, não só omitindo 1 Jo 5:7, mas textos como Mc 16:9-20; Jo 8:1-11, e muitíssimos outros textos mais..



Esse texto de 1 Jo 5:7, é negado pelos hereges unicistas e sabelianos, por não terem sido encontradas nos mais antigos manuscritos gregos (o Vaticano [4º Século], e o Sinaítico [5º Século]), contudo Jerônimo o primeiro tradutor da Bíblia, Jerônimo(347-420 d.C), em seu 'Prólogo as Epístolas Católicas", afirma que o texto "FOI OMITIDO POR COPISTAS DESONESTOS", o que também comprova sua existência nas primitivas bíblias das primitivas igrejas. Na mesma obra, Jerônimo ainda diz:


"Em que lugar particularmente ONDE LEMOS SOBRE A UNIDADE DA TRINDADE, QUE É COLOCADA NA PRIMEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO, no qual também os nomes de três, ou seja, da água, do sangue, e do espírito, que eles colocam em sua edição E OMITEM O TESTEMUNHO DO PAI, E DA PALAVRA, E DO ESPÍRITO em que a fé católica é especialmente confirmada e a única substância do Pai, do Filho e do Espírito Santo é confirmada".


O texto acima citado, em meu artigo "A Autenticidade de 1 João 5:7', é comprovado como legítimo, mostrando 1 Jo 5:7 como parte das Escrituras, citado por mais de 368 pais da Igreja, contando com o Concílio de Cartago(415), que tinha 350 bispos:


(a)Jerônimo(347-420), em "Confissão de Fé", enviada e dirigida ao bispo de Roma, Damásio, Jerônimo ainda cita 1 João 5:7, dizendo:


"Assim como, em oposição a Ário, nós afirmamos que a Trindade é de uma mesma essência, três pessoas em um só Deus; assim como condenando a heresia de Sabelio, nós distinguimos as três pessoas pelas suas respectivas propriedades, o Pai é sempre o Pai, o Filho é sempre o Filho e o Espírito Santo é sempre o Espírito Santo. Em essência, portanto, ESTES TRÊS SÃO UM".


E em sua "Explanação de Fé", dirigida a Cirilo, bispo de Jeruzalém, Jerônimo cita novamente 1 João 5:7, dizendo:


"Para nós, portanto, há um só Pai; um Filho, que é verdadeiro Deus, e um Espírito Santo, que é verdadeiro Deus: E ESTES TRÊS SÃO UM".


(b)Cipriano(208-258), bispo de Cartago, em sua obra 'Da Unidade da Igreja', diz:


"O Senhor diz: "Eu e o Pai somos um"; João 10:30 e novamente está escrito do Pai e do Filho e do Espírito Santo: "E estes três são um"(6)

E em sua "Epístola a Jubaiano", ele cita novamente 1 João 5:7(72:12).


(c)Phoebadius(+350 d.C), também cita 1 João 5:7(Contra Arianos, 17:4).


E em sua obra "Contra Varimadum"(380 d.C), Vigilio Tapsus, diz:


"E João Evangelista diz: 'E há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito Santo, e estes três são um'"


(d)Priciliano(+ 380 d.C), em seu 'Liber Apologeticus', diz:


"Como João diz: "e há três que dão testemunho na terra, a água, a carne o sangue, e esses três estão em um, e há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito, e estes três são um"


(e)Elcherius de Lião(434 d.C) tambem cita 1 João 5:7(Formulae, C.XI, Seção 3).


(f)Tertuliano(155-222), cita a passagem(Contra Práxeas, 25)


(g)Crisóstomo(349-407), o comentarista das Escrituras na época dos pais da Igreja, cita 1 João 5:7 em seu "Discurso Contra os Judaizantes"(I:3).


(h)Victor Vitensis (+ 485 d.C), cita o texto de 1 Jo 5:7:


"há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito Santo, e esses três são um"(Historia persecutionis Africanae Provinciae 3.11).


(i)Fulgêncio(468-527 d.C) cita o texto de 1 Jo 5:7:


"E há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito. E os três são um só ser"(Responsio contra Arianos)

"E Há três que dão testemunho no céu: o Pai, do Filho e do Espírito, e estes três são um ser"(Contra Fabianum, 21:4)

"Há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito, e estes três são um"(De Trinitate)


(j)Isidoro de Sevilha(560-636), cita o texto:


"E há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo, e o Espírito, e os três são um"(Testimonia divinae Scripturae 2)


(l)Cassiodoro(583 d.C), também cita 1 Jo 5.7:


"Além disso, há três que dão testemunho no céu: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estes três são um"(S. Epistolam Parthos ad Joannis: 10.5.1).


(m)Agostinho(354-430) também cita o texto de 1 Jo 5.7:


(Da Trindade, IX, X),
(Cidade de Deus, V).


E em sua obra "Contra Maximiniano"(II, 22:3), Agostinho ainda diz:


"Mas se vamos investigar o significado que as coisas por estas, não exageradamente entram em nossos pensamentos sobre a Trindade em si, que é uma única Verdade, o Supremo Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, de quem poderia mais ser realmente dito: "HÁ TRÊS TESTEMUNHAS, E OS TRÊS SÃO UM. Estes são as três testemunhas, e os Três são Um. Desta forma, em seguida, as três coisas pelas quais eles são, significadas como saindo do corpo do Senhor: como a partir do Corpo do Senhor soou por diante o comando para "batizar as nações em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo ". "Em nome", não, nos nomes: porque "PORQUE ESTES TRÊS SÃO UM", e Deus é Um destes três. E, se de outra forma esta profundidade do mistério que lemos na epístola de João pode ser exposta e compreendida agradavelmente com a fé católica, que não confunde nem divide a Trindade, nem nega que as pessoas são três, e em nenhum caso deve ser rejeitada".


Agostinho está claramente confirmando a existência de 1 João 5:7 como um texto da 1ª epístola universal de João. Isso é um fato inconteste.


(n)Gregório Nazianzo(330-390), um bispo grego, cita o texto, de modo reminiscente: "...Os três são um"(5ª Oração Teológica,[31:9]).


E novamente em sua "Quinta Oração Teológica"[Oração nº 31, Verso 19], Nazianzo protesta contra a omissão de 1 João 5:7 por parte de alguém da época, afirmando estar o texto gramaticalmente sem sentido com a ausência de 1 Jo 5:7:


". . .E sobre João então, quando em sua Epístola Católica diz que há três que dão testemunho... Em segundo lugar, porque ele não tem sido consistente na maneira como ele aconteceu em seus termos, porque depois de usar três no gênero masculino, acrescenta três palavras que são neutros, ao contrário das definições e leis que você e seus gramáticos estabeleceram. Pois qual é a diferença entre colocar uma masculina três primeiros, e então adicionando um e um e um no neutro, ou depois de uma Um masculino e um e um para uso não os três no masculino, mas no neutro, que vós mesmos assumem no caso da Divindade?".


Notaram a expressão "...que vós mesmos assumem no caso da Divindade"? E tambem notaram a expressão "...depois de usar três no gênero masculino"? Essas duas frases não são alusões as pessoas da Trindade, mencionadas em 1 João 5:7? É claro que Gregório reconheceu a inconsistência com a gramática grega, se tudo o que temos são os versículos seis e oito sem o verso sete. Outros estudiosos têm reconhecido a mesma coisa.Este foi o argumento de Robert Dabney do Seminário Teológico União, em seu livro, "Várias Leituras Doutrinárias do Novo Testamento Grego"(1891). O Bispo Middleton em seu livro, 'Doutrina do Artigo Grego', argumenta que o versículo sete deve ser uma parte do texto de acordo com a estrutura grega da passagem. Mesmo no famoso comentário de Matthew Henry, há uma nota afirmando que devemos ter o versículo sete, se quisermos ter o grego adequado no versículo oito.


O texto de 1 João 5:7 é citado na "Sinopse Grega da Sagrada Escritura", datada do 4º século.


A passagem de 1 João 5:7 também foi citada em uma homília feita por um autor desconhecido, na edição beneditina de Crisóstomo(Tomo XII, pp.416-421). A data desta homília foi corrigida é de 381 d.C, portanto também datada do 4º século.


(o)Teodoro de Mopsuéstia(+ 428 d.C), o mestre de Crisóstomo e um contemporâneo do imperador Juliano, citou 1 João 5:7 em sua obra denominada "Um Tratado Sobre a Trindade Em Um Só Deus, a Partir da Epístola de João, o Evangelista". Este é um testemunho notável e irrefutável, já que implica a existência e notoriedade de 1 João 5:7 no meio do quinto século.


(p)Cirilo de Alexandria(+ 444 d.C), em seu "Thesaurus de Sancta Et Consubstantiali Trinitate" tenta provar que o Espírito Santo é Deus, aludindo a 1 Jo 5.7:


"Por ter dito que o Espírito de Deus enquanto é uma das testemunhas, um pouco para a frente, ele acrescenta, o testemunho de Deus é maior: Como, então, ele seria uma criatura quando é dito que ele seria Deus com o Pai Universal, e completando o número da SANTA TRINDADE"?.


Quando se refere ao Espírito Santo como uma das testemunhas, ele alude a 1 João 5:7. Ademais, as palavras em letras maiúsculas formam a substância do sétimo verso que Cirilo quis citar. Esses dizeres mostram Cirilo citando 1 Jo 5:7,9. Isso foi no 5º século. Evidentemente, Cirilo cita 1 Jo 5:7 ou alude ao mesmo nesses seus dizeres, pois em que parte de 1 João 5 encontramos o Espírito Santo completando o número da Trindade, exceto em 1 João 5:7?


(q)Atanásio(295-373), o campeão da ortodoxia de Nicéia, em sua obra "Disputa com Ario" cita 1 João 5:7:


"Esse batismo vivo e salvador, pelo qual recebemos a remissão dos pecados, administrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E São João diz: E estes três são um".


Muitos tem afirmado que essa obra atribuída a Atanásio, é apócrifa, contudo sem um argumento sólido. Estes afirmam que tal obra não pode ter sido de Atanásio porque o estilo do diálogo não é consistente com os escritor de Atanásio. No entanto, Charles Forster refutou essa linha de argumentação, mostrando que o estilo e tipo de citação empregados no diálogo é inteiramente consistente com o que aparece em outras obras de Atanásio que são aceitos como verdadeiros por todos. Além disso, na obra "Disputa com Ario", durante o diálogo, se fala do imperador Constantino no tempo presente, como governando com Constâncio, seu filho, indicando claramente uma data de composição na primeira metade do século IV.


E em outra obra de Atanásio, "A Sinopse da 1ª Epístola de João", ele alude a 1 João 5:7, afirmando: "O apóstolo ensina aqui a unidade do Filho com o Pai". Não existe outro lugar desta epístola onde a unidade entre o Pai e o Filho seja mencionada, exceto em 1 Jo 5:7, existe?


(r)O Concílio da Igreja de Cartago em 415 d.C, composto de 350 bispos, em sua confissão de fé, escrita por Eugênio, cita o texto. Como poderia um texto "apócrifo" ser citado por 350 bispos da igreja, sem ouvir-se uma única voz de protesto?


(s)Ansbert(760 d.C), em seu "Comentário Sobre o Apocalípse" cita 1 João 5:7.


(7)A Trindade no batismo de Jesus


Em Mt 3:17-18, lemos:


“E, SENDO JESUS BATIZADO, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, E VIU O ESPÍRITO DE DEUS DESCENDO como pomba e vindo sobre ele.


E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.


Este texto destroça o sabelianismo, pelos seguintes motivos:


(a)O Filho é batizado, não o Pai ou o Espírito Santo.

(b)O Filho vê o Espírito Santo, o que o distingue do Espírito Santo.

(c)A voz do Pai vem do céu (não de Jesus, nem do Espírito), para testificar de Jesus.


João Batista testifica desta distinção entre as três pessoas da Trindade, afirmando:


“E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.


E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo”(Jo 1:32,33)


Este texto destroça o sabelianismo, pelos seguintes motivos:


(a)João, que era cheio do Espírito Santo desde o ventre(Lc 1:15) disse que viu o Espírito Santo vindo sobre Jesus, mas que não conhecia Jesus. Se Jesus fosse o Espírito Santo, como João poderia dizer que não o conhecia, se a 30 anos o Espírito Santo habitava nele? Logo, Cristo não era o Espírito Santo.


(b)Quem identificou Jesus para João foi o Pai(‘mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo’), logo, quem falou com João, não foi o Espírito Santo, nem o Filho, mas o Pai. Logo, o Pai não era para João nem o Espírito, tampouco o Filho.


(c)O Pai disse para João que O Filho é quem batiza com o Espírito. Segundo as Escrituras, o Espírito é a unção(Hb 1:9 comp. com Jo 3:34). Como pode a unção ser o próprio Ungido e vice versa?


(8)A Trindade no Apocalípse


Em Ap 1:4-5, lemos:


“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;


E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados”.



Esse texto também destroça o sabelianismo, pelos seguintes motivos:



(a)O Pai é mencionado primeiro(‘Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir’). Este prova que o Pai, representativamente, vem, através da glória do Filho(Lc 9:26), não que o Pai virá sobre as nuvens, visto que o Pai é um espírito(Jo 4:24), sem carne, sangue e ossos”(Lc 24:39; Mt 16:23), e o Pai é invisível(Cl 1:15; 1 Tm 1:17; Jo 1:18; 1 Jo 4:12), pois é dito que todo o olho verá aquele que foi traspassado, o Filho(Ap 1:7)



(b)O Espírito Santo é mencionado por João (por uma citação de Is 11:12), como:



“...e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono...”



A paráfrase ‘A Bíblia Viva” reza-o “...E do Espírito de sete aspectos”.



A preposição “e da”, já distingue o Espírito e o Pai. Todavia, a preposição grega ἐνώπιον(enōpion) traduzido aqui por “diante”, de acordo com o Dicionário Grego-Português do Novo Testamento Grego das Sociedades Bíblias Unidas, significa “NA PRESENÇA DE“. O Dicionário Aurélio(1988) reza a expressão “diante de “, como “NA FRENTE DE”. Nesse sentido, o Espírito Santo é distinto do Pai, pois está descrito como estando em sua presença, e na sua frente.



(c)O Filho é descrito como distinto do Pai e do Espírito:



“E DA PARTE DE JESUS CRISTO, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecado”.



Sempre que se usa a conjunção aditiva “e” e a preposição “da”, temos a distinção entre as pessoas. Ademais, o contexto mostra que enquanto o Filho afirma que será visto por “todo o olho”(Ap 1:7), o Pai afirmou que nunca será visto por ninguém(Ex 33-29-33), e díto que nunca foi visto por ninguém(Jo 1:18; 1 Jo 4:12). Logo, o Filho não é o Pai, pois foi visto várias vezes, desde criança, até a fase adulta(Lc 2:30; At 1:3)



(9)A Trindade no na encarnação de Cristo:


Em Lc 1:35, lemos:


“E, respondendo o anjo, disse-lhe: DESCERÁ SOBRE TI O ESPÍRITO SANTO, E A VIRTUDE DO ALTÍSSIMO TE COBRIRÁ COM A SUA SOMBRA; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”(Lc 1:35)


E em Mt 1:18-20, lemos:


“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ACHOU-SE TER CONCEBIDO DO ESPÍRITO SANTO.


Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, PORQUE O QUE NELA ESTÁ GERADO É DO ESPÍRITO SANTO”(Mt 1:18-20)


Isso mostra que Jesus, em sua natureza humana, foi gerado por Deus Pai(‘E A VIRTUDE DO ALTÍSSIMO TE COBRIRÁ COM A SUA SOMBRA), através do Espírito Santo. Em outras palavras, o Pai enviou o seu Espírito para dentro do ventre de Maria, para formar o corpo do Senhor. Isto distingue Pai, Filho e Espírito Santo:


(a)O Pai gerou o homem Jesus


(b)O Espírito Santo é usado pelo Pai para gerar o homem Jesus


(c)O Filho, como homem, não foi gerado por si mesmo, mas pelo Pai, através do Espírito Santo, como a semente de Deus que adentrou em Maria, para gerá-lo. Logo, o Gerador (o Pai) não é o objeto usado (o Espírito Santo) por Ele para gerar o filho de Maria(Cristo), tampouco Cristo é o Gerador de si mesmo, nem o objeto usado pelo gerador de Si mesmo, para gerar a Si mesmo.


(10)A Trindade na visão de Simeão.


Em Lc 2:25-29, lemos:


“Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; E O ESPÍRITO ESTAVA SOBRE ELE.


E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ELE NÃO MORRERIA ANTES DE TER VISTO O CRISTO DO SENHOR.


E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,


Ele, então, O TOMOU EM SEUS BRAÇO, E LOUVOU A DEUS, e disse:


Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra


Pois já os meus olhos viram a tua salvação,


A qual tu preparaste perante a face de todos os povos;


Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel”(Lc 2:25-32)



Este texto também destroça o Sabelianismo, mostrando a distinção entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, pelos seguintes motivos:



(a)O Espírito Santo estava sobre Simeão


(b)O Filho estava em seus braços


(c)o Pai que estava nos céus, foi louvado por Ele


(d)Ele viu o Filho (o Cristo do Senhor), não o Pai e o Espírito Santo, que não encarnaram, nem possuíam corpos tangíveis de carne, sangue e ossos.



(11)A Trindade em Gn 18


Em Gn 18:1-3, lemos:


“DEPOIS APARECEU-LHE O SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia


E levantou os seus olhos, E OLHOU, E EIS TRÊS HOMENS em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra,


E DISSE: MEU SENHOR, se agora tenho achado graça AOS TEUS OLHOS, ROGO-TE que não passes de teu servo”.



Esse texto esmaga o sabelianismo, pelos seguintes motivos:



(a)O Senhor resolve aparecer a Abraão;


(b)E aparece a ele como “três homens”, três pessoas, não como um só homem, uma só pessoa.


(c)A pluralidade dentro da Divindade não exclui a unidade da Divindade, pois Abraão, aludindo ao conceito de “unidade composta”, chama-os de “Meu Senhor”, não “meus Senhores”. Os três são tratados por ele como sendo um só Senhor, afirmando a eles: “Rogo-te”, invés de “Rogo-vos”. o que entendemos, demonstramos e comprovamos se tratar de uma unidade coletiva ou composta, caso contrario, o verbo iria para o plural, o que mostra que ainda que haja mais de uma pessoa no ser desse Deus, o Deus é um só. Isso se reforça no verso 3, quando Abraão refere às três pessoas usando pronome e adjetivo pessoal no singular(“Tu”, subentendido em “rogo-te” e “passes”, invés de “rogo-vos”; e “passeis”) e ao se referir com relação a eles.



Em Lc 10:21, lemos:


“Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve”.


Este texto contraria os sabelianos, pelos seguintes motivos:


(a)Jesus se alegrou no Espírito Santo, não no Pai, ou em si mesmo. Logo, o Filho não é nem o Pai, nem o Espírito.


(b)Jesus, ao se alegrar no Espírito Santo, agradece ao Pai, não ao Espírito. Logo, o Filho não é o Pai, pois ninguém pode agradecer algo a si mesmo, pode?


(c)Jesus, ao se alegrar no Espírito, agradece ao Pai, não ao Espírito. Logo, o Espírito Santo não é o Pai


13. A Trindade na Grande Comissão.


Em Mt 28:19, lemos:


“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os EM NOME do PAI, e do Filho e do Espírito Santo”.


Neste verso, a o substantivo grego ὄνομα(onoma), aqui traduzido por “nome”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “O NOME PELA QUAL UMA PESSOA ou uma coisa É CHAMADA E DISTINTA DE OUTRAS”, e significa também que “POR SEU COMANDO E AUTORIDADE, AGINDO EM SEU NOME, PROMOVENDO SUA CAUSA”. Portanto, mesmo neste texto, a distinção das pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo, é demonstrada. Isto indica que “nome”, não se refere a uma pessoa (ou coisa – E: ‘Em nome da lei’), distinta de sua autoridade e poder.



14. A Trindade na visão de Estevão


Em At 7:55-60, lemos:


“Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus;


E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele.


E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.


E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.


E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”(At 7:55-60)


Esse texto esmaga o Sabelianismo, pelos seguintes motivos:


(i)Estevão não viu o Espírito Santo no céu. Ele esteva dentro de Estevão. Logo, o Espírito é distinto do Pai e do Filho, vistos pro Ele.



(ii)Estevão viu no céu o Filho de Deus, “à direita” de Deus. O adjetivo grego δεξιός(dexios), aqui traduzido por “à direita”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “NO LADO DIREITO”. O Filho de Deus é visto ao lado do Pai, o que significa que Ele não é o Pai. Aliás, desde o AT, Cristo é designado profeticamente como reinando ao lado de Deus Pai, como uma pessoa distinta que é convidada por outra para fazer parte de seu reino, reinando junto a ele:



“DISSE O SENHOR AO MEU SENHOR: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”(Sl 110:1).


O conceito hebreu de "assentar-se a sua direita" é justamente esse - colocar uma pessoa distinta de si mesma, como pessoa, mas igual em natureza, para reinar juntamente com ele:


"Assim foi Bate-Seba ao rei Salomão, a falar-lhe por Adonias; e o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante dela; então se assentou no seu trono, E FEZ UMA CADEIRA PARA A SUA MÃE, E ELA SE ASSENTOU À SUA DIREITA"(1 Re 2:19)



Pedro explica ainda mais esta distinção entre Pai e Filho, quando diz:



“Porque dele disse Davi: SEMPRE VIA DIANTE DE MIM O SENHOR, PORQUE ESTÁ À MINHA DIREITA, para que eu não seja comovido;


Por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; E ainda a minha carne há de repousar em esperança;


Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção;Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; Com a tua face me encherás de júbilo.


Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.

.
Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono,


Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção.


Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas.


De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.


Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: DISSE O SENHOR AO MEU SENHOR: ASSENTA-TE À MINHA DIREITA”(At 2:25-34).


De formas que, quando Deus Pai fala pela boca de Davi(“SEMPRE VIA DIANTE DE MIM O SENHOR, PORQUE ESTÁ À MINHA DIREITA’), já distingue o Pai e o Filho (sem retirar a divindade do Filho), uma vez que o Pai é mencionado como vendo o Filho ao seu lado, e isso distingue um do outro.


(iii)Estevão, antes de morrer, ora ao Senhor Jesus, entregando-lhe o Espírito. Ele não orou ao Espírito Santo (que estava dentro dele), nem ao Pai, mas ao Filho. Logo, o Filho não pode ser o Pai ou o Espírito Santo.Evidentemente, que sua oração ao Filho, mesmo distinguindo-o do Pai, também o iguá-la a Ele, pois no AT, era Deus Pai quem recebia os espíritos dos justos(Sl 31:5; 1 Rs 17:20-22).



15. A Trindade na Benção Apostólica.


Em 2 Co 13:13, lemos:


“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém”(ACF)


Esse texto, por mais simples que pareça, esmaga o sabelianismo, pelos seguintes motivos:


(i)A 1ª expressão “a graça do Senhor Jesus Cristo”, só pode se entendido como um favor imerecido, que sempre é mencionado nas Escrituras, como sendo dada por uma pessoa a outra pessoa(Lc 1:30; Gn 6:8; Ex 33:17; At 7:45,46). Logo. O do Senhor Jesus Cristo, aqui, é uma pessoa.


(ii)A 2ª expressão “e o amor de Deus”, se refere a Deus Pai, como uma pessoa, pois no substantivo “amor” significa “sentimento que predispõe ALGUÉM a desejar o bem de OUTREM”(Dicionario Aurélio, 1988, p.38). Logo, o Pai é “alguém”, que no Dicionário Aurélio de Português Online, significa “ALGUMA PESSOA”.


(iii)A 3ª expressão “e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém”, também refuta o Sabelianismo, e aponta para o fato de que o Espírito Santo é uma pessoa, pois o substantivo “comunhão” significa “CONJUNTO DAQUELES QUE COMUNGAM OS MESMOS IDEAIS, CRENÇAS OU OPINIÕES”(Dicionário Aurélio, 1988, p.165). Sim, comunhão é o ato de uma pessoa comungar com uma outra ou mais pessoas de uma mesma idéia, crença ou opinião. João atesta isso, dizendo:


“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, PARA QUE TENHAIS COMUNHÃO CONOSCO; E A NOSSA COMUNHÃO É COM O Pai, E COM SEU FILHO JESUS CRISTO”(1 Jo 1:3)



QUARTA PARTE – COMPROVANDO A DISTINÇÃO DAS PESSOAS DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO



(1)O Filho de Deus não é o Pai


(I)O que o título ‘Filho de Deus’ significa?


Em Mt 3:16, João diz:


“Por exemplo, em Mt 3:17, lemos:


“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.


Este texto esmaga todo o sabelianismo, pelos seguintes motivos:


(i)Olhe o termo “Filho” aqui usado. No texto grego, a palavra grega υἱός(huios), aqui traduzida por “Filho”, de acordo com o “Dicionário Conciso Grego-Espanhol do Novo Testamento”(1978), significa literalmente:


“Filho, descendente, herdeiro. NO MÍNIMO ALGUÉM QUE COMPARTILHA UMA RELAÇÃO ESPECIAL COM OUTRO OU QUE É IGUAL A ALGUÉM”(p.184).


Nesse sentido, o Filho é alguém (uma pessoa) que compartilha uma relação especial com outra pessoa – o Pai, e que é igual a esta pessoa. Por isso, em Jo 5:18, lemos:


“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, MAS TAMBÉM DIZIA QUE DEUS ERA SEU PRÓPRIO PAI, FAZENDO-SE IGUAL A DEUS”.


Isso mostra que o termo “Filho” não tem nada a ver com a carne de nosso Senhor Jesus Cristo, como apregoam os loucos unicistas. O termo indica uma pessoa que é igual a outra, por herdar a sua natureza divina.


Já o adjetivo grego ἴσον(ison), aqui traduzido por “igual”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “igual em quantidade e qualidade; ASSUMIR A MESMA NATUREZA E O MESMO NÍVEL DE DEUS”, mostrando que Cristo, como Filho de Deus Pai, não é Deus Pai, mas eternamente assumiu a mesma natureza e o mesmo nível de Deus, que o Pai assumiu.


E como se entende a filiação de Cristo para com o Pai? Eu disse a vocês para prestarem atenção na palavra “Filho”, aqui em Mt 3:17. No grego, existem duas palavras para “Filho”. A primeira é “huios”, que, denota o relacionamento sem o nascimento (isto é, sem princípio de dias) como no caso de João, que é chamado por Jesus de “filho” de Maria(Jo 19:26), e também no caso de Moisés, chamado de “filho” da filha de Faraó(At 7:21; Hb 11:24), que é aplicado a Cristo, como Filho de Deus. Jesus, como “Filho de Deus” – “NÃO TENDO PRINCÍPIO DE DIAS NEM FIM DE VIDA”!(Hb 7:3)



A outra palavra “teknon”, que indica o ‘relacionamento mediante o nascimento”(Mt 7.11; Mc 13.12; Lc 1.7; 15.31; At 7.5; 1 Co 7.14; 2 Co 12.14; Cl 3.20; Ap 12.4), o que implica sempre no ter ‘princípio de dias’, nunca é aplicada a Cristo no seu relacionamento com o Pai, o que significa que o Senhor Jesus, como Filho de Deus, é o Deus eterno, incriado, não nascido, “NÃO TENDO PRINCÍPIO DE DIAS NEM FIM DE VIDA”(Hb 7:3). Quando se diz que o Filho de Deus não teve “princípio de dias nem fim de vida”, se entende que o termo “Filho” não se refere a “carne” ou ao “nascimento” dEle, antes se refere a ele como a eterna 2ª pessoa da Trindade. Justamente por isso, o NT o chama de “Filho unigênito” de Deus(Jo 3:16,18; 1 Jo 3:9). Sabemos que o termo grego μονογενὴς (monogenēs)(“unigênito”), que é aplicado ao Filho de Deus, também é aplicado a Isaque(Hb 11:17). E assim, perguntamos: ‘Em que sentido Isaque era o “unigênito” de Abraão? Não no se sentido de relacionamento mediante o nascimento, uma vez que Isaque não era nem o 1º filho de Abraão e nem o único(Gn 16:15-16; 21:1-7; 25:1-6). Isaque era o “unigênito” de Abraão, na posição espiritual, isto é, havia somente um filho da Abraão, que Deus reconhecia como o “filho da promessa” – Isaque – não havia outro(Gn 17:19,21 comp. com Gn 22:1-2,15-16). Assim, o termo “unigênito”, quando aplicado a Isaque, não teve o sentido de “relacionamento mediante o nascimento”, mas o sentido de posição espiritual, de preeminência. Da mesma forma, ocorre no caso de Cristo, pois a palavra grega μονογενὴς (monogenēs), usada em Jo 1:14, contrasta com a palavra grega γεννάω(gennaó), usada em Jo 1:13. Assim, Cristo, como Filho de Deus, é o único não nascido, como nós somos, mas gerado (eternamente) pelo Pai(Hb 1:5). É como diz, com exatidão o erudito C. S. Lewis:


“Não se usa mais as palavras gerado ou gerou no inglês moderno, mas todos sabem o que significa. GERAR É TORNAR-SE PAI DE; criar é fazer. E a diferença é justamente essa: QUANDO ALGUÉM GERA, GERA ALGUMA COISA DO MESMO TIPO DO SER GERADOR; Um homem gera bebês humanos, um castor gera castorzinhos, e um pássaro gera ovos que se tornam passarinhos. Mas quando você faz, você faz alguma coisa diferente de você mesmo. O QUE DEUS GERA É DEUS, assim como o que o homem gera é homem. LOGO, OS HOMENS NÃO SÃO FILHOS DE DEUS NO MESMO SENTIDO QUE CRISTO É”(Além da Personalidade, 1944, p.12).



Assim como o termo “unigênito”, quando aplicado a Isaque(Hb 11:17), não se refere ao “relacionamento mediante o nascimento ou a orígem” (uma vez que Isaque não era nem o 1º filho, e nem o único de Abraão), uma vez que Isaque era considerado o “unigênito” de Abraão, não por causa de ter nascido dele, mas baseado em sua posição, oriunda da promessa de Deus.



O “Dicionário Expositivo de Palavras do Antigo e do Novo Testamento”, de Vine, diz do termo “unigênito”, com relação a Cristo:



“Nós só podemos entender corretamente o termo ‘unigênito’ quando usado para o Filho de Deus NO SENTIDO DE RELACIONAMENTO SEM ORÍGEM. A GERAÇÃO NÃO É UM NO TEMPO, NEM MESMO REMOTO, MAS UM FATO SEM O RESPECTIVO TEMPO. O CRISTO NÃO SE TORNOU, MAS NECESSÁRIA E ETERNAMENTE É O FILHO. Ele, uma Pessoa, possui todos os atributos da Deidade. Isto necessita eternidade, ser Absoluto; NESTE SENTIDO ELE NÃO É ‘APÓS’ O PAI”(Volume III, p.100).



Paulo afirma que Cristo, como Filho de Deus, criou todas as coisas e é anterior a elas – isto é, é eterno:


“O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino DO FILHO DO SEU AMOR;


Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;


O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;


Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.


E ELE É ANTES DE TODAS AS COISAS, e todas as coisas subsistem por ele”(Cl 1:13-17)


“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias PELO FILHO,


A quem constituiu herdeiro de tudo, POR QUEM FEZ TAMBÉM O MUNDO.


O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;


Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.


Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?


E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz:E todos os anjos de Deus o adorem.


E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo
.

MAS, DO FILHO, DIZ: Ó DEUS, O TEU TRONO SUBSISTE PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.


Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Vom óleo de alegria mais do que a teus companheiros.


E: TU, SENHOR, NO PRINCÍPIO, FUNDASTE A TERRA, E OS CÉUS SÃO OBRA DE TUAS MÃOS.


Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão,


E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão”(Hb 1:1-12).



Sim, nunca houve um tempo em que o Filho não existisse, porque se houvesse um tempo em que o Filho não existisse, também haveria um tempo em que o Pai não existiria, porque o Pai não podia ser Pai, sem que tivesse um Filho, até porque ambos são “o primeiro e o último”(Is 44:6; Ap 21:6 comp. com Ap 1:8,11,17; 2:8;22:13-16) e por isso coexistiam na eternidade(Jo 1:1-2; 17:5,24). É preciso se entender de uma vez por todas, que o termo “Filho de Deus”, ou o termo “Filho”, quando aplicado a Cristo, não se aplica ao seu nascimento humano sobrenatural, isto é, a sua carne, mas se aplica a sua igualdade com Deus:



“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, MAS TAMBÉM QUANDO DIZIA QUE DEUS ERA SEU PRÓPRIO PAI, FAZENDO-SE IGUAL A DEUS”(Jo 5:18).



Ele como “Filho de Deus’, assim como um filho humano de um pai humano, herda a natureza de seu pai, e é, por isso, igual a ele; o primeiro(o Filho de Deus), gerado eternamente; o outro (um filho de Adão), gerado dentro do tempo. Como já foi dito acima, Jesus como Filho de Deus, é Eterno e Criador todas as coisas(Cl 1:13-17; Hb 1:1-12). No céu, dentro da eternidade, ele “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”(Fl 2:6). O substantivo grego μορφή(morphé), de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, se refere “A FORMA PELA QUAL UMA PESSOA ou coisa ATINGE A VISÃO”. O Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson, afirma que μορφή(morphé)se refere a Cristo “COMO DEUS, SEMELHANTE A DEUS, ONDE A FORÇA DA ANTÍTESE SE REFERE MAIS NATURALMENTE À DIVINA MAJESTADE E SE GLÓRIA”. Diz ainda o Léxico Grego do Novo Testamento de Edward Robinson que a expressão grega de Fl 2:6 ἐν μορφῇ Θεοῦ ὑπάρχων significam “EXISTINDO NA NATUREZA DE DEUS, DA MESMA NATUREZA DE DEUS”. Tudo isso indica que na eternidade ou prestes a adentrar dentro do tempo, o Filho de Deus era uma pessoa que subsistia como Deus, existindo como Deus, e possuindo a mesma natureza de Deus Pai. Isso reforça definitivamente sua distinção com o Pai, porém, sua igualdade com Ele em natureza. Tudo isso destroça o sabelianismo, e o reduz a uma piada.



(a)Em Jr 30:8,9, lemos:


“...e nunca mais se servirão dele os estrangeiros. Mas servirão AO SENHOR, SEU DEUS, COMO TAMBÉM A DAVI, SEU REI, QUE LHES LEVANTAREI”.


A profecia diz que os judeus convertidos serviriam a Deus, o Pai, e a Jesus Cristo(‘a Davi, seu Rei, que lhes levantarei’), e é isto que Tiago confirma, quando diz:


“Tiago, SERVO DE DEUS, E DO SENHOR JESUS CRISTO, às doze tribos que andam dispersas, saúde”.


Evidentemente, a expressão “COMO TAMBÉM A DAVI, SEU REI”, prova a distinção entre o Pai e o Filho. O AT, mostra que esse rei profético, é Cristo(Ez 34:33; 37:24; Is 55:3-4; Zc 9:9). Aliás, Jeremias também mostra a distinção entre o Pài e o filho, quando diz:


“...e o seu governador sairá do meio deles, e o farei aproximar, E ELE SE CHEGARÁ A MIM; pois, quem de si mesmo se empenharia para chegar-se a mim? diz o Senhor. E ser-me-eis por povo, e eu vos serei por Deus”(Jr 30:21,22).


Esse texto é realçado e explicado por Daniel, Deus, Cristo e João, quando afirmam:


“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu UM COMO O FILHO DO HOMEM; E DIRIGIU-SE AO ANÇIÃO DE DIAS, E O FIZERAM CHEGAR A ATÉ ELE.


E FOI-LHE DADO o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”(Dn 7:13,14)


E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: OS REINOS DO MUNDO VIERAM A SER DE NOSSO SENHOR E DO SEU CRISTO, e ele reinará para todo o sempre”(Ap 11:15)


“Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança NO REINO DE CRISTO E DE DEUS”(Ef 5:5)


Ora, como o Filho poderia ser o Pai, se o Filho se chegaria até o Pai? Alguém pode chegar-se a si mesmo ou ir até si mesmo? Note o uso dos pronomes pessoais: “ELE”(a terceira pessoa do singular, “MIM”(Forma oblíqua tônica do pronome pessoal reto da primeira pessoa do singular EU); “EU”(Primeira pessoa do singular). Ora, como o Filho poderia ser o Pai, se o Pai deu-lhe o domínio, e a honra, e o reino? Disso entendemos a expressão “O TRONO DE DEUS E DO CORDEIRO”(Ap 22:1,3), mostrando que ambos governam juntos, assim como nós e Cristo reinamos juntos, sem que isso faça nós e Cristo nos tornarmos uma única pessoa, como lemos mais adiante:


“Ao que vencer lhe concederei que SE ASSENTE COMIGO NO MEU TRONO; ASSIM COMO EU VENCI, E ME ASSENTEI COM MEU PAI NO SEU TRONO”(Ap 3:21)



(b)Em Os 3:5, lemos:


“Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão AO SENHOR SEU DEUS, E A DAVI, SEU REI...”(Os 3:5).


A conjunção aditiva, usada no texto(‘e a’), não deixa dúvida da distinção entre o Pai e o Filho. Paulo confirma este relato profético, declarando:


“MAS CHEGASTES ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos;


À universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, E A DEUS, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;


E A JESUS, O MEDIADOR de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel”(Hb 12:22-24);


“Portanto, pode também salvar perfeitamente OS QUE POR ELE SE CHEGAM A DEUS, vivendo sempre para interceder por eles”(Hb 7:25)


“Não se turbe o vosso coração; CREDES EM DEUS, CREDE TAMBÉM EM MIM”(Jo 14:1)


(c)Em Fl 2:5-8, lemos:


“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,


Que, SENDO EM FORMA DE DEUS, , não teve por usurpação SER IGUAL A DEUS,


Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”(Fl 2:5-8).



Este texto esmaga o unicismo/sabelianismo/modalismo, já que afirma que Cristo, antes de assumir a forma humana, existia “em forma de Deus”. A palavra grega para “forma”, aqui no texto, é μορφή(morphé), que segundo o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “a forma que UMA PESSOA ou coisa atinge a visão”. Isso indica que Cristo, no céu, era uma pessoa. Sim. Em Jo 1:2, diz que na eternidade, “o Verbo ESTAVA COM DEUS”(Jo 1:1); e que “Ele estava no princípio com Deus”(Jo 1:2), e no v.14, lemos:



“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...”.


Então, aprendemos quatro coisas sobre o Filho de Deus, antes da criação:


(1)“...o Verbo ESTAVA COM DEUS”(Jo 1:1)


A palavra grega πρός(pros), aqui traduzida por “com”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa literalmente “NA PRESENÇA UM DO OUTRO”. O termo grego "pros", que parece traduzido como. com", em Jo 1:1-2, de acordo com o Léxico do Novo Testamento Grego/Português de F. W. Gingrich, significa "EM COMPANHIA DE". Também de acordo com o Dicionário Conciso Grego-Espanhol(1976), a palavra grega πρός(pros)significa “EM COMPANHIA DE; JUNTO A; AO LADO DE”. Logo, Cristo (o Verbo) não podia ser o Pai, se estava diante dEle, ao lado dEle, na companhia dEle, junto dEle. A expressão “UM DO OUTRO”, distingue o Pai e o Filho.


(2)”Ele estava no princípio com Deus”(Jo 1:2)


Isto é, Cristo preexistia antes da criação, ao lado de Deus. E o que Ele fazia no princípio com Deus? Paulo afirma, que, como Filho, Cristo criou todas as coisas e é herdeiro de toda a criação de Deus:


“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias PELO FILHO,


A QUEM CONSTITUIU HERDEIRO DE TUDO, E POR QUEM FEZ TAMBÉM O MUNDO”(Hb 1:1,2).


Então, desde a eternidade, ou desde o princípio da Criação, Cristo é o “herdeiro” de Deus. O que significa “herdeiro”? De acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, a palavra grega κληρονόμος(kléronomos), se refere aqui a Cristo como “AQUELE QUE RECEBE A SUA POSSE ATRIBUÍDA POR DIREITO DE FILIAÇÃO”. Em outras palavras, ao criar todas as coisas, por ser Filho de Deus, todas estas coisas lhe pertencem. No uso secular, o Dicionário Michaellis reza “herdeiro” por: “AQUELE QUE RECEBE bens por morte de ALGUÉM, seja por testamento ou por força da lei”. No caso, como pode alguém ser ao mesmo tempo “herdeiro” e “testador”? Um “testamento” é algo deixado por alguém para outro alguém, o que distingue “herdeiro”(um filho) do “testador”(o pai). Se Cristo, desde a eternidade, é “herdeiro” do Pai, Ele é aquele que recebe de alguém (uma pessoa – o Pai) essa herança, e esse alguém é o Pai; logo, ele não é o Pai.



E era uma pessoa divina, isto é, era Deus, ´pois existia “em forma de Deus”. Isto aponta para a preexistência de Cristo, no céu. Mas isto não indica que ele era Deus Pai, pois o texto continua a dizer que ele “não teve por usurpação SER IGUAL A DEUS”. Se Cristo fosse o Pai no céu, como poderia ser igual ao Pai? Como poderia ser igual a si mesmo? Isso não faria nenhum sentido. O Dicionário Michaellis define “igual” como “O QUE TEM A MESMA condição social, NATUREZA ou categoria”. A palavra grega ἴσον(son), aqui traduzida por “igual”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “igual em quantidade e qualidade; ASSUMIR A MESMA NATUREZA E O MESMO NÍVEL DE DEUS”.


(3)”E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...”.


Cristo, na eternidade, era um espírito, uma pessoa espiritual, que tomou corpo de carne e ossos. Isso indica que a expressão “o Verbo ESTAVA COM DEUS”, indica “um espírito estava com Deus”.


(4)”...e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”(Jo 1:1)


Isso indica sua distinção do Pai, por duas razões:


I - A palavra grega πρός(pros), aqui traduzida por “com”, de acordo com o Léxico Grego Do NT de J. H. Thayer, significa literalmente “NA PRESENÇA UM DO OUTRO”.


II- Os dois usos da palavra “Deus”, também distinguem Pai e Filho. Na expressão ('...e o Verbo estava com Deus', a palavra grega para ‘Deus’ é ton Θεόν(ho Theon)(o Deus); enquanto que na expressão “e o Verbo era Deus”, a palavra grega para ‘Deus” é “Θεὸς”(Theos).


(d)Em Jo 1:18, lemos:


“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está NO seio do Pai, esse o revelou”.


A preposição grega εἰς(eis), traduzida aqui por “no”, de acordo com o Dicionário Conciso Grego-Espanhol(1976), significa “AO LADO”. A tradução literal seria: “...O Filho unigênito, que está AO LADO(eis) do seio (ton kolpon) do Pai”


(e)Em Jo 17:5, lemos:


“E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”.


Veja o pronome “contigo” usado por Cristo. “Contigo”, significa, de acordo com o Dicionário Michaellis, significa “COM A PESSOA COM QUEM SE FALA, NA COMPANHIA DA PESSOA COM QUEM SE FALA, NA TUA COMPANHIA”. Logo, na eternidade, Cristo estava falando com a pessoa do Pai, estando em sua companhia. Isso distingue o Filho e o Pai.


(f)Em Jo 8:38, lemos:


“Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai”.


Cristo fala que o conhecimento que ele obteve na eternidade, e naquela época repassava aos judeus, era resultado daquilo que ele viu “junto” do Pai. A Concordância Exaustiva de Strong, afirma que a preposição grega παρὰ(para), aqui traduzida por “junto”, significa “AO LADO”. Sim, na eternidade, o Filho estava ao lado do Pai, e isso prova que o Filho não era e não é o Pai. Até o Dicionário Aurélio Online reza “junto” por “AO LADO, ACOMPANHADO”.


(g)Havia coisas que o Pai sabia, enquanto que o Filho não sabia:


Em Mc 13:32, lemos:


“MAS DAQUELE DIA E HORA NINGUÉM SABE, nem os anjos que estão no céu, NEM O FILHO, SENÃO PAI”.


Se havia coisas que o Pai sabia, enquanto que o Filho não sabia, logo, o Filho não podia ser o próprio Pai.


(h)O Pai é o cabeça do Filho, assim como o homem é o cabeça da mulher:


Em 1 Co 11:3, lemos:


“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; E DEUS A CABEÇA DE CRISTO”.


O substantivo grego κεφαλή(kephalé) aqui traduzido três vezes por “cabeça”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “CHEFE, proeminente; de pessoas, mestre, senhor”. E isso indica, que assim como dentro do casamento, o homem é o chefe, o senhor de sua esposa, sem que ela deixe de ser igual a ele em natureza, e distinta na posição;~da mesma forma, dentro da Divindade, o Pai age como líder, chefe e senhor de Cristo(que é chamado de seu servo[Fl 2:7; Is 52:13], e isso o distingue de seu Filho. A comparação entre o Pai e o Filho, junto a comparação ao homem e a mulher, mostra tratar-se de pessoas distintas, tanto no caso da Divindade, como da humanidade. Homem e mulher não são uma só pessoa. Da mesma forma ocorre com o Pai e o Filho.


(i)O Filho se sujeitará ao Pai.


Em 1 Co 15:28, lemos:


“E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também O MESMO FILHO SE SUJEITARÁ ÀQUELE QUE TODAS AS COISAS LHE SUJEITOU, para que Deus seja tudo em todos”.


A sujeição, envolve a existência de duas ou mais pessoas distintas:


"...E SEDE SUJEITOS UNS AOS OUTROS..."(1 Pd 5:5)


Se o Filho é o próprio Pai, como poderia se sujeitar a si mesmo?



(j)O Filho intercede por nós ao Pai.


Em Rm 8:34, Hb 7:25; 1 Jo 2:1, lemos:



“Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, E TAMBÉM INTERCEDE POR NÓS”(Rm 8:34)



“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER POR ELES”(Hb 7:25)



“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”(1 Jo 2:1)


Estes textos destroçam o sabelianismo. Pois sabemos que apenas uma pessoa real pode fazer intercessão por pessoas(Dt 3:23; Et 8:3; At 19:31). Sim, estes textos destroçam o sabelianismo, por vários motivos:


(i)O substantivo grego Παράκλητον(Paraklēton), que aparece em 1 Jo 2:1, traduzido por “um advogado”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “Quem invoca a causa de outra pessoa perante um juiz, um advogado, ALGUÉM QUE INVOCA A CAUSA DE OUTRO COM ALGUÉM, um intercessor”. Logo, um advogado é alguém(alguma pessoa) que invoca a causa de um réu com alguém, isto é, uma outra pessoa; Logo, o Filho não é o Pai.


(ii)Paulo usa um pronome pessoal “Ele”, para se referir ao Filho, em Hb 7:25.



(iii)Paulo diz que por meio do Filho, as pessoas se chegam ao Pai. Ele é o caminho que leva o homem ao Pai(Jo 14:6). O caminho que leva você a alguém não pode ser você mesmo. Logo, o Filho não é o Pai.



(iv)O verbo grego ἐντυγχάνω(entugchanó) em Rm 8:34 e Hb 7:26, traduzido por “interceder”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA, ESPECIALMENTE PARA FINS DE CONVERSA, CONSULTA OU SÚPLICA”. Claro que “conversar”, “consultar” e “suplicar” são atos pessoais, feitos por uma pessoa. E se interceder, pelo grego, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA”, lógico e claro está que o Filho está indo até uma pessoa – a pessoa do Pai, para conversar com ela, consultá-la ou suplicar a ela por alguém. Logo, o Filho não é o Pai.



Os sabelianos tem se utilizado de argumentos de outros unitaristas (dos testemunhas de jeová), argumentando sobre a intercessão do Filho ao Pai, afirmando: “Se Jesus fosse o Deus Todo Poderoso, e distinto do Pai, por que razão ele oraria ao Pai? Uma pessoa divina orando a outra?”. Todavia, além de ser Deus, Jesus também era homem, e como tal, orou ao seu Pai. Isto indica que ele precisava orar, algo que é necessário para o homem, mas não é para Deus. Orar é uma das coisas que Deus não pode fazer, mas que o homem pode, e Jesus era homem, e por isso orava ao seu Pai(Mc 1:35-39; Mt 14:23; Lc 6:12). Como homem, Jesus orava a seu Pai, entretanto, como Deus, recebe a oração de todos os homens (1 Co 1:2) e somente Deus pode ouvir a oração de todos os homens, logo, Jesus é Deus, pois ouvia e ouve as orações de todos os santos. O mártir Estevão foi um destes que orou a Deus(At 7:58,59).



Agora o conceito de “interceder” não é exatamente o mesmo que “orar”, visto que, aludindo a Cristo, como nosso intercessor, o verbo grego ἐντυγχάνω(entugchanó) em Rm 8:34 e Hb 7:26, traduzido por “interceder”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA, ESPECIALMENTE PARA FINS DE CONVERSA, CONSULTA OU SÚPLICA”. O Dicionário Michaellis Online reza “interceder” por “Pedir, rogar por outrem ou por alguma coisa”. Interceder, é mais que orar, é pedir por alguém, e nesse sentido, o Filho e o Espírito Santo fazem por nós, diante de Deus.



(l)Em certo sentido, o Pai era maior que Jesus:


Em Jo 14:28, lemos:


“Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; PORQUE MEU PAI É MAIOR DO QUE EU”.


A condição de ser "maior", é uma condição que envolve uma comparação entre uma pessoa e outra(Mt 23:11; Lc 7:28; Jo 13:16; Jó 33:12; Lc 22:24).


Alguém pode ser maior que si mesmo?


(m)O Filho conversava com o Pai(Mt 3:16,17; 17:1-5; 12:27-30; 2 Pd 1:17). Uma pessoa pode conversar consigo mesmo? Conversar não é fazer monólogos.


(n)Em Hb 1:1-2, assim como no AT, os profetas eram porta-vozes do Pai, no NT, o Filho o é. Logo, o Filho não pode ser o Pai, porque ninguém pode ser porta-voz de si mesmo.


(o)Em Hb 1:1-2, o Filho é o Herdeiro de Deus. Isto exige a existência de duas pessoas – o testador e o herdeiro. Ambas as posições não podem ser exercidas pela mesma pessoa. Logo, o Filho não é o Pai


(p)O Filho veio fazer a vontade do Pai, não a sua(Jo 5:30; 6:38). Isso implica duas vontades, e, portanto, duas personalidades. Logo, o Filho não é o Pai.


(q)Em Lc 2:22, lemos:


“E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, PARA O APRESENTAREM AO SENHOR”.


Este texto esmaga o sabelianismo, por alguns motivos:


(i)José e Maria seriam muito ingênuos ou estultos, ao apresentarem Jesus ao Pai, se cressem que o menino Jesus sozinho constituía o ser de Deus. Logo, Jesus não era o Pai.


(r)No nascimento de Jesus, os anjos e os homens continuaram a reconhecer o Pai no céu(Lc 2:7-16); Seria muita ignorância e ingenuidade deles, se pensassem que o menino Jesus sozinho constituía o ser de Deus. Logo, o Filho não podia ser o Pai.


(s)No anuncio do nascimento de Jesus, mesmo Maria sabendo que o Filho de Deus nasceria dela, continuou a reconhecer o Pai no céu como Deus e Salvador(Lc 1:46-55). Seria muita ignorância ou ingenuidade dela, se pensasse que o menino Jesus sozinho constituía o ser de Deus. Logo, o Filho não podia ser o Pai.


(t)Em Ap 5:6-7, lemos:


“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos UM CORDEIRO, COMO HAVENDO SIDO MORTO, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.


E VEIO, E TOMOU O LIVRO DA DESTRA DO QUE ESTAVA ASSENTADO SOBRE O TRONO”.


Estes texto destroça o sabelianismo pelos seguinte motivo:



O Filho de Deus (o Cordeiro), foi visto por João, indo até o Pai, que estava no trono, e tomando o livro dEle.


Alguém pode ir até si mesmo e tomar algo de si mesmo?



(u)Em Jo 15:24, lemos:



“Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado; mas agora, viram-nas E ME ODIARAM A MIM E A MEU PAI”. Somente pessoas podem ser vítimas de ódio de outras pessoas(Mt 24:9; Jo 17:14; 1 Jo 4:20; Lc 6:22; 19:14). A expressão “e me odiaram a mim e a meu Pai” indicam duas pessoas distintas, e isso mostra que o Filho não é o Pai. Ademais, a expressão "me odiaram a mim e a meu Pai', mostra que o Pai e o Filho foram alvos de um sentimento, o que configura suas personalidades, pois como uma função ou um papel podem sentir o ódio que as pessoas lhe devotam?


(v)O Pai enviou o Filho.


Em Jo 17:18, lemos:


"Assim como TU ME ENVIASTE AO MUNDO, também EU os enviei ao mundo".


O uso dos pronomes pessoais "TU"(a 2ª pessoa do singular), e "EU"(a 1ª pessoa do singular), indicar tratar de duas pessoas distintas. Assim, como Cristo, ao enviar os apóstolos ao mundo, se distingue deles, da mesma forma, quando o Pai o enviou ao mundo, se distingue dEle.


Evidentemente, Somente pessoas podem enviar outras pessoas(Jo 20:21; Nm 13:1-2), indicando que Pai e Filho são pessoas. Esse fato (Deus, o Pai, enviar o Filho) é descrito pelo profeta, que diz:


“Exulta, e alegra-te ó filha de Sião, PORQUE EIS QUE VENHO, E HABITAREI NO MEIO DE TI, DIZ O SENHOR

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E naquele dia muitas nações se ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo, e habitarei no meio de ti E SABERÁS QUE O SENHOR DOS EXÉRCITOS ME ENVIOU A TI”(Zc 2:11);


Este texto destroça o sabelianismo, pelas seguintes razões:


(i)O Senhor diz que viria e habitaria no meio dos judeus, se referindo ao Filho de Deus(Mt 15:24; Jo 1:11)


(ii)Contudo, o Senhor, que disse que que viria e habitaria no meio dos judeus (se identificando como o Filho de Deus), afirma que seria enviado pelo “Senhor”. Logo, a primeira pessoa que se menciona como “o Senhor”, é distinta da outra pessoa (a segunda pessoa mencionada no texto como ‘o Senhor’), uma vez que Ela se menciona como sendo enviada pelo Senhor. Quem é o “Senhor” que viria habitar entre os judeus e foi enviado pelo Senhor? O Filho!(Jo 3:16-17; Gl 4:4; 1 Jo 4:9,10,14; Rm 8:3). E quem é o “Senhor” que iria enviar o “Senhor” para os judeus? O Pai!(Jo 3:16-17; 5:36; 17:1-3; Gl 4:4; 1 Jo 4:9,10,14; Rm 8:3). Logo, antes da encarnação do Filho de Deus, dentro da eternidade, temos duas pessoas distintas e có-iguais em natureza, dentro da Divindade, chamadas de “o Senhor” – uma enviando a outra, isto, o Pai enviando o Filho, Logo, o Pai não é o Filho. No NT, Pai e Filho são chamados de "Senhor"(Mt 11:25; Fl 2:11), embora haja "um só Senhor"(Ef 4:5).
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(2)O Filho não é o Espírito Santo


(a)O Filho enviou o Espírito Santo.


Em Jo 15:26, lemos:


“Mas, quando vier o Consolador, que EU DA PARTE DO PAI VOS HEI DE ENVIAR, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim”.


Esse texto destroça o sabelianismo, pelos seguintes motivos:


(i)sabemos que somente pessoas podem enviar pessoas!(Jo 20:21; Nm 13:1-2) ou testificar delas(Jo 2:25)


(ii)O Dicionário Informal Online traduz “testificar” por “Dar testemunho de”. Dar testemunho é “testemunhar”, e o “Dicionário Aurélio Online”, reza “testemunhar” como: “Servir de TESTEMUNHA...”. E o que viria a ser uma “testemunha”? O mesmo Aurélio diz: “PESSOA essa que relata o que viu ou ouviu..”.


(iii)Logo, quando se fala do Espírito Santo como testificando do Filho, se prova com isso que esse Espírito é uma pessoa.


(iv)Os pronomes pessoais "Eu"(1ª pessoa do singular) e "ele"(3ª pessoa do singular), indicam que o Filho e o Espírito Santo são duas pessoas.



(b)O Espírito Santo é o substituto de Jesus.


Em Jo 14:16-17, lemos:


“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará OUTRO CONSOLADOR, para que fique convosco para sempre, o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”.


Esta expressão “’outro Consolador”, no texto grego “ἄλλον Παράκλητον”(allon Paraklēton) esmaga o Sabelianismo, por quatro motivos:


(i)O adjetivo grego “ἄλλον”(allon), de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, “DENOTA DISTINÇÃO DE INDIVÍDUOS”, mostrando que o outro Consolador(o Espírito Santo) não é a mesma pessoa que o primeiro Cosolador(Paraklēton) – Jesus - pois Jesus também é chamado de Παράκλητον”(Paraklēton) em 1 Jo 2:1.


(ii)O substantivo grego Παράκλητον(Paraklēton), que aparece em Jo 14:16, traduzido por “Consolador”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “Quem invoca a causa de outra pessoa perante um juiz, um advogado, ALGUÉM QUE INVOCA A CAUSA DE OUTRO COM ALGUÉM, um intercessor”. Destas definições aprendemos mais duas coisas:


(iii)Que o Espírito Santo é “ALGUÉM”, que segundo o Dicionário Aurélio de Português Online, significa “UMA PESSOA”. Jesus e o Espírito Santo são pessoas que intercedem por nós ao Pai. Só que o Espírito Santo não é o mesmo intercessor que Jesus é. Ele é um outro intercessor, distinto dele. Por isso, Paulo diz:


“...mas o mesmo Espírito INTERCEDE POR NÓS com gemidos inexprimíveis”(Rm 8:26)


(iv)O próprio Jesus e Paulo afirmaram que enquanto o Espírito Santo estivesse presente com a Igreja(Jo 14:16), ele estaria ausente na Terra, antes de sua segunda vinda(Lc 22:19; 1 Co 11:24,26), logo, o Filho não o Espírito Santo.



(v)O verbo grego ἐντυγχάνω(entugchanó) em Rm 8:34 e Hb 7:26, traduzido por “interceder”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA, ESPECIALMENTE PARA FINS DE CONVERSA, CONSULTA OU SÚPLICA”. Claro que “conversar”, “consultar” e “suplicar” são atos pessoais, feitos por uma pessoa. E se interceder, pelo grego, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA”, lógico e claro está que o Filho de Deus está indo até uma pessoa – a pessoa do Pai, para conversar com ela, consultá-la ou suplicar a ela por alguém. Logo, o Filho não é o Pai.


(vi)Como já dissemos. o Espírito Santo é o "outro Consolador'(Jo 14:16), não o mesmo Consolador que estava com eles - Jesus(1 Jo 1:1-2; 2:1). O DICIONÁRIO AURÉLIO(1988) define "outro" como "DIVERSO DO PRIMEIRO, DIFERENTE DE PESSOA ou coisa especificada".



(c)O Espírito ouve o que Jesus tem para lhe dizer.


Em Jo 16:13-15, lemos:


“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, MAS DIRÁ TUDO O QUE TIVER OUVIDO, e vos anunciará o que há de vir.


Ele me glorificará, PORQUE HÁ DE RECEBER DO QUE É MEU, E VO-LO HÁ DE ANUNCIAR.


Tudo quanto o Pai tem é meu; POR ISSO QUE VOS DISSE QUE HÁ DE RECEBER DO QUE É MEU E VO-LO HÁ DE ANUNCIAR”.


Isso indica que Jesus conversa ou fala com o Espírito Santo, e que o Espírito Santo recebe de Jesus a sua doutrina. Alguém pode conversar com si mesmo ou receber algo de si mesmo?.


(d)Pode-se blasfemar contra Jesus e se obter perdão, enquanto quem blasfemar contra o Espírito Santo, não tem perdão.


Em Mt 12:32, lemos:


“E, SE ALGUÉM DISSER ALGUMA COISA CONTRA O FILHO DE DO HOMEM, SER-LHE-Á PERDOADO; MAS, SE ALGUÉM FALAR CONTRA O ESPÍRITO, NÃO LHE SERÁ PERDOADO; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro”.


Isso mostra não serem a mesma pessoa, pois enquanto um dos ladrões pregados na cruz, que insultava Jesus(Mt 27:43-44), foi depois perdoado e salvo por ele(Lc 23:39-43), os que blasfemam contra o Espírito Santo, não podem ser perdoados.
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(e)O Filho foi ungido com o Espírito Santo.


Em cumprimento a profecia de Is 11:1-2, o Filho de Deus foi ungido (‘batizado’) com o Espírito Santo, por ocasião do batismo, quando este pousou sobre Ele(Mt 3:16; 1:10; Lc 3:21-22). Nessas narrativas, O Filho de Deus viu o Espírito descendo sobre Ele(Mt 3:16), o que logo de início o distingue do Espírito. Jesus não viu a si mesmo descendo sobre si mesmo, como um espírito, porque ele se fez carne(Jo 1:14; Hb 10:5). Ele não podia ser o Espírito Santo. Ele é chamado de ‘o Ungido”(Is 61:1; Lm 4:20; At 4:26), enquanto que o Espírito Santo é chamado de “o óleo”(Hb 1:8-9) e de “unção”(1 Jo 2:27). “Ungido” não pode o objeto que é derramado sobre a sua cabeça. “Ungido” não pode ser a própria “unção”, o óleo.


(f)O Filho de Deus batiza com o Espírito Santo


Em Jo 1:33, lemos:


“E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar”.


Esse texto complica a situação do Sabelianismo. Se Jesus fosse o Espírito Santo, João o conheceria, pois desde o ventre de sua mãe, ele era cheio do Espírito Santo(Lc 1:15). Logo, Jesus não era o Espírito Santo.


Ademais, o Espírito Santo foi a pessoa usada por Jesus, para batizar o seu povo. Um instrumento de uma pessoa, não pode ser a própria pessoa que o usava.


(g)O Filho de Deus foi enviado antes que o Espírito Santo fosse enviado:


Em Jo 3:16, lemos:


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.


Mas em Jo 7:39, lemos:


“E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; PORQUE O ESPÍRITO SANTO AINDA NÃO FORA DADO, POR JESUS AINDA NÃO TER SIDO GLORIFICADO”.


Se o Filho de Deus foi enviado antes que o Espírito Santo fosse enviado, logo, o Filho de Deus não podia ser o Espírito Santo.


(h)Os samaritanos haviam recebido Jesus, mas ainda não haviam recebido o Espírito Santo(At 8:14-17), logo, o Filho não era o Espírito Santo.


(i)Em, Ap 14, lemos que o Cordeiro de Deus é mencionado como assistindo o tormento dos maus, enquanto o Espírito Santo fala do céu:


“Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; E SERÁ ATORMENTANDO COM FOGO E ENXOFRE DIANTE DOS SANTOS ANJOS E DIANTE DO CORDEIRO.


E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.


Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.


E OUVÍ UMA VOZ DO CÉU, QUE ME DIZIA: ‘ESCREVE: BEM-AVENTURADO OS M ORTOS QUE DESDE AGORA MORREM NO SENHOR’. ‘SIM, DIZ O ESPÍRITO, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem’”(Ap 14:10-13).


Este texto refuta o sabelianismo, pois mostra que quem falava com João, não era o Filho, mas o Espírito Santo.


(i)O Espírito Santo é mencionado como estando com os discípulos para sempre(Jo 14:16), enquanto que o Filho é descrito como ausente deles(1 Co 11:26), por estar contido lá no Céu até o ultimo dia(At 3:19-21). Logo, o Filho não é o Espírito Santo.


3. O Espírito Santo não é o Pai.


(a)O Pai ainda estava no céu, e ainda não tinha descido, enquanto o Espírito Santo já havia descido, e já estava sobre Moisés


Em Nm 11:17,25, lemos:



“Então EU DESCEREI e ali falarei contigo, E TIRAREI DO ESPÍRITO QUE ESTÁ SOBRE TI, e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que tu não a leves sozinho... Então O SENHOR DESCEU NA NUVEM, e lhe falou; E, TIRANDO DO ESPÍRITO, QUE ESTAVA SOBRE ELE, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais”.



Quando o Pai ainda estava no céu, e ainda não tinha descido, o Espírito Santo já havia descido, e já estava sobre Moisés. Isso prova que o Pai não é o Espírito Santo. Ademais, o Pai usa do Espírito Santo como um instrumento, retirando-o de alguém, e colocando sobre setenta pessoas. Um instrumento de uma pessoa não pode ser a própria pessoa.


(b)O Pai envia o Espírito Santo.


Em Jo 14:26, lemos:


“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, QUE O PAI ENVIARÁ em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.


Alguém pode enviar a si mesmo? Somente pessoas podem enviar pessoas!(Jo 20:21; Nm 13:1-2).


(c)O Espírito Santo intecede por nós ao Pai.


Em Rm 8:26-27, lemos:


“...mas O MESMO ESPÍRITO INTERCEDE POR NÓS com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é A INTENÇÃO DO ESPÍRITO; E É ELE QUE SEGUNDO DEUS INTERCEDE PELOS SANTOS”.


Esse texto esmaga o sabelianismo por três motivos:


(i)Ele diz que O MESMO ESPÍRITO INTERCEDE POR NÓS. E sabemos que apenas uma pessoa real pode fazer intercessão por pessoas(Dt 3:23; Et 8:3; At 19:31)


(ii)Paulo diz que Deus Pai sabe qual é a “intenção” do Espírito. O substantivo grego φρόνημα(phronéma), traduzido aqui por “intenção”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “O QUE SE TEM EM MENTE, OS PENSAMENTOS E PROPÓSITOS”. Isso prova que o Espírito Santo tem uma mente, raciocina e planeja, provas evidentes de que Ele é uma pessoa.


(iii)Paulo usa o pronome pessoal “ELE”, a terceira pessoa do singular. Isso também mostra ser o Espírito Santo uma pessoa distinta do Pai, quando intercede por nós a Ele.


(iv)O verbo grego ἐντυγχάνω(entugchanó) em Rm 8:27, traduzido por “interceder”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA, ESPECIALMENTE PARA FINS DE CONVERSA, CONSULTA OU SÚPLICA”. Claro que “conversar”, “consultar” e “suplicar” são atos pessoais, feitos por uma pessoa. E se interceder, pelo grego, significa “IR OU CONHECER UMA PESSOA”, lógico e claro está que o Espírito está indo até uma pessoa – a pessoa do Pai, para conversar com ela, consultá-la ou suplicar a ela por alguém. Logo, o Espírito Santo não é o Pai.



QUINTA PARTE- DEBULHANDO TODOS OS ARGUMENTOS SABELIANOS CONTRA A DISTINÇÃO DE PESSOAS DA TRINDADE



(1)Textos citados pelos sabelianos para provar que o Filho é o Pai


(a)Em Jo 14:6, lemos:


“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”,


O sabeliano diz: “Jesus não falou ‘ninguém vai ao Pai. Ele disse: ‘ninguém vem ao Pai, senão por mim’”.


Resposta: O texto está apenas dizendo que quando alguém vem ao Pai, o vem, a não ser pelo Filho, por ser ele o caminho que nos leva ao Pai:


“Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,


Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,


E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.


E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;


Porque POR ELE TEMOS ACESSO AO PAI em um mesmo Espírito”(Ef 2:13-18)


“Portanto, pode também salvar perfeitamente OS QUE POR ELE SE CHEGAM A DEUS, vivendo sempre para interceder por eles”(Hb 7:25)


(b)Jo 14:7-9, lemos:


“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.


Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.


Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”.


O sabeliano diz: “Perceba que o Filho estava falando: ‘vocês o conhecem’, ‘vocês o tem visto’, ou seja, ‘Eu sou o Pai’”.


Resposta: (a)Os textos mostram simplesmente duas coisas: (1)Que através de Cristo, os discípulos conheciam o Pai(Mt 11:27), conforme ele mesmo explica:


“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, ESSE O REVELOU”(Jo 1:18)


(b)Que através de Cristo, os apóstolos “vêem” ao Pai, não porque ele seja o próprio Pai, mas porque ele é “A EXPRESSA IMAGEM DA SUA PESSOA”(Hb 1:3), uma vez que o Filho é “imagem do Deus invisível”(Cl 1:15). A palavra grega para “imagem”, usadas em Hb 1:3 e Cl 1:15 é o substantivo grego χαρακτήρ(charaktér), de vem a nossa palavra “caráter”. Esta palavra se refere ao ser interior, não ao ser exterior, ou físico, e deste modo, não se referia a “carne” de Cristo, mas a natureza interna, a natureza divina de Cristo, como a 2ª pessoa da Trindade. Assim, de acordo com todo o contexto de Jo 14:7-9, os discípulos “viam” o “caráter”(a imagem) de Deus (ou viam a Deus Pai) através das obras e palavras de Jesus(Jo 14:10-11), não corporalmente, uma vez que o Pai era um “ESPÍRITO”(Jo 4:24), e “UM ESPÍRITO NÃO TEM CARNE NEM OSSOS”(Lc 24:39).


O próprio contexto de Jo 14:7-9, mostra que Jesus afirmara ser distinto do Pai:


“E EU ROGAREI AO PAI, e ele vos dará outro Consolador...”(João 14:16)


E no v.23, lemos:


“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, E VIREMOS e viremos para ele, E FAREMOS nele morada”(Jo 14:23).


As expressões “viremos” e “faremos” subentendem ‘nós” – a 1ª pessoa do plural.



(c)Em Jo 10:30, Jesus diz: “Eu e o Pai somos um”.


Resposta: (i)O sabeliano, cita este texto, e dispara: “Jesus está dizendo: ‘Eu eu o Pai somos uma mesma pessoa”. Porém, o plural vebal “somos”, subentende “nós”, portanto duas pessoas. (b)O contexto do verso mostra que esta unidade não na mesma personalidade, mas na igualdade de poder, ou seja, na natureza:


“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai”)Jo 10:28,29)


Em outras palavras – assim como ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão do Pai, tampouco ninguém as pode arrebatar da mão do Filho.


(ii)O adjetivo grego εἷς(heis) aqui traduzida por “um”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, se refere a “SER UNIDO MAIS ESTREITAMENTE (EM VONTADE, ESPÍRITO)”. Portanto, o Pai e o Filho são “um”, não no sentido de serem uma só pessoa, mas de estarem unidos na mesma vontade e no mesmo espírito, isto é – não deixarem que ninguém arrebate as ovelhas de suas mãos. O mesmo adjetivo grego εἷς(heis) é usado em 1 Co 3, onde lemos:


Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um”(1 Co 3:6-8)


“Um” aqui em 1 Co 3:8, é o adjetivo grego εἷς(heis). Será que Paulo e Apolo eram a mesma pessoa? Não, não eram. Mas eram unidos no propósito do crescimento do evangelho. Outro lugar onde o adjetivo grego εἷς(heis) é usado é Mt 19:5, onde lemos:


“E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só [εἷς] carne”.


São homem e mulher, depois de casados, uma só pessoa? Não, mas são unidos no propósito do casamento.


Se Jesus quisesse dizer que era o Pai, teria dito: “Eu e o Pai sou um”.


(d)Jesus é chamado de ‘Pai da eternidade”(Is 9:6)


Resposta: (a)A expressão “Pai da eternidade”, não é a mesma coisa que dizer ‘o Pai”, ou “Deus Pai”. A expressão indica apenas que do Messias (do Filho de Deus) procede a eternidade, como lemos em Mq 5:2, onde é dito que Ele é aquele “cujas saídas são desde os tempos antigos, DESDE OS DIAS DA ETERNIDADE”; ou como disse Paulo:


“...ele é antes de todas as coisas”(Cl 1:17)


“Mas, do Filho, diz: Ó DEUS, O TEU TRONO SUBSISTE PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS; Cetro de equidade é o cetro do teu reino.


Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.


E: TU, SENHOR, NO PRINCÍPIO FUNDASTE A TERRA, E OS CÉUS SÃO OBRA DE TUAS MÃOS.


Eles perecerão, MAS TU PERMANECERÁS; E todos eles, como roupa, envelhecerão,


E como um manto os enrolarás, e serão mudados. MAS TU ÉS O MESMO, E OS TEUS ANOS NÃO ACABARÃO”(Hb 1:8-12).


Assim como o Filho de Deus é chamado de “Pai da eternidade”, para se afirmar que nEle e dEle, está e procede toda a eternidade; de Deus Pai se diz que Ele é “o Pai das luzes”(Tg 1:17), para se afirmar que nEle está e procede toda a luz, uma vez que “Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas”(1 Jo 1:5)


Portanto, é preciso entender que quando o profeta diz que o Filho seria chamado de "Pai da eternidade", ele estava apenas afirmando que os outros profetas e os apóstolos afirmariam que Ele era Eterno, anterior a todas as coisas e Criador(Mq 5:2; Jo 1:1-3; Cl 1:15-17; Hb 1:8-12)


(b)Outra coisa a salientar, o texto de Is 9:6 diz:


“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, E SE CHAMARÁ O SEU NOME: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, PAI DA ETERNIDADE, Príncipe da Paz”.


E isso nos leva a fazer as seguintes considerações:



(i)O termo o substantivo hebraico אֲבִיעַ֖ד(aḇîaḏ), traduzido aqui por “Pai da eternidade”, de acordo com o Léxico Hebraico do AT de Briggs, Driver e Brown, tem como significados “DE EXISTÊNCIA CONTÍNUA”, “PARA SEMPRE; DA EXISTÊNCIA DIVINA”; e “o Léxico Hebraico Inglês: Contendo Todas as Palavras do Antigo Testamento”, de Selig Newman, também significa “DE TODAS AS ERAS ETERNAS”; e o Léxico hebraico e Inglês Sem Pontos: no Qual As Palavras Hebraicas do Antigo Testamento São Explicadas”, de John Parkhurst, reza o substantivo hebraico אֲבִיעַ֖ד(aḇîaḏ), por “ETERNIDADE VINDOURA”, se referindo a Cristo como o “PAI DAS FUTURAS ERAS”; e assim, todas estas definições lexicógrafas, indicando que o Filho de Deus preexiste desde toda a eternidade e que nunca deixará de existir (ou seja, Ele é o Eterno), não que ele seja o Deus, o Pai.Aliás, o título “Deus Forte”, que no mesmo texto de Is 9:6, é dado a Ele, como Filho de Deus, é dado também ao Pai em Is 10:20-21), indicando que Ele é igual ao Pai, não que Ele seja o Pai.



(1)Textos citados pelos sabelianos para provar que o Filho é o Espírito Santo



(a)Em Jo 14:17, lemos:



‘O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”;



Resposta: (a)O sabeliano diz: ‘Quem eles conheciam e habitava com eles, era Jesus, logo, o Espírito Santo era Jesus. Esta interpretação está errada. O verbo grego ἐνμένω(menó), aqui traduzido por “habita”, de acordo com o Léxico Grego do NT de J. H. Thayer, é usado com relação ao Espírito Santo como “dativo da PESSOA”. De acordo com o Dicionario Informal Online, ‘dativo’ significa “PRÓPRIO AO ATO DE DAR’, indicando que o Espírito Santo, como pessoa doadora, estava concedendo algo às pessoas naqueles eventos, onde ele usava Jesus.



(b)Eles sabiam que o Espírito habitava com eles, pelos seguintes motivos: (i)Por saberem que os profetas falarem de Jesus(Jpo 1:45), e consequentemente, os mesmos profetas anunciaram que durante o ministério de Jesus, o Espírito Santo estaria sobre ele)Sl 45:7; Is 11:1-2). (ii)O próprio Filho de Deus afirmou que realizava milagres através do Espírito Santo(Mt 12:28). Isto mostra que o Espírito Santo estava presente no ministério de Jesus, concedendo-lhes poderes para curar pessoas(Mt 12:15-18), e quando Jesus afirmou que o Espírito o ajudava a expulsar demônios, ali estavam presentes os apóstolos, ouvindo esta afirmação(Mt 12:1-2,49); Portanto, eles tomaram conhecimento daquelas palavras de Jesus. (b)O Espírito Santo estava com eles, ao presenciarem os milagres que Jesus fazia pelo Espírito, mas não habitava dentro deles, pois o final do texto, diz: “...E ESTARÁ EM VÓS”.



(b)Em Jo 14:18, lemos:


“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”.


Resposta: O sabeliano diz desse texto: ‘Jesus está prometendo voltar como Espírito Santo, no dia de Pentecostes’. Na realidade, Jesus, aqui, se refere à sua aparição aos discípulos após a ressurreição:



“Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, MAS VÓS ME VEREIS; porque eu vivo, e vós vivereis”(Jo 14:19)


(c)Em 2 Co 3:16, lemos:


“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”.



O sabeliano conclui: Paulo está afirmando que o Espírito Santo é o próprio Filho de Deus.



Resposta: O Espírito é aqui chamado de “SENHOR”, no sentido de ser Deus, não der ser Jesus. Jesus, após a ressurreição negou ser “um espírito”, ao afirmar que “um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”(Lc 24:39). Ademais, como Mediador entre Deus e os homens, Paulo disse, se referindo a Cristo no céu:


“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, JESUS CRISTO HOMEM”(1 Tm 2:5).


Jesus Cristo, nos céus, como nosso Mediador, é um homem, com um glorificado corpo de carne e osso, não um espírito. Logo, ele não pode ser o Espírito Santo.



SEXTA PARTE – A IGREJA PÓS-APOSTÓLICA ENSINOU A TRINDADE:



(1)Justino Mártir(89-165),disse:


“Cultuamos o Criador do Universo... Honramos também Jesus Cristo E O COLOCAMOS EM SEGUNDO LUGAR, assim como o Espírito profético, QUE POMOS NO TERCEIRO”(Primeira Apologia [150 d.C]; 13:1,3).



(2)Irineu(130-200), disse:



“Também nós, fomos criados por Ele com tudo o que o mundo encerra. E é dEle que a Escritura afirma: ‘Deus plasmou o homem, tirando-o do lodo e soprando-lhe no rosto o álito da vida. Portanto, não foram os anjos que nos plasmaram – os anjos não poderiam fazer uma imagem de Deus – nem outro qualquer que não fosse o Deus verdadeiro, nem uma Potência que estivesse afastada do Pai de todas as coisas. Nem Deus precisava deles para fazer o que em Si mesmo já tinha decretado fazer, como se Ele não tivesse mãos! Desde sempre, de fato, ELE TEM JUNTO DE SI O VERBO E A SABEDORIA, O FILHO E O ESPÍRITO. É POR MEIO DELES E NELES QUE FEZ TODAS AS COISAS E É A ELES QUE SE DIRIGE, QUANDO DIZ: ‘FAÇAMOS O HOMEM À NOSSA IMAGEM E SEMELHANÇA”(Contra Heresias [180 d.C]; IV; 20:1).



“Glória à toda A SANTÍSSIMA TRINDADE E UMA DIVINDADE: PAI, FILHO E TODO-PROVIDENTE ESPÍRITO SANTO, para sempre, Amém"(Demonstração da Fé Apostólica, Oração)



(3)Clemente de Alexandria(155-225), diz:


“Quanto ao que A SANTÍSSIMA TRINDADE significa, nada mais eu sei, exceto que O TERCEIRO É O ESPÍRITO SANTO, E O SEGUNDO É O FILHO, pelo qual todas as coisas foram feitas de acordo com a vontade do Pai"(Stromata[195 d.C], V,14).


(4)Tertuliano(160-230), diz:


“HÁ UMA TRINDADE DE UMA SÓ DIVINDADE: O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO”(De Pudicitia [205 d.C]; 21).


(5)Hipólito(169-250), disse:


“O homem, portanto, embora ele não queira, vê-se obrigado a reconhecer DEUS O PAI ONIPOTENTE, E CRISTO JESUS, O FILHO DE DEUS, que sendo Deus, se fez homem, e a Ele o Pai sujeitou todas as coisas, excetuando-se o próprio Pai; e o Espírito Santo; E QUE ESTES, PORTANTO, SÃO TRÊS”(Contra Noécio, 8).


(6)Orígenes(185-254), disse:


“NÓS, PORÉM, ESTAMOS CONVICTOS DE QUE HÁ REALMENTE TRÊS PESSOAS: O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO”(Comentário Sobre o Evangelho de João).


“Os benefícios divinos nos são concedidos pelo Pai, Filho e Espírito Santo, SENDO A TRINDADE A FONTE DE TODA A SANTIDADE"(Dos Princípios, I; 4:2).


(7)Cipriano(200-258), diz:


“ELE (Cristo) SUGERE A TRINDADE, durante o sacramento quando as nações são batizadas”(Epístola a Jubiano, 72:5).



SEXTA PARTE – A IGREJA PÓS-APOSTÓLICA CONDENOU O SABELIANISMO-MODALISMO-UNICISMO COMO HERESIA


(a)Tertuliano(160-230), diz:


“De diversas maneiras o demônio mostra sua hostilidade à verdade. Pretende por vezes golpeá-la simulando defendê-la. Ele defende a unidade de Deus, o onipotente Criador do Universo, com o fim exclusivo de torná-la herética, AFIRMA QUE O PRÓPRIO PAI DESCEU, SOFREU; QUE O PAI, EM SUMA, FOI PESSOALMENTE JESUS CRISTO... PRÁXEAS FOI QUEM TROUXE ESSA HERESIA DE ÁSIA PARA ROMA... PRÁXEAS EXPULSOU O PARÁCLITO E CRUCIFICOU O PAI”(Contra Práxeas, I:1-2)



"A HERESIA, A QUAL SE SUPÕE POR SI MESMA POSSUIR A PURA VERDADE, PENSANDO QUE NÃO SE PODE CRER EM UM SÓ DEUS DE NENHUM OUTRO MODO A NÃO SER DIZENDO QUE O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO A MESMA PESSOA, como se neste modo um também não fosse todos, em que todos são um, por unidade de substância, enquanto o mistério da dispensação é, todavia, guardado, o qual distribui a Unidade na Trindade, COLOCANDO EM SUA ORDEM AS TRÊS PESSOAS - O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO; três, mas não em condição e sim em grau, não em substância e sim em forma, não em poder e sim em aspecto"(Contra Praxéas 2)



"Agora, observe, minha afirmação é que o Pai é um, e o Filho, e o Espírito, E QUE ELES SÃO DISTINTOS UNS DOS OUTROS"(Contra Práxeas, 9)


(b)Hipólito(169-225), diz:



“AGORA ESTE NOETO AFIRMA QUE O FILHO E O PAI SÃO O MESMO... AFIRMA QUE ESTA PESSOA SOFREU, MORREU E RESSUSCITOU AO TERCEIRO DIA. CLEÓMINAS EM COMUM COM SEU BANDO DE SEGUIDORES AFIRMA QUE ESTA PESSOA É DEUS E PAI... CALISTO ALEGA QUE O VERBO É O FILHO, E ELE MESMO É O PAI... O IMPOSTOR CALISTO SENDO PERIGOSO SOBRE ALGUMAS OPINIÕES, ESTABELECEU UMA ESCOLA DE TEOLOGIA EM OPOSIÇÃO À IGREJA, adotando um sistema de instrução bem atrasado”(Refutação a Todas as Heresias, 9:5-7).


(c)Novaciano(200-258), diz:


“Contudo, ele refutou adequadamente a caluniosa blasfêmia mediante uma legitima disposição. Ele quer, pois, ser entendido como Deus desta maneira, a saber, COMO FILHO DE DEUS, E NÃO QUERIA SER ENTENDIDO COMO SE FOSSE O PRÓPRIO PAI”(Da Trindade, 15:99)


(d)Dionísio de Roma(210-269), declara:


“POIS ESSES (os verdadeiros discípulos) NA VERDADE CORRETAMENTE SABEM QUE A TRINDADE ESTÁ DECLARADA NA DIVINA ESCRITURA”(Contra os Sabelianos)


(e)Gregório Thaumaturgo(218-276) diz:


“Mas alguns tratam a Santíssima Trindade de maneira horrível, quando afirmam com confiança que não há três pessoas, e apresentam (a idéia de) uma pessoa desprovida de subsistência. PORTANTO, NOS SEPARAMOS DE SABÉLIO, QUE DIZ QUE O PAI E O FILHO SÃO O MESMO”( Confissão Seccional da Fé, VII)


(f)Rufino(+ 287 d.C), diz


“Mais uma vez, Dionísio, o bispo de Alexandria, era o mais sábio sustentador da fé da igreja, e em passagens sem fim defendia a unidade e a eternidade da Trindade, com tanto fervor que algumas pessoas de menor percepção imaginavam que ele ocupava os pontos de vista de Sabélio; AINDA NOS LIVROS QUE ELE ESCREVEU CONTRA A HERESIA DE SABÉLIO, há coisas inseridas de tal caráter que os arianos se esforçam para proteger-se sob sua autoridade, e por isso o santo bispo Atanásio sentiu-se obrigado a escrever uma desculpa por seu trabalho, porque ele estava certo de que ele não poderia ter mantido opiniões estranhas ou ter escrito coisas em que ele se contradisse, mas tinha certeza de que essas coisas haviam sido interpretadas por homens dispostos”(O Prefácio aos Livros de Reconhecimentos de São Clemente)


(g)Metódio(+ 311 d.C), declara:


“Como também eles são chamados a terceira parte das estrelas, como tendo-se desviado com referência a um dos membros da Trindade. AO PASSO, QUE ELES DIZEM, COMO SABÉLIO, QUE A PESSOA DO PAI TODO PODEROSO POR SI MESMO SOFREU...”(O Banquete das Dez Virgens, X).


(h)Hilário de Poitiers(310-368), diz:


“COMO ESTA NOVA HERESIA, para não crer que o Filho seja Deus, não negar o Único Deus, SABÉLIO, afirmando o Deus único, NÃO ADMITE ABSOLUTAMENTE UM FILHO”(Da Trindade, VII:6).


(i)Atanásio(269-373), diz:


“’Eu e o Pai somos um’(João 10:30). Você diz que as duas coisas são uma, OU QUE A PESSOA TEM DOIS NOMES, ou novamente que está dividida em dois. Agora, se alguém estiver dividido em dois, o que é dividido deve ser um corpo, e nem parte perfeita, pois cada um é parte e não um todo. Mas se novamente, os dois tem dois nomes, ESTE É O EXPEDIENTE DE SABÉLIO, QUE DISSE QUE O FILHO E O PAI ERAM O MESMO E DEIXOU AUSENTES O PAI, quando há um Filho, E O FILHO, quando há um Pai. Mas se os dois são um, então são necessários, são dois, segundo a divindade, e de acordo com a coessenciabilidade do Filho com o Pai, e o ser da Palavra do próprio Pai; para que haja dois, porque existem o Pai e Filho, ou seja, a Palavra; e único pela razão de um único Deus”(Discurso contra os Arianos, IV:9)


“Mas se devemos evitar esse absurdo, então é essencial uma Palavra verdadeira. Pois, como há um Pai verdadeiramente, então, a Sabedoria verdadeiramente. A este respeito, ELES SÃO DOIS; NÃO PORQUE DISSE SABÉLIO QUE O PAI E O FILHO SÃO O MESMO, mas porque o Pai é Pai e Filho é Filho, e são um, porque Ele é Filho da Essência do Pai por natureza, existente como Sua própria Palavra. Este o Senhor disse, a saber. 'Eu e o Pai somos um’(João 10:30); pois nem a Palavra é separada do Pai, nem foi ou o Pai nunca ficou mudo; por isso conta: ‘Eu no Pai e no Pai em Mim’”(Ibidem, IV:2)


(j)Basílio de Cesaréia(330-379), diz


“Este termo também CORRIGE O ERRO DE SABÉLIO, POIS REMOVE A IDÉIA DA IDENTIDADE DAS PESSOAS”(Epístola aos Canônicos, 52:3)


“Estou sob as circunstâncias, mais agitado e acima, ansioso, para além das incontáveis feridas infligidas à Igreja pelos traidores à verdade do Evangelho, ainda assim uma nova calamidade deve surgir na renovação do Evangelho. ANTIGA HERESIA DE SABÉLIO, INIMIGA DA IGREJA”(Epístola a Atarbius – Ep. 126)


“Se lhes oferecemos qualquer oportunidade por sermos levados pelos homens que propõem esses sentimentos e os seus semelhantes, em vez da simplicidade do que da malevolência, não há nada para impedir que lhes demos um argumento irresponsável contra nós e confirmando a heresia de quem um fim é em todos os seus enunciados sobre a Igreja, não tanto para estabelecer sua própria posição quanto à calunia da minha. Que calúnia mais grave poderia haver? O que melhor calculou para perturbar a fé da maioria do que alguns de nós poderiam ser mostrados para afirmar que existe uma hipóstase de Pai, Filho e Espírito Santo? Nós estabelecemos distintamente que há uma diferença de Pessoas; MAS ESTA AFIRMAÇÃO FOI ANTECIPADA POR SABÉLIO, QUE AFIRMA QUE DEUS É UMA PESSOA, ENQUANTO É DESCRITO PELA ESCRITURA EM DIFERENTES PESSOAS, DE ACORDO COM OS REQUISITOS DE CADA CASO INDIVIDUAL; ÀS VEZES SOB O NOME DO PAI, QUANDO HÁ OCASIÃO PARA ESTA PESSOA; ÀS VEZES SOB O NOME DO FILHO, QUANDO HÁ UMA DESCENDÊNCIA PARA INTERESSES HUMANOS OU QUALQUER UMA DAS OPERAÇÕES DA ECONOMIA; E AS VEZES SOB A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO, QUANDO A OCASIÃO EXIGE TAL FRASEOLOGIA. Se, então, qualquer um de nós afirmarmos que Pai, Filho e Espírito Santo são um em substância, enquanto mantemos as três pessoas perfeitas, como devemos escapar de provas claras e incontestáveis da verdade do que está sendo afirmado sobre nós?”(Epístola 215)



(l)Cirilo de Jerusalém(313-386), diz:


“Que ninguém, portanto, separe o Velho do Novo Testamento; Que ninguém diga que o Espírito no primeiro é um, e no segundo, outro; pois assim ele irrita contrariamente o próprio Espírito Santo, que com o Pai e o Filho são honrados, e no tempo do Santo Batismo está incluído com eles na Santíssima Trindade. Pois o Filho unigênito de Deus disse claramente aos apóstolos: ‘Ide e fazeis discípulos de todas as nações, batizando-os no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’. Nossa esperança está no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Não pregamos três deuses; deixe os marcionitas serem silenciados; Mas com o Espírito Santo através de um Filho, nós pregamos Um Deus. A fé é indivisível; o culto inseparável. Nós não separamos a Santíssima Trindade, como alguns; Nem nós, como Sabélio, fazemos confusão”(Leituras Catequéticas, 16:4)



(m)Gregório de Nissa(335-394), diz:


“Então, assim que ouvirem isso, ELES ACHAM SABÉLIO UMA ARMA ÚTIL CONTRA NÓS, e a praga que ele espalhou é assunto de contínuos ataques contra nós. PORQUE NÃO SE DEVE SUPOR QUE AQUELES QUE DIZEM QUE EXISTEM TRÊS SUBSTÂNCIAS TAMBÉM NÃO DIZEM QUE EXISTEM TRÊS PESSOAS”(Epístola a Eustathius)



(n)Crisóstomo(347-407), disse:



“Pois, quando Filipe disse a Cristo, mostra-nos o Pai, Ele respondeu: ‘Há muito tempo com você, e você não me conheceu, Filipe?’ E, no entanto, há alguns que, mesmo depois dessas palavras, separam o Pai do Filho. Qual a proximidade que você precisa mais perto do que isso? COM EFEITO, POR ESSA MESMA AFIRMAÇÃO, ALGUNS CAÍRAM NA DOENÇA DE SABÉLIO”(Homília 47 sobre o Evangelho de João)



(o)Jerônimo(347-429), diz:



“Em primeiro lugar, diferimos dos Montanistas em relação à regra da fé. Distinguimos o Pai, o Filho e o Espírito Santo como três pessoas, mas uni-os como uma substância. ELES, POR OUTRO LADO, SEGUINDO A DOUTRINA DE SABÉLIO, FORÇAM A TRINDADE AOS LIMITES DE UMA ÚNICA PESSOA, por outro lado, seguindo a doutrina de Sabélio, FOÇAM A TRINDADE AOS LIMNITES ESTREITOS DE UMA ÚNICA”(Epístola a Marcela, 41:2).



(p)Agostinho(354-430), diz:



“POIS HÁ CERTOS HEREGES CHAMADOS SABELIANOS, que também são chamados de Patripassianos, QUE AFIRMAM QUE O PRÓPRIO PAI SOFREU”(Tratado 356 sobre o Evangelho de João, 8)


“Sabeliano, você ouve o Filho, você ouve o Pai. Pai é Pai, Filho é filho. ELE NÃO DISSE: ‘EU SOU O PAI E EU MESMO SOU O FILHO; mas ele diz: eu não estou sozinho”(ibidem, 9)


“POIS O REDEMOINHO DA IMPIEDADE DOS SABELIANOS ESTAVA ENGOLINDO VOCÊ, DIZENDO QUE O PAI É O PRÓPRIO FILHO!”(Ibidem, 9)


(q)Sócrates Escolástico(380-440), diz:


“...E AQUELES QUE DIZEM QUE O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO SÃO A MESMA PESSOA, NÓS MERAMENTE EXPULSAMOS DA IGREJA porque, pela encarnação, eles fazem o Pai, que é incompreensível e insusceptível de sofrimento, sujeito à compreensão e ao sofrimento. Tais são os denominados Patropassianos entre os romanos, e por nós, sabelianos”(História Eclesiástica, II:19)


(r)Leão, o Grande)(+ 461 d.C), diz:



“SABÉLIO FOI MERGULHADO EM UM ERRO INEXTRICÁVEL, mantendo a unidade da substância como inseparável no Pai, no Filho e no Espírito Santo, mas concedeu à unicidade da natureza o que deveria atribuir a uma igualdade da natureza e porque não podia entender uma verdadeira Trindade, ELE ACREDITAVA EM UMA MESMA PESSOA SOB UMA DESIGNAÇÃO TRIPLA”(Sermão XXIV, v)



(s)Teodoreto de Ciro(393-457), diz:



“De acordo com essa fé, existe uma Divindade, Poder e Substância do Pai, do Filho e do Espírito Santo; sendo a dignidade igual, e a majestade sendo igual em três essências perfeitas e três pessoas perfeitas. ASSIM, NÃO HÁ ESPAÇO PARA A HERESIA DE SABÉLIO, ssim, não há espaço para a heresia de Sabélio pela confusão das essências OU DESTRUIÇÃO DAS INDIVIDUALIDADES”(História Eclesiástica, IV:9)



“Aquele de Ário para o de Sabélio. O primeiro divide as substâncias: o outro confunde as hipóstases. Ário introduz três substâncias, E SABÉLIO FAZ UMA HIPÓSTASE EM VEZ DE TRÊS”(Diálogo, II)



(t)João Damasceno(726-749), diz:


“Sabélio, confundindo o Pai com a Palavra, E ASSIM SUSTENTANDO QUE O PAI E O FILHO SÃO UMA PESSOA E A MESMA”(Exposição da Fé Ortodoxa, I:6)



SÉTIMA PARTE – OS SABELIANOS (UNICISTAS, MODALISTAS) SÃO SALVOS?



Não. E por três razões:



(a)Eles não são filhos de Deus, pois não crêem que o Pai seja uma pessoa real, mas um papel que Deus fez. Um ator, que encena o papel de um personagem de um pai em um filme ou novela, não gera literalmente um filho. Um “papel”, “um personagem” não são pessoas reais. A Bíblia diz, que o Pai que nos gerou pelo Espírito(Rm 8:15-17), nos gerou por sua “vontade”(Jo 1:13), e vontade é um atributo de uma pessoa, de alguém(Jo 7:17), não de um personagem ou papel que alguém, como um ator, desempenha. Sabelianos, uma função, um papel, uma manifestação, tem vontade?



(b)Com a sua crença ímpia de que Jesus é o Pai, eles não tem alguém que pagou ao Pai o resgate por nossos pecados, por que se Jesus, o Filho de Deus, fosse o Pai, a quem teria pago o resgate por nossos pecados? A si mesmo? Não, ele pagou o resgate ao Pai:


"E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, E COM O TEU SANGUE NOS COMPRASTE PARA DEUS de toda a tribo, e língua, e povo, e nação"(Ap 5:9).


"Quanto mais O SANGUE DE CRISTO, que pelo Espírito eterno SE OFERECEU A SI MESMO IMACULADO A DEUS, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?"Hb 9:14)


Sim, Cristo nos comprou para Deus, com o preço de seu sangue:



Em 1 Pd 1:18-19, lemos sobre o resgate de nossos pecados, através do preço do sangue do Filho de Deus:



“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais,


MAS COM O PRECIOSO SANGUE DE CRISTO, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.


A “The International Standard Bible Encyclopedia”, organizado por James Orr, diz:


“A idéia de redenção no Antigo Testamento tem início a partir do conceito de propriedade”(Lv.25.26; Rt.4.4)”.


Um preço era pago em dinheiro, em conformidade com a Lei, para comprar novamente uma propriedade que necessitasse ser liberta ou resgatada (Nm.3.51; Ne.5.8). E a partir deste uso, o termo no Antigo Testamento foi usado normalmente com um senso de libertação, embora a idéia de pagamento sempre estivesse presente. A palavra hebraica מָּדָה(padah), de acordo com “O Dicionário Internacional de Teologia”, significa “CONSEGUIR A TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE DE UMA PESSOA PARA OUTRA MEDIANTE PAGAMENTO APROPRIADO OU QUANTIA OU DE UM SUBSTITUTO EQUIVALENTE”.



No caso de Cristo, que é o nosso substituto diante de Deus Pai, em nosso lugar, pagando ao Pai o preço de nosso resgate do pecado(Is 53:4-6,10-11), e esse preço é o seu sangue(Is 53:12; 1 Pd 1:18,19; Tt 2:14; Cl 1:14; 1 Tm 2:6), e por meio desse preço, nos tornamos regenerados e seus filhos(Gl 4:4-7). Cristo, pela sua morte na cruz, nos resgatou do poder de Satanás(Hb 2:14-15), nos transferindo do domínio de uma pessoa(Satã), comprando-nos com o seu sangue, para outra pessoa – o Pai(Ap 5:9,10). É como Paulo explica:



“E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,


Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, E A TUROU DO MEIO DE NÓS, CRAVANDO-A NA CRUZ.


E, DESPOJANDO OS PRINCIPADOS E POTESTADES, OS EXPÔS PUBLICAMENTE E DELES TRIUNFOU EM SI MESMO”(Cl 2:13-15).


Sim, pelo preço de seu sangue(invés do dinheiro, como no AT), o Filho de Deus “despojou” os demônios (a quem estávamos servindo como seus escravos, suas propriedades), privando-os de nos terem como seus escravos ou objeto, e pelo poder de Deus, tirando-nos deles, e levando-nos para o reino de Deus, como nos dizem os apóstolos:


“Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados”(Cl 1:12-14)


“E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu.E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, PARA QUE PELA SUA MORTE ANIQUILASSE O QUE TINHA O IMPÉRIO DA MORTE, ISTO É, O DIABO;

E LIVRASSE TODOS OS QUE, COM MEDO DA MORTE, ESTAVAM POR TODA A VIDA SUJEITOS À SERVIDÃO. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.

Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo”(Hb 2:13-17).


(c)Eles não tem nenhum mediador ou intercessor diante do Pai.


Considerando que eles não crêem que Jesus e o Espírito Santo são pessoas reais e distintas de Deus Pai, e ‘mediadores’ ou “intercessores”, entre o Pai e os homens, servindo como nossos advogados(Jo 14:16; Rm 8:26-27,34; Hb 7:25; 1 Jo 2:1), como podem ter a ira do Pai aplacada por causa de seus pecados, se sequer tem algum advogado, para interceder por eles, pedindo ao Pai, que lhes perdoem seus pecados, e se sequer tem um Pai pessoal, para ser interpelado por algum desses advogados? Paulo diz que a nossa salvação depende da intercessão de Cristo(Hb 7:25). Os sabelianos estão totalmente perdidos, sem salvação, enquanto permanecerem negando a distinção das pessoas da Trindade, e, portanto, a Trindade:


“1. TODO AQUELE QUE QUISER SER SALVO, É NECESSÁRIO ACIMA DE TUDO, QUE SUSTENTE A FÉ UNIVERSAL. 2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável, certamente perecerá para sempre. 3. MAS A FÉ UNIVERSAL É ESTA, QUE ADOREMOS UM ÚNICO DEUS EM TRINDADE, E A TRINDADE EM UNIDADE. 4. NÃO CONFUNDINDO AS PESSOAS, nem dividindo a substância. 5. PORQUE A PESSOA DO PAI É UMA, A DO FILHO É OUTRA, E A DO ESPÍRITO SANTO É OUTRA. 6. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade. 7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. 8. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. 9. O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. 10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. 11. Contudo, não há três eternos, mas um eterno. 12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado. 13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus. 17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor. 18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. 19. Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. 24. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor. 25. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser cultuada. 26. LOGO, TODO AQUELE QUE QUISER SER SALVO DEVE PENSAR DESSE MODO COM RELAÇÃO A TRINDADE. 27. Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. 28. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. 29. Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe. 30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana. 31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade. 32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo. 33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade. 34. Um, não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa. 35. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo. 36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. 37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. 38. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão conta de sua obras. 39. E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo eterno. 40. Esta é a fé Universal, A QUAL A NÃO SER QUE UM HOMEM CREIA FIRMEMENTE NELA, NÃO PODE SER SALVO”(Credo Atanasiano, 4º Século).



OITAVA PARTE – A FALÁCIA DO ARGUMENTO DO MODALISMO DIVINO:


1. Em um sentido literal, Deus não se manifestou como "Pai" (embora as vezes, o termo "Pai", se aplique a Ele, no ato da criação, por Ele ser o autor da vida[Lc 3: 38]), na Criação, embora o Pai tenha participado na criação.



Pai não cria, mas gera. Se Deus, ao criar todos os seres, gerou-os, então todos os seres possuem a sua natureza. E isso é panteísmo. Quando você gera, você compartilha sua natureza com o ser gerado por você. Mas quando você cria, você faz algo diferente de você, e esse algo não herda sua natureza. E é por isso que nenhum outro ser, com exceção de Cristo, é literalmente Filho de Deus. Só Ele é o Filho de Deus(Jo 3:16), porque só Ele, entre todos os outros outros seres visíveis ou invisíveis, herda a natureza divina (Jo 5:18 comp. com Hb 1:4-5); em outras palavras, só Ele é Deus. Só Ele é da natureza do Pai. Por isso, chamá-lo de "Filho" de Deus, equivale a considera-lo como Deus, Eterno, Criador, Senhor e Rei(Hb 1:2,4-14). A Bíblia diz que como Filho, ele criou todas as coisas(Hb 1:1-2), logo, 'Filho', não se refere ao corpo humano de nosso Senhor. Filho, em Hb 1:2-2, preexiste a Criação, porque foi o seu autor.



2. O Filho se manifestou na redenção, mas não unicamente sozinho. O Pai e o Espírito Santo estavam presentes nesse processo, e o ajudaram a executa-lo(Jo 10:18; 16:32; 17:2; Hb 9:14). E como dissemos acima, Ele também se manifestou na Criação (Hb 1:1-2).



3. O Espírito Santo não se manifestou somente messes últimos dias, mas na Criação (Gn 1:1-2; Jó 33:4), bem como preservação da criação(Sl 104:30), e na redenção (Hb 9:14).



9ª Parte - Falácias Sabelianas contra textos que mostram a distinção de pessoas na Trindade

Quando a Bíblia menciona textos que mostram Cristo orando ao Pai(Jo 11:41-41), os sabelianos(unicistas) tem o costume de dizer que "é a carne(o Filho) orando a parte incorpórea(o Pai). Contudo, a Bíblia diz que a carne literalmente não ora, mas o espírito de uma pessoa:

"Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem..."(1 Co 14:14).


E a situação sabeliana se complica mais ainda, quando a Bíblia ensina que o Espírito Santo ora por nós ao Pai(Rm 8:26-27). Se o Pai, de acordo com Cristo, não tinha carne e sangue(Mt 16:17), logo, o Pai não podia ser o Filho de Deus, que se encarnou(Gl 4:6), pois o Filho de Deus é um homem a destra do Pai, como nosso Mediador e intercessor(1 Tm 2:5), enquanto que o Pai é "Espírito"(Jo 4:24), e "um espírito não tem carne e ossos"(Lc 24:39). Da forma, o Filho de Deus não pode ser o Espírito Santo, visto que o Espírito Santo é um "espírito" e "um espírito não tem carne e ossos"(Lc 24:39). Logo, se subentende que o Pai e o Espírito Santo, além de serem distintos, uma vez que um(o Espírito Santo) ora ao outro(o Pai) são dois espíritos, duas pessoas distintas, não podem ser o Filho de Deus, por serem incorpóreos, e por desempenharem ambos papéis distintos - Um(o Espirito Santo) é advogado. O outro(o Pai)é o juiz. Da mesma forma, ocorre com o Filho de Deus e o Pai. Um (o Filho de Deus) é advogado), O outro(o Pai)é o juiz. Ninguém pode ao mesmo tempo tempo desempenhar ambos os papéis. Para tal desempenho, se requer a existência de duas pessoas distintas.






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